“Vivo a vida que amo,
Amo a vida que vivo”
Willie Dixon
As implicações do princípio de que, criamos a nossa realidade, são brutais.
Não apenas para nós e para a vida que vivemos, mas também para as vidas maiores:
Cidades, Estados, Países e o Planeta.
Então e você?
De inúmeras pequenas formas, criamos a vida todos os dias.
Decisões do dia-a-dia como, quando levantar, o que vestir, o que comer ao pequeno-almoço…
As suas intensões diárias, ou de apenas ir com a corrente, afectam o que faz e o que sente.
Num plano maior, toda a trajectória da sua vida é gerada pelas suas escolhas: casar, ter filhos, estudar, viajar, fazer carreira, profissão,…
A sua vida não acontece simplesmente; é baseada nas escolhas que faz, ou não, cada dia.
Mas a questão permanece:
Até que ponto se estende a criação da vida?
Até conhecer a mulher dos seus sonhos?
Até ao patrão tirano?
Ganhar a lotaria?
E você, está a criar a vida de quem?
Pode parecer uma questão imbecil, mas o EU em “Eu crio a minha realidade” é uma grande interrogação. E a resposta traz alguma clareza a toda esta questão da criação.
"Estamos sempre a criar os efeitos da realidade.Se retirarmos informação de uma pequena base de dados, ficamos com uma realidade pequena. Se tivermos uma grande base de dados, temos uma realidade grande.”Joe Dispenza
Mas então, QUEM SOU EU?
Segundo Ramana Maharishi, fazer esta pergunta leva directamente à Iluminação.
Mas, vamos limitar-nos ao acto de criar.
Segundo Fred Alan Wolf,
“A primeira coisa a compreender é que a ideia de que você cria a sua própria realidade – se por você se entende essa pessoa egoísta que você pensa que comanda o seu espectáculo que cria a sua realidade – está provavelmente errada. Provavelmente não é você que está a criar a realidade de todo”
ENTÃO QUEM A CRIA?
É claro que quando pede o seu primeiro café da manhã, é óbvio que foi a “pessoa egoísta” ou a personalidade que decidiu escolher o cappuccino duplo, e não o EU transcendente e imortal.
E quando uma árvore cai em cima do seu carro novo, a personalidade não teve nada que ver com isso.
A maior parte das pessoas rejeita a ideia “Eu Crio a Realidade” quando ocorre algo que nunca, jamais criariam. Isso é verdade, ela, a personalidade, nunca o faria.
Mas, tal como defendem todas as tradições espirituais, há mais do que um “Você”.
E aqui, esta esquizofrenia divina aceita vários rótulos:
- Ego/Eu Verdadeiro
- Personalidade/Divindade
- Filho do Homem/ Filho de Deus
- Corpo Mortal/Alma Imortal
Na Essência, diz que existem níveis diferentes a partir dos quais você cria.E o objectivo da Iluminação é apagar esta fragmentação do Eu, e criar a partir de uma Fonte.É expandir a nossa consciência até estarmos conscientes de todas as nossas criações.E aceitar que “EU crio” é uma fantástica ferramenta de expansão.Porque cada vez que rejeita a sua quota parte na criação da realidade, está a rejeitar ou a negar uma parte de si próprio.
Assim, a fragmentação continua.
A sua metade espiritual cria estas realidades com o fim único de se tornar um Todo.
Há coisas que você tem de sentir para crescer que podem não ser a primeira escolha do seu Ego/Personalidade.
Chamam-lhe Karma:
Nós criamos, algures no passado, quer recente quer remoto, todas as condições que enfrentamos nesta vida.
- Mas, como é que os Karmas de todas as pessoas do mundo interagem?
- Como é que tudo encaixa?
- Como é que ocorrem todas aquelas “coincidências” felizes, ou infelizes, que são frequentemente os anunciadores de um novo mundo?
- Quem dirige o computador que mantém tudo certo, para os 6 mil milhões de Seres Humanos?
O UNIVERSO É O COMPUTADOR.
Unidade.
Não tem de correr. Está ligado, entrelaçado de tal forma que está preso a tudo e é criado a partir de tudo. Não responde a Nós – ele é Nós.
O modelo dualista do Karma diz:
Eu bati no João, alguém me irá bater a mim.
