Deus dá a todos uma estrela.
Uns fazem da estrela um sol.
Outros nem conseguem vê-la.
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Arco-íris no céu.
Está sorrindo o menino
que há pouco chorou.
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Trêmula gota de orvalho
Presa na teia de aranha,
Rebrilhando como estrela.
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Festa das Lanternas!
Os ipês estão luzindo
De globos cor-de-ouro.
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Corrida no parque.
O menino inválido
aplaude os atletas.
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Nas flores do cardo,
leve poeira de orvalho.
Manhã no deserto.
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O brilho da lâmpada,
no interior da morada,
empalidece as estrelas.
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A morte desgoverna a vida.
Hoje sou mais velha
que meu pai.
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Buscas ouro nativo entre a ganga da vida.
Que esperança infinita no ilusório trabalho.
Para cada pepita, quanto cascalho.
Helena Kolody
Poemas, Haikais
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