quinta-feira, 18 de novembro de 2021

UM PRANTO SURDO

 




O som dos verdes rastros está na chuva

Chega até nós desde a estrada

Almas sedentas e saias empoeiradas chegaram do deserto

Seu hálito ardente e a miragem-fundida

De suas bocas secas e cobertas de pó

Nos chegam, agora, desde a estrada

Seus corpos atormentados, meninas criadas na dor

A alegria longe de seus rostos

Corações velhos e repletos de rachaduras

Não surgem sorrisos nos oceanos inóspitos de seus lábios

Nem uma lágrima brota do seco canal de seus olhos

Oh, Deus!

Poderia ignorar se seus gritos surdos que saltaram do céu,

Alcançam as nuvens?

O som dos verdes rastros permanece na chuva



                                                                Nadia Anjuman






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