quarta-feira, 30 de novembro de 2022

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Tulips








 The tulips are too excitable, it is winter here.
Look how white everything is, how quiet, how snowed-in.   
I am learning peacefulness, lying by myself quietly
As the light lies on these white walls, this bed, these hands.   
I am nobody; I have nothing to do with explosions.   
I have given my name and my day-clothes up to the nurses   
And my history to the anesthetist and my body to surgeons.

They have propped my head between the pillow and the sheet-cuff   
Like an eye between two white lids that will not shut.
Stupid pupil, it has to take everything in.
The nurses pass and pass, they are no trouble,
They pass the way gulls pass inland in their white caps,
Doing things with their hands, one just the same as another,   
So it is impossible to tell how many there are.

My body is a pebble to them, they tend it as water
Tends to the pebbles it must run over, smoothing them gently.
They bring me numbness in their bright needles, they bring me sleep.   
Now I have lost myself I am sick of baggage——
My patent leather overnight case like a black pillbox,   
My husband and child smiling out of the family photo;   
Their smiles catch onto my skin, little smiling hooks.

I have let things slip, a thirty-year-old cargo boat   
stubbornly hanging on to my name and address.
They have swabbed me clear of my loving associations.   
Scared and bare on the green plastic-pillowed trolley   
I watched my teaset, my bureaus of linen, my books   
Sink out of sight, and the water went over my head.   
I am a nun now, I have never been so pure.

I didn’t want any flowers, I only wanted
To lie with my hands turned up and be utterly empty.
How free it is, you have no idea how free——
The peacefulness is so big it dazes you,
And it asks nothing, a name tag, a few trinkets.
It is what the dead close on, finally; I imagine them   
Shutting their mouths on it, like a Communion tablet.   

The tulips are too red in the first place, they hurt me.
Even through the gift paper I could hear them breathe   
Lightly, through their white swaddlings, like an awful baby.   
Their redness talks to my wound, it corresponds.
They are subtle : they seem to float, though they weigh me down,   
Upsetting me with their sudden tongues and their color,   
A dozen red lead sinkers round my neck.

Nobody watched me before, now I am watched.   
The tulips turn to me, and the window behind me
Where once a day the light slowly widens and slowly thins,   
And I see myself, flat, ridiculous, a cut-paper shadow   
Between the eye of the sun and the eyes of the tulips,   
And I have no face, I have wanted to efface myself.   
The vivid tulips eat my oxygen.

Before they came the air was calm enough,
Coming and going, breath by breath, without any fuss.   
Then the tulips filled it up like a loud noise.
Now the air snags and eddies round them the way a river   
Snags and eddies round a sunken rust-red engine.   
They concentrate my attention, that was happy   
Playing and resting without committing itself.

The walls, also, seem to be warming themselves.
The tulips should be behind bars like dangerous animals;   
They are opening like the mouth of some great African cat,   
And I am aware of my heart: it opens and closes
Its bowl of red blooms out of sheer love of me.
The water I taste is warm and salt, like the sea,
And comes from a country far away as health.


Sylvia Plath
in, Collected Poems



A dor de desistir




Ollyy





Normalmente, a gente associa o luto a uma perda real. 
Perda de algo amado ou que nos sustentava de alguma forma. 
Eu tinha algo no passado —ou achava que tinha— que no presente não tenho mais. 
Agora a missão é “elaborar o luto”.

Mas talvez o luto mais difícil de atravessar seja quando o que se perdeu está no futuro: uma miragem, um sonho. É algo abstrato, uma ideia. Ideia tanto no sentido de algo não concreto, como algo que, justamente por isso, aponta para o ideal. Por exemplo, o de construir um novo país, lindo, forte, vasto. À altura do nosso potencial. Agora vai, e com apoio transcendental. Como no antigo slogan envernizado: Deus, Pátria, Família, Liberdade. Até eu acharia maravilhoso se todos esses quatro ideais existissem e funcionassem, de preferência simultaneamente.

Se a gente de fato tinha uma conexão com o que se perdeu —com muita energia psíquica colocada nesse elo— é dureza elaborar o luto. Pois dá mesmo muito trabalho se reinventar como não tendo mais ao seu lado (ou dentro) aquilo que se tinha. Tecnicamente: a perda de um objeto psíquico necessariamente implica a reconstrução da própria subjetividade. Então, imagina o desafio: além de perder algo e sofrer por isso, a gente ainda tem que reinventar um eu —e isso quando está tudo em carne viva.

É tão sofrido esse processo que se tenta, inconscientemente, escapar dele. Quase sempre a primeira e também mais primária estratégia é, como se sabe, a negação. Não é possível, não aconteceu isso. Não é bem assim, essa informação está errada, estão tentando me enganar. A verdade (que eu desejo) vai se revelar.

Porém, o que está sendo difícil aceitar, no fundo, é que a macroforma mental de organizar a vida não funciona mais. A antiga montagem psicossocial está derretendo e parece que estamos muito angustiados diante disso. Então nos esforçamos para reafirmar direitinho os lugares previamente desenhados para as pessoas serem encaixadas. Lugar de homem é aqui e desse jeito (único). Lugar de mulher é assim, e limitado. Lugar de ‘mulher da vida’ é assado. Lugar de branco é no topo. Lugar de negro é servindo ao branco. Lugar de rico é andando de avião. Lugar de pobre é na senzala. Como agora tem tanto pobre no aeroporto? Essa rodoviária. Como agora tem pobre que tem a desfaçatez de ocupar o poder e andar com amigo rico dono de avião? A nossa mente logo associa: só roubando. No caso, ajudando o rico a roubar.

