"A vida parece tão simples e clara, que ela é levada pelo desejo de ajudar toda a humanidade"
Amélie Poulain
Após o seu primeiro “pequeno grande evento” de ajuda a uma outra pessoa, ao entregar uma caixa perdida de objectos de infância do personagem Bretodeau, de 50 anos, Amélie Poulain começa a percorrer seu fabuloso destino e realiza esta cena do vídeo abaixo (1min), onde anda um quarteirão de Paris guiando um cego e descrevendo-lhe tudo o que vê e ouve, ajudando-o a definir tudo ao redor.
É uma das várias cenas inspiradoras do filme francês “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (2001), de Jean-Pierre Jeunet, e que lembra a máxima do Dalai Lama, que diz:
“se você quer que os outros sejam felizes, pratique compaixão, se você quer ser feliz, pratique a compaixão”.
Esse momento, e essa narração que nos informa que a personagem Amélie “de repente se sente em perfeita harmonia com si mesma“, é uma experiência extremamente valiosa e, poderíamos dizer, de grande luz espiritual.
Um momento onde a personagem resolve agir e depois sente os efeitos surpreendentemente benévolos da acção.
Ajudar um velhinho cego a atravessar a rua e a conhecer mais do seu redor parece uma boa acção clichê do mundo da bondade, mas neste trecho ele deixa de ser sermão para ser uma hipótese vivida, para ser realidade e inspiração — ainda que cinematográfica.
O filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" conta a história de Amélie, uma menina que cresceu isolada das outras crianças. Isto porque, seu pai achava que Amélie possuía uma anomalia no coração, já que este batia muito rápido durante os exames mensais que o pai fazia na menina. Na verdade, Amélie ficava nervosa com este raro contacto físico com o pai.
Por isso, e somente por isso, seu coração batia mais rápido que o normal.
Seus pais, então, privaram Amélie de frequentar a escola e ter contacto com outras crianças.
Sua mãe, que era professora, foi quem a alfabetizou até falecer quando Amélie ainda era menina. Sua infância solitária e a morte prematura de sua mãe influenciaram fortemente o desenvolvimento de Amélie e, a forma como ela se relacionava com as pessoas e com o mundo depois de adulta.
Após sua maioridade, mudou-se do subúrbio para o bairro parisiense de Montmartre onde começou a trabalhar como empregada de mesa.
Um dia, encontra na casa de banho do seu apartamento uma caixinha com brinquedos e figurinhas que pertenciam ao antigo morador do apartamento.
Decide procurá-lo e entregar o pertence ao seu dono, Dominique, anonimamente.
Ao notar que ele chora de alegria ao reaver o seu objecto, a rapariga fica impressionada e muda a sua visão do mundo.
A partir de então, Amélie empenha-se na realização de pequenos gestos a fim de ajudar e tornar mais felizes as pessoas ao seu redor.
Ela ganha aí um novo sentido para sua existência.
Numa destas pequenas grandes acções, ela encontra um homem por quem se apaixona à primeira vista.
E então seu destino muda para sempre...
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