É uma forma muito causa-efeito, ou seja, newtoniana, de ver este fenómeno.
Mas do ponto de vista Não-Dualista entrelaçado, é diferente:
Diz que a acção ou o pensamento, que são a mesma coisa, provêm de uma parte da minha Consciência. Há uma certa vibração ou frequência associada a isso.Ao fazer a acção, eu apoio aquela realidade, fico então ligado ao Universo por essa frequência ou vibração. Todo o “lá fora” da mesma frequência irá responder-lhe e irá reflectir-se então na sua realidade.Este é o princípio em que toda a Transmissão/Recepção trabalha.O transmissor e o receptor estão sintonizados na mesma frequência.Segundo esta noção, tudo na sua vida – pessoas, locais, coisas, tempos e eventos – não são mais do que reflexos das suas vibrações.
Segundo Ramtha:
“Tudo na sua vida tem uma Frequência Específica igual ao que você é.”
Portanto,
Se quiser saber “Quem Sou Eu?”, olhe à sua volta; o Universo tem sempre a resposta.
O problema é que as nossas partes escondidas e reprimidas também se reflectem, e nós reprimimo-las porque não gostamos delas. São esses reflexos que nos fazem dizer:
- “Eu nunca criaria isto”. No entanto, é isso que continua a ser reflectido vezes sem conta até o compreendermos. É a Roda do Karma. Ou como alguém um dia disse:
- “A vida é uma sanduíche de merda, e todos os dias damos uma dentada”
“Criamos a nossa própria realidade todos os dias, embora achemos isso muito difícil de aceitar – não há nada mais agradável do que culpar outra pessoa pela maneira como somos. A culpa é dela ou dele; é o sistema; é Deus; são os meus pais…Qualquer que seja a forma como o observamos, o mundo à nossa volta á aquilo que volta para nós, e a razão pela qual faltam na minha vida, por exemplo, alegria e felicidade e realização, é que a minha concentração é fraca exactamente nessas coisas.”Miceal Ledwith
Ver-se a si próprio como uma vítima é provavelmente a maior rejeição de “Eu Crio A Minha Realidade”. E está sempre a acontecer.
A vítima diz: “isto está sempre a acontecer-me, é tão injusto e não está certo.”
O lado bom disso é que obtém simpatia, sente-se melhor consigo próprio porque não é você a causa e assim pode descartar a experiência e não tem de lidar com isso.
O lado mau é que acabou de apoiar a ideia de que não cria a sua realidade, não tendo portanto poder para tal, e irá passar pela lição vezes sem conta, repetidamente. É também uma fragmentação da realidade. Retira o Criador da Criação.
“Eu Aceito a Responsabilidade” é a maior Aceitação!
É uma reviravolta monumental na forma como alguém aborda o mundo e as suas experiências nele.
A vitimização e a impotência que lhe sucede foram afastadas da vida.
Pergunta-se sempre, em todas as situações,
- “Onde estou, ou o que sou, nesta situação?”
- “O que se reflecte de volta para mim?”
- “De que nível do EU provém isto?”
A reviravolta é, em vez de pedir ao Universo que prove que você cria a realidade para que se possa sentar na cerca e aceitar ou rejeitar o que acontece, você aceita isso como um facto, que a sua vida e o que nela acontece são uma criação sua, procurando portanto o significado das coisas. E por significado não se entende um significado filosófico ou cósmico, mas sim que significado tem acerca do que você é, ou do que você cria, ou o que você nega na sua vida.A procura de uma mudança na sua vida?Faça esta troca e observe como transforma os seus muitos “EUS”.
“As pessoas culpam sempre as circunstâncias pelo que são.Eu não acredito nas circunstâncias.As pessoas que avançam neste mundo são as que se levantam e procuram as circunstâncias que querem, e se não as encontram, inventam-nas.”George Bernard Shaw
Como é que nós criamos as circunstâncias?
Como fazemos aquelas coincidências que têm uma influência enorme na direcção da nossa vida?
Parece loucura que alguém faça uma coincidência do tipo:
“Esqueci-me da pasta, e por isso tive de ir a correr a casa, mas no caminho tive um furo no pneu. Parei para o mudar e as minhas calças rasgaram-se. Então, enrolei-me num pano e estava a passar uma pessoa, e tinha sido ela a desenhar o tecido. Então ela parou e passado um tempo casámo-nos.”
