A era em que vivemos é a era da velocidade.
Tudo acontece rápido demais.
Não temos tempo para pensar em nada: a vida simplesmente nos engole com suas pressões sociais, laborais e familiares. Ou nos adaptamos, ou enlouquecemos.
Adaptar-se, nesse caso, significa aprendermos a parar.
Embora tenhamos aprendido muitas coisas na escola, nunca nos ensinaram a parar.
Parar é uma maneira de refletir e assimilar tudo o que aprendemos, ficando mais receptivos para podermos avaliar de maneira mais positiva e justa qualquer empreendimento que nos propusermos. Para o yogi, parar é o que vem antes do samadhi, a realidade luminosa que está além do samsara.
Parar é um gesto de respeito e amor por nós mesmos.
Ao mesmo tempo, é um ato de generosidade em relação àqueles com quem convivemos.
Se nossa alma ficar mais harmoniosa, essa harmonia irá refletir-se à nossa volta.
Cultivar o ato de parar conscientemente equivale a viver a vida como uma jornada, uma aventura de descobertas.
Mas, se não soubermos parar conscientemente, nosso corpo irá parar sozinho, através de uma doença ou um acidente.
Parar é essencial se quisermos manter a felicidade e a sanidade nos dias de hoje.
Todo o mundo está procurando a felicidade; alguns, procuram até a imortalidade; mas quase ninguém sabe o que fazer num sábado chuvoso.
Assim, a arte de viver fica sepultada sob as pressões que a sociedade impõe ao indivíduo.
Nas palavras de H. D. Thoreau,
"A vida se mede, não pelo número de anos que passamos na Terra, mas pelo que usufruímos".
Parar tem a ver igualmente com os nossos valores mais íntimos.
Se não soubermos parar, seremos vítimas fáceis do consumismo.
Se não soubermos parar, acabaremos achando que vestir aquela griffe é tudo o que precisamos para ser felizes, ou que usar aquele cartão de crédito pode resolver nossos problemas emocionais.
Pedro Kupfer
Sem comentários:
Enviar um comentário