quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A Sexualidade masculina e feminina


A. Andrew Gonzalez



Lembra-te: a sexualidade é uma parte da arte de amar baseada no conhecimento físico e mental do outro que não pode ser explicado por palavras. É preciso ser vivida!
(...)
- Está longe de ser verdade a convicção de que é o homem que deve instruir sexualmente a mulher.
O conhecimento do teu namorado é apenas uma parte, que se detém ao nível da procriação e do prazer. Mas o sexo também é saúde e espiritualidade, só que ele não o pode entender, porque não existe lugar onde se ensine algo tão importante como viver com outro ser humano partilhando, reciprocamente, prazer e amor. O homem é tão ignorante como a mulher na arte do prazer e do amor porque lhe falta sabedoria e experiência na arte de conviver.
- Avó, como é que uma mulher se deve preparar sexualmente?
- Antes de mais, tem de começar a considerar o próprio corpo como uma realidade sagrada. A parte íntima é a mais sagrada, porque é precisamente ali que tem lugar a reprodução, a criação, a regeneração e a alquimia espiritual. É daí que partem todas as energias que movem o ser vivo. Os nossos antepassados chamavam-lhe chaka, ponto de encontro do mundo visível com o mundo invisível.
É necessário praticar uma sexualidade unitária, também chamada de Sexualidade Sagrada.
O objectivo desta prática é aprender a deslocar a energia localizada na parte mais baixa do ser para a parte mais alta, de maneira a penetrar no infinito, no domínio do espaço e do tempo: no reino do amor. A mulher, devido à sua natureza peculiar, consegue aceder a esse recinto e é por isso que sabe o que é o amor. O homem, tem dificuldade em aceder a essa dimensão; ele sabe que o amor existe, mas não o conhece. E esta é a nossa missão: fazer com que o homem conheça o amor.
Porém, para o conseguir, uma mulher tem de se preparar, aperfeiçoando em primeiro lugar, o sentido do tacto. O acto sexual é uma sensação táctil e o erotismo é o jogo que permite aperfeiçoa-la. Mas, só com intuição, doçura, ternura, é que uma mulher pode conduzir o homem através da dimensão do amor. O caminho que leva a este conhecimento é longo e difícil, é necessário libertar-se de todos os tabus impostos pela sociedade, e estar disposto a arriscar.
(...)
- Para ser feliz, um casal tem de saber usar as próprias diferenças com o objectivo de criar Unidade, e não divisão ou rivalidade. Se a mulher sabe como criar esta Unidade, poderá utilizar a própria energia interior para provocar mudanças no homem.
(...)
- Se o homem e a mulher são diferentes, então qual é o mais forte?
- Continuas a pensar como um homem.
Quando falas de superioridade, estás a opor um ser vivo a outro.
O ideal não é separar o homem da mulher, mas descobrir como podem complementarem-se.
A Complementaridade não procura opositores!




Hernán Huarache Mamani
in, A Profecia da Curandeira




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