sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Amor e Ódio...Amor Condicional e Incondicional




Todos vocês já ouviram muitas coisas.
Existe uma linha ténue que separa o Amor do Ódio.
Os Odiadores são apenas amantes confundidos.
Uma Relação é essencialmente um acto de Equilíbrio entre Amor e Ódio.
O Oposto de Amor não é o Ódio, é a Indiferença.
E a lista continua...

Não é segredo que as pessoas que foram amaram muito, por vezes tornam-se nos mais fervorosos inimigos.
No extremo disto, temos os crimes de paixão.
Um marido que outrora amou muito a esposa, mata-a quando descobre que ela o trocou por outro.
Uma esposa que outrora amou muito o marido, faz o que pode para arruinar a sua reputação na sociedade.
Os tribunais, enchem-se todos os dias com divórcios pelo mundo fora, com pessoas que aparentemente já se amaram, mas que agora se odeiam fervorosamente.

Infelizmente, vou ter de começar esta conversa a sacrificar uma Crença Sagrada para si.
A Crença Sagrada é: É possível amar e odiar alguém ao mesmo tempo!
Isto simplesmente não é verdade!
Na verdade, é vibracionalmente impossível.
Não é possível amar e odiar alguém ao mesmo tempo.
Ao nível vibracional, amar é tomar algo como a ti mesmo. É a experiência da Unidade na sua forma singular.
E o que causa essa Unidade é o Apreço!
Essencialmente, é a perspectiva com percepção positiva sobre algo.
Vibracionalmente falando, o Medo é na verdade a vibração oposta à vibração do Amor.
O Medo causa a Separação e um fechar-se em si próprio.
Se olharmos para o ódio, vibracionalmente falando, ele fica algures no meio de ambas as vibrações.
O Ódio é o oposto da percepção positiva.
É a perspectiva com percepção negativa sobre algo.
No seu núcleo, o ódio é o resultado de se sentir magoado por algo ou alguém, em que se percebe que o que magoa é uma ameaça contra ti.
Não se pode percepcionar algo como sendo uma ameaça contra ti, e não perceber que é algo que te é estranho.
É por isto que, quando as pessoas percebem que são uma ameaça para si próprias, elas instantaneamente sentem uma divisão dentro de si mesmas, onde existe um outro aspecto delas, ou um demónio dentro delas que está contra elas.
É também por isso que quando dizemos que amamos e odiamos alguém, na realidade não o podemos fazer.
O que fazemos é dividir o outro em dois aspectos diferentes, para podermos amar um e odiar o outro, como se fossem duas coisas separadas com o mesmo nome que chamamos a essa pessoa.
Podes mudar do ódio para o amor, ou do amor para o ódio, mas não podes manter as duas frequências simultaneamente como foco de atenção.

Quando espalhamos a ideia de que, não consegues odiar a não ser que ames alguém, ou de que é possível amar e odiar alguém ao mesmo tempo, estamos a prejudicarmo-nos uns aos outros, a fazer mal à sociedade e estamos a conduzir os outros pelo caminho descendente da Ilusão.
Isto tem de acabar.
Temos de nos livrar da ideia de que é possível amar e odiar algo ou alguém ao mesmo tempo.
Mas, se sentirem resistência em deixarem cair esta crença, o mais importante é perceberem a causa dessa resistência.
A verdade é que, as pessoas não querem que esta crença termine.
Nós não queremos acabar com a crença de que é possível amar e odiar algo ou alguém ao mesmo tempo.
Porquê???
Porque estamos desesperados por acreditar que, lá no fundo, nós somos amados incondicionalmente!!!
Nós não somos capazes de enfrentar a ideia de, eventualmente, nunca termos sido amados...pelo menos incondicionalmente.

