O que é o Mito da Caverna?
O mito da caverna é uma alegoria criada por Platão para ilustrar a natureza da realidade e a busca pela verdade.
Na história, Platão descreve um grupo de pessoas que foram criadas e vivem em uma caverna desde o nascimento.
Todos estão acorrentados, com as cabeças viradas para a parede, sem poder mover-se ou ver a luz do sol.
O único mundo que conhecem é aquele que enxergam projetado na parede da caverna.
Ou seja, a única realidade que os habitantes da caverna vivenciam são as sombras dos objetos que passam em frente a uma fogueira.
Eles não têm conhecimento do mundo exterior e acreditam que a realidade é limitada ao que vêem na parede da caverna.
No entanto, quando um dos prisioneiros consegue se libertar e sair da caverna, ele descobre um mundo completamente diferente.
Primeiro seus olhos doem, até que ele se acostuma com a claridade.
Então, ele vê cores, formas e dimensões até então desconhecidas.
Gradualmente, ele percebe que a realidade que ele conhecia antes era apenas uma sombra da verdadeira realidade.
O Significado do Mito da Caverna de Platão
O mito da caverna simboliza a busca pela verdade e a libertação da ignorância e do engano.
Platão argumenta que a verdadeira realidade é eterna e imutável.
Por sua vez, a busca pela verdade deve ser a principal preocupação do filósofo.
A história também destaca a importância da educação e da reflexão crítica para a compreensão do mundo e da vida.
A Filosofia por trás do Mito da Caverna
O mito da caverna de Platão é uma alegoria que se tornou um dos textos mais conhecidos da filosofia ocidental.
Essa história ilustra:
- A natureza da realidade,
- A busca pela verdade,
- A relação entre o mundo sensível e o mundo das ideias,
- A educação e a política.
Platão acreditava que a realidade que percebemos pelos nossos sentidos é ilusória e passageira.
Para ele, a verdadeira realidade é eterna e imutável.
Na alegoria, as sombras que os prisioneiros veem na parede da caverna representam essa realidade ilusória.
Eles acreditam que essas sombras são a realidade porque não têm conhecimento de nada além delas.
No entanto, quando um dos prisioneiros é libertado e sai da caverna, ele descobre um mundo completamente diferente.
Esse mundo representa a verdadeira realidade, que é eterna e imutável.
O prisioneiro que sai da caverna é como um filósofo que busca a verdade e a sabedoria através da razão e do conhecimento.
Ele percebe que a realidade que os outros prisioneiros conhecem é apenas uma sombra da verdadeira realidade.
Percebe também que a busca pela verdade é a única maneira de alcançar a verdadeira felicidade e realização.
Mundo Sensível e Mundo das Ideias
Platão também usa essa alegoria para explicar a relação entre o mundo sensível (o mundo que percebemos pelos nossos sentidos) e o mundo das ideias (o mundo eterno e imutável das formas perfeitas).
Segundo ele, as coisas que percebemos pelo mundo sensível são apenas imitações das formas perfeitas no mundo das ideias.
Por exemplo, o objeto que vemos na realidade é apenas uma cópia imperfeita (a sombra projetada na parede) da ideia perfeita desse objeto no mundo das ideias (a forma da verdadeira realidade).
Como Fugir da Caverna?
Platão também usa o mito da caverna para discutir a importância da educação e da reflexão crítica para a compreensão do mundo e da vida.
Ele acredita que a educação é fundamental para libertar as pessoas da ignorância e do engano, permitindo-lhes buscar a verdade e alcançar a verdadeira felicidade.
Em resumo, o mito da caverna de Platão é uma alegoria complexa e multifacetada que ilustra a natureza da realidade, a busca pela verdade, a relação entre o mundo sensível e o mundo das ideias, a educação e a política.
Ele continua sendo uma das histórias mais conhecidas e influentes na filosofia ocidental.
Vivemos em Algo Parecido com o Mito da Caverna de Platão?
Algumas pessoas argumentam que sim, estamos vivendo em algo parecido com o mito da caverna de Platão.
