quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Anda, vem!






Anda vem... porque te negas,
Carne morena, toda perfume?
Porque te calas,
Porque esmoreces,
Boca vermelha - rosa de lume?


Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos num beijo.


Dá-me o infinito gozo
De contigo adormecer
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, meu amor!


E ouve, mancebo alado:
Não entristeças, não penses, 
 - Sê contente, 
 Porque nem todo o prazer 
 Tem pecado...


Anda, vem!... Dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos...

Tenho saudades da vida!

Tenho sede dos teus beijos!



ANTÓNIO BOTTO






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