sexta-feira, 4 de novembro de 2022

A Doutrina Sagrada






Raças-raiz, 
segundo a Teosofia, 
são as raças 
que evoluem numa ronda de um Globo. 
Para a Teosofia, 
em cada ronda 
evoluem sete raças-raiz, e 
cada raça-raiz 
produz sete sub-raças, 
que são ramos derivados da raça-raiz.


Cadeia planetária é a expressão usada na Teosofia para designar o ciclo de evolução de um corpo cósmico (estrela, planeta, cometa, etc.). 

Ela é composta de doze Globos 
distribuidos por sete planos, 
sete Globos em planos manifestados e 
cinco Globos em planos não manifestados.


Os três planos que permanecem não manifestados são chamados de Rupa-Dathu
e os quatro manifestados são chamados de Kama-Dathu.

A evolução na cadeia planetária se processa desde o primeiro Globo (Globo A), mais etéreo, descendo até o quarto Globo (Globo D), o mais denso de todos, e daí subindo até o sétimo (Globo G), novamente etéreo.

Importante observar que os Globos localizados num plano acima não podem ser percebidos pelos que estão abaixo. Assim, no Globo D da Terra (que é o Globo em que evoluimos atualmente) só se pode perceber o Globo D da Lua. 
Já, por exemplo, no Globo A se pode perceber todos os Globos, inclusive o Globo G.

A evolução da cadeia planetária é composta por períodos chamados de Rondas
Quando um Globo passa por sete Raças-Raiz diz-se que ocorreu uma Ronda de Globo.  
Quando a evolução passa por todos os Sete Globos (ou doze se incluirmos os Globos localizados em planos não manifestados) de uma cadeia planetária, diz-se que ocorreu uma Ronda Planetária. 

Segundo Blavatsky, sete Rondas planetárias formam um Kalpa (ou Manvantara).





Na atual ronda terrestre já se desenvolveram as seguintes 
cinco raças-raiz no nosso Globo:

  1. "Nascidos por Si Mesmos" ou "Sem Mente" - Esta raça teria aparecido há 300 milhões de anos e vivido num continente que Blavatsky chamou de "A Ilha Sagrada e Imperecível". Os homens desta raça (se é que podem ser chamados de "homens") eram imensos e não possuíam nem corpo físico (eram seres etéreos), nem mente. A reprodução ocorria por cissiparidade (algo semelhante ao que ocorre com as amebas). Como esta raça não era mortal, ela não desapareceu, apenas se converteu na próxima, os "Nascidos do Suor";
  2. "Nascidos do Suor" ou "Sem Ossos" - Eles teriam vivido num continente chamado "Hiperbóreo". Nesta raça apareceu um rudimento de mente, no entanto, ainda não havia uma ponte entre espírito e matéria para a mentalidade. Ao final do seu período de evolução esta raça converteu-se na seguinte, a "Nascidos do Ovo". As duas primeiras raças são chamadas de raças semidivinas;
  3. "Nascidos do Ovo" ou "lemuriana" - Teriam vivido num continente chamado "Lemúria". Esta raça era inicialmente hermafrodita, reproduziam-se por meio de um ovo que se desprendia do corpo. Esta raça passou por grandes transformações durante o seu período evolutivo. No final do seu período, o homem tornou-se mortal, consolidando-se o corpo físico e a reprodução sexuada como se conhece hoje. Esta raça desapareceu, convertendo-se na raça atlante;
  4. "Atlante" - Estes teriam sido os gigantes que viveram há 18 milhões de anos, num continente chamado "Atlântida". Seriam os primeiros que podemos chamar de "homens". A raça atlante representaria o ponto mediano da evolução nesta atual ronda. A Atlântida, assim como os seus habitantes, teria sido destruída por um cataclismo. Os sobreviventes desse desastre fundaram a nova raça-raiz, a ariana;
  5. "Ariana" - A atual raça-raiz, que, segundo Blavatsky, existiria há cerca de 1 milhão de anos.

