sexta-feira, 28 de julho de 2023

"Se os conselhos fossem bons, não se davam, vendiam-se."

 





Todos temos conselhos para os outros sempre prontos na ponta de língua, certo?

A intenção é boa, a vontade de ajudar também na maioria dos casos, mas  
Como podemos dar soluções a algo que provavelmente nunca vivemos, não conhecemos, não sentimos da mesma maneira ou simplesmente não faz sentido à nossa história pessoal?

Por exemplo, 
perante uma relação tóxica e cheia de problemas, 
para uma pessoa a sua proposta implica ouvir e fazer-se ouvir, ganhar segurança, coragem e autoridade perante o outro, conquistar o respeito de ser fiel a si mesmo, aprender a harmonizar e a encontrar equilíbrio a dois. 

Mas para a outra, 
a sua proposta pessoal implica libertar o apego, transformar o medo de agir em coragem e conquistar a sua independência e autonomia. E de acordo com a proposta de cada uma, ambas estão certas. O problema é quando não sabemos a nossa proposta e corremos o risco de seguirmos o conselho errado para nós.

Lembremos então que cada um está no seu processo pessoal.

- O outro tem uma história diferente da minha
- O outro tem um mapa astrológico diferente do meu
- A proposta de evolução do outro nada tem a ver com a minha
- O estágio de aprendizagem do outro é diferente do meu
- Os processos Karmicos do outro são-me desconhecidos
- O outro não tem o meu passado e por isso não vê, não sente o que eu vejo e sinto.
- O outro pode contar o que ele fez em situações idênticas mas com a consciência de que nunca foram iguais.
- O conselho do outro pode sem querer, ser contrário à nossa proposta e estar a prender-nos ao passado.
- Assim como o conselho pode ser já uma mão amiga que nos vem ajudar a entrar numa nova energia.
- Só nós podemos distinguir umas das outras!

Para haver integridade, humildade pessoal e respeito pelo outro, é importante 
passarmos apenas a nossa experiência pessoal com a consciência de que a verdade não é absoluta e que o que nos serve a nós pode não servir o outro, ou caímos no papel do moralista que dita conselhos e verdades que não pratica.

Quando estamos no lugar de quem ouve o conselho é essencial 
ouvir e filtrar, usar a experiência do outro para abrir espaço a possibilidades dentro de nós mas, colocar na fórmula algo que o outro não tem: 
a nossa intuição, o nosso sentir, o nosso coração.


E como os conselhos são de borla, deixo aqui dois:

  1. Quando fores aconselhar alguém, pergunta-te se praticas o que pregas. 
  2. Quando alguém te aconselhar, olha para a vida e energia dessa pessoa e vê se confere com o conselho que te deu.


Vera Luz




Sem comentários:

Enviar um comentário