sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sexless no Japão


Uma pesquisa do site Durex levantou dados sobre a frequência sexual em vários países. O dado surpreendente foi sobre a actividade sexual dos japoneses apontados como o povo que menos pratica sexo no mundo.

Mas o comportamento actual dos japoneses é apenas uma tendência mundial. Na medida em que os países se desenvolvem dentro do modelo da sociedade de consumo, os vários compromissos e o excesso de formalidades (todas as programações possíveis) tornam as pessoas despreparadas para as relações interpessoais reais.

A educação lateral, essa que aprendemos desde pequenos nas instituições de ensino, está devidamente sistematizada para condicionar a mente humana ao uso de suas capacidades executivas. A educação lateral modela a visão de mundo das pessoas através do uso cada vez maior das capacidades do lado esquerdo do cérebro, produzindo assim um exército de pessoas muito competentes para a produção de bens e serviços. 
Em outras palavras, a educação lateral programa o gado humano para as actividades intelectuais sofisticadas levando ao desenvolvimento técnico-científico.

O problema do uso predominante do lado calculista do cérebro é a “frieza” que isso produz nos indivíduos. Quando falo em frieza, não quero dizer que essas pessoas não tenham sentimentos e sejam más. Sempre é essa a ideia que as pessoas têm sobre “pessoas frias”.
O que quero dizer é que, como foram programadas desde a infância a serem eficientes na escola e no trabalho, acabam por ficar ingénuas no campo das relações humanas. Não sabem manter relacionamentos afectivos por que estão demasiadamente treinados para a execução e reprodução de tarefas. Os relacionamentos nas sociedades mais “desenvolvidas”(?) tornam-se exclusivamente superficiais. São meras relações de trabalho, relações sociais convenientes, dissociadas dos afectos e da troca de intimidade.

A sociedade japonesa é grande usuária das sofisticadas tecnologias que produz e dos serviços que o desenvolvimento económico acarreta. O excesso de conforto e facilidades tecnológicas, transformou o povo japonês numa legião de acomodados que preferem a masturbação ao invés da sexualidade compartilhada. Como não foram ensinados na escola (e ninguém é) sobre “como se relacionar, dar e receber prazer e afecto” eles não conseguem dar vazão aos seus impulsos sexuais na presença de outros. Torna-se mais fácil ficar sem relacionar-se e ir em busca de consolos tecnológicos que prometem muito prazer sem os aborrecimentos de uma relação verdadeira.


A indústria do sexo japonesa, assim como a do mundo todo, cresce vertiginosamente com a produção de consolos cada vez mais sofisticados que se aproximam das sensações reais do sexo partilhado. O Japão tem a tradição dos desenhos Hentai, que consistem em pornografia em versão anime. Os sites de conteúdo porno multiplicam-se, pois neles as pessoas podem projectar as suas fantasias sem críticas. A prostituição é consumida como uma fuga dos relacionamentos duradouros e satisfaz momentaneamente os instintos humanos mais baixos e superficiais.

O comportamento sexual dos japoneses não é mais do que uma tendência de todas as nações do mundo. A educação lateral, as comodidades tecnológicas, o avanços da economia de consumo, o despreparo para as relações, a falta de entendimento do que se está sentindo, as neuroses sobre a sexualidade, a dissonância entre o que se sente e o que se deve fazer, são os factores cruciais que têm como consequência o estilo de vida sexless (sem sexo).


A lateralização do cérebro afasta a pessoa do seu eu interior mantendo a compreensão da realidade, da vida e do universo limitada ao que a ciência ortodoxa categoriza como verdade comprovada. A comodidade de viver numa sociedade rica e tecnologicamente desenvolvida acomoda, estabiliza. Afinal, tudo está ao alcance das mãos. O prazer solitário é satisfatório em detrimento das relações de troca de energia íntima. É mais fácil conversar com amigos virtuais do que estar exposto numa conversa cara-a-cara. As várias distracções virtuais vão tornando os desatentos cada vez mais egocêntricos.

No Japão, uma nova geração, ainda muito jovem, já tem muito bem estabelecida para si que viver sem relacionamentos íntimos é muito melhor e mais prático. Essa geração é denominada  de “herbívoros”.

Tudo isto, vi no documentário “O Império dos Sem Sexo”, que publiquei em baixo, e me deixou completamente devastada...
A foto que publiquei em cima, são as bonecas que os japoneses compram para substituir a mulher em casa. Segundo eles, são perfeitas porque não falam, não se queixam e não têm de lhes dar prazer...são feitas de silicone e têm os órgãos sexuais femininos iguais aos das mulheres...para além disso, podem escolher o que querem, cor do cabelo, tamanho das mamas, tamanho do rabo...e sempre podem ter várias, conforme o apetite...

Que mundo é este?
É este o futuro?

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