Para Blavatsky, 
nesta Ronda ainda surgirão 
mais duas raças-raiz, 
quando então a atual ronda 
chegará ao seu fim:

"Sexta raça-raiz" - mais desenvolvida que a quinta.
"Sétima raça-raiz" - mais desenvolvida que a sexta.







Tudo isto foi revelado por 
Helena Petrovna Blavatsky, 
no seu livro 
"A Doutrina Secreta, 
Síntese da Ciência, Religião e Filosofia", publicado em 1888. 


O Volume I é dedicado à cosmogenese, e é basicamente composto por estudos relativos à evolução do universo. O Volume II é dedicado à antropogénese, a origem e evolução da humanidade. Os dois volumes apresentam um resumo das ideias da Teosofia, movimento que Blavatsky ajudou a fundar. Um terceiro volume foi publicado pela Sociedade Teosófica após o falecimento de Blavatsky. Ele é composto de uma coletânea de vários artigos de Blavatsky.

Blavatsky alegava que não era a autora do livro, e que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khull, Kut Humi e Morya, utilizando o seu corpo físico, num processo denominado Tulku do budismo tibetano. Ela alegou ter recebido suas informações durante transes nos quais os Mestres dos Mahatmas do Tibete se comunicaram com ela e permitiram que ela lesse o antigo Livro de Dzyan. 

O Livro de Dzyan foi supostamente composto na Atlântida usando a língua perdida senzar, mas a dificuldade é que nenhum estudioso de línguas antigas na década de 1880 ou desde então encontrou a menor referência passageira ao Livro de Dzyan ou à língua senzar.

Alegava que a obra era baseada em pergaminhos antigos (as Estâncias de Dzyan), a que teria tido acesso e estudado. Segundo Blavatsky, as "Estâncias de Dzyan" seriam um manuscrito arcaico, escrito numa coleção de folhas de palma, resistentes à água, ao fogo e ao ar, devido a um processo de fabricação desconhecido, e que conteriam registos de toda a evolução da humanidade, numa língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar. Foram feitas várias tentativas, sem sucesso, de descobrir este manuscrito, durante o século XX. Assim, permanece sem resposta se estes manuscritos realmente existiram ou não.

As "Estâncias de Dzyan", segundo Blavatsky, estão relacionadas com o "Livro dos Preceitos de Ouro" e com os "livros de Kiu-te", que são uma série de tratados do budismo.

Outros textos usados como referência por Blavatsky são os Livros Mosaicos, os textos sagrados hindus (como os Vedas, Brâmanas, Upanixades, e Puranas) e arianos (como o Vendidade), e a cabala caldeia e judaica. Blavatsky também foi influenciada pela mitologia antiga.

Para Blavatsky, existiu uma Religião-Verdade, que é a raiz de todas as religiões e mitos da humanidade.

As Estâncias do Livro de Dzyan, formam a base do livro "A Doutrina Secreta, Síntese da Ciência, Religião e Filosofia", que apresenta três conceitos fundamentais:
  1. A existência de um Princípio Omnipresente (Causa Infinita, Absoluto ou Raiz Sem Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível;
  2. A eternidade do universo, que passa por ciclos de atividade e inatividade que se repetem em sucessão sem início nem fim;
  3. A identidade de todas as almas com a alma universal, sendo esta última um aspecto da raiz desconhecida. 


Cosmogenese
A cosmogenese descreve a origem do cosmos, e de tudo que nele existe, a partir do Princípio Uno, e a sua posterior evolução.

Segundo Blavatsky, o Princípio Uno (a Deidade Una ou Absoluto) é idêntico ao conceito de Parabrahman dos vedantinos (assim como esta palavra, muitas expressões no livro aparecem escritas em sânscrito) e ao Ain Soph dos cabalistas. 
A Deidade Una é, ao mesmo tempo, Existência Absoluta e Não-Existência Absoluta. 
A única percepção que a nossa limitada consciência pode ter do Princípio Uno é entendê-lo como sendo o Espaço Absoluto Abstrato.

