A mudança é a única constante, a única certeza válida nas 3 dimensões em que vivemos.
O tempo e o espaço na gestão da diversidade do plano material, garantem que assim seja. E ao contrário do que muitos pensam, de que a mudança é imprevisível e caótica, posso hoje defender com convicção que ela pode ser imprevisível para o entendimento das nossas limitadas mentes, mas nada tem de caótica. Aliás se conseguíssemos ver a realidade pela lente das Leis Universais, ficaríamos deslumbrados com a Ordem e beleza que nos rodeia.
O sagrado Livre Arbítrio coloca em movimento as escolhas individuais de cada um e as Leis asseguram que o criador da escolha se responsabilize pela mesma, na maior parte das vezes, noutro tempo e noutro espaço. Leis como a causa e efeito, a vibração, o género, o ritmo garantem que cada um viverá de forma justa, das colheitas das suas próprias sementes.
A perspectiva espiritual, ao mostrar a Ordem justa e divina que movimenta o mundo tanto pessoal como colectivo, mostra-nos que a culpa, a injustiça, o medo, o julgamento, a vitimização não têm lugar nem são aplicáveis na visão espiritual.
Basta entender por exemplo bem a Lei da Causa e Efeito para perceber como a maioria ainda a desconhece e é incapaz de a aplicar;
A Lei da Causa e Efeito diz que toda a ação gera consequência. Que o que vai, volta. O que eu plano, eu colho. É também apelidada de Lei do Retorno ou Lei do Karma. Tal como lançamos uma pedra agarrada a um elástico, ela volta à fonte que o arremessou.
Não é difícil de entender isto, certo?
Podemos então observar, quando olhamos para a nossa vida ou, das pessoas à nossa volta ou, até nos telejornais, estes dois movimentos: o que sai de cada um e o que chega a cada um.
Mas ao contrário da mente terrena que se habitou a chamar de eventos e acontecimentos, de sortes e azares, de justiça e injustiça ao que vemos, a Lei do Karma defende que cada um apenas recebe aquilo que é seu. O que nos confunde é a distorção no tempo e no espaço. Ou seja, a chamada Justiça Divina, mantém esta roda pelas vidas fora e não é raro que é plantado numa encarnação só ser colhido numa encarnação seguinte. Conhecemos bem o fenómeno com os nossos dias: o dia em que gastamos a água, por exemplo, não é o mesmo em que nos é cobrada.
O desafio então é imaginar as infinitas escolhas que fomos fazendo ao longo das nossas vidas que deram origem aos infinitos retornos que vão aparecendo na nossa vida, no tempo