sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Karma



Existem três tipos de karma:

1) o karma que já foi criado e se manifesta nesta existência, chamado prarabdha karma;

2) o karma que está ‘amadurecendo’, como uma semente germinando, ou seja, que ainda não se manifestou, chamado sañchita karma (ou reservatório kármico, se você quiser) e

3) o karma que estamos criando neste momento presente, chamado kriyāmana karma.


Estes três tipos de karma se explicam na tradição do Yoga com o exemplo do arqueiro:

1) ele pega uma flecha da aljava,
2) mira um pássaro, enquanto tensiona o arco e
3) solta a flecha.

Imediatamente se arrepende, mas já é tarde e não pode voltar atrás: o pássaro morre. Este é o prarabdha karma.

As flechas na aljava do arqueiro são seu sañchita karma ou reservatório kârmico: ele pode escolher se irá tirar uma flecha da aljava ou não, e em que direcção irá aponta-la.

A flecha que ele segura no arco, pronta para ser disparada, é o kriyāmana karma ou karma actual.

Com o sañchita e o kriyāmana karma podemos exercer o livre arbítrio. Podemos, como diz Patañjali, evitar o sofrimento que ainda não apareceu.

Em relação ao karma que já se colocou em movimento, prarabdha, embora seja inexorável, se podem mitigar seus efeitos através de práticas de meditação e mentalização, ou de tarefas que coloquem o foco da pessoa fora do seu ego, como a acção social ou o trabalho pelo bem comum.

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