Importante observar que, para Blavatsky, este Princípio Uno não é o Deus criador das religiões monoteístas, pois sendo Absoluto e Não-Manifestado não pode criar. 
De acordo com o livro, o Deus "criador" é um coletivo de seres intra-cósmicos, emanados do Princípio Uno, que trabalhou sobre a matéria, ordenando-a. Blavatsky chama os seres divinos desta hierarquia de Dhyan-Chohans. Segundo ela, estes seres são chamados no livro do Genesis e na cabala judaica de Elohim.

Segundo a autora, a existência e evolução do Universo e dos planetas é uma alternância de períodos de atividade e inatividade, que ela chama de "Dias e Noites de Brahman".

No livro, a cosmogenese é descrita iniciando com a emanação de um Princípio da Deidade Una. Este Princípio, que Blavatsky chama de Brahman, diferencia-se em duas Forças opostas, Masculino-Feminino, Positivo-Negativo, que ela chama de Brahmâ
Esta Potência é a força "criadora" que, no início de um período de atividade (chamado por Blavatsky de manvantárico), acorda o universo e inicia um novo ciclo.

Segundo a cosmogenese apresentada no livro, dois elementos inseparáveis formam o universo: 
a Ideação Cósmica e a 
Substância Primordial (chamada por Blavatsky de Mulaprakriti e, segundo ela, referenciada no livro do Genesis como sendo o "Caos primordial"). 
Uma, positiva e ativa, a outra, negativa e passiva. 
A ideação pré-cósmica é a raiz de toda a consciência individual, e  
A substância pré-cósmica é o substrato da matéria em seus vários graus de manifestação.

Esta cosmogenese é descrita por Blavatsky como uma "fertilização imaculada" da natureza primordial pelo Espírito Universal. 
Ela descreve geometricamente isto por meio de um ponto inscrito num círculo (formando, segundo ela, a década pitagórica, o ponto representando no "1" e o círculo no "0"), e diz que 
"O Uno é um círculo não interrompido (anel) e sem circunferência, porque não está em parte alguma e está em toda a parte; o Uno é o plano sem limites do círculo, que manifesta um diâmetro somente durante os períodos manvantáricos; o Uno é o ponto indivisível, que não está situado em parte alguma, e percebido em toda parte durante aqueles períodos." 
in, A Doutrina Secreta

Uma força importante na formação do universo é Fohat, o "incessante poder formador e destruidor". 
Durante um período de inatividade do universo, no imanifestado antes da formação do cosmos objetivo, Fohat permanece latente e coeterno com Parabrahman e Mulaprakriti. 
Ele é o aglutinador de ambos, que liga e separa, sendo assim o desejo criador. 
No período de atividade, de manifestação do universo, Fohat torna-se o raio divino da criação que aplica a Ideação Cósmica no seio da Substância Primordial.




Ciclos e suas durações



Um Período de Atividade Cósmica, A IDADE TOTAL DE BRAHMA É DE: 311.040.000.000.000 (TREZENTOS E ONZE TRILHÕES E QUARENTA BILHÕES DE ANOS). 

UM DIA DE BRAHMA EQUIVALE À: 4.320.000.000 (QUATRO BILHÕES TREZENTOS E VINTE MILHÕES DE ANOS TERRESTRES). A NOITE É DE IGUAL DURAÇÃO; 

SENDO ASSIM, UM DIA DE BRAHMA (DIA E NOITE), OU, 
24 HORAS DA VIDA DE BRAHMA SERÁ IGUAL À: 8.640.000.000 (OITO BILHÕES SEISSENTOS E QUARENTA MILHÕES DE ANOS TERRESTRES).


No esquema da figura acima, apresentado no livro, toda a história da existência e evolução do universo e dos planetas desenvolve-se em ciclos ou períodos de tempo. 

Existem períodos de atividade e inatividade, chamados de Manvantaras e Pralayas, ou "Dias e Noites de Brahman". 
Os Manvantaras também são chamados de Kalpas.
Um período de 360 Dias e Noites de Brahman forma um "Ano de Brahman". 
Finalmente, 100 "Anos de Brahman" formam uma "Vida de Brahman", também chamada de Mahamanvantara (ou Mahâ Kalpa). 

