quarta-feira, 30 de setembro de 2020

DESEJO – ESCOLHA – INTENÇÃO - MUDANÇA

 





“Quando se introduz a palavra “Escolha”, 
ao escolher conscientemente um de vários eventos possíveis, 
o verdadeiro acontecimento da experiência surge. 
E assim, 
pela primeira vez, 
a ciência encontra-se com o livre arbítrio.”

Amit Goswami

 

 

O Desejo tem má reputação na Espiritualidade.

Faz parecer que se não desejarmos nada chegaremos à Iluminação.
A segunda das quatro Nobres Verdades de Buda é:

 

A Origem do sofrimento é a ligação às coisas passageiras e a ignorância que daí provém. As coisas passageiras não incluem apenas os objectos físicos que nos rodeiam, mas também ideias, num sentido mais lato, tudo objectos da percepção. A ignorância é a falta de compreensão  de como a nossa Mente está ligada a coisas impermanentes. As razões para o sofrimento são o Desejo, Paixão, Ardor, procura de Riquezas e Prestígio, busca por Fama e Popularidade. Resumindo: Anseio  e Dependência.

 

Isto até parece que todas essas coisas são o inimigo, a lista dos culpados.

Os seguidores do Budismo tentam suprimir estas emoções das suas mentes, e ter uma vida sem desejo e sem paixão. Contudo, Anseio e Dependência dão uma pista para o verdadeiro culpado do sofrimento:

Não é o Desejo, mas sim 

a LIGAÇÃO ao Desejo.


O sábio indiano Ramakrishna disse em relação às Emoções:

 “O fumo ainda sobe, mas, 

ao iluminado, 
não se cola às paredes.”

 

Em todos estes ensinamentos, 

não é a emoção, mas a Ligação (a dependência) à Emoção, que origina todo o sofrimento e dor na vida.

E é aqui, na Dependência das emoções, que a Espiritualidade se cruza com a ciência.

Segundo o Budismo, é esta Ligação a essas emoções que nos mantém presos na Roda da Vida, Morte, Renascimento, em vidas sucessivas.

 

DESEJO E PAIXÃO – AMIGO OU INIMIGO?

O desejo e a paixão alimentam a Evolução e a Mudança.

 

“Temos de ter vontade e paixão para sair dos limites da nossa zona de conforto”

Joe Dispenza

 

É a rotulação do Desejo como mau que o envia para a cave da repressão.

As pessoas sentem-se culpadas, criticadas, por afirmarem frontalmente que desejam. E por isso, mascaram os seus desejos por algo que não seja criticado mas sim louvado.

Por exemplo: Um político que se candidata a chefe de governo, dizer que o faz para ajudar o país e os cidadãos, quando na verdade deseja poder, prestígio, fama e reconhecimento. Ou talvez queira poder para encobrir um sentimento de insegurança e indignidade.

Neste caso, obter poder não irá resolver nada.

Se o verdadeiro desejo é revestir-se  de um outro, politicamente correcto, ou se um desejo tem um outro subjacente, isso significa que estão a ser activadas duas redes de neurónios. 

A mente fica dividida e isso não funciona com a Intenção.

Em qual dos dois deveremos carregar no botão “Iniciar”?

 

“O Desejo é um mecanismo para eu me examinar e reflectir a minha compreensão sobre a realidade para a experiência. Através de qualquer desejo que eu tenha, posso examinar o porquê de ter esse desejo. Faço perguntas como:

O que é que realizar este desejo me vai trazer em termos de Realização?
Será por causa de uma Dependência Emocional?
Será que alcançar este desejo me irá trazer uma nova experiência?
Estarei a repetir uma experiência?
Quando posso examinar os meus desejos desta forma, consigo ver porque os tenho, e isso ajuda-me a clarificar a minha Intenção.
Se o meu desejo é de poder, e eu reconheço que quero sentir poder sob uma nova perspectiva,  e reconheço porque quero ter essa experiência, então posso ter essa experiência e seguir em frente, porque sei verdadeiramente o que quero e porquê.
A clareza e a honestidade tornam a experiência em algo da qual posso retirar conhecimento.”

Betsy Chasse

 

 

ESCOLHA

Alguém tem de escolher. E quem escolhe?

Duas Entidades:

- A personalidade

- O EU transcendente

 

Esta forma de organizar os seus dois EUS traz ao de cima a velha separação Ego/Deus, Matéria/Espírito.

Sabemos que se for a personalidade, a escolha provém das redes preexistentes, ou seja, experiências e emoções passadas e as dependências daí provenientes. Neste caso, o botão “Iniciar” será mais “Repetir”. Esta escolha provém de uma decisão inconsciente e automática.

O verdadeiro botão “Iniciar” provém do lado Espiritual.

