Robert Lukeman
O natal cristão
nos primeiros séculos (IV, V, VI, VII)
celebrava o nascimento do Novo Sol
As celebrações natalícias têm origem muito antes do nascimento de Jesus, estando associadas ao solstício de inverno, com práticas que visavam ajudar ao renascimento do sol, perante o receio do seu desaparecimento, sublinha o antropólogo Aurélio Lopes.
Especialista em religiosidade popular, Aurélio Lopes explica a colocação do nascimento de Jesus nesta altura do ano com a necessidade de fazer desaparecer as celebrações em honra de Mitra, o deus do sol na mitologia persa.
A celebração do Natal como a festa do nascimento de Jesus só surge depois do século IV, porque os cristãos “consideravam que o nascimento era apenas um artifício de consubstanciação para que a divindade adquirisse um corpo e pudesse depois sofrer e morrer pelos homens e mostrar-lhes o caminho da salvação”
O “verdadeiro nascimento era a ressurreição, como dizia Clemente de Alexandria”, frisa o antropólogo.
Ao tornar-se a religião dominante do Império Romano, o cristianismo tornou-se “exclusiva, não admitia outro culto”, o que levou a que adotasse práticas que visavam “ultrapassar e absorver os outros cultos”.
O culto de Mitra, que se comemorava por altura do solstício de inverno, “competia com o cristianismo” – o “natal de Mitra” era de 24 para 25 -, sendo uma das festas mais importantes do Império, realçou.
“Não há razão nenhuma para que o 25 de dezembro seja considerado como o de nascimento de Jesus, a não ser o facto de estar lá colocada uma divindade solar que se queria combater”, afirmou, salientando ainda as dúvidas quanto ao próprio ano do nascimento, que terá acontecido ou quatro anos antes (se de facto nasceu sob o reinado de Herodes) ou seis anos depois (quando ocorreu o recenseamento dos romanos aos judeus).
“De alguma forma, pode dizer-se que o cristianismo usurpou a festa pagã do sol, se apropriou dela”, disse, dando como exemplos os cânticos natalícios, que “começaram por ser cânticos em honra do sol, em honra de Mitra”, ou a tradição do madeiro de natal.
“Da celebração do nascimento do sol na terra” transformou-se “na fogueira para aquecer o menino”, realçou, apontando ainda a celebração, à meia-noite – “momento em que se atinge o declínio maior e se inicia o processo de ascensão” -, da missa do galo, sendo o galo “o arauto do sol”.
O natal cristão nos primeiros séculos (IV, V, VI, VII) “celebrava o nascimento do novo sol, Jesus Cristo”, sendo que o presépio “não existia ainda”, surgindo no século XII e atingindo o apogeu nos séculos XVII, XVIII, de que são exemplo “os célebres presépios de Machado de Castro”.
Outro exemplo das práticas ligadas ao sol é o do “chamado lume novo”, em que uma acha da fogueira de natal é levada para casa para acender a lareira, que nesse dia se apaga e limpa, apontando ainda Aurélio Lopes as designações atribuídas a Jesus, como “novo sol” ou “luz da vida”. O solstício de inverno, como acontecia também com o de verão, marcava “tempos de rutura”.
“Neste caso marcava o fim do ano, porque se assiste à morte do sol, se assiste à morte da natureza”, afirmou, realçando que as ritualizações míticas ajudam na “noção do tempo que acaba e volta a nascer”.
O caso das 12 passas que se comem no fim do ano insere-se neste ritual de preparação do tempo que aí vem, acreditando que “é propiciatório para os 12 meses” seguintes.
Aurélio Lopes referiu ainda o costume de colocar uma cadeira a mais na mesa da consoada e de “deixar a comida exposta durante a noite”, e também uma vela acesa “para alumiar as almas”, como resultado da crença de que, sendo um “tempo de passagem”, a “fronteira entre este e o outro mundo ficavam muito ténues e estabelecia-se como que um canal entre um e outro e os mortos podiam vir” e estar entre os vivos.
“Tem a ver com o acreditar-se que era um tempo de tal maneira especial que, no interregno entre o mundo que tinha acabado e o que ainda não tinha surgido, naquele hiato, tudo podia acontecer, de bem ou de mal, dependia das capacidades das pessoas para instrumentalizarem os diversos rituais”, disse.
Também a tradição da árvore de natal tem origem na simbologia de “renovação da vida”, salientando Aurélio Lopes que a sua vulgarização em Portugal só aconteceu em meados do século XX.
A necessidade de “simbologias claras e imediatas, vendáveis”, acabou por introduzir a imagem do Pai Natal, criada pela Coca-Cola a partir de um personagem do norte da Europa, em substituição do menino Jesus.
Se originalmente a oferenda de presentes seria à mãe, para alimentar e vestir a criança, passou depois a ofertas ao menino, deste às crianças, e, mais recentemente, a uma troca generalizada, que já “não tem nada a ver com o universo cristão”, numa “cedência completa à sociedade de consumo”, salientou.