Um outro mecanismo de defesa é abafar o que se sente diante da perda e fazer racionalizações apaziguantes. Ah, tudo bem, é a vida. Nem estou com inveja ou me sinto rejeitado. Qual o problema? Vida que segue. Next. A fila anda. Veja como nossa sociedade nos ajuda a não elaborar nada muito bem. Já pensou se a cada vez que sentíssemos dor, tristeza, indignação, revolta… A gente parasse tudo e se deixasse invadir por esses afetos? Ou ficasse fazendo manifestação o tempo todo? Não tinha mais sistema produtivo. Aliás, por isso que os pragmáticos —seja um jovem ambicioso ou um operador do mercado— podem trocar de namorada ou de presidente sem grandes dramas.

Mas para os menos espertos ou mais sensíveis, a negação pode chegar ao limite do delírio. Alucinar a vitória. Lembra dos japoneses que durante décadas negavam que o Japão tinha perdido a guerra? O imperador era sagrado e invencível. Como vemos, por aqui também está doendo muito abrir mão de um projeto heroico. Não posso abrir mão desse ideal, e ser reconduzido a um lugar que eu mesmo talvez ache insignificante ou injusto. Alguém está roubando o meu país. E os pragmáticos, aliás, sabem bem como manipulá-los, seja nas estradas ou nas igrejas.



Enfim, uma das coisas mais difíceis da vida é desistir. 
Desistir de um sonho, de um projeto, uma ideia. 
Ou de um amor. 
Mesmo que seja óbvio que aquilo não é bom, 
que não vai dar certo, que não funciona mais, 
a gente insiste. 
Quem sabe agora tenhamos uma nova chance 
de aprender a desistir do que merece ser deixado.


Maria Homem



domingo, 27 de novembro de 2022

Honor Bound

 

Draco
Dragonheart




A Dragon asks unspoken questions and will not tolerate
Attempts by lesser beings to dodge or fluctuate.

Do not try to side-step, she will recognize your dance.
Do not create deception, wisely, do not take the chance.

Make your answers straightforward, unerringly sincere,
For only honesty and candor will not offend her ear.

Once she descries your motives and deems them right and just,
You’ll have earned a staunch supporter and a Dragon’s trust.

So if ye dare, look deeply into Dragon’s whirling eyes,
But believe ye that she knows who is truthteller and who lies.


Thomas Kneeland




Bem haja aos que nos deitam abaixo






Bem haja aos que nos deitam abaixo. 
Bem haja aos que constantemente 
nos testam as nossas reações, 
que nos provocam ao limite, 
que nos picam nas feridas 
e nos fazem disparar 
o que ainda de pior há em nós. 



É nesses momentos que é trazido à Luz tudo o que ainda vivia no escuro. 
Tudo o que ainda nos condicionava e impedia de viver uma vida livre e abundante. 
Tudo o que estava preso nas nossas catacumbas. 

Sem a ajuda deles, sem esses lembretes, sem essas personagens a obrigar-nos a abrir esses caldeirões, essas energias iriam manter-se estagnadas, lamacentas, podres pela negação das mesmas ou simples falta de coragem de as limparmos sozinhos. 


Por isso, 
baixemos as espadas 
quando estivermos frente a frente com eles. 



Lembremos que aqueles "dragões" que vislumbramos não são mais do que projeções ativas dos nossos medos e dos nossos fantasmas interiores. 

São eles que, por vezes violentamente, nos vêm convidar a agir de uma nova maneira, a fechar ciclos velhos e a neutralizar aquele passado de uma vez por todas. 
Sem eles não teríamos a oportunidade de o fazer. 
Sem eles nem saberíamos quem somos e viveríamos ainda na ilusão que somos aquilo que a nossa mente nos faz acreditar: Perfeitos e Imaculados!

Bem haja a essa força amorosa que não desiste do nosso equilíbrio e que sempre nos irá enviar agentes de transformação exteriores até que encontremos o equilíbrio interior. 
A 'perda' não tem mais nem menos do que essa intenção!

Por isso bem haja, tanto aos dragões nas nossas vidas 
como aos momentos em que a vida nos pede que sejamos dragões nas vidas dos outros... 

Vera Luz




sexta-feira, 25 de novembro de 2022

A Dialogue between the Soul and the Body


PhotoTeo






 SOUL
O who shall, from this dungeon, raise
A soul enslav’d so many ways?
With bolts of bones, that fetter’d stands
In feet, and manacled in hands;
Here blinded with an eye, and there
Deaf with the drumming of an ear;
A soul hung up, as ’twere, in chains
Of nerves, and arteries, and veins;
Tortur’d, besides each other part,
In a vain head, and double heart.

BODY
O who shall me deliver whole
From bonds of this tyrannic soul?
Which, stretch’d upright, impales me so
That mine own precipice I go;
And warms and moves this needless frame,
(A fever could but do the same)
And, wanting where its spite to try,
Has made me live to let me die.
A body that could never rest,
Since this ill spirit it possest.

SOUL
What magic could me thus confine
Within another’s grief to pine?
Where whatsoever it complain,
I feel, that cannot feel, the pain;
And all my care itself employs;
That to preserve which me destroys;
Constrain’d not only to endure
Diseases, but, what’s worse, the cure;
And ready oft the port to gain,
Am shipwreck’d into health again.

BODY
But physic yet could never reach
The maladies thou me dost teach;
Whom first the cramp of hope does tear,
And then the palsy shakes of fear;
The pestilence of love does heat,
Or hatred’s hidden ulcer eat;
Joy’s cheerful madness does perplex,
Or sorrow’s other madness vex;
Which knowledge forces me to know,
And memory will not forego.
What but a soul could have the wit
To build me up for sin so fit?
So architects do square and hew
Green trees that in the forest grew.


