Diz-me mulher de asas redondas quais os segredos do teu corpo.
Fala-me dos teus mais íntimos desejos,
da vertigem da busca,
dos socalcos da vida.
Conta-me do que te falta no teu sentir.
As minhas mãos serão tuas sempre que o desejares.
As tuas mãos guiarão as minhas pela tua pele até ao fim de tudo.
Amante, mulher, heroína das noites encontradas.
Também mãe, colo meu, meu suor, minha luz, meu cordão.
Assim te percorro, assim me percorres.
Um diálogo silencioso.
Um reaprender a viver.
Um sonho escrito numa lousa.
As teclas de um piano sem som.
O adormecer num fetal aconchego.
Amar uma mulher sem nome e chamar-lhe: Amor.
Gritar a toda gente que aquela é a mulher que amamos.
Ter uma cama.
Incensar com o perfume das deusas o nosso caminho.
Sentir o calor de todos os sentimentos.
Amar.
JORGE C. FERREIRA
in, À SOMBRA DO SILÊNCIO
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