Ilusão, de acordo com o Wikipédia é:
"A ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção. (...)Todos os sentidos podem ser confundidos por ilusões. Uma vez que a percepção é baseada na interpretação dos sentidos, as pessoas podem experimentar ilusões de formas diferentes."
Todos nós estamos sujeitos ao fenómeno da ilusão embora cada um de nós não só não tenha consciência dela como rejeita a ideia de estar iludido. Embora seja normal cada um de nós acreditar que é realista e que vê a realidade tal como ela é, todos nós estamos sujeitos à influencia de Neptuno.
Muito resumida, a ilusão é um fenómeno, que nos faz ver em algo ou alguém não propriamente o que é, mas sim o que a nossa lente pessoal e percepção interna nos condiciona a ver.
Por exemplo:
Para uns sucesso é ter uma família para outros são bens materiais. Ou, para umas pessoas o mundo é um sítio perigoso e a maioria das pessoas são más. Para outras, o mundo é um sítio maravilhoso e a bondade da maioria das pessoas é a sua maior riqueza.
A realidade mostra que o mundo é que é. Bens materiais e família. Perigoso e maravilhoso, com pessoas boas e más e se olharmos mais profundamente, podemos até ver que todo o ser humano carrega em si o potencial de ser bom ou mau, dependendo da sua própria energia e história karmica pessoal o que não faz de ninguém bom ou mau. É a lente pessoal que irá ajustar-se e distorcer mais ou menos a realidade, de acordo com a sua energia individual e as suas expectativas de ver o que quer ver.
E por energia individual estou a falar de emoções, crenças, valores, princípios, consciência espiritual, condições externas, educação, etc.
Um dos muitos perigos da ilusão é ela fazer-nos ver ou esperar do exterior, o que gostaríamos de sentir no nosso interior. Por exemplo o estado de paixão frequentemente nos ilude, levando-nos a ver o outro como perfeito quando na realidade ele não é. Por essa mesma razão, ilusão e desilusão andam sempre de mão dada e são ambas nossa responsabilidade pessoal. Quando dizemos que o outro nos desiludiu, na verdade fomos nós que nos iludimos primeiro, e nos desiludimos depois de a realidade contrariar por factos, a nossa ilusão.
Esta “habilidade” que temos de nos iludirmos é comum a todos embora mais forte numas pessoas do que noutras, dependendo da energia de cada. É um fenómeno que nos vai acompanhar a vida toda e quanto mais conscientes estivermos das suas armadilhas, menos sofreremos na mão dele.
Se a ilusão é vermos o que gostaríamos e a desilusão é a realidade nua e crua, então quanto mais em paz estivermos com a realidade, menos iremos sofrer de desilusão.
- Mas como estar em paz com a realidade quando ela por vezes é tão violenta e difícil?
- Como me render a uma realidade que não é nada do que eu queria?
Estar em paz não significa estar passivo ou submisso a algo ou alguém. Aceitar significa render e descobrir as lições valiosas e aprendizagens enriquecedoras por trás de todas as situações e eventos que a própria vida vai preparando para nós.
Mais ou menos difíceis, todas as situações estão previstas no nosso programa de evolução pessoal e é através delas que iremos aprender, superar e evoluir rumo a patamares mais elevados de consciência e experiência. Tal como temos que seguir o programa escolar e passar os testes no fim de cada ano, assim é a vida com a nossas circunstancias. Infelizmente a maior parte, gasta a sua energia a lutar com a pessoas e circunstancias em vez de se focar nas lições que essas sim nos permitem a superação.
Uma das lições mais simples mas profundas que aprendi há muitos anos atrás, resume-se na frase:
"Nós não temos o que queremos,
temos o que precisamos."
Claro que temos o livre arbítrio para fazer diferente e mudar a nossa realidade, mas apenas dentro das nossas próprias condicionantes internas e da consciência e capacidade que temos de as mudar.
O despertar desta consciência de que a vida JÁ É o palco de evolução interior que precisamos.Se ainda estamos iludidos em busca da felicidade exterior, do casamento perfeito, do emprego fantástico, do dinheiro devido, do filho esperado, então a desilusão virá mostrar as lições que têm sido ignoradas na realidade tal como ela está. Se ainda nos prendemos a situações de “injustiça”, de nos vermos como vitimas das circunstancias, de culpar os outros das nossas dores, de julgarmos as situações exteriores como fontes de sofrimento, algures a responsabilidade irá tocar-nos à porta de forma a resgatarmos o poder e a responsabilidade sobre o estado da nossa vida.
Estes Reality Checks são inevitáveis, mas podem ser feitos por consciência antes de termos de os aprender pela difícil experiência. Não é raro serem desconfortáveis, mas são absolutamente libertadores quando aceitamos fazer o trabalho que propõem:
- Aceitarmos que fomos co-criadores dos nossos desafios
- Aprendermos a lições que escondem
- Transformarmos a energia que representam
- Responsabilizarmos por uma nova energia
- Usarmos o nosso livre arbítrio para criarmos a realidade desejada
Vera Luz
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