A cada Mahamanvantara segue-se um período de igual duração em que o universo "dorme" até ser despertado no início de um novo ciclo. 
Este período de inatividade é chamado de Mahapralaya. 


Segundo o computo dos Brâmanes, 
um Mahamanvantara dura cerca de
  311.040.000.000.000 de anos.
TREZENTOS E ONZE TRILHÕES E QUARENTA BILHÕES DE ANOS

NO CAMPO DA ASTRONOMIA, 
OS CIÊNTISTAS CONCLUIRAM QUE 
O UNIVERSO TEM APROXIMADAMENTE 
A IDADE DE 13.700.000.000 
(TREZE BILHÕES E 700 MILHÕES DE ANOS)



Cadeia Planetária





Segundo "A Doutrina Secreta", todo corpo cósmico (planeta, estrela, cometa, etc.), é uma entidade formada por uma estrutura interna invisível e uma estrutura externa, frequentemente visível, chamada veículo físico ou corpo. 
Estes elementos, em número de sete (doze, se incluirmos os planos não manifestados, Rupa-Dathu), são os princípios da entidade, que Blavatsky chama de Globos. 

A evolução num corpo cósmico processa-se desde o primeiro Globo (Globo A), mais etéreo, descendo até o quarto Globo (Globo D), o mais denso de todos onde nós estamos na Terra, e daí subindo até o sétimo (Globo G), novamente etéreo. 
Este ciclo que percorre os sete Globos é chamado de cadeia planetária.




A evolução da cadeia planetária é composta por períodos chamados de Rondas. 
  • Quando um Globo passa por Sete Raças-raiz diz-se que ocorreu uma Ronda de Globo. 
  • Quando a evolução passa por todos os Sete Globos (ou doze se incluirmos os Globos localizados em planos não manifestados) de uma cadeia planetária, diz-se que ocorreu uma Ronda Planetária
  • Segundo Blavatsky, Sete Rondas Planetárias formam um Kalpa (ou Manvantara).







O livro ainda apresenta ciclos menores chamados de Yugas, que se sucedem na ordem: 
  1. Krita Yuga; 
  2. Tetrâ Yuga; 
  3. Dvâpara Yuga; e 
  4. Kali Yuga.






Antropogenese
A antropogenese descreve a origem e evolução da humanidade. 
Nela são descritas as diversas raças humanas (chamadas Raças-raiz) que já evoluíram neste planeta na atual Ronda.

Para Blavatsky, uma Monada-Espírito com o seu grupo de almas, evoluem no teatro da existência desde o início do Manvantara, até ao seu final, (7 Rondas Planetárias - 4.320.000.000 anos,  
QUATRO BILHÕES, TREZENTOS E VINTE MILHÕES DE ANOS TERRESTRES) quando então estas almas atingirão a perfeição espiritual, e retornam à sua Monada e à Fonte Cosmica. Assim, a Teosofia adota o conceito de transmigração das almas.



NO CAMPO DA ASTRONOMIA, 
OS CIÊNTISTAS CONCLUIRAM QUE 
O UNIVERSO TEM APROXIMADAMENTE 
A IDADE DE 13.700.000.000 
(TREZE BILHÕES E 700 MILHÕES DE ANOS)

O NOSSO SISTEMA SOLAR 
TEM APROXIMADAMENTE  
QUATRO BILHÕES E MEIO DE ANOS
DE ACORDO COM OS CÁLCULOS 
DA CIÊNCIA ORTODOXA, 
ISTO REPRESENTA APENAS 
12 HORAS NA VIDA DE BRAHMA.


Transmigração é uma doutrina filosófica de origem indiana, transportada para o Egito, de onde mais tarde Pitágoras a importou para a Grécia. 
Os discípulos desse filósofo ensinavam que uma alma, depois de um período longo no Campo Energético Subtil, volta sucessivamente à Matéria para animar outros corpos de seres humanos ou de animais, até que transcorra o tempo de sua purificação e possa retornar à fonte cósmica.