 ANDREW MARVELL



O QUE É CURAR A ALMA?






É perdoar quem te feriu.
É parar de falar mal dos outros.  
É parar de julgar.
É agradecer por cada acontecimento de nossas vidas.
Está trabalhando em nosso ser interior.  
Auto observação.
É entender que não somos perfeitos e aceitar nossos erros.
É conectar-se todos os dias com nosso poder divino.
É deixar ir o que dói e não continuar no passado.
É se livrar do que não precisamos.
É abraçar nossos dias como se fossem os últimos.
É ajudar quem precisa e praticar a compaixão.
É aprender a receber e dar sem esperar.
É deixar de lado nossas expectativas. Pratique o desapego. 

Curar a alma é um processo de liberação e aceitação.
É um processo de evolução e consciência.
A cura da alma se faz através de pequenos atos em nossas vidas que não exigem mais do que nossa boa vontade, aceitação e amor próprio.
Onde quer que você vá, esconda o que você esconde, se você não colocar seu caos interior em ordem, ele estará com você onde quer que você se esconda e o seguirá aonde quer que você vá.
Se você quiser mudar seus frutos, primeiro terá que mudar as raízes, se quiser mudar o tangível, primeiro mude o intangível, se quiser mudar o visível, primeiro deve mudar o invisível.
Então hoje é o dia e agora é a hora de começar.


Lídia Lopes


terça-feira, 22 de novembro de 2022

Os Fogos Outra Vez







 Os incêndios devoram, o mundo é uma pira. 
Perguntam-se os homens pelas razões do destino 
e responde a morte, directa, erudita, 
consagrada pelo fogo. 

Ciudad Juárez, Gaza, Afeganistão, 
e tantos outros nomes de sangue incendiado 
são hoje as jóias mais resplandecentes 
no corpo do planeta. 

Amorosos, os crânios dos senhores da guerra 
estilhaçam crânios infantis, 
mulheres prestes a parir 
e afogam no fogo a condição 
humana. 

Temos a paz apócrifa, as inovações na alma, 
o calor das salas de concertos, 
a mobilidade dos media, 
os patenteados apertos-de-mão 
dos embaixadores. 

Que portentoso abraço se estende 
sobre o mundo. 
Um manto que se diz babélico cobre de silêncio 
a maravilha do crime organizado. 
O céu tem ainda a penúltima 
palavra. 

Torna-se difícil perceber o timbre 
da marfinada dor, 
penhor tão delicado dos poetas áureos, 
prata dos cientes cínicos, antigo camafeu 
de primeiras damas. 

O amor é um forno que arde, 
visível ou invisível, 
segundo a irradiação dos corações sensíveis, 
do gesto das panorâmicas, 
da demência erótica dos domadores 
da luz.


Armando Silva Carvalho
in, De Amore




Experiência de Milgram








Stanley Milgram (1933 - 1984) foi um psicólogo norte-americano  graduado da Universidade de Yale que conduziu a experiência dos pequemos mundos (a fonte do conceito dos seis graus de separação) e a Experiência de Milgram sobre a obediência à autoridade.
Judeu e de família afetada pelo holocausto, Milgram foi influenciado pelos eventos e efeitos violentos da 2º Grande Guerra Mundial e também pelo processo de julgamento de Aldolf Eichmann – um dos mais altos militares da polícia nazista SS, responsável pela secção IVB4, cuja função exclusiva era a de capturar os judeus nos seus lugares de origem e transportá-los para os campos de extermínio  – para idealizar a sua experiência.

A fim de contextualizar, segue um trecho do testemunho de Eichmman em tribunal:

“There is a need to draw a line between the leaders responsible and the people like me forced to serve as mere instruments in the hands of the leaders” e “I was not a responsible leader, and as such do not feel myself guilty”.

Adolf Eichmann, durante o processo de seu julgamento, em 1961
Ou seja, não era responsável, estava apenas a cumprir ordens, empenhado num procedimento que lhe tinha sido ordenado para fazer, sem saber para quê.

Esta experiência tinha como objectivo o estudo das reacções individuais face a indicações concretas de outros. A obediência era medida através das acções manifestas e implicava comportamentos fonte de sofrimento para outros.
E também, responder à questão de como é que os participantes observados tendem a obedecer às autoridades, mesmo que as suas ordens contradigam o bom-senso individual. 





A experiência pretendia inicialmente explicar os crimes bárbaros do tempo do Nazismo. 
Em 1964, Milgram recebeu por este trabalho o prémio anual em psicologia social, atribuído pela American Association for the Advancement of Science. 
Os resultados da experiência foram apresentados no artigo Behavioral Study of Obedience no Journal of Abnormal and Social Psychology (Vol. 67, 1963 Pág. 371-378) e, posteriormente, no seu livro "Obedience to Authority: An Experimental View", em 1974.

No final da Segunda Guerra Mundial, emergiu a questão de como pessoas aparentemente saudáveis e socialmente bem-ajustadas puderam cometer assassinato, tortura e outros abusos contra civis durante o Holocausto, e outros crimes contra a humanidade. O objetivo da experiência de Milgram foi verificar a obediência e o efeito da autoridade na capacidade do sujeito prejudicar outro ser humano. 


 


As experiências começaram em julho de 1961, três meses após o julgamento de Adolf Eichmann começar em Jerusalém. A experiência foi realizada para responder à pergunta: 
  1. "Será possível que Eichmann e milhões de seus cúmplices estivessem apenas a seguir ordens? 
  2. Será que devemos chamar cúmplices a todos eles ?"

