Espiritualidade é aprender a olhar para o mundo, para a vida e para nós próprios a partir dos olhos da alma. Antes do famoso despertar e de sermos capazes de ver o mundo pelos olhos da alma, vivemos a vida com os olhos do ego, do corpo ou também chamada personalidade.
E porque são duas energias bastante diferentes, para não dizer opostas, cada uma delas tem necessidades próprias, maneiras de se ajustar às vida próprias, ou seja, tem uma agenda pessoal e única.
Por exemplo, a agenda do corpo/ego identifica-se com o seu nome de família, precisa de alimento, procura proteção e conforto através da infinita oferta do mundo material e a sua identidade social irá condicioná-lo em todo o tipo de interação exterior que tanto pode ser de competição ou de cooperação de acordo com os seus interesses. Para a nossa dupla personalidade/ego a vida acontece fora e logo é no mundo exterior, nas coisas e nos outros que está o foco e a necessidade de controle para garantir os seus interesses e a sua sobrevivência.
Já a alma tem prioridades bem diferentes. Para a alma o que importa é cumprir a sua viagem de experimentação das suas polaridades, é aproveitar as circunstâncias externas como palco perfeito para cumprir o seu propósito de evolução espiritual, de integração das partes, de expressão de amor, de equilíbrio das suas energias, de transcendência das mesmas para planos mais elevados que a aproximem da Fonte. Para ela tudo acontece dentro. O que está fora serve apenas de gatilho para despertar as várias partes que a compõem.
Nem uma nem a outra são mais importantes.
Ambas são essenciais integrar e harmonizar para que as possamos transcender e só pelo equilíbrio interior a transcendência pode acontecer.
E esse equilíbrio interior só é possível aceder pelo próprio ou descodificando os mapas numerológico e astrológico de cada um. Aliás, tanto na Astrologia como na Numerologia, encontramos o Arquétipo da mudança, do inconformismo, da liberdade e necessidade de honrar a essência individual, da irreverência e atrevimento de seguir o seu próprio caminho.
Seguir formas de conduta comuns a todos, mensagens de profetas, regras e códigos religiosos e morais desactualizados no tempo e que não consideram a viagem e proposta espiritual e diferente de cada um, levam-nos a fazer escolhas e a viver estilos de vida que nos irão afastar do nosso equilíbrio interior pois não consideram a individualidade de cada um.
Deste ponto de vista a comparação e o julgamento do comportamento dos outros nada mais são do que observações negativas e erradas de quem não entende a escolha do outro, de quem não percebe o livre arbítrio e a lei do karma, de quem considera que a sua visão é que está certa, fazem parte da agenda do ego e logo uma atitude que devemos corrigir.
Manter a nossa energia em equilíbrio implica, tal como andar de bicicleta, caminhar sozinho, fazer escolhas que ouçam e respeitem as necessidades pessoais interiores de cada momento, independentemente se estamos dentro ou fora de uma relação.
Porque a maioria das relações se baseiam mais em carência do que em amor, a maior parte com medo de as perder, acaba por fazer cedências exageradas que colocam em causa o equilíbrio individual. E não há relações equilibradas se as partes envolvidas não estão em equilíbrio. Infelizmente, a dor e a violência que vamos vendo no mundo relacional, mostra que controlar o outro ainda é a escolha perante a alternativa de nos retirarmos ou protegermos quando o outro coloca o nosso equilíbrio em causa.
Sejamos então responsáveis.
Não no sentido de responsabilidade social e forma de conduta correta mas, no sentido de responsabilidade pessoal e espiritual, de cada um manter a sua energia limpa e em equilíbrio sem que isso dependa de ninguém.
Vera Luz
Sem comentários:
Enviar um comentário