O velo de ouro, ou tosão de ouro,
chamado ainda de velino ou velocino,
Golden Fleece
é na mitologia grega
a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo.
Velocino de Ouro era considerado como um talismã que outorgava a quem o possuísse prosperidade e poder.
Átamas, rei de Tebas, desposou Néfele e com ela teve 2 filhos,Frixo e Hele, e viviam em Orcomenos.
Tendo repudiado a esposa, casou-se em segundas núpcias com Ino que, enciumada planeou estragar a vida dos enteados. Para tanto, convenceu todas as mulheres da cidade que molhassem todos os grãos de trigo, de forma que, quando fossem plantadas as sementes, nada germinasse. Intrigado com tal acontecimento, o rei consultou o oráculo de Delfos para saber o porquê da infertilidade da terra.
Os mensageiros encarregados de trazer a resposta, subornados por Ino, mentiram ao rei ao afirmar que a terra só voltaria a brotar quando Frixo e Hele fossem sacrificados.
Ciente da desgraça que estava prestes a se abater sobre os filhos, Néfele, desesperada, enviou-lhes o Velocino de Ouro, presente que Hermes lhe tinha oferecido. Tratava-se de Crisómalos, filho de Neptuno com a ninfa Teófana, um carneiro cujo pêlo era feito de ouro. Nadava, corria e voava como nenhum outro animal podia fazê-lo.
A imagem do carneiro foi colocada por Nubes entre as constelações, e marca o tempo onde deve ser feita a sementeira, porque foi pelas artimanhas de Ino que a sementeira tinha sido feita antes do tempo, com grãos molhados, o que tinha levado à fuga de Frixo e Hele.
De acordo com Eratóstenes, citado por Higino, foi o próprio carneiro que removeu seu pêlo, deu-o a Frixo, e, em seguida, foi para as estrelas, o motivo pelo qual as estrelas são fracas.
Frixo, filho de Átamas, por causa das artimanhas de sua madrasta, fugiu com sua irmã Hele da Grécia, nas costas de um carneiro, cujo pêlo era de ouro.
Montados sobre seu dorso, os jovens alçaram vôo e escaparam da morte.
Porém, fim trágico teve Hele, pois durante o percurso, na passagem da Europa para a Ásia, Hele caiu no mar, no local que passou a ser chamado de Helesponto... sofreu uma vertigem e caiu nas profundezas do mar onde morreu afogada.
Chegando são e salvo à Cólquida no continente asiático (onde fica hoje a Geórgia), Frixo foi recebido por Eetes, que além de recebê-lo e hospedá-lo alegremente, lhe ofereceu sua filha Calcíope em casamento. Agradecido, o jovem sacrificou o carneiro a Zeus, que por sua vez o transformou num símbolo de poder e prosperidade. O rei fixou o velo numa árvore, mais precisamente num carvalho, localizado no pomar dedicado a Ares e ali colocou como sentinela um terrível dragão que jamais fechava seus olhos em sono.
Eetes, rei da Cólquida, recebeu um oráculo de que morreria se estrangeiros desembarcassem e levassem embora o velo de ouro. Por causa disto, e por sua crueldade, Eetes ordenou que os estrangeiros fossem sacrificados, para que sua fama de cruel afastasse os estrangeiros da Cólquida. Ele protegeu o santuário com um muro, e colocou guardas do Quersoneso Táurico, o que levou os gregos a inventarem vários mitos monstruosos. Espalhou-se que havia, em volta do santuário, touros que soltavam fogo (tauroi) e um dragão que nunca dormia (drakon), uma transferência da crueldade dos soldados da Táurida para touros que soltam fogo, e do nome do guardião do santuário, que se chamava Dracon, para o monstro dragão.
Jason, herói da mitologia, foi banido de seu reino pelo próprio pai, Esão, e foi criado pelo centauro Quíron na região da Tessália. O Centauro imortal cuidava dos filhos de reis e deuses e lhes ensinava a despertar o melhor dentro de si, a música, o combate e tudo aquilo que a criança lhe mostrava ter como habilidades, Quíron potencializava. Ao Atingir a idade adulta, Jasão retorna a seu reino para reclamar o trono que era seu de direito, e que seu tio Pélias havia usurpado. No caminho perde uma de suas sandálias ao ajudar uma mulher a atravessar um rio.
Pélias tendo sido advertido por um oráculo que um homem calçando apenas uma sandália ameaçaria seu reinado, defronta-se com Jason e o desafia a conquistar o Velocino de Ouro.