Como se constata, há uma diferença capital entre a metempsicose e a doutrina da reencarnação: 
em primeiro lugar, a metempsicose admite a transmigração da alma para o corpo de animais, o que seria, para os espíritas, uma degradação; 
em segundo lugar, essa transmigração apenas acontece na Terra. Os espíritas lecionam o contrário, que a reencarnação é um progresso constante, que o homem é um ser cuja alma nada tem de comum com a dos animais, que as diferentes existências podem realizar-se quer na Terra, quer, por uma lei progressiva, em mundos de dimensões vibracionais superiores, até que a alma se torne um espírito purificado.

A transmigração observa a regularidade do desenvolvimento biológico em primeiro plano. 
De acordo com a tradição espiritualista esotérica, uma alma pode vir a ser condenada a passar a reencarnar em corpos animais subhumanos caso se densifique. 
Além disso, nos casos de perda planetária e consequente transmigração planetária, pode ocorrer humanidades inteiras passarem a reencarnar sob a forma de entidades infra-humanas como dinossauros ou mesmo trilobites, por exemplo.

O livro afirma que evoluem no nosso Globo sete grupos humanos, em sete regiões diferentes do Globo. Assim, Blavatsky defende uma origem poligenética do Homem.
A tese revolucionária de Blavatsky é, numa época que não se supunha o Homem mais antigo que 100 mil anos, afirmar que: 

O Ser Humano físico 
tem mais de 
18 milhões de anos de existência.

Cada Alma
materializa-se em sucessivas vidas
DURANTE 
QUATRO BILHÕES, TREZENTOS E VINTE MILHÕES DE ANOS TERRESTRES
Até regressar à sua Monada e, à Fonte Cosmica







A antropogenese, descrita em "A Doutrina Secreta", opõe-se à evolução darwinista que era largamente aceite na época. 

Blavatsky não nega o mecanismo da evolução, mas não aceita que uma "força cega e sem objetivo" possa ter resultado no aparecimento do Homem. 
Para ela, a criação do Homem deu-se por meio de esforços conscientes de seres divinos, que ela chama de Dhyan-Chohans, que são a origem da Mônada que habita todo ser humano.

Blavatsky não nega que a evolução dos animais e do Homem estão relacionadas. 
No entanto, ela alega que os homens não são primatas, como afirma a teoria da evolução. 
Ao contrário, para Blavatsky, os primatas são descendentes de antigas raças humanas que se degeneraram, ou seja, os primatas descendem do homem.

Segundo o livro, a criação e evolução do Homem ocorre de forma semelhante à cosmogenese. 
Então, cada evento que ocorreu na cosmogenese tem o seu equivalente na antropogenese. 

Assim, por exemplo, também o Homem é hermafrodita em seus primeiros estágios (como o Brahmâ Masculino-Feminino da cosmogenese), até que se divide em Macho e Fêmea no final da terceira Raça-raiz (Lemuriana) e início da quarta raça, que Blavatsky chamou de Atlante. 
Segundo a autora, este fato está relatado de forma alegórica no livro do Genesis, quando ele relata o momento em que Deus retira a mulher da costela de Adão.

Como no caso da cadeia planetária, em que o ciclo de existência e evolução desce desde o primeiro Globo, mais etéreo, até o quarto Globo, o mais denso, para então retornar até ao sétimo, novamente etéreo, também a evolução humana se processa num ciclo que inicia com a primeira raça que era etérea, até a Lemuriana (a terceira raça), a primeira raça a possuir corpo físico, e então retornando até a sétima raça que será novamente etérea.

A criação do Homem é apresentada como uma "queda na matéria". 
Blavatsky inspira-se nos mitos de "rebelião nos céus" do Catolicismo e na mitologia grega, com Prometeu, que rouba o fogo de Vulcano para dar vida aos homens (que haviam sido criados por seu irmão Epimeteu, que não fora capaz de lhes dar a consciência) e é condenado por Zeus a ficar acorrentado no Cáucaso. 
Para Blavatsky, estes mitos são ecos de antigas tradições sobre a queda dos seres divinos na humanidade primitiva, para dar aos homens a alma imortal, a consciência divina.

