Depois
Há a angústia da solidão
O canto de pássaros
A incerteza dos amanhãs
O nó que afoga e não passa
A noite
Depois
Há as casas manchadas de sombras
Um punhado de lágrimas
Os lábios que se unem
Como asas de uma mesma flor
Os elos de um até já
Depois
Há a nostalgia da praia deserta
As rosas vermelhas esquecidas
As horas mortas e cansadas dos dias opacos
Depois
São as minhas lágrimas a quererem despertar
No silêncio do olhar
Sofrendo horas de carne e cinzas
Depois
São os meus poemas
De braços nus à chuva a quererem poisar em tua boca
Confiantes na noite onde mãos abandonadas
Colhem flores esquecidas nas tardes
Depois
Depois amor
É chegada a hora
da partida
da partida
Francisco Amaral Jorge
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