A tua beleza é o cano de uma espingarda encostado à minha têmpora.
Como as tuas mãos folha-de-estanho me cegam, por isso te
toco - procurando saber onde estou.
Porém o teu corpo se dispara, e então eu sou a paisagem posta a um
canto para entrar a música. Sou um braço solto com a pulseira
em rotação, fita amarela nos cabelos da morte, madeira para o
lume da tua boca.
Debaixo dos holofotes da loucura, os anjos caem aturdidos. Assim
nós, carnais pelo excesso de luz , veia de pólvora que rebenta na
cabeça da solidão.
Beija-me, beija-me com o fogo das noites em branco.
Vasco Gato
Sem comentários:
Enviar um comentário