Para Blavatsky, a criação do Homem é dual. 
Primeiro foram feitos seus princípios inferiores (pelos Elohim inferiores), 
depois lhe foi infundido o "sopro de vida", sua Alma Imortal, sua consciência.

Seres divinos mais avançados, chamados, no livro, de Kumaras, foram incumbidos com a tarefa de criar o Homem: no entanto, eles se negaram a fazê-lo pois, sendo demasiadamente espirituais, eram incapazes de criar o Homem físico. 

Assim, hierarquias de seres menos avançados (os Pitris lunares) criaram o Homem, emanando-o a partir de seu próprio corpo astral (que serviu como molde). Eram, contudo, incapazes de lhe dar sua Alma Imortal, a consciência. 

Então, os Kumaras, associando-se a estes seres humanos primitivos, forneceram o sopro divino (como no Genesis, quando Deus coloca o sopro de vida no Adão "feito de barro"), a Alma Imortal do Homem. Acabaram condenados a ficar presos na matéria, como o Prometeu acorrentado no Cáucaso.

Ecos destes eventos aparecem de forma alegórica, segundo Blavatsky, no mito Católico da "rebelião nos céus" e na "expulsão dos anjos maus". Estes "anjos maus" ou "rebeldes" são aqueles que se recusaram a criar e foram "expulsos dos céus" e "lançados no abismo" (a matéria). 
Então, no dizer de Blavatsky, os deuses tornaram-se não-deuses, os suras tornaram-se asuras.




Os sete princípios do Homem






Um princípio, para a Teosofia, é um começo, um fundamento, uma fonte e uma essência de onde as coisas procedem. Princípios são assim as essências fundamentais das coisas. Estes princípios, tanto no Homem quanto na natureza, são teosoficamente enumerados como sete.

Segundo a Teosofia, o sete é o número fundamental da manifestação, frequentemente encontrado em diferentes cosmogonias, assim como nos dogmas de diversas religiões e na tradição de muitos povos antigos.











O Homem, assim como a natureza, é chamado de saptaparna (planta de sete folhas), simbolizado geometricamente por um triângulo sobre um quadrado. Nesta constituição setenária, podemos entender o Atman como a coroa que encima a constituição humana (a ponta superior do triângulo), fornecendo-lhe o seu espírito imortal.

ATMAN - MONADA
BUDHI - ESPÍRITO
MANAS - SUPERALMAS (Superior) E ALMAS(inferior)


Segundo Blavatsky, o Absoluto emana de si raios, que são chamados, no livro, de Monadas ou Atman. 

Estas Monadas 
são a Essência Imortal do Homem. 
Assim, a Essência que forma o Homem, 
a sua Monada, 
é da mesma natureza do Absoluto, 
a Deidade Una e indivisível, 
que tem um só Espírito.


O Atman, com o objetivo de individualizar-se, emana de si um princípio mais denso chamado Budhi(Espírito)  
Esta díade Atman-Budhi reveste-se de princípios cada vez mais densos, holográficos e fractais, de forma a elevar-se e evoluir energeticamente, e cada alma do Núcleo Monádico é formada por 7 corpos:

  1. Sthula Sharira - O corpo físico, corpo denso;
  2. Linga Sharira - O corpo astral, duplo etérico;
  3. Prâna - O corpo vital;
  4. Kâma-Manas - Nossa Alma Humana, Mente Inferior, dominada pelo desejo.
  5. Manas - Nossa SuperAlma Humana, Mente Superior, tendo relação com Mahat, Mente Universal. É o elo entre a Díade Atman-Budhi e nossos princípios inferiores;
  6. Budhi - Puro Espírito;
  7. Atman - Primeira irradiação de Atman ou Ovo Áurico. Monada, Essência Cósmica.

Está cientificamente comprovado  através da Teoria do Campo Unificado de Albert Einstein,  e também através da Física Quântica,  que tudo no Cosmos é Holográfico e Fractal. 
Também o nosso Núcleo Monadico é holográfico e fractal.






Raças-raiz
Segundo a autora, os primeiros homens não possuíam um corpo denso
As primeiras raças tinham um corpo sutil, etéreo, imenso e ainda sem forma bem definida. 
À medida que avançou a evolução do Homem, o seu corpo tornou-se mais denso numa sucessão de estágios, assumindo a forma que tem hoje.