Depois, Milgram resume a experiência:
"Os aspectos jurídicos e filosóficos da obediência têm enorme significado, mas dizem muito pouco sobre como as pessoas realmente se comportam numa situação concreta e particular. Eu projetei uma experiência simples em Yale, para testar quanta dor um cidadão comum estaria disposto a infligir a outra pessoa somente por um simples cientista ter dado a ordem. Foi imposta autoridade total à cobaia [ao participante] para testar as suas crenças morais de que não deveria prejudicar os outros, e, com os gritos de dor da vítima ainda zumbindo nas orelhas das cobaias [dos participantes], a autoridade falou mais alto na maior parte das vezes. A extrema disposição para seguir cegamente o comando de uma autoridade mostrada por adultos foi o resultado principal da experiência, e que ainda necessita de explicação."

Procedimento:
Os voluntários foram recrutados para uma experiência de laboratório. 
Os participantes foram 40 homens, com idades entre 20 e 50 anos, cujos postos de trabalho variava entre não qualificados a profissionais. Eles receberam US$ 4,50. No início da experiência, eles foram apresentados para outro participante, que na verdade era um cúmplice do experimentador (Milgram). Eles sorteavam quais papéis exercerem (o de aluno ou o de professor), embora o cúmplice acabava sempre sendo o aluno. Havia também um "pesquisador" vestido com uma bata cinza, interpretado por um ator. Duas salas do Laboratório de Interação na Universidade de Yale foram usadas - um para o aluno (com uma cadeira elétrica) e outro para o professor e pesquisador com um gerador de choque elétrico. O "aprendiz" (o cúmplice) foi amarrado a uma cadeira com electrodos. Depois que ele tivesse aprendido uma lista de pares de palavras que lhes foram dadas para aprender, o "professor" testá-lo-ia, falando o nome de uma palavra e pedindo para o aluno se lembrar qual era o seu par de uma lista de quatro possíveis escolhas.

O professor (o voluntário) é instruído a administrar um choque elétrico cada vez que o aluno erra, aumentando o nível de choque a cada vez. Havia 30 chaves no gerador de choque, que variava de 15 volts (ligeiro choque) a 450 (choque grave). O aluno errava a resposta propositalmente na maioria das vezes, e, em cada vez, o professor deu-lhe um choque elétrico. Quando o professor se recusava a administrar um choque, o experimentador (o ator) lhe repetia uma série de frases de estímulo para garantir que eles continuassem. 

Havia quatro frases, e se a primeira frase de estímulo não fosse seguida, o experimentador lia a segunda frase, e assim por diante:

Estímulo 1: Por favor, continue.
Estímulo 2: O experimento requer que você continue.
Estímulo 3: É absolutamente essencial que você continue.
Estímulo 4: Você não tem outra escolha a não ser continuar.

Caso o participante se negasse a fazê-lo depois da quarta frase, a experiência era interrompida. Caso contrário, só era interrompido ao chegar na voltagem mais alta. 
No final da experiência, Milgram era chamado na sala como um auxiliar do "pesquisador" para fazer algumas perguntas ao professor (participante), como o porquê de ter continuado mesmo quando escutava os gritos de dor do outro ou quando o outro não emitia mais nenhum ruído ou respondia as questões.





Resultados:
Segundo o próprio Milgram: 
“pessoas comuns, simplesmente fazendo seu trabalho, e sem qualquer animosidade pessoal, podem tornar-se agentes de processos terrivelmente destrutivos. Além disso, mesmo quando os efeitos nocivos de seu trabalho se tornam claros e eles são orientados a continuar ações incompatíveis com seus padrões fundamentais de moralidade, relativamente poucas pessoas têm os recursos necessários para resistir à autoridade”.

Resumidamente, todos os participantes chegaram ao choque de 300V e cerca de 2/3 (65%) deram o choque final de 450V. O estudo sugere que a maioria das pessoas vai seguir as instruções de uma figura de autoridade, desde que considere esta uma autoridade legítima.


Sente-se tranquilo, é para um bem maior, a responsabilidade não é sua e será recompensado.
Começa a vê-lo sofrer, a ouvi-lo gritar, a implorar-lhe para parar.
Se não continuar, não será recompensado.
Não faz ideia do propósito de tudo isto, mas continua a obedecer em troca da recompensa.

Continuaria a obedecer?

Será que todos nós, Seres Humanos, agimos desta forma?
Antepomos uma ordem que entendemos ser de autoridade legítima à nossa consciência moral?
O procedimento imposto faz-nos esquecer o seu objectivo final?
O sou um "pau mandado" iliba-nos de qualquer responsabilidade do que fazemos?

Organizar o procedimento, ordenando tarefas concretas e parciais a alguém que não vê o Todo, é uma metodologia muito eficaz, dissolvendo a responsabilidade individual, de modo que, de bom grado e pacificamente, percamos a noção da nossa responsabilidade e contribuição para o que se faz.
É uma estrutura criada de IDIOTICE!
Em que se olha apenas para o benefício pessoal em relação ao que se faz, sem se preocupar com as consequências...
Não se questiona o mandante, nem se assume responsabilidade pública.

A falta de responsabilidade e a idiotice andam sempre de mãos dadas.
Obedecer sem questionar, em troca de uma recompensa.
É uma forma de organizar e operar no mundo, que afecta todas as esferas sociais, culturais, económicas e políticas.
Forças de inércia que se descontrolaram e são agora destino da sociedade.

Quem ousa questionar e criticar a idiotice do comando?
Aldolf Eichmann poderia ter questionado, recusado, e não o fez.
Foi uma escolha sua...




sábado, 19 de novembro de 2022

If you fall in love with me, don’t







" This isn’t some cliche poem about my childhood suffering from a lack of a male role model because that would be a terrible lie.

