Ben Howe
Os homens são frequentemente "violentados" e acho que pouca gente põe o dedo na ferida.
São meros "danos colaterais" poderíamos dizer por vezes.
Desde muito cedo, é difícil a um homem, se não tiver o devido equilíbrio e educação, viver devidamente enquadrado:
- seja porque se pode tornar demasiado rebelde, estranho ou sensível;
- seja porque tem de defender esse bastião de masculinidade atroz que enverga na testosterona que lhe percorre o corpo (uns mais, outros menos);
- seja porque filtra melhor ou pior o "lixo arquetípico" que lhe vai passando corporeamente pelo cérebro
- seja porque tem que lidar com, claro está, variadas mulheres que, tal como ele, estão a aprender a viver.
Não se nasce apenas.
É preciso aprender a viver.
E é isto que muitas vezes nos esquecemos, e cobramos uns aos outros indiscriminadamente.
Se a mulher tem tarefas hercúleas, o homem não lhe fica atrás.
Há variadas razões políticas, económicas, sociais e religiosas que levaram à opressão das mulheres, mas o que eu assisto hoje em dia é a uma crescente e injustificada culpabilização do masculino em certos meios de forma, e sublinho "certos meios" (leiam com atenção), quanto a mim, injustificada.
A verdadeira razão tem a ver com uma distorção forte dos media e a uma intolerância relativa a ausência do contrabalançar das energias masculina e feminina, ambas complementares.
Homens e mulheres são diferentes (iguais perante a lei, sim).
Há quem continue a achar que não.
Que são iguais, que tem de haver um jogo de subjugação de parte a parte.
Nada mais erróneo.
Nos casos de violência - estes ocorrem de parte a parte - e lamentavelmente, no caso dos homens, esta pode exercida de forma muito mais requintada e manipuladora, dada a natureza da energia feminina, não menosprezando obviamente os casos de violência gravíssimos que ocorrem com as mulheres, mas disso todos falamos. Os homens sofrem em silêncio, muitos deles por vergonha e dada a sua compleição física - têm danos psicológicos insanáveis.
Mas a velha ideia de que um homem não sente, é um preconceito geral.
O homem sente, obviamente.
Pode não ter o período, não ter filhos, ter um cérebro que funcione de forma distinta, mas tem emoções e sentimentos, é humano na mesma. E há certas camadas que demonizaram o sexo masculino de forma chocante, baseadas em casos particulares num processo de vitimização que em nada abona a seu favor enquanto indivíduos, que merecem antes um maior auto-respeito e necessidade de um processo de crescimento interior.
Mas parece mal falar nisto.
Os homens não são perfeitos.
E as mulheres são?
Acho este um dos temas mais esquecidos, e que também me gostaria de debruçar nos meus estudos de Psicologia. É sobre este masculino que também sofre, e também está ferido e distorcido.
Um CERTO masculino.
Se este masculino ferido se encontrar com o feminino que se tem masculinizado e que precisa ser resgatado, então talvez haja esperança de alguma evolução.
Comecemos por nós próprios, pelo princípio...
Saravai Einstein
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