Os Argonautas eram em número aproximado de cinquenta, e, apesar das fontes diferirem com respeito a seus nomes, os principais personagens estão claros.: Além do próprio Jason, havia Argo, construtor de Argo; Tífis, o timoteiro; o músico Orfeu; Zeto e Cálais, filhos do Vento Norte; os irmãos de Helena, Cástor e Pólux; Peleu, pai de Aquiles; Meléagro da Caledônia, famoso caçador de javalis; Laerte e Autólico, pai e avô de Ulisses; Admeto, que mais tarde deixaria sua esposa morrer em seu lugar; o profeta Anfiarau e, para a primeira parte da jornada, o próprio Hércules; ao lado destes nomes famosos, havia uma hoste de outros heróis.
O navio, o Argo, cujo nome significa "Rápido", era o mais veloz já construído. Ele foi construído no porto de Pagasse na Tessália, sendo feito inteiramente de madeira do Monte Pélion, com exceção da proa, que era uma parte de um carvalho sagrado trazido pela deusa Atena do santuário de Zeus em Dodona. Esta peça de carvalho era profética, e poderia falar em determinadas ocasiões.
Na sua jornada para Cólquida, a sua tripulação encontrou muitas aventuras.
Em Mísia perderam Aquiles, quando outro membro da tripulação, um belo jovem chamado Hilas, foi à procura de água fresca para uma festa e não voltou ao navio. As ninfas da fonte que tinha encontrado, apaixonou-se por sua beleza, o tinham sequestrado e afogado; mas Hércules se recusou a interromper a procura, assim o Argo teve que partir sem ele.
Jasão recebeu a ajuda da filha do rei Eetes, Medéia, que era feiticeira.
Medéia, que primeiro fez Jason prometer que a levaria para Iolco como sua esposa, deu-lhe uma poção mágica para passar sobre o corpo e sobre o escudo; isto o tornou invulnerável a qualquer ataque, fosse com fogo ou com ferro. Também o orientou sobre o que fazer com os homens armados: deveria atirar pedras no meio deles, de modo que se atacassem entre si e não a Jason. Assim armado e orientado, Jason foi bem sucedido em todas as tarefas.
Medeia levou Jason e os argonautas (que na mitologia grega eram tripulantes da nau Argo) ao santuário, que ficava a 70 estádios de Síbaris, a cidade que tinha o palácio dos reis da Cólquida.
Medeia falou com os guardas na língua da Táurida, e estes abriram os portões para Jasão e os argonautas, que mataram vários guardas e afugentaram os restantes, roubaram a pele do carneiro, e fugiram para os barcos, para com o velocino de ouro, resgatar o trono de Iolco, na Thessaly, Grécia.
Enquanto isto, Medeia matou o dragão que nunca dormia com venenos, e foi se encontrar com Jasão.
Por que Jason queria o Velocino de Ouro?
Não era para apenas possuí-lo; assim como outros heróis, foi mandado a tentar o que se achava ser um feito impossível, para satisfazer as ordens de um rei de coração empedernido, neste caso, Pélias, rei do Iolco. Jason era filho de Éson, o legítimo rei de Iolco; Pélias era meio-irmão de Éson, e em algumas versões da estória Pélias deveria governar apenas até quando Jasão tivesse idade suficiente para assumir. Nestas circunstâncias, seria dificilmente surpreendente que, quando Jasão crescesse e exigisse sua herança de direito, Pélias o mandasse procurar e trazer o Velocino de Ouro. A busca do Velocino é a estória de viagem do Argo e as aventuras de sua tripulação, os Argonautas.
A lenda é provavelmente mais antiga do que a Ilíada e a Odisséia, mas chega até nós principalmente através do poema épico muito posterior, o Argonáutica do alexandrino Apolónio de Rodes.
Quando Eestes percebeu a ausência tanto da sua filha Medeia como do Velocino, efetuou uma perseguição com outro barco, mas mesmo isto tinha sido previsto por Medéia. Tinha trazido consigo seu jovem irmão Absirto, então o matou e o cortou em pequenos pedaços, os quais jogou no mar. Como tinha antecipado, Eestes parou para recolher os pedaços para fazer o funeral do príncipe, e o Argo conseguiu fugir.
Quando Jasão finalmente retornou a Iolco, casou-se com Medéia e entregou o Velocino de Ouro a Pélias, mas este recusou entregar o trono a Jasão.
Medéia, furiosa, enganou as filhas de Pélias para que matassem seu pai.