As cinco Raças-raiz apresentadas no livro são:

  1. "Nascidos por Si Mesmos" ou "Sem Mente" - Esta raça apareceu há 300 milhões de anos e viveu em um continente que Blavatsky chamou de "A Ilha Sagrada e Imperecível". Os homens desta raça eram imensos e não possuíam nem corpo físico (eram seres etéreos), nem mente. A reprodução ocorria por cissiparidade (algo semelhante ao que ocorre com as amebas). Como esta raça não era mortal, ela não desapareceu, apenas converteu-se na próxima, os "Nascidos do Suor";
  2. "Nascidos do Suor" ou "Sem Ossos" - Eles viveram em um continente chamado "Hiperbórea". Nesta raça apareceu um rudimento de mente, no entanto, ainda não havia uma ponte entre espírito e matéria para a mentalidade. Ao final do seu período de evolução, esta raça converteu-se na seguinte, a "Nascidos do Ovo". As duas primeiras raças são chamadas de raças semidivinas;
  3. "Nascidos do Ovo" ou "Lemuriana" - Viveram em um continente chamado "Lemúria". Esta raça era inicialmente hermafrodita e reproduziam-se por meio de um ovo que se desprendia do corpo. Esta raça passou por grandes transformações durante o seu período evolutivo. Ao final do seu período, o Homem tornou-se mortal, consolidando-se o corpo físico e a reprodução sexuada como se conhece hoje (então esta raça desapareceu, convertendo-se na raça atlante);
  4. "Atlante" - Eles são os gigantes que viveram há 18 milhões de anos, em um continente chamado "Atlântida" A raça atlante representou o ponto mediano da evolução nesta atual Ronda. A Atlântida, assim como os seus habitantes, foi destruída por um cataclismo;
  5. "Ariana" - Segundo Blavatsky, a raça Ariana, a atual raça-raiz, existe há aproximadamente 1 milhão de anos.
Respondendo por que não foram encontrados registos fósseis das raças anteriores à ariana, Blavatsky alega que as primeiras raças eram etéreas, sem corpo denso que pudesse deixar fósseis. Quanto à raça atlante, disse que os fósseis estavam no fundo do oceano, à espera de serem encontrados.

Estamos atualmente na Quinta Etapa, da Quarta Ronda no Planeta Terra, conhecido como “arianos”. 
Os arianos (a palavra significa “nobre” em sânscrito) eram as tribos nomadas indo-europeias originais. Uma raça guerreira de cavaleiros que se mudou para o leste para a Índia. E o oeste para o leste e a Europa. Os historiadores argumentam que, quando chegaram à Europa, destruíram as sociedades matriarcais pagãs e pacíficas e de sabedoria da terra. Substituíram por sociedades patriarcais que adoravam o deus do céu, como a guerra, como ainda temos hoje.

É lamentável que o termo “ariano” tenha sido adotado e pervertido por Hitler. 
As fantasias do seu predecessor intelectual de um “Super-homem ariano” e, que ainda seja usado hoje por extremistas de direita. Hitler e seu círculo íntimo também perverteram alguns antigos símbolos genuínos, como a suástica. Um antigo símbolo sânscrito, usando-o no sentido anti-horário. 
No entanto, as suásticas na Índia, no Tibete e em outros lugares também, são representadas às vezes no sentido anti-horário, bem como no sentido horário.

Houve na Terra muitas civilizações das quais nada sabemos. 
Essas raças evoluem da eterealidade à materialidade. 
Todas as espécies orgânicas vivas de animais e vegetação mudam a cada nova raça-raiz.

Cada sub-raça e nação têm os seus ciclos e estágios de evolução do desenvolvimento repetidos numa escala menor. A nossa raça, como uma raça-raiz, cruzou a linha média das raças-raiz e está a avançar para o lado espiritual. Mas algumas sub-raças ainda se encontram no arco descendente sombrio dos seus respetivos ciclos nacionais. Outros ainda, os mais velhos, tendo cruzado o seu ponto crucial, estão já no ápice do desenvolvimento espiritual como sub-raças.

