Estejamos atentos ao que nos dói, às feridas que carregamos, aos esquemas e fugas com que as evitamos, à libertação dos ‘culpados’ dessas dores e feridas em nós.A tendência natural é culpar, projectar, cobrar, responsabilizar o outro do nosso mau estar.
Claro que não vamos fingir que a dor não existe ou ignorar os eventos e pessoas envolvidas nas nossas dores.
Mas enquanto não assumirmos que o que nos dói é nosso, enquanto não nos responsabilizarmo-nos pela nossa própria cura, estaremos presos na culpa, na injustiça e na vitimização, energias que apenas nos aprisionam e impedem a libertação.
As dores e as alegrias fazem parte da vida, condições essenciais na viagem do amadurecimento.
Quando a dor não é usada como trampolim e oportunidade de mudança, ela passa a areia movediça de onde só com muito esforço sairemos e que nos impedirá de viver as alegrias da vida.
Começa por aceitar que o que te dói é teu.
O outro apenas vem expor, trazer à luz e à consciência essa dor escondida que é tua, sabe-se lá há quantos séculos. Repara que aquele a quem culpas da dor, também a tem, igual ou até pior do que a tua e por isso liberta-o com compaixão e dedica todo o teu esforço na cura da única dor que te compete; a tua.
Vera Luz
“The more you try to avoid suffering,
the more you suffer, because
smaller and more insignificant things
begin to torture you, in proportion to
your fear of being hurt.
The one who does most to avoid suffering
is, in the end,
the one who suffers most.”
Thomas Merton
in, The Seven Storey Mountain
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