De tal forma, que os sapatos ou as meias à lareira, onde em tempos couberam os presentes, se tornaram em meros elementos de decoração.
Agência Lusa
O 25 de dezembro é apenas uma data simbólica, adotada pela Igreja por volta do século 4. Na verdade, ninguém faz ideia de quando Jesus Cristo nasceu.
Cerca de 30% da humanidade – ou todos aqueles que são cristãos – comemora o nascimento de Jesus Cristo no Natal, dia 25 de dezembro. A verdade, no entanto, é que ninguém tem a mais vaga ideia de quando Cristo nasceu. É que, apesar da fama de profeta e Messias, ele veio ao mundo como um humilde camponês da Galileia, fato que não provocou muito alvoroço entre os letrados de seu tempo – únicas pessoas que seriam capazes de deixar registros históricos. O mais provável, segundo os estudiosos do tema, é que 25 de dezembro tenha sido a data escolhida para “aniversário” de Jesus por motivos simbólicos, não por corresponder ao dia de seu nascimento.
Uma das hipóteses com maior número de defensores entre os estudiosos do tema sugere que, em algum momento do século 4, a Igreja fixou a comemoração no dia 25 de dezembro com a intenção de suplantar o antigo – e muito popular – festival pagão do Sol Invicto, que ocorria mais ou menos na mesma época do ano e era pretexto para comilanças homéricas. A festa comemorava o solstício de inverno (dia mais curto do ano). No hemisfério Norte, ele normalmente ocorre por volta do dia 22 de dezembro (21 de julho no hemisfério Sul).
Mesmo naquela época, comemorar o solstício não era nenhuma novidade. Essa data sempre foi simbolicamente associada a nascimento e renascimento. Babilônios, persas, egípcios, gregos, romanos… Todos esses povos criaram suas próprias homenagens ao deus Sol. Nesse período ninguém trabalhava, ofereciam-se presentes e visitavam-se os amigos. “Para não entrar em conflito com essas tradições milenares, a Igreja decidiu fixar a celebração do nascimento de Jesus na mesma época do ano, fim de dezembro”, diz Gabriele Cornelli, professor de filosofia antiga da UnB.
Há quem tente encontrar pistas do verdadeiro “aniversário” de Cristo nos Evangelhos, já que eles reconstituem sua trajetória com base em tradições orais. No Evangelho de Lucas, por exemplo, lê-se a famosa história dos pastores que, enquanto vigiavam rebanhos ao relento, foram avisados por anjos sobre o nascimento do Menino Jesus. Como dezembro é uma época fria demais na região de Belém, principalmente para ficar pajeando ovelhas durante a noite, alguns especuladores apostam em uma data de clima mais ameno – primavera, talvez abril. Poucos estudiosos, no entanto, acreditam que esses textos sejam confiáveis do ponto de vista histórico.
Reinaldo José Lopes
As principais evidências que indicam que o dia 25 de dezembro é uma fraude, além de não existirem registros disso, se referem as temperaturas e mudanças climáticas que ocorrem nessa época do ano na região que é apontada como o local do nascimento.
Segundo a narrativa bíblica, quando Jesus estava prestes a nascer, César Augusto emitiu um decreto ordenando que todos os cidadãos retornassem a sua cidade de origem. O objetivo era realizar um censo, uma contagem das pessoas.
Para mais tarde atualizarem as taxas cobradas de impostos e o número de pessoas que estavam alistadas no exército.
Como nessa região o inverno é extremamente frio e ocorre com mais intensidade no final do ano. Historiadores acreditam que o imperador não obrigaria a população a viajar por semanas, em alguns casos até meses, durante o inverno palestino.
Outra evidência seria o fato dos três reis magos que foram avisados sobre o nascimento de Jesus, estarem naquele momento andando durante a noite com o seu rebanho ao ar livre. Coisa que jamais poderia acontecer em dezembro, época de frio, e que o rebanho ficava recluso em locais fechados.
A data de 25 de Dezembro foi escolhida pela igreja católica para contrapor um importante evento pagão. Realizado pelo povo de Roma no século 4.
Essa era a celebração do solstício de inverno. Assim seria muito mais fácil evangelizar esse povo que poderia substituir a sua festa e costume por outra celebração que aconteceria no mesmo dia.
Além disso o próprio solstício que acontece no hemisfério norte mais ou menos nessa data e que é o motivo da celebração sempre foi associado simbolicamente ao nascimento e renascimento. Por isso que a data casou tão bem com a proposta e a necessidade da igreja.
Que era a de materializar um dia do calendário para simbolizar o nascimento do seu messias.
O que nos leva a concluir que não existe uma estimativa que historicamente pode responder a essa intrigante questão. E a nossa única certeza, é que o dia 25 de dezembro, é uma data meramente simbólica e ilustrativa.
Beatriz Sales
O Sol caminha em Peixes ... dia 24 de fevereiro expressa através da Sabedoria das Idades um marco para a evolução humana ... por quê?