"A humanidade está obviamente dividida em homens informados e criaturas humanas inferiores. A diferença intelectual entre os arianos e outras nações civilizadas e selvagens como os habitantes das ilhas do Mar do Sul é inexplicável por qualquer outro motivo. Nenhuma cultura, nem gerações de treinamento em meio à civilização, poderiam elevar espécimes humanos como os bosquímanos, os Vedas do Ceilão e algumas tribos africanas ao mesmo nível intelectual que os arianos, semitas e os chamados turanianos. A "centelha sagrada" está faltando neles e são eles as únicas raças inferiores no globo, agora felizmente - devido ao ajuste sábio da natureza que sempre trabalha nessa direção - morrendo rapidamente. Na verdade, a humanidade é "de um só sangue", mas não da mesma essência. Nós somos a estufa, plantas artificialmente aceleradas na natureza, tendo em nós uma centelha, que nelas está latente.
(...)
Dessas criaturas semi-animais, os únicos remanescentes conhecidos pela Etnologia foram os tasmanianos, uma parte dos australianos e uma tribo das montanhas na China, cujos homens e mulheres são inteiramente cobertos de pêlos. Eles foram os últimos descendentes de uma forma direta linha dos lemurianos dos últimos dias semi-animais referidos. Há, no entanto, um número considerável de povos mistos Lemuro-Atlantes produzidos por vários cruzamentos com tais linhagens semi-humanas - por exemplo, os homens selvagens de Bornéu, os Vedas do Ceilão , classificado pelo Prof. Flower entre os arianos, a maioria dos australianos restantes, bosquímanos, negritos, selvagens das Ilhas Andamão, etc."
Blavatsky


Blavatsky também afirma que "a doutrina ocultista não admite divisões como o ariano e o semita, aceitando até mesmo o turaniano com amplas reservas. Os semitas, especialmente os árabes, são arianos mais tardios - degenerados em espiritualidade e perfeitos em materialidade". 
Ela também conecta a raça física com atributos espirituais constantemente ao longo de suas obras:
"A história esotérica ensina que os ídolos e sua adoração morreram com a Quarta Raça, até que os sobreviventes das raças híbridas desta (chineses, negros africanos etc.) gradualmente trouxeram a adoração de volta. Os Vedas não apresentam ídolos; todos os escritos hindus modernos apresentam."
Blavatsky


De acordo com Blavatsky, 
"Os Monadas dos espécimes mais baixos da humanidade (o selvagem de "cérebro estreito" das ilhas do mar do sul, o africano, o australiano) não tinham Carma para desenvolver quando nascidos como homens, como seus irmãos mais favorecidos em inteligência tinha". 

Ela também profetiza sobre a destruição das "falhas da natureza" raciais à medida que a "raça superior" ascende:
"Assim, a humanidade, raça após raça, realizará seu ciclo de peregrinação designado. Os climas vão, e já começaram, a mudar, a cada ano tropical após o outro, eliminando uma sub-raça, mas apenas para gerar outra raça superior no ciclo ascendente ; enquanto uma série de outros grupos menos favorecidos - os fracassos da natureza - irão, como alguns homens individualmente, desaparecer da família humana sem mesmo deixar rastro para trás."






O modelo de Blavatsky foi desenvolvido por teosofistas posteriores, sendo os mais notaveis:
  1. William Scott-Elliot. The Story of Atlantis (1896) The Lost Lemuria (1904). 
  2. Annie Besant desenvolveu ainda mais o modelo em Man: Whence, How and Whither (1913). Besant e Scott-Elliot confiaram as informações de Charles Webster Leadbeater obtido por “clarividência astral”. 
  3. Elaboração posterior foi fornecida por Rudolf Steiner em Atlantis and Lemuria (1904). 

Rudolf Steiner, e os autores teosofistas subsequentes, chamaram os períodos de tempo associados a essas raças de, Épocas. (Steiner achava que o termo “raça” não era mais adequado para a humanidade moderna).



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