Nós aprendemos sobre o amor, nas primeiras experiências da vida.
Não é apropriado dizer que, quando alguém tem uma criança a ama imediatamente.
Essa é a nossa suposição.
Adoramos dizê-lo, espalhamos essa crença vivamente na sociedade e dizemos: "Claro que a amam. É o filho deles"
Não é o caso!!!!!
O caso é que, no minuto em que temos um filho, a maioria de nós com algumas excepções, sente Apego por esse filho. Sentimos um apego mental, emocional e até físico.
Mas, aqueles que já estão familiarizados com a espiritualidade há algum tempo, já sabem distinguir entre Apego( que é Identificação) e Amor.
O apego pode ocorrer na presença de amor, mas também pode ocorrer na ausência de amor.
Especialmente se o Medo estiver presente.
A sociedade ignora completamente o conceito de apego, e a diferença entre Apego e Amor, e adora dizer que o pais que amam muito os seus filhos, são na realidade os que são mais apegados aos seus filhos. E os pais mais apegados e identificados com os seus filhos, são muitas vezes aqueles a quem falta amor incondicional pelos seus filhos.
Para estes pais, a criança é a extensão deles mesmos.
Eles são amados na condição de prosseguirem na mesma direcção dos pais, terem as mesmas necessidades, quereres, gostares, aversões e valores.
Isto não é amor!!!!!
É Identificação!!!!!
O progenitor está tão identificado com a sua criança que, nada o impedirá de conseguir para ela o que acha ser o melhor.
Nós vemos isto e dizemos: Uau!! Que pais maravilhosos e dedicados!Esta criança é uma sortuda!
Não!!!! É a resposta!
Sob o pretenso amor, as crianças sujeitam-se à sua projecção para continuarem a serem amadas, ou então são rejeitadas. 
Temos de parar de chamar as coisas de Amor, quando não o são!

Há muitas boas razões para se querer ter crianças.
Muitas dessas razões são conscientes, e muitas delas são inconscientes.
O que não queremos admitir é que muitos de nós, consciente ou inconscientemente, queremos ter crianças nas nossas vidas porque elas reforçam a nossa Auto-Estima!!
Nós estamos a ter as nossas crianças por algo que elas fazem por nós, por alguma coisa que nos dão.

Se somos este tipo de progenitor, enquanto a criança fizer ou disser alguma coisa que nos valida, enquanto ela nos aumentar a nossa auto-estima, nós vamos amar essa criança.
Mas, no momento em que a criança começar a dizer ou a fazer coisas que não nos validam, quando começar a por em causa a nossa auto-estima, passamos a ver a criança como uma ameaça para nós. Sentimos a criança como se ela estivesse a atraiçoar e a abandonar a ligação que outrora tivemos com ela.
Iremos sentir-nos separados da nossa criança e, em algumas circunstâncias sentiremos ódio por elas.
Mas, como sabemos que não é aceitável sentir ódio pelas nossas crianças, quando sentimos essa emoção por elas, nós negamos, ignoramos, suprimimos e rejeitamos essa emoção.
Convencemo-nos a nós próprios que não sentimos ódio pelos nossos filhos, quando na verdade sentimos.
Isto é especialmente comum nas idades em que a criança está a desenvolver uma Individuação Saudável, ao descobrir os seus limites, como é o caso da Infância e da Adolescência.

Isto é um problema porque, a criança não terá noção porque de repente os pais estão contra ela.
Elas querem perceber porque de repente já não são apreciadas.
Que amor era este que tinham com os pais, esta ligação, e que de repente desapareceu.
De repente, os pais tornam-se os seus antagonistas!
Esta confusão, é agravada pelo facto de nós como pais, se estivermos identificados com a nossa criança, não admitirmos que naquele momento sentimos ódio pela nossa criança.
Nós negamos e dizemos: "Eu Amo-te!", ou "eu amo incondicionalmente os meus filhos e é por isso que faço isto"...
Quando as crianças ouvem este tipo de afirmações, e no entanto a experiência que têm é exactamente a oposta, entram numa espiral de confusão e consternação.
Como é que é possível que o Pai ou a Mãe digam que me amam, e na realidade eu sinto esta energia contra mim...ou, vejo estas acções e ouça estas palavras contra mim...