Existe uma possibilidade muito grande do Bodhisativa Jeoshua Ben Pandira (Cristo) ter nascido nesta data ... seu trabalho estava ligado a Era de Peixes e não Capricórnio como nos coloca a tradição que alimentamos (24/12) ... isso ocorre porque na época (aproximadamente 2000 AC) procuraram fazer correlações entre o Cristianismo emergente e as Saturnais (Saturnálias) romanas que iniciavam próximas a 24/12 com o solstício de inverno no norte ...
Tudo são possibilidades e não verdades absolutas ... com isto nossa reflexão pessoal converge com a data, mas não com o mês ... o que resulta o possível nascimento do Cristo na passagem de 24 para 25 de fevereiro sob os auspícios de Peixes e não Capricórnio (Saturno – Saturnálias) em dezembro ...
Então desejo para ti um Feliz Natal! ... longe ... mas muito longe dos comércios de dezembro ...
Uma Especialidade ainda mais sublime liga-se a esta data ... em sintonia com as Revelações do novo Ciclo deixadas pelo Professor Henrique José de Souza em 24/02/49 nasceram os Budas da Era Aquário (2 seres) nas Dimensões espirituais de nossa planeta ... associam-se a égide de Peixes para completar o Mistério ... na atualidade, jovens pelo fato de ficarem muito tempo em sono induzido nestes locais ... o que não gera envelhecimento ...
Devemos estudar muito para, assimilar ao menos uma parcela destes Mistérios que para a maioria da humanidade são ocultos e velados ... tudo tem seu tempo certo ...
Nilton Schutz
O Natal tal como é comemorado pelos
cristãos, católicos, protestantes e evangélicos
é hoje uma lenda
de acordo com os especialistas em estudos bíblicos.
Uma bela e adorável lenda
criada para que se cumprissem as profecias
segundo as quais
o Messias deveria ser da estirpe de Davi,
que tinha nascido em Belém.
O judeu Jesus que daria origem ao futuro cristianismo nasceu sem cantos de anjos, magos vindos do Oriente para adorá-lo, manjedoura e sem ser perseguido por Herodes. Não nasceu em 24 de dezembro, pelo simples fato de que em nenhum dos textos evangélicos se fala dessa data. Foi escolhida pela Igreja mais tarde porque os cristãos queriam comemorar a festividade de seu nascimento.
Foi decidido que era em 24 de dezembro porque era a grande festa de Roma, a festa ao deus Sol. A Igreja batizou como cristã a grande festividade pagã dos romanos.
Outro dos argumentos dos biblistas para defender que Jesus nasceu em Nazaré se refere ao fato de que os judeus eram chamados pelo nome do pai e pelo lugar de nascimento. Jesus deveria ser chamado de Jesus de José e Jesus de Belém, algo que não aparece em nenhum texto bíblico. Neles, em todos, é chamado simplesmente de Jesus de Nazaré.
Uma coisa é certa: ninguém sabe o que Jesus fez até os 30 anos, que é quando aparece em público.
Jesus era casado? Poucos teólogos e especialistas em questões bíblicas, tanto católicos como protestantes, duvidam disso atualmente. Era prática inconcebível a um judeu de seu tempo não ter família e descendência já que o judaísmo era transmitido de mãe para filho.
Esse motivo era tão forte que na Bíblia, aos patriarcas cujas esposas eram estéreis, Deus pedia que se deitassem com uma das escravas para dar-lhes descendência. Foi o caso, por exemplo, de Abraão casado com Sara que não podia procriar.
Com quem era casado? Sem dúvida com Madalena, que não era, como a Igreja afirmou durante séculos, uma prostituta e diabólica. Muito provavelmente era uma conhecedora da doutrina gnóstica, como aparece em alguns evangelhos da seita. Jesus confiava nela seus maiores segredos, algo que causava ciúmes em Pedro: “Por que a ela e não a nós?”, se pergunta em um dos evangelhos gnósticos.
Se ela não fosse sua mulher não teria sido a ela a quem apareceu no dia da ressurreição, antes mesmo que a sua mãe. Pedro ficou perplexo se perguntando por que não teria aparecido a eles, seus discípulos, já que além disso as mulheres não eram importantes e confiáveis naquele tempo. Nem mesmo como testemunha a um juiz. Esse fato sempre foi a grande dor de cabeça de Tomás de Aquino, doutor da Igreja, que morreu sem entender por que Jesus não apareceu a Pedro primeiro, que era o chefe do grupo de apóstolos, e o fez a uma mulher.
Meu amigo Jorge Perelló me escreve para me desejar Feliz Natal, que diz “existir somente aos rejeitados”, e acrescenta: “o resto é lenda, história e até superstição”.
É verdade, mas nesse caso todos nós cabemos no Natal, já que de uma maneira ou de outra todos somos de algum modo rejeitados por alguém, pobres de algo, solitários, exilados, às vezes de nós mesmos e ao mesmo tempo, procuramos essa paz que o mundo rejeita porque é mais fácil matar e mandar matar, do que amar e perdoar.
JUAN ARIAS
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