And my dad raised a daughter with a guilt conscience, not a liar.

Anyways, I’m here to warn you about what you might be getting yourself into.

I smile by habit, not by choice.

I giggle out of empathy, and humor, or embarassment but never to purposely spite.

I get jealous when I see that someone can provide for other people in a way that I can’t, but that’s because I’m a people pleaser and us people pleasers, we just want to give.

And I go through phases just like the moon, but I always complete my lunar cycle and return to my bright self again.

And you should probably know that I’m emotional. Like, really emotional.

In fact, I may even think I have you fooled about how I’m feeling, but because my dad didn’t raised a liar I am forced to unintentionally wear my big sobbing heart on my sleeve.

Oh, and I’ll let something slide 1,016 times, but after that, I don’t give second chances.

I’m also an incredibly all-or-nothing person to a fault.

But when I am invested in something, I’m rather lose everything good I have before I ever consider declaring bankruptcy.

But remember: there’s two sides to every coin, so if you fall in love with me, don’t.

Because in ever lunar cycle, the moon disappears for a while, and it has a dark side too.

And I said I was a people pleaser, and us people pleasers... we pour.

In fact I will keep filling and filling your glass until it’s overflowing and my pitcher has gone empty because to see you hydrated is all I could ever want in this world unti I realize it’s left me drained.

When I’m drained, I’ll get frustrad; and sometimes, I’ll go into hiding.

I’ll either take a solo hike or get in my car and drive just to get my distance, peace, and alone time, but don’t you worry because I’ll eventually turn around and come home again.

Oh, and I’m obsessed with galaxies and stars, but it depresses me to know these things will either get swallowed by a selfishly hungry blackhole or explode and die in a supernova or whatever but that’s besides the point.

The point is: I’m a tangled mess of contradictory things.

But I’m not saying this to scare you, I’m saying this to warn and protect you and to properly love you, and to tell you not to worry about a thing.

Because remember I am all-or-nothing person, so if I fall in love, I am all in for you and that if you somehow fall in love with me, don’t.

Because I won’t be limited to loving you, but I’ll be head-over-heals for your smile, your giggle, the face you make when you’re embarrassed, and the look in your eyes when I know you’re jealous.

I’ll fall in love with the way you endlessly try to please people and how it drives you crazy that it’s never enough.

Or, how you selflessly pour your pitcher to hydrate someone despite the fact you’re partched.

I’ll fall in love with your phases: both dark and bright, and how sometimes you might go into hiding when you’re frustrated.

I’ll fall in love with how you pretend you’re not emotional despite the fact your feellings are trying so hard to escape your eyes.

And that special way you recharge yoursel when you feel drained.

I’ll eve love your heart after you’ve given your last second chance to someone for the 1,016th time because I know you’re a tangled mess of a contradictory things.

So please don’t just fall in love with me, because I’m not going to fall in love with 'just you'.

You’re too complex and complicated for it to be that simple, and so all I ask is that if you fall in love with me, you’ll fall in love with my infinite complexities, too."






CURE A CARÊNCIA MATERNA








"Este elo é o mais importante, pois é o primeiro que mantemos em nossas vidas.  
Dele nos nutrimos, e como tem sido essa nutrição, serão as ferramentas que teremos para enfrentar a vida, dela recebemos a energia da vida, 
como tem sido essa energia, 
assim nos sentiremos.

Quando você vê uma pessoa sempre com raiva, a raiva dela é na verdade com a mãe, de uma forma muito inconsciente.  Costuma-se dizer: ele está com raiva da vida, ou está em guerra com a vida, a mãe representa a vida, se eu não estiver em paz com minha mãe estarei em guerra com a minha vida.  Daí a importância de curar esse vínculo.  Muitas das nossas doenças são da criança que não recebeu da mãe aquele amor que precisava, ficou desnutrida emocionalmente.

Da mãe vem 
a relação que temos com o nosso CORPO, 
a relação que temos com o MUNDO, 
a relação que temos com a COMIDA, 
a relação que temos com OUTRAS RELAÇÕES.

Lembremos que a mãe é a primeira a nos alimentar, e como esse alimento tem sido, será a nutrição em forma de ENERGIA VITAL que teremos que enfrentar a vida.

A mãe está ligada à nossa ABUNDÂNCIA, se não nos sentimos emocionalmente abundantes com nossa mãe quando éramos crianças, sentirei falta no mundo e na minha vida de adulto.

Cuidamos de nossos filhos como eles nos cuidaram.  Também pode acontecer que eu vá para o outro extremo, sendo diferente com meus filhos em relação à minha mãe, da mesma forma, tenho que saber que aqui estamos falando de energia vital, se minha mãe era autoritária e hoje sou permissiva , e eu não recebi energia vital dela, da mesma forma que vai me custar muito criar meus filhos, já que eu NÃO TENHO essa energia.


POR QUE MINHA MÃE NÃO ME DÁ ENERGIA?

Porque ela não recebeu de sua própria mãe, portanto, ela não tinha em si mesma para me dar.

 "Nós damos o que temos."

Geralmente não podemos dar energia vital a nossos filhos que não recebemos de nossa própria mãe.
Se eu não recebi uma maternagem adequada, onde todas as minhas NECESSIDADES EMOCIONAIS e AFETIVOS foram atendidas, será difícil para mim ser mãe dos meus filhos, pois não recebi energia vital da minha mãe, minha mãe não tinha energia vital para ser mãe de mim como ela deveria ter feito.