A questão é que o progenitor, na realidade, se virou contra a sua criança!!!
Não só se voltaram contra a criança, como negaram que o fizeram!
E como se não bastasse, responsabilizaram a criança por aquela traição. Responsabilizaram a criança pelo facto de se afastarem dela, e se terem tornado nos seus antagonistas.
Mas, há algo ainda pior...
A criança não tem como entender o que aconteceu na sua relação com os progenitores, e não lhes resta alternativa senão assumir que os pais devem estar certos e que há algo de errado com ela. 

Agora, vamos olhar para a alternativa:
Tu não podes sobreviver num ambiente onde a tua vida depende de alguém que é o teu antagonista!
Que de facto não te ama!
A criança tem de criar um certo sentido de controlo através da responsabilidade de dizer:
"Sabes que mais? O problema sou eu!! É por eu estar errada, porque sou má enquanto for assim. Se eu for boa, se eu fizer melhor, tudo volta a ser amor entre mim e os meus pais"
A Vergonha passa a dominar o íntimo da criança e vai carregá-la até ser adulta.
A criança assume-se como culpada, porque se não o fizer estará a enfrentar o facto de que os pais nunca a amaram, e apenas amaram algo que a sua presença fez por eles.

Nós acreditamos que é possível amar e odiar ao mesmo tempo.
Ao adoptarmos esta crença, o ódio e o amor tornam-se ligados no subconsciente.
Actualmente na Psicologia, chamam a isto de "Apego Desorganizado"
Mas, os psicólogos dizem que o "Apego Desorganizado" é muito raro, limitado apenas às pessoas cujos pais foram antagonistas, ao ponto de terem aterrorizado as suas crianças.
Eu vou desafiar esta ideia, e sugerir que é bastante comum haver antagonismo entre as crianças e os seus progenitores, e na verdade imensas pessoas caminham neste planeta a sofrer de Apego Desorganizado, e é por isso que vemos tanto ódio e amor ao mesmo tempo nas nossas relações.

Quando os nossos pais nos deram a vida para reforçar a sua Identidade, para reforçar o sentido de si mesmos, de alguma forma nós não vivemos o tipo de amor que procurávamos. Nós vivemos o amor, que dependia de nós para reforçar a auto-estima dos nossos pais. E, os de vós que falharam a fazer isso pelos vossos pais, inevitavelmente se sentiram sozinhos e sem forma de fugir à vergonha que sentiram.

Mesmo que o amor seja uma experiência natural, que flui através da Encarnação de cada Ser na Existência, aprendemos a expressar esse amor em virtude da nossa interacção com as pessoas de quem dependemos na nossa vida. 
Se o primeiro vislumbre de amor é Condicional sobre nós, com o intuito de reforçar o Sentido de Si-Mesmo no outro, então seguiremos esse exemplo.
Tornaremos o nosso amor Condicional sobre alguém, para que esse alguém reforce a nossa Auto-Estima. Também nos encontraremos entre amigos e parceiros que usarão o seu amor Condicional sobre nós para reforçarem a sua Auto-Estima.
Esta é uma excelente forma de o amor se transformar em ódio!
No minuto em que alguém nas nossas vidas não reforce a nossa auto-estima, nós o odiaremos!
No minuto em que nós não reforçarmos a auto-estima do outro, seremos odiados!

Agora, precisamos de falar sobre Amor Condicional e Amor Incondicional:  
No nosso actual Estado de Evolução, o Amor Incondicional é um conceito abstracto que apenas tentamos entender.
Nós já dissemos que a nível vibracional, que amar alguém é tomar alguém como a nós próprios.
É a experiência da Unidade na forma humana.
É adquirido através do foco positivo em alguém ou alguma coisa.
Obviamente conseguirá ver que o Amor Incondicional é essencialmente um Estado de Amor que Não Depende de como alguém se comporta. Independentemente do que pensam, digam ou façam.
O Amor Condicional, por outro lado, significa que uma pessoa vive um Estado de Apreciação e de Percepção Positiva sobre algo. Então, de forma a se sentirem Unos com aquela coisa, isso só acontecerá se aquela coisa ou pessoa cumprir com uma condição, como por exemplo fazer-me sentir bem comigo mesma, ou manter-me segura, ou gostar de mim.

