Segundo uma tradição muito antiga e presente em culturas e religiões diversas, a direita é um símbolo solar, masculino e positivo, e a esquerda um símbolo lunar, feminino e negativo.Os conceitos de positivo e negativo não têm aqui uma conotação de valor, mas de existência, ou seja, para serem completos necessitam do seu oposto.
Os valores atribuídos pelas diferentes civilizações aos lados direito e esquerdo têm muito provavelmente a ver com o movimento do Sol, que é efetuado para o lado direito no hemisfério boreal e para o lado esquerdo no hemisfério austral, quando se toma por referência o Este e o Sul.
A direita e a esquerda são noções que surgiram com os mitos da criação dos seres humanos.
Em grande parte das tradições universais da génese, o primeiro ser humano era andrógino, e o seu corpo encontra-se divido por um elemento masculino do lado direito e um elemento feminino do lado esquerdo.
Segundo as tradições rabínicas, que divergem da versão bíblica, esta noção está presente no primeiro Adão, que, juntamente com Eva, teria constituído o primeiro ser inicial e que teria sido dividido por Deus.
Nas filosofias hindus, existe o mesmo conceito em Purusha, o ser inicial cuja metade direita é homem e metade esquerda mulher.
Na Bíblia, a direita é o local onde se encontra a retidão e o paraíso, a esquerda é o lugar dos condenados e do Inferno.
O conceito da direita masculina, solar e positiva, e da esquerda feminina, lunar e negativa na Idade Média ocidental adquiriu uma conotação de valor, ou seja, a direita passou a ser também diurna, ativa e divina e a esquerda noturna, passiva e satânica. Segundo as crenças da altura, o Diabo marcava os seus seguidores com a sua garra no olho esquerdo e nas missas negras o sinal da cruz era realizado com a mão esquerda.
A palavra em latim para esquerda, sinister, veio a dar o conceito de sinistro na língua portuguesa.
Tanto na Grécia como entre os Celtas, a direita era um símbolo de êxito, força e habilidade, enquanto que a esquerda era um sinal de mau presságio e de desgraça.
Entre os Índios da América, o deus Sol estava associado com a direita e a deusa Lua com a esquerda. Entre certas tribos africanas, os homens são sepultados sobre o seu lado direito e as mulheres sobre o seu lado esquerdo.
No continente europeu, a direita é também um símbolo masculino de ordem, equilíbrio e justiça, e a esquerda traduz a desordem, a confusão e o desequilíbrio.
A Lua é um símbolo quase universal de feminilidade, passividade, fertilidade, periodicidade e renovação. Enquanto espelho da luz do sol, a Lua atravessa as suas quatro fases visíveis para a Terra e, neste contexto, é sinónimo de transformação e evolução, pois o seu movimento é de um eterno crescimento, de lua nova a lua cheia. A Lua define-se em relação ao Sol e este em relação à Lua, já que ambos simbolizam respetivamente as polaridades feminina e masculina.
Aparentemente, a sua importância é secundária em relação ao Sol, mas na verdade a Lua é tão fundamental como o Sol porque rege a água, fonte de fertilidade e de vida.
A Lua traduz os movimentos biológicos já que tem uma influência dominante sobre a água, seja nas marés, nas chuvas ou na constituição líquida dos seres humanos, dos animais e das plantas, sendo a água a maior percentagem da sua matéria.
Esta conceção ocidental difere da tradição do Extremo Oriente,
onde o lado esquerdo, noturno, é o lado mais favorável, tendo em conta que nestas culturas nenhum dos lados são verdadeiramente desfavoráveis, já que se complementam e fazem parte de um todo equilibrado, como o Yin e o Yang.
Assim, a esquerda é mais divina e mística,
representa o Céu, os homens e o princípio Yang,
enquanto que a direita é o símbolo da Terra,
dos assuntos profanos, das colheitas
e associada às mulheres e ao Yin.