A DOR, o BLOQUEIO, a FALTA dessa energia, se arrasta de geração em geração, e se hoje quero que ela flua para beneficiar meus filhos e a mim mesma, devo libertá-la, dos ancestrais para os descendentes.
O bloqueio está no passado, na infância de nossos ancestrais.  Lembremo-nos de que na infância damos aos nossos filhos a energia da vida para se desenvolverem na vida adulta e, se não a dermos com sabedoria, FICAREMOS DOENTES e BLOQUEAMOS esse influxo.

Cada geração que não recebeu sabiamente essa energia de suas mães fica olhando para o passado, esperando por essa energia, desprotegendo a prole, não nutrindo a prole.

Muitas mães CONTINUAM ESPERANDO pelo amor que não receberam de sua mãe, não podendo cortar o cordão de forma saudável, quando fazemos isso, não estamos protegendo nossos filhos.  Devemos curar este aspecto.  Enquanto espero amor de minha mãe como adulto com filhos, devo saber que não estou nutrindo meus filhos, permanecendo numa posição infantil e criando uma CADEIA DE DESNUTRIÇÃO EMOCIONAL.


Não viemos buscar culpa na mamãe ou no papai... eles também sofreram inúmeras histórias... 
Viemos curar o que eles não puderam curar para que isso NÃO aconteça com nossos descendentes.


A boa notícia é que é inconsciente e tem solução!!
 
A criança faz um voto de lealdade ao sofrimento da mamãe... 
É como se dissesse: 
"mamãe, eu nunca vou te deixar, eu vou salvar você"...

A filha (ou filho) cresce e continua carregando aquela dor no seu íntimo...
Mesmo que não se lembre do que aconteceu, a dor está lá!

Na fase adulta, essa filha quer ser feliz no amor e não consegue...
A filha não entende porque seus relacionamentos não dão certo...
É como se uma voz interior dissesse para ela: 
"mamãe, como eu posso ser feliz no amor se vc não foi? Por lealdade a você, eu sofro também!"

Ela quer ter uma vida próspera, e não consegue... 
O inconsciente diz: 
"Como posso ganhar dinheiro se a minha mãe não ganhou?"... 
Por lealdade, ela abre mão do sucesso profissional e financeiro...

É tudo inconsciente!
Mesmo com pensamentos positivos, nada muda, ela repele a felicidade.

Se você viu sua mãe sofrer, pense nisso!!
Se for o seu caso, você pode sair desse lugar que não te leva a lugar nenhum...
Como?

É possível modificar a sua realidade através do autoconhecimento e seguir a sua vida com consciência emocional para viver uma vida com paz e equilíbrio."


Autor Desconhecido




quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Notícias do Bloqueio


 ULLSTEIN BILD HESSE





 Aproveito a tua neutralidade,
o teu rosto oval, a tua beleza clara,
para enviar notícias do bloqueio
aos que no continente esperam ansiosos.

Tu lhes dirás do coração o que sofremos
nos dias que embranquecem os cabelos…
tu lhes dirás a comoção e as palavras
que prendemos – contrabando – aos teus cabelos.

Tu lhes dirás o nosso ódio construído,
sustentando a defesa à nossa volta
– único acolchoado para a noite
florescida de fome e de tristezas.

Tua neutralidade passará
por sobre a barreira alfandegária
e a tua mala levará fotografias,
um mapa, duas cartas, uma lágrima…

Dirás como trabalhamos em silêncio,
como comemos silêncio, bebemos
silêncio, nadamos e morremos
feridos de silêncio duro e violento.

Vai pois e noticia com um archote
aos que encontrares de fora das muralhas
o mundo em que nos vemos, poesia
massacrada e medos à ilharga.

Vai pois e conta nos jornais diários
ou escreve com ácido nas paredes
o que viste, o que sabes, o que eu disse
entre dois bombardeamentos já esperados.

Mas diz-lhes que se mantém indevassável
o segredo das torres que nos erguem,
e suspensa delas uma flor em lume
grita o seu nome incandescente e puro.

Diz-lhes que se resiste na cidade
desfigurada por feridas de granadas
e enquanto a água e os víveres escasseiam
aumenta a raiva
e a esperança reproduz-se.


Egito Gonçalves


TRANSFORMAR AGRESSÃO







Quando você vê uma pessoa com raiva sempre tenha algo em mente:

tudo o que ela quer é amor.


Por incrível que pareça, quando alguém age com raiva, nada mais é do que uma evidência do amor que busca.
A alma humana tende a amar.
Assim como as plantas se voltam para onde há um fio de luz, nosso Verdadeiro Ser quer se expressar em amor.

Se há necessidade de ferir, de se vingar, de manipular, é porque há uma tremenda lacuna no amor.
Devemos aprender a ver com olhos mais compassivos.

A mensagem não é permitir a agressão, mas compreendê-la para não seguir o mesmo ciclo repetidamente, ou seja, ir à raiz verdadeira para encontrar uma solução.

Às vezes, o silêncio é a melhor resposta se não tivermos uma mensagem pacificadora.
Afaste-se e veja as coisas de forma mais objetiva e deixe de lado o pessoal.

Como diz o Dr. Miguel Ruiz: 
"nada é pessoal, trata-se apenas do filme que projetamos sobre o que nos separou do amor, e que às vezes representa tanta distância que parece impossível estabelecer uma conexão entre ele e o que acontece."

O que quer que você esteja enfrentando, olhe com amor, escolha-o conscientemente.
Mesmo que você realmente não acredite no começo e tente imitar alguém que responde com amor.
Lembre-se de um de seus mentores de quem você recebeu um ato de bondade, compreensão e compaixão quando agiu incorretamente.
Inspire-se neles e nas figuras da humanidade que com simplicidade e contundência mostraram que o amor é a força mais poderosa.