Eu não estou a dizer que estas pessoas que amam incondicionalmente não existam.
Eu apenas nunca conheci ninguém na minha vida que, fosse capaz de praticar o Amor Incondicional na vida real!
Muitas pessoas, no campo espiritual, estão identificadas com a justiça da ideia do Amor Incondicional e professam que estão a amar incondicionalmente. Também sugerem que todos os outros precisam de praticar o amor incondicional, apesar de ser um Estado em que a maior parte das pessoas não é sequer capaz de alcançar, a partir do seu posicionamento no espaço de cura.
Por outras palavras, na Comunidade Espiritual, quando quase todos dizem:
"Amor Incondicional"
É porque estão em negação completa!!!!!
É sinal que não compreendem que na realidade amam condicionalmente!

Nós podemos conseguir fingir amor incondicional por fora, mas não o conseguimos fingir por dentro!

Agora,
Vamos assumir que tu não és uma destas pessoas, que têm as suas crianças para inconscientemente reforçar a sua auto-estima...
A maior parte das vezes, o que vemos é que o acesso mais próximo que nós Seres Humanos temos de viver o amor incondicional, é de facto através das nossas crianças.
Mas, ao contrário do que a sociedade adora nos convencer, simplesmente por ter uma criança não significa que o amor incondicional lá esteja presente. Não é garantia de que lá esteja.
Na verdade, é bastante raro!

Uma relação condicional, é uma transacção...
E a realidade para a qual temos de acordar é que, 99% (senão mais) das relações neste planeta são completamente transaccionais. 
Isto é a verdade, independentemente de serem relações entre amantes, irmãos, amigos, pais, ou simplesmente na relação consigo mesmo.

Uma relação Amor-Ódio não é nada mais que uma relação condicional.
É uma relação em que basicamente o amor vai variando, dependendo da mudança das circunstâncias, ou das condições dentro da relação.
Se as condições são atingidas, o amor existe.
Se não, o amor não existe.
É uma relação Amor-Ódio!
No entanto, se estamos neste Estado enquanto odiamos alguém, vamos viver aquele desejo extremo de ter aquele sentimento de amor recíproco, e por isso é um Estado de Dissonância Emocional para ambas as pessoas envolvidas. 

Então, para resumir,
Vou explicar numa breve sequência, como de facto o Amor se transforma em Ódio:
Se formos apenas capazes de praticar o amor condicional, mais intenso será o nosso nível de apreciação positiva para a Unidade em relação a algo que é, e mais intensa será a dor que se sente por perder essa Unidade e perder esse sentir positivo que projectamos nela.
Quanto mais intensa a dor for, mais percepcionamos que estamos magoados.
E quanto mais percepcionarmos que estamos magoados, mais profundamente nos veremos como vítimas.
E é quando vem a Ameaça: Quanto mais nos vemos como vítimas, e vemos os outros como uma ameaça, mais os odiaremos!
Esta é a razão pela qual as pessoas que mais nos amaram, as que eram as nossas maiores fãs, muitas vezes se tornam nos nossos maiores inimigos.

Estamos no ponto em que praticamos Amor Condicional!
E a maior parte de nós, não está emocionalmente curado o suficiente, para ser capaz de praticar o Amor Incondicional.
Para ser capaz de fazer mais do que, simplesmente fingir que o pratica.

Mas, chegámos ao ponto no tempo em que agora desejamos ser amados incondicionalmente, e de conseguirmos amar os outros incondicionalmente.
Isto tudo começa por, admitirmos para connosco próprios o contrário do que queremos acreditar acerca de nós próprios: O Nosso Amor é de Facto Amor Condicional!!!!!!!!

E a partir daí, é tempo de te perguntares:
"De que depende o meu amor condicional?"



Teal Swan
in, The Completion Process
Cap "Why Love Turns Into Hate" 

 

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