Ewa Cwikla
When weary with the long day's care,
And earthly change from pain to pain ,
And lost, and ready to despair,
Thy kind voice calls me back again:
Oh, my true friend! I am not lone,
While then canst speak with such a tone!
So hopeless is the world without;
The world within I doubly prize;
Thy world, where guile, and bate, and doubt,
And cold suspicion never rise;
Where thou, and 1, and Liberty,
Have undisputed sovereignty.
What matters it, that all around,
Danger, and guilt, and darkness lie,
lf but within our bosom's bound
We hold a bright, untroubled sky,
Warm with ten thousand mingled rays
Of suns that know no winter days?
Reason, indeed, may oft complain
For Nature's sad reality,
And tell the suffering heart, how vain
lts cherished dreams must always be;
And Truth may rudely trample down
The flowers of Fancy, newly-blown:
But, thou art ever there, to bring
The hovering vision back, and breathe
New glories o'er the blighted spring,
And call a lovelier Life from Death.
And whisper, with a voice divine,
Of real worlds, as bright as thine.
I trust no to thy phantom bliss,
Yet, still, in evening's quiet hour
With never-failing thankfullness,
I welcome thee, Benignant Power;
Sure solacer of human cares,
And sweeter hope, when hope despairs!
À IMAGINAÇÃO
Quando da labuta diária estou cansada,
E do terreno devir de dor em dor,
E perdida me sinto, quase desesperada,
Tua voz terna chama-me ao labor:
Ah, fiel amiga! Não estou só,
Enquanto puderes falar-me nessa voz!
Nada espero do mundo exterior;
O mundo interior, prezo-o a dobrar;
O teu mundo, onde dúvida, ódio, desamor
E fria suspeição jamais hão-de medrar;
Onde tu, e eu, e a Liberdade,
Temos incontestada e suprema autoridade.
Que importa, se à nossa volta
Paira o perigo, a culpa, o breu,
Se há em nossa alma à solta
Um radioso e sereno céu,
Aquecido por dez mil raios luminosos
De sóis que não conhecem dias invernosos?
Na verdade, pode queixar-se a Razão
Da triste realidade da própria Natureza,
E dizer ao amargurado coração
Que são vãos os sonhos que ela tanto preza;
E pode a Verdade espezinhar rudemente,
Da Fantasia, as flores imanescentes:
Mas, atenta, tu refreias sempre
Meus voos delirantes e, enquanto
Derramas novas glórias sobre a nefanda nascente,
Extrais da Morte uma Vida de maior encanto.
E com voz divina me falas, ciciante,
De mundos reais, como o teu tão fascinantes.
Não me rendo à tua fátua bênção;
Porém, no silêncio do entardecer,
Com indefecível gratidão,
Eu te acolho, Benigno Poder;
Consolo, se a vida nos exaspera,
Esperança mais doce, quando a esperança desespera!
EMILY BRONTË (ELLIS BELL)
in, POEMAS ESCOLHIDOS DAS IRMÃS BRONTË
tradução de ANA MARIA CHAVES
Sem comentários:
Enviar um comentário