A vida é uma casa que a gente inventa (ou tenta).
Com um sótão para sonhar,
porões para chorar,
um quintal para as festas e os delírios.
No meio porém passam as águas do tempo
que tudo leva de roldão, tudo
transforma em cacos, trapos, lascas.
Melhor montar as ondas
agarrada nas espumas, e deixar-se levar
entre estrelas, escolhas
e destroços.
Melhor se reinventar.
Melhor contemplar.
(Melhor ainda, nadar.)
Ou ele nos devora, nos cospe fora
como sementes ou cascas.
Um dia vamos achar na praia
o que sobrou de nós:
que não sejam só os ossos.
Lya Luft
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