Aqui, a escolha é motivada pelo passado, mas o desconhecido passa a ser conhecido e há Evolução.

 

Dos Desejos que me vão surgindo, como posso saber quais são provenientes do Ego, e quais são provenientes da Alma?

Os que provêm da alma são por vezes estranhos, invulgares, aparentemente impossíveis, loucos, esquisitos, quando comparados com as nossas rotinas normais.

É frequente aquela voz que vem do nosso lado transcendente, esse desejo louco por sabedoria, que opera uma transformação que ninguém poderia adivinhar.

É por isso que é tão importante não julgar os Desejos, mas sim observar cuidadosamente os desejos antes de escolher.

 

E Eis a Escolha:

O livre arbítrio reside no nosso lóbulo frontal , e podemos treinar-nos para fazer escolhas mais inteligentes e ter consciência das escolhas que fazemos. Podemos encher o nosso córtex frontal ao fazer Yoga e Meditação, por exemplo.

Mas, que Personalidade/Ego ou Transcendente/Espírito é que faz a Escolha?

Neurologicamente, a escolha provém de uma rede existente ou vem do córtex frontal.

Podemos escolher algo novo, ou algo mecânico baseado em algo preexistente.

Em que mundo tu vives?

No universo vivo, orgânico, e interligado. Ou,
No Mundo dividido do soldadinho mecânico?
A ESCOLHA É TUA.

 

 

INTENÇÃO

Do outro lado da Escolha, está a Acção!

A capacidade de concentrar a intenção pode ser trabalhada e desenvolvida.
Trata-se de criar a realidade.

Mas antes, temos de saber o porquê de estarmos a criar o que somos, a partir de que níveis, e como tornar estas criações mais conscientes e poderosas.

O lóbulo frontal é a área do cérebro responsável pela intenção firme, pela tomada de decisões, pela regulação do comportamento, pela inspiração. E à medida que desenvolvemos essa capacidade enquanto Seres Humanos, fazemos outras escolhas que irão afectar o nosso potencial e a nossa evolução. Isto é o que nos distingue das outras espécies.

A única coisa constante é a mudança!

Como diz no I Ching.

 

E é por isto que o desejo é necessário, e nem sempre é mau.

É por isto que se tem de fazer a escolha responsável e alinhá-la com a intenção..
Para trazer para a realidade saúde, riqueza, plenitude.

Quando não se consegue atingir tudo isto, é meramente por falta de concentração.

A mente vagueia por tudo quanto é lado, durante muito tempo, e estamos apenas sintonizados com as vibrações do mundo material.

Para a intenção funcionar, tem de ser concentrada, sem distrações do mundo material.

 

“A maior parte das pessoas para porque procura resultados após um pequeno esforço, e quando não vêem resultados, ignoram imediatamente a possibilidade.

E no entanto, do outro lado disso, para lá do ponto onde param, ainda está o potencial.
Somos seres humanos preguiçosos. Vivemos num mundo de conveniências, e se não tivermos imediatamente  o que queremos, ficamos impacientes.”

Joe Dispenza

 

 

Mas, não podemos culpar o mundo pela nossa falta de concentração.

Isso é mentalidade de vítima.
Se quisermos ser bons a praticar a Intenção, temos de desejar ser bons, e fazer a escolha de a desenvolver.
Ao escolher uma experiência, crio a minha própria realidade!

Desejar, desejar, desejar -  concentrar-se, concentrar-se, concentrar-se!

Só assim a magia acontece.

 

 

MUDANÇA OBSERVÁVEL

Se nunca se aventurar em caminhos desconhecidos, a mudança nunca irá acontecer.

O mundo subatómico responde à nossa observação, mas uma pessoa comum perde a concentração ao fim de 6 a 10 segundos.

Como se ultrapassa isto?
Com a Quântica – do minúsculo ao humano:

Como podem as coisas grandes responder 

a quem nem sequer tem a capacidade de se concentrar?

 

O Dr joe dispensa diz que somos maus observadores, que não dominamos a arte de observar, que estamos tão viciados no mundo exterior e nos seus estímulos/respostas que o nosso cérebro começou a trabalhar por resposta em vez de por criação.

Deveríamos começar a ver feedback mensurável nas nossas vidas.

Se fizermos o esforço de nos sentarmos e projectarmos uma nova vida, e fizermos disso a coisa mais importante, e investirmos tempo todos os dias a alimentá-la, como um jardineiro alimenta uma semente, iremos produzir frutos.

Ao início pode levar algum tempo, a desenvolver a arte de controlar a mente, na direcção do que precisa ser feito.

Sentar-nos todos os dias e dar graças por estarmos aqui, vivos, pela vida que temos. E observar com sinceridade pura, para podermos desenhar um novo futuro possível para nós. Se o fizermos bem, e observarmos convenientemente, as oportunidades deverão começar a aparecer nas nossas vidas – não iguais ao que prevemos, mas fora da nossa previsão.