- Foi apenas uma coincidência?
- Ou foi um co-acidente?
- Foi o homem que criou o pneu furado?
- Ou ele criou o casamento e o Universo tratou dos pormenores?
- Fazemos uma intenção pormenorizada, ou fazemos as coisas de forma a deixar ao Universo espaço para encontrar maneira de o fazer?
- Normalmente é a segunda hipótese.
Ou seja, em vez de dizer todos os passos que a água tem de dar para mudar o seu pH, tal como reorganizar as ligações químicas, troca de electrões, etc…, mais vale concentrar-se no resultado e deixar o Universo fornecer os pormenores, com calças rasgadas e tudo.
“Segue com confiança o caminho dos teus sonhos.Vive a vida que imaginaste.”Henry David Thoreau
Mas a questão permanece:
- Como é que isto poderia funcionar?
- Como pode alguém ficar mais consciente das possibilidades, de forma a que a própria criação seja mais consciente?
Segundo Amit Goswami:
“Há a hipótese da consciência ser a base do Ser.São tudo possibilidades da consciência. De todas estas possibilidades, a consciência escolhe a experiência que manifesta, que observa…a quântica fala das possibilidades, mas quando olhamos para nós, quantas vezes indagamos “que possibilidades?”. A sua consideração das possibilidades pode ser confinada a coisas triviais como qual o gelado que vou escolher hoje, o que depende completamente das suas experiências anteriores. Há falta de física quântica na vida das pessoas. As possibilidades da vida de cada um são como as ondas de probabilidade de um electrão. Isto significa que as opiniões acerca da sua vida são tão reais quanto as ondas previstas pela equação de Schrodinger.”
Stuart Hameroff leva este conceito ainda mais longe:
“Cada pensamento consciente pode ser pensado como uma escolha, uma superposição quântica que colapsa numa escolha. Então digamos que você está a ver uma ementa e está a tentar decidir entre camarão , massa e atum. Imagine que tem uma superposição quântica de todas estas possibilidades a coexistir simultaneamente. Talvez até possa avançar um pouco para o futuro e provar cada refeição. E depois decide, comer esparguete.”
Avançar para o futuro não é ficção científica.
Na teoria quântica, também podemos voltar atrás no tempo, e existem sugestões de que os processos cerebrais relacionados com a consciência se projectam para trás no tempo.
Isto significa que a consciência individual está constantemente a sondar todas as possibilidades futuras, indo talvez até ao futuro “saborear” a experiência, depois concentrar-se, ou colapsar a hipótese escolhida na realidade.
O “Como” é trabalho do imensamente interactivo Universo superinteligente que responde automaticamente à consciência, porque é isso que ele é.
O Universo é o computador que se mantém em contacto – é por isso que existe.
E se pode criar formas vivas auto-conscientes que se auto-replicam, pode arranjar um pneu furado.
E como é que esta visão torna a criação mais consciente?
As possibilidades são reais e podem desenvolver-se, manipular-se e colapsar-se, levando-nos para o futuro onde nos espera o Novo EU.
As realidades que pode criar estão perante si.
Essas possibilidades esperam o movimento da consciência para trazer à experiência o evento.
- Quem você quer ser?
- Quem é o EU que cria?
Se é a personalidade, então as criações são a partir das estruturas, hábitos, tendências e redes de neurónios existentes e, dessa velha estrutura de personalidade, só se criaram as mesmas coisas de sempre. É criar o que já foi criado.
A nossa criação provém do EU mais elevado.
O EU divino.
E nesse caso é inconsciente e fruto do trabalho do karma profundamente enterrado.
Portanto, enquanto as criações são maravilhosas para o Espírito,
Para a personalidade desligada parecem arbitrárias, injustas e originam os sentimentos de impotência e vitimização.
A partir do “não EU”, ou do “novo EU”, pode manifestar-se algo realmente NOVO.
Algo que você cria conscientemente.
E criar desta forma desfaz para sempre a armadilha da vitimização e da impotência.
VOCÊ CRIA A SUA REALIDADE!
“A vida não é acerca de nos encontrarmos.É acerca de nos criarmos”George Bernard Shaw
in, Afinal O que Sabemos Nós?
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