A violência, as guerras e o que ameaça a vida são grandes espelhos da agressão que decidimos manter dentro de cada um de nós e ao nosso redor.

Transforme sua agressividade em criatividade: cante, pinte, dance, toque um instrumento, escreva, desenhe um projeto, toda a força com que você diz que odeia pode se transformar  numa obra-prima que você vai se surpreender.

  • Incentive o artista que há em você e deixe descansar aquele que está farto da dor, do ciclo da violência, da vida como um fardo.
  • Aprenda a viver em paz;  não reaja ao primeiro impulso, porque esta é a chave da evolução.
  • Ajude o Todo fazendo parte da solução.
  • Atreva-se a transformar-se, pois assim você se tornará um grande transformador para o seu ambiente.
  • Lembre-se sempre que somos células do mesmo corpo.
  • Evite ao máximo juntar-se ao grupo de células doentes, pois assim você deixará de receber mais da mesma coisa que não quer.

A força vital age através da consciência, e se você colocar sua mente para pelo menos amá-la, ela fará seu trabalho com perfeição.
Não nascemos agressivos ou raivosos.
Lembre-se de sua natureza, procure purificar-se com atos de bondade, porque estes irão conectá-lo com o seu Verdadeiro Eu.
Respeite a vida, ame e encontre amor em todas as coisas.


Lídia Lopes



domingo, 13 de novembro de 2022

ANCESTORS





 

"If you could see your ancestors
All standing in a row.
Would you be proud of them or not
Or don't you really know?
Some strange discoveries are made
in climbing family trees
And some of them you know
Do not particularly please.

If you could see your ancestors
All standing in a row.
There are some of them perhaps;
You wouldn't care to know.
But theres another question
Which requires a different view,
If you could see your ancestors,
Would they be proud of you?"






Gratidão a todos os meus ancestrais

 







Gratidão queridos pais, avós e demais ancestrais por terem tecido o meu caminho, imensa gratidão pela imensidão dos seus sonhos que, de alguma forma, são hoje a minha realidade.
A partir deste ponto e com muito amor, dou luz à tristeza que houve nas gerações passadas, dou luz à raiva, às partidas prematuras, aos nomes não ditos, aos destinos trágicos.
Dou luz à flecha que cortou caminhos e tornou a calçada mais fácil para nós.
Dou luz à alegria, às histórias repetidas várias vezes.
Dou luz ao não dito e aos segredos de família.
Dou luz às histórias de violência e ruptura entre casais, pais e filhos e entre irmãos e que seja o tempo e o amor que volte a unir.
Dou luz a todas as memórias de limitação e pobreza, a todas as crenças desestruturantes e negativas que permeiem o meu sistema familiar.
Aqui e agora semeio uma nova esperança, alegria, união, prosperidade, entrega, equilíbrio, ousadia, fé, força, superação, amor, amor e amor.
Que todas as gerações passadas e futuras sejam agora, neste instante cobertas com um arco-íris de luzes que curem e restaurem o corpo, a alma e todos os relacionamentos.
Que a força e a bênção de cada geração alcancem sempre e inunde a geração seguinte. 

Bert Hellinger






quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Tarântula








Theraphosidae é uma família de aranhas, que inclui as espécies conhecidas pelos nomes comuns de tarântulas (português europeu) ou caranguejeiras (português brasileiro), que se caracterizam por terem pernas longas com duas garras na ponta, e corpo revestido de cerdas. 

As tarântulas habitam as regiões temperadas e tropicais das Américas, Ásia, África e Oriente Médio. A tarântula encontra-se distribuída por Marrocos, Balcãs, Espanha e sudoeste de Itália.

Existem várias espécies de tarântulas, algumas são pequenas e outras são grandes.

Enquanto crescem, têm uma fase de troca de pele chamada ecdise. 

Apesar do tamanho e aspecto sinistro, as tarântulas não são perigosas para a espécie humana, uma vez que não produzem toxinas nocivas aos humanos, por isso são eventualmente criadas como animais de estimação. Uma de suas defesas são os pêlos urticantes de suas costas e abdômen, que irritam a pele do possível predador.

É um dos artropódes, da classe dos aracnídeos e da família dos Licosídeos que se divide em doze espécies. As tarântulas são aranhas de grandes dimensões cuja picada costuma ser dolorosa.

A tarântula (Lyeosa tarentula) vive em zonas secas sobretudo em buracos subterrâneos. 
É responsabilizada por produzir, quando pica, grandes perturbações orgânicas. 

A tarântula tem hábitos noturnos e alimenta-se de insetos que mata com o seu veneno. 
O veneno da tarântula não é mortal para os humanos.

A época de reprodução ocorre na primavera, os juvenis eclodem no fim do verão e a primeira semana vivem-na protegidos pela fêmea. 

Em média atingem de 15 cm a 25 cm de comprimento com as pernas estendidas, mas existem espécies que podem chegar até 30 cm, como é o caso da tarântula-gigante-comedora-de-pássaros (Theraphosa blondi) da América do Sul.

As aranhas são animais invertebrados, pois não possuem coluna vertebral. São consideradas um dos grupos mais diversos de invertebrados terrestres, perdendo apenas para os insetos. 

Elas apresentam quatro pares de patas e a quantidade de olhos pode variar, algumas com dois, seis ou oito.
Essas aranhas possuem patas grandes e o corpo coberto de pelos, que produzem uma substância urticante, ou seja, irritante, que pode provocar alergias na nossa pele e ser bastante doloroso. 

Podem ser de diversas cores: azul, rosada, preta, marrom, etc.