Tem de estar fora da nossa previsão porque, 

só assim sabemos que proveio de uma mente maior. 
Se for igual à nossa previsão, 
então estamos a criar mais do mesmo.

Como podemos criar um mundo novo se conseguirmos prever o resultado?

Só se o que surgir for diferente da nossa previsão 

é que estaremos a ter feedback do Universo.

A física quântica funciona com as coisas minúsculas.

Tudo começa com o pensamento e o sonho!
E depois é aplicar isso à sua vida pessoal.

Não é que o Campo Quântico não responda, temos é de elevar o nosso nível de vontade e de sinceridade. E quando isso acontece, vemos resultados mensuráveis nas nossas vidas.

Para mudar, fazemos intenção de mudar.

A intenção é o resultado de uma decisão de mudar.
E essa decisão surge de um desejo de mudança.

É preciso querer mudar. Desejar mudar!

 

O mundo material, o mundo da matéria, é mecânico como um relógio e resiste á mudança.

O mundo invisível do espírito avança.
A escolha é: em que mundo quer viver?
Como integrar toda esta informação na minha vida de forma a fazer uma verdadeira mudança?
Como passar da filosofia para a experiência?

 

As dependências emocionais estão ligadas desde o início de tudo.

Eu crio a minha realidade segundo o meu mundo emocional, e essa realidade é criada por mim porque o meu corpo tornou-se dependente das mesmas experiências/emoções/químicos endógenos. Essas experiências estão ligadas ao meu cérebro através de experiências do passado, dados antigos arquivados no meu cérebro.

 

Então,

Como é que eu passo do meu estado de dependência emocional, para um estado mais elevado? 

Para um EU mais elevado, e criar novas emoções a partir daí?

O que é “possuir” uma emoção?

Significa que essa emoção já não tem poder sobre mim.

Já não tem poder sobre as minhas escolhas.

EU escolho o meu Estado Emocional!
Não é ele que me escolhe a mim.
Quando passo a “possuir” a emoção, não quer dizer que ela não surja novamente.
Quando surge, não entro em pânico a tentar reprimi-la.
Não a deixo destruir o meu sistema.
Eu apenas OBSERVO.
E passo a ter consciência da sua existência.
Reconheço-a, sem me julgar e sem me culpar por tê-la dentro de mim.

Identificar, por escrito (ex: diário, etc…), cada emoção, e os eventos aos quais estão ligadas, e as Dependências Emocionais que estão por trás desses eventos.

Perguntar a mim mesma:

  • Preciso mesmo disto?
  • Faz bem a quem/a quê?
  • Vai resolver o problema?
  • Vejo isto como um problema?
  • Vai fazer-me evoluir?

Responder a estas questões permite-nos ter tempo de observação de qualidade. E cria espaço para escolher o nosso estado emocional para esse evento em questão, afectando a nossa realidade de forma a irmos em frente.

 

Existem várias camadas de dependência emocional.

A ira é um subproduto do ressentimento.

Que é um subproduto do fracasso.

Que é um subproduto da vitimização,

Etc…

Reconstruir-me a partir do meu interior.

E não sentir que o exterior é que me constrói a mim.

 

Observar com calma, o meu meio ambiente, a minha realidade:

Pessoas, locais, coisas, tempos, eventos, saúde e doenças, etc…

Ao observar tudo isto com Verdade, posso ver como as minhas dependências emocionais criaram a minha realidade. E posso ver também como elas continuam a manipular-me e a criar situações idênticas de formas sucessivas.

 

E por fim, tirar tempo todos os dias para sentar e criar a minha realidade conscientemente.

Não dizer: “quero um milhão de euros “ porque isso é mais uma dependência emocional.

Mas sim: CONCENTRAR-ME na abundância e acreditar que a pureza da minha intenção me irá trazer a abundância sob uma forma que me fará evoluir.

Porque é apenas disso que se trata! EVOLUIR!

Evoluir para um nível mais elevado de consciência.

O que significa que, tenho emoções e experiências que preciso de ter, que são necessárias para a minha evolução, e depois “possuo-as”.

E assim passo a fazer escolhas diferentes, que me trarão experiências diferentes, e me farão sentir emoções diferentes…tudo isto me levará por um caminho maior.

 

  • O que deseja e espera que se torne realidade?
  • Por que o deseja?
  • De onde vem esse desejo?
  • Em que é que cumprir esse desejo o satisfaz?
  • A sua realidade mudaria se concretizasse esse desejo?
  • O seu paradigma mudaria?
  • Está disposto a abdicar de tudo no seu paradigma actual, para concretizar esse desejo?
  • Tem de o fazer?

  

 

in, Afinal O Que Sabemos Nós?






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