(...) "O Espanhol é um «bárbaro», mas assume a barbaridade.
Nós somos uns campónios com a obsessão de parecermos civilizados.
O Francês é um ser artificioso, mas que vive dentro do artifício.
O Alemão é uma broca ou um parafuso, mas que tem o feitio de uma broca ou de um parafuso.
O Italiano é um histérico, mas que se investe da sua condição no parlapatar barato, na gritaria.
O Inglês é um sujeito grave de coco, mas que assume a gravidade e o ridículo que vier nela.
Nós somos sobretudo ridículos porque o não queremos parecer.
A politiqueirada portuguesa é uma gentalha execranda, parlapatona, intriguista, charlatã, exibicionista, fanfarrona, de um empertigamento patarreco — e tocante de candura. Deus.
É pois isto a democracia?"
Vergílio Ferreira
in, "Conta-Corrente 2"
Sem comentários:
Enviar um comentário