Etimologia
A aranha originalmente chamada de "tarântula" foi a espécie Lycosa tarantula, uma aranha lobo da família Lycosidae nativa da Europa mediterrânica. A Tarântula recebeu esse nome porque ela foi encontrada pela primeira vez em uma cidade na Itália, chamada Tarento. Além disso, na época as pessoas acreditavam que a picada dessa aranha era fatal e para que a vítima não morresse, a pessoa deveria dançar a “tarantela”, um estilo de música popular. O nome deriva da cidade portuária do sul da Itália, Tarento, região onde estas aranhas são facilmente encontradas e que, posteriormente, foi aplicado a quase todas as espécies de aranhas de grande porte, especialmente a família das Mygalomorphae, das regiões mais quentes da América e as theraphosidae. Durante muito tempo acreditou-se, no sul da Europa, que uma pessoa picada pela tarântula seria tomada de extrema melancolia e poderia mesmo morrer se não se entregasse a uma dança frenética, a tarantela, capaz de eliminar o veneno pela transpiração. Tanto o nome do agente causador do suposto distúrbio quanto o da dança derivam do toponimo da cidade italiana. 
O termo vem do latim tarento, de origem grega Taras (do genitivo tarantos, provavelmente a partir da ilíria darantos, que significa "carvalho"), personagem da mitologia grega fundador da colonia grega de Taras (Tarentum, a moderna cidade de Taranto).

Ciclo de vida
As tarântulas têm um ciclo de vida longo e levam de 2 a 5 anos para atingir a maturidade sexual. Os machos morrem normalmente após o acasalamento, alcançando 5 a 7 anos de vida. Antes de se tornarem adultas, as tarântulas têm de comer diariamente, exceto no período de sua troca de pele, quando há um jejum de, em média, dez dias antes e de sete dias depois. Quando já são adultas podem passar por longos períodos sem comer. Foram registrados casos de longevidade de fêmeas em cativeiro com até 25 anos.



Hábitos
As tarântulas são animais solitários e noctívagos

Alimentam-se de pequenos animais, que nas espécies maiores podem incluir pequenos pássaros, roedores ou anfíbios. Todas as espécies de tarântulas apresentam canibalismo.

Essas aranhas possuem hábitos cavadores, ou seja, passam boa parte de suas vidas a cavar buracos e tocas, e moram em baixo da terra. Ela só sai da sua toca quando procura comida, tais como pequenos invertebrados e insetos. 
Esse tipo de aranha é muito comum no sudeste da Ásia.

É um animal bem ágil, que se defende muito bem. Seu veneno é potente, podendo provocar cãibras musculares, dor e inflamação local. 

A Tarântula Azul tem preferência por lugares húmidos e temperaturas em torno de 25 ºC.

Estes animais apresentam uma enorme variedade de formas e cores e algumas são capazes de mimetizar, ou seja, imitar outros seres vivos, como formigas, besouros, vespas, moscas e partes de vegetação, como galhos.

As tarântulas, de tempos em tempos, perdem o seu esqueleto externo (exoesqueleto), durante um processo chamado de ecdise ou muda, algo muito parecido a uma metamorfose. Elas realizam este processo para conseguirem crescer e, ao mesmo tempo, substituírem órgãos internos ou patas perdidas. Este processo é algo comum em certas famílias de artrópodes.

Muitas vivem próximas a nós, devido ao ambiente em comum e a facilidade de obter comida, tais como insetos, que são atraídos pela presença humana. A maioria não são agressivas e geralmente são inofensivas, porém, muitas espécies são venenosas.

O veneno pode ser fatal, principalmente em crianças. Deve-se procurar uma emergência médica em caso de picada o mais rápido possível!


Toca
A maioria das Tarântulas não se afasta de sua toca, nem mesmo para se alimentar, pois sentem a presença das presas pela vibração do solo. O macho normalmente é quem faz as viagens mais longas para encontrar as fêmeas.

As tocas são normalmente subterrâneas, geralmente aproveitadas de outras aranhas ou roedores. 
São forradas com a sua teia formando uma seda, o que arrefece o esconderijo. 
Geralmente ficam próximas a raízes de árvores e pedras, e podem chegar até 1 metro de profundidade.

Existem espécies que também são arbóreas — não necessitam ir ao solo durante toda sua vida, e fazem tocas em buracos nas árvores.


Reprodução
O acasalamento das tarântulas é como o da maioria das aranhas. Uma diferença é que o macho tem ganchos para prender as presas das fêmeas no ato sexual. Os machos têm seus pedipalpos modificados para a cópula. Normalmente o macho foge logo após o ato, antes que a fêmea recobre seu apetite, e morre poucos meses depois, devido a seu curto ciclo de vida. A fêmea armazena o esperma vivo num órgão especial, até chegar a época de pôr os ovos.

As fêmeas depositam entre 50 a 200 ovos num saco de seda que incubam por cerca de 6 semanas. Os ovos são bem grandes, e o saco pode chegar a ficar do tamanho de um limão

Os filhotes já nascem com um bom tamanho. Após o nascimento as pequenas tarântulas não recebem cuidados parentais, ficam pouco tempo na toca e logo depois se dispersam.


Preservação
A tarântula é espécie ameaçada devido principalmente à destruição do seu habitat, proporcionando um número elevado de atropelamentos e a caça para criação como animal de estimação. Em contrapartida, é uma das aranhas mais criadas em cativeiro.

Quando criadas em cativeiro, as aranhas ficam separadas pois são canibais, ou seja, podem devorar-se umas as outras.

Não existem regras específicas para alimentar as tarântulas, basta dar três ou quatro pequenos insetos, como grilo ou formiga por semana, para terem um crescimento bastante saudável. 

Naturalmente, apresentam hábitos solitários.