sexta-feira, 9 de abril de 2010

Do berço até ao túmulo


Que bom seria se quando ainda em crianças não desejássemos tanto crescer, mas quanto mais o tempo passasse para crescermos e nos tornarmos adultos, melhor. Essa era a ideia!
Seria bom também que em nossas primeiras oportunidades, estivéssemos mais preocupados em agarrá-las, em vez de acreditar que muitas outras viriam bater a nossa porta.
Na juventude talvez devessemos aproveitar todos os momentos de alegria e de tristeza junto com os amigos, com a família, com quem amamos de verdade, mas preferimos ficar trancados no quarto, muitas vezes para provar quem é o rebelde da casa.
Quando nos tornamos adultos, que até então era o que mais queríamos, o primeiro arrependimento é justamente esse.
Quando éramos crianças estávamos a viver a melhor fase da vida e não sabíamos, desejavamos tanto ser adultos e agora isso parece ser tão ridículo, as responsabilidades realmente pesam nos nossos ombros.
Quando casamos só pensamos em trabalhar e sustentar a família, e nunca procuramos saber como foi o dia de cada um, desde manhã não trocamos sequer uma palavra com o marido, parece que aquele amor que nos levou ao altar se tornou numa rotina terrível.
Os filhos vivem a pedir para tirarmos um dia de folga para brincarmos com eles, mas não temos tempo, aliás, tempo é dinheiro e não podemos perdê-lo. Brinco com eles outro dia.
Desde pequenos não tivèmos muita atenção e carinho porque os nossos pais tinham a mesma ideia que temos hoje, mas um dia o tempo mostrará o quanto fomos estúpidos, pois tivèmos uma grande oportunidade de provar o quanto os amamos.
Aliás, o nosso amor foi guardado justamente para essa ocasião, e o nosso filho espera-o.
Enfim, nos tornamos velhos, passamos pela vida tão rápido e nunca paramos para saber qual é realmente o seu sentido.
O arrependimento vem à mente, por tudo o que poderíamos ter feito, ter falado, ter ouvido,ter reflectido melhor, e a única esperança que nos mantém agora é acreditar que Deus nos dará uma outra oportunidade para começar de novo, fazendo as mesmas coisas, mas da maneira certa, a transformar os erros que cometemos, às vezes por distração, às vezes de propósito, enfim, agora queremos outra oportunidade para amar mais, dar mais, atenção, carinho, viver mais...do berço até ao túmulo.

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