domingo, 15 de setembro de 2013
O dia em que abres os olhos
Chega um dia em que percebemos que não dá.
O dia em que abres os olhos!
Não há conversa, não há interesse, não há vontade de olhar na cara.
A sensação de algo estar fora do lugar.
De estar no Caminho errado.
Eu não sei jogar, não quero jogar.
A vontade vai desaparecendo devagarinho, fica só o lugar vazio, a encolher, a crescer em desilusão.
Chega aquele dia em que o que investimos, quer em dinheiro quer em trabalho, parece absurdo;
Não é, claro, mas parece.
Já nem sabemos bem o que nos levou lá.
Bem, eu sei, mas já não vejo.
Então, o caminho é para a frente.
Para longe, aumentando a distância.
Aceito que assim seja.
Já o aceitava antes de acontecer.
E então, chega o dia em que sabes que vais pôr o dedo na ferida, dizer palavras que vão detonar tudo o que foi feito até então.
E que vai tudo pelo ar, que vais deitar tudo a perder, que vais ter de começar tudo do zero.
E mesmo assim, tem de ser dito.
Porque sentes que nasceste para algo maior que isto.
A vantagem de viver, de andar por aqui, é saber que as coisas vão e vêm, e sempre vão e vêm, e hão-de continuar sempre a ir e a vir.
Não há nada que possamos fazer para o parar, para que não partam.
E depois, está certo, se as pessoas não querem ficar, então que se façam ao caminho.
A vida até é justa não é?
Vivo nesta esquizofrenia de aceitar, saber e aceitar de verdade, cá por dentro, que muitas coisas não ficam, mas querer, ainda assim, que fosse diferente.
Porque uma coisa é perceber o funcionamento do mundo, outra é achar que ele nos serve em todos os momentos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário