segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

XLVI


Serhat Demiroglu





Nem com grinaldas de rosas desejo sujeitar-te. De teu não 
quero nada que não brote por impulso próprio, como a água
das nascentes.

Não te tocarei com um dedo que seja; é-me grato receber-te
como um dom, não como fruto de fadigas.

Se tiver de descer às entranhas da tua terra para buscar o diamante
que sonhei, guarda tu o diamante, pois não o troco pelos
meus sonhos.

De sonhos repetidos pude viver até agora; de diamante tibiamente
oferecido, nem um dia poderia viver.


Dulce María Loynaz





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