Essa ideia é baseada no fato de que muitas vezes acreditamos em uma versão limitada ou distorcida da realidade.
Muitas pessoas vivem sem questionar ou buscar a verdade mais profunda das coisas.
Por exemplo, acredita-se que a tecnologia e as redes sociais, apesar de trazerem muitos benefícios, podem ser responsáveis por criar uma versão limitada da realidade.
Isso ocorre porque essas ferramentas nos expõem apenas a uma determinada visão do mundo.
Essa visão de mundo, por sua vez, pode ser filtrada e apresentar os conteúdos parciais, e favorecer determinada narrativa.
Isso pode levar a uma perspectiva limitada da realidade, criando um mundo de "sombras”.
in, Cadernos Filosóficos
O mito da caverna é uma alegoria muito famosa, feita pelo filósofo Platão (através da voz de Sócrates). Ela fala muito sobre nossa capacidade de nos livrarmos dos grilhões da ignorância e conseguirmos alcançar a luz da Verdade.
Existem diversas perspectivas que podem ser retiradas da metáfora criada por essa parábola, muito exploradas por pensadores ao longo da história da cultura ocidental, influenciando livros, filmes e outras obras de arte.
Pensando nisso, vamos mostrar como é esse tal mito da caverna e como utilizá-lo na prática:
O mito da caverna
Tem como premissa a ampliação constante dos campos mentais e a disposição para o olhar profundo sobre a vida.
Para que isso aconteça, precisamos nos livrar das prisões mentais que nos colocamos, sair da estagnação e focar no que realmente interessa em nossas vidas.
Antes de mais nada, vejamos o que nos diz Platão, através da boca de Sócrates:
A caverna
Imaginemos que alguns homens vivam numa caverna, cuja entrada se abre para toda a sua largura, com um amplo saguão de acesso.
Eles são prisioneiros na caverna, com as pernas e o pescoço amarrados de tal modo que eles não conseguem mudar de posição. Lá, eles podem apenas enxergar a parede do fundo da caverna.
Agora, bem em frente da entrada da caverna, existe um pequeno muro, da altura de um homem. Atrás dele, outras pessoas vêm e vão, carregando estátuas que representam formas variadas, em madeira e pedra.
Finalmente, percebe-se que o sol do lado de fora ilumina as paredes do salão, passando pro cima do muro da entrada. Além disso, a caverna é tão profunda que produz ecos, que reverberam as vozes dos homens que passam pela entrada da caverna.
Nesse cenário, os prisioneiros enxergam apenas as projeções dos homens e suas estátuas, assim como escutam suas vozes. Nada de incomum, certo?
Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditam que aquelas sombras eram cópias imperfeitas de objetos reais, representando a única realidade. Além disso, o eco das vozes era o som real das vozes emitidas pelas sombras, ressoando pelas paredes da caverna.
O gosto da liberdade
Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem.
Com muita dificuldade e sentindo-se frequentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão com a qual se deparava.
Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se sobre o muro. E após formular inúmeras hipóteses, compreenderia que elas possuem mais detalhes e são mais belas que as sombras que antes via na caverna – que agora lhe parecem algo irreal ou limitado.
Digamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente, ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz. Depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas. E, por último, veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas.
Compreenderia, então, que essas e somente essas coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas.
Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do jugo da ignorância e das correntes que os prendiam. Mas, quando volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras.
E, então, eles o desprezariam…
Resumindo o Mito da Caverna
Como você pode perceber, qualquer semelhança com a vida dos grandes gênios e reformadores de todas as áreas da humanidade não é mera coincidência.
O mito da caverna é uma alegoria complexa, mas na qual podemos identificar nossa própria condição de prisioneiros de nossas convicções.
Por isso, o trabalho de transformação interna deve ser libertador, identificando crenças, preconceitos e outros fatores que impedem o nosso desenvolvimento.
Ela pode ser dolorosa e deixá-lo num caminho sem volta. Mas vai valer a pena.
Marcos Wunderlich
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