Primeiro demonstrou seus poderes de rejuvenescimento misturando várias substâncias num caldeirão com água fervente e a seguir matou e picou um velho carneiro, jogando-o no caldeirão: imediatamente um jovem carneiro emergiu. Entusiasmadas e com a melhor das intenções, as filhas de Pélias apressaram-se em cortar o pai em pedaços e jogá-lo no caldeirão, matando o pai Pélias.
Com o escândalo resultante, Jasão entrega o trono nas mãos do argonauta Acasto, e foge com Medéia para Corinto, onde viveram felizes por pelo menos dez anos e tiveram dois filhos.
Porém, Jasão acabou se cansando de sua esposa e o Rei Creonte oferece-lhe a filha Gláucia, a jovem filha do rei de Corinto. Medéia, furiosa com os ciúmes, mandou um vestido de presente a Gláucia; quando o vestiu, este colou na sua pele e a rasgou; quando seu pai Creonte tentou ajudar sua torturada filha, ficou também aprisionado e ambos acabaram por morrer num terrível sofrimento.
Para punir Jasão ainda mais, Medéia matou seus próprios filhos, e amaldiçoou Jasão a morrer de forma violenta, antes de escapar para o céu numa carruagem flamejante.
Jasão acabou por regressar para governar IoIco.
Morreu de forma violenta no barco Argos quando regressava a Iolco, quando uma viga de madeira que caiu de um mastro esmagou a sua cabeça.
Áries representa o início de tudo, os impulsos mais instintivos do homem, movido puramente, num primeiro momento, pela pulsão da vida e da sobrevivência, mas em busca de algo maior. Podemos entender mais os arquétipos associados a este signo através de seu mito, Jasão e os Argonautas.
O mito nos mostra que a impulsividade e agressividade tão características do signo é reflexo de uma coragem e desejo por justiça pessoal e busca pela auto-realização, representada pelo velocino de ouro que nada mais é que o troféu da aventura. O arquétipo do herói Jasão é resgatado e poderemos nos sentir mais agitados, impacientes e impulsivos, mas com o propósito de despertar o Jasão que existe em cada um de nós.
No Mito do Velocino de Ouro, vemos várias referencias ao signo de Áries:
- a disputa de poder com a figura masculina (Pai, chefes e autoridades),
- a busca de afirmação de sua identidade,
- as paixões,
- o seu espírito conquistador
- e até a parte do corpo regida pelo signo, a cabeça.
The Order of Golden Fleece
É conhecido pelo nome de lã dourada, e é uma insígnia concedida por uma ordem cavalheiresca e dinástica fundada por volta de 1430 pelo Duque da Borgonha, Felipe III, apelidado de “Felipe el Bueno”, por ocasião das suas núpcias com a Infanta Isabel de Portugal.
Ao contrário de outras distinções, esta ordem é concedida pela casa dos Habsburgo-Bourbon e não por um estado. Possui duas filiais: uma espanhola e uma austríaca.
Outra diferença é que essa insígnia deve ser devolvida à Casa dos Bourbon com a morte do condecorado, o que representa um compromisso moral.
A Ordem do Velocino de Ouro é um reconhecimento à honra de seus destinatários. Nenhum título nobre deriva de sua atribuição, bem como nenhuma atribuição económica. É, portanto, uma condecoração de honra que reconhece a boa conduta e a prática dos ideais da encomenda por parte do destinatário.
Enquanto outras distinções distinguem graus de importância, o Velocino de Ouro atribui apenas uma única categoria, chamada cavaleiro de colarinho, de modo que não há distinção de graus.
Embora por razões históricas a maioria dos homenageados tenham sido homens, hoje já há um total de 5 mulheres reconhecidas com a distinção.
A insígnia do Velocino de Ouro é um colar feito de ouro, o mais nobre dos metais. Vários símbolos estão representados neste colar.
O símbolo mais óbvio seria o lã dourada, que está pendurado no colar. É uma referência dupla. Por um lado, Bruges, a cidade onde a ordem foi fundada, tinha uma importante economia de lã. Por outro lado, refere-se à lenda de Jasão e os Argonautas, que o ajudaram em sua missão. Assim, esta lenda serviu para estabelecer um paralelismo entre o Rei Felipe III e os seus “assistentes”, merecedores desta ordem.
Os elos do colar são feitos de Letra B duplo ou espelhado, alusivo à casa da Borgonha.
As chamadas que se intercalam ao mesmo tempo lembram o fogo de Prometeu, a guerra e a inscrição que pode ser lida no lema do duque, que diz: "Golpeie antes que a chama seja vista", em latim, "Ante ferit quam flamma micet».
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