Na China, existia a crença de que os heróis e santos nasciam do lado esquerdo das suas mães.No Japão, a esquerda é masculina e simboliza o Sol, a sabedoria e a fé, enquanto que a direita é a Lua, a água e está associada à mulher.
Para o Taoismo, que é a base que fundamenta a prática da Medicina Chinesa, tanto nós como a Natureza somos regidos por duas forças, o Yin, associado a energia feminina e a Yang, relativa ao masculino.
Segundo a Medicina Chinesa, originada há mais de cinco mil anos, o lado direito do corpo está associado ao feminino, à mãe, à sensibilidade, à capacidade de se doar e criar. Já o lado esquerdo do corpo, por sua vez, tem relação ao masculino, ao pai, à força e à ação.
O lado esquerdo do corpo relacionado com a força Yang, tem a ver com a força masculina que existe em nós e com a figura paterna. Em contrapartida, o lado direito tem relação com o Yin, associado à figura materna e à projeção da força feminina no ser humano.
Qualquer problema num desses lados pode estar denotando desequilíbrios na relação com os pais, ou com o fluir da expressão das forças Yin e Yang por parte do indivíduo.
Lembrando que estas duas forças
atuam em cada ser humano,
independente do sexo.
Quando doenças ou acidentes acometem o lado direito (Yin) do corpo, isso pode sinalizar que a pessoa está vivendo conflitos com outras mulheres, que fazem parte de seus relacionamentos, seja na família, trabalho ou estudos. Também, pode ter relação com dificuldade de lidar com suas emoções e de receber amor e disso advém culpa e desmerecimento, que ao perdurar, acaba acometendo o corpo.
Problemas no lado esquerdo do corpo significam dificuldade de se relacionar com homens e com a própria força masculina, que podem ser provenientes de situações problemáticas do passado com pessoas do sexo masculino, seja da família ou de outra esfera relacional.
Dessa forma, esta pessoa tende a desenvolver conflitos com figuras que representam o masculino, como autoridades e chefes, e ainda ser assolada pela falta de confiança em si mesma, revoltas e ressentimentos internos em relação ao masculino, que existe em si ou representado em figuras de poder.
Em resumo, nosso inconsciente é muito poderoso e usa nosso corpo para falar connosco usando as doenças como instrumento, por isso, dores, lesões, acidentes com batidas, fraturas ou cortes no lado esquerdo do corpo, refletem desequilíbrios com a energia Yang (masculino). Já do lado direito, desequilíbrio com a energia Yin (feminino).
Quando vira e mexe surge algum problema sempre no mesmo lado do corpo, é hora de rever e repensar o que o corpo está querendo revelar, e qual emoção oculta existe por trás deste problema.
Sendo assim, pergunte-se:
- Qual problema, seja familiar, profissional ou sentimental pode estar somatizando em meu corpo e repetindo estados mal-resolvidos e traumas do passado, atuando em looping em sua vida?
- Faça uma retrospectiva de seu passado e analise se você não está a projetar e repetir os desequilíbrios de seus pais ou que ocorreram em sua infância.
- Se auto-observe atentamente e faça pausas meditativas para enxergar o autossabotador que existe em você, repetindo os padrões de conflitos e amor interrompido que você viveu no passado. Ao tomar consciência, a cortina se abre e você passa a enxergar o que antes não percebia.
As dores e doenças podem ter várias causas, mas em geral têm relação com o desequilíbrio emocional:
Quando o emocional não vai bem e, quando isso perdura por longo tempo, acaba se externalizando no corpo. Então, vem o desequilíbrio físico em determinado lado do corpo. Essa é a forma do inconsciente dar o alarme de que a situação está insustentável e precisa ser revista e corrigida para que as coisas voltem a fluir melhor.
Preste atenção
aos sinais de seu corpo,
pois isso contribui para
o melhor alinhamento e sintonia
da parte física
com a Mente e a Alma.
in, GreenMe
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