quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Raiva





Todos sentimos vez ou outra.

Há as raivas lícitas e boas, como por exemplo quando sentimos raiva ao ver um adulto espancar uma criança.
Nesses casos, sentir raiva é ter acesso a uma poderosa energia que deve ser utilizada para a transformação da situação que a provocou.

Existe, no entanto, a raiva que brota a partir de nossas distorções. Raiva que vem quando as coisas não acontecem como a gente quer, ou quando revisitamos uma ferida emocional.

Entenda...
TODAS as pessoas sentem isso de vez em quando, principalmente nos relacionamentos.
Então imagine...
O outro fez algo e lá vem a raiva, fumegante como um dragão, emergindo de dentro de você.
- O que fazer???
O que muitos fazem, na sua inconsciência, é DAR PASSAGEM à raiva e despejá-la sobre o outro, com consequências devastadoras.
Ouça.
Não importa o que o outro tenha feito, aquela raiva é sua!
Exceto nos casos em que a raiva seja necessária para sua proteção, ela deve ser vencida em seu íntimo.
Despejá-la sobre o outro seria como jogar sobre o outro o seu lixo.

Outros tentam lidar com a raiva REPRIMINDO-A. Mas essa energia é muito poderosa e não pode ser contida. Raiva reprimida se transforma em atitudes inconscientes de agressão ao outro: ironia, irritação constante por qualquer atitude, atitudes vingativas, afastamento gélido, etc.
Ou seja, continuamos jogando o lixo sobre o outro, só que agora de forma disfarçada.

A maneira mais equilibrada de evitar os extremos (jogar raiva sobre o outro X reprimi-la) seria REVELAR a raiva ao outro.
Expressar o que se está sentindo SEM A DESCARGA EMOCIONAL.
Mostrar ao outro essa emoção, sabendo que não compete ao outro resolvê-la, é uma forma de lhe darmos um fluxo saudável e não destrutivo. 

Expor a raiva é um ato de extrema vulnerabilidade, confiança e coragem.

"Independentemente da reação do outro", quando fazemos isso, limpamos nosso campo emocional, o que abre espaço para sentimentos de auto valorização e amor próprio.
Assumimos nossa humanidade com humildade, sem permitir que se torne destrutiva.
"A evolução trata-se sempre de algo que acontece no encontro de nós com nós mesmos."



Patricia Gebrim




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