quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Que mulher somos hoje?
Qual a nossa realidade terrena enquanto mulheres, aqui e agora?
Isto é, sem considerar que enquanto seres humanos, metade da humanidade que somos, fomos reduzidas a uma mera função biológica e sexual ao serviço do Homem, aglutinadas pela própria linguagem que nos remete sempre para o plano secundário, sem grandes alternativas na vida que não sejam viver como mãe ou prostituta, digo, uma mulher que hoje em dia pode ser até considerada livre...
A Mulher Sozinha, como eu, sem qualquer apoio social, que acarreta com todo o peso da resistência da família patriarcal e machista e os agravos dos conceitos seculares sociais que sobre ela caiem.
Ou a Mulher Casada, com filhos, e sobrecarregada pela profissão e sem nenhum tempo para ela e sem sequer pensar em SER ela própria em momento algum...em luta apenas pela sobrevivência.
O que é que mudou na vida das mulheres modernas senão o stresse, a cosmética e as doenças de foro feminino...que até parece ser destino...?
Durante séculos para fugir a estas duas hipóteses a mulher, uma minoria aliás, pode ir para conventos...e dedicar-se então ao Senhor, casar com Jesus...fazendo votos de castidade e pobreza e obediência.
Portanto entre vender o corpo e o sexo e a sua negação,
ou ser mãe e cuidar do homem exclusivamente,
que outra hipótese tem hoje a mulher?
Tendo ainda em conta a mulher homossexual, vejamos o que a mulher enfrenta nesta história?
É ela livre de amar outra mulher ou que mulher ama ela?
Está a mulher homossexual fora desta sociedade, tem alternativa ou busca desesperadamente inserir-se reclamando do Sistema uma inclusão dentro do modelo patriarcal, sujeitando-se às mesmas normas de ser casada...ou afirmar a sua sexualidade/diferente?
Continuando portanto a viver apenas ao nível do seu ser sexual/biológico, ter filhos de duas mães...adoptar ou o quê?
Em que é que isso muda os pressupostos e lhe dá uma verdadeira dimensão do seu SER MULHER, uma integralidade de corpo/alma/espírito?
Diríamos que hoje a mulher é livre e diz-se emancipada, é tratada teoricamente como tal, e que portanto pode escolher a sua forma de vida, mas é isto verdade?
Ou é apenas uma ideia moderna que branqueia o passado da mulher e camufla a realidade presente e coloca a mulher apenas no nível mental das ideias livres...?
Em que ela apenas crê na sua liberdade, como antes acreditava em Deus, e depois é explorada psicologicamente e de todas as maneiras e feitios, e sofre em consequência de depressões pela contradição inerente a sua realidade interior em conflito, e a luta talvez inconsciente até entre o que sente e o que pensa?
Onde está a Mulher integral, a Mulher autêntica, a Mulher corpo sexo mente e psique, a Mulher Alma, a mulher em si, completa, a mulher instintiva e intuitiva, a mulher ctónica e a mulher cósmica?
A Mulher Iniciadora, a Mulher Deusa, a mulher Potência, a Mulher essência?
A Mulher Paixão, a Mulher Vulcão, a Mulher Lilith...
A Mulher inteira que não precisa nem de deuses...nem de homens, nem de mulheres, nem de filhos para SER EM SI.
- Essa sim é Mulher total, a Mulher que sei que É, a Mulher Deusa dos primórdios e a que voltará em breve vinda do Futuro e a mesma que iluminou o Passado perfeito...de antes da Queda, eu creio... Sim eu creio...totalmente nessa MULHER!
E não na ideia “new age”, divulgada e colada a mulher como:
“If we believe, "I'm a spirit, I'm among the spirits, I am from the Great Spirit, I have to merge in that Spirit," all problems shall be solved.”
- Yogi Bhajan
Sim, esta é a ideia e o exemplo de ideia que é divulgada por mulheres terapeutas e espirituais.
Pois eu reclamo a mulher-Mulher, a mulher que busca encontrar a sua essência mulher e não a sua essência divina, que eu não nego, como Ser Humano, mas trata-se agora de recuperar o seu SER mulher em si como divino, e não a divindade abstracta, que consiste em branquear a mulher ctónica e telúrica, através da religião ou do Yoga como fizeram e fazem ainda alguns mestres.
A mulher pode sempre seguir esta via, mas nunca será A Mulher integral nem a mulher essência...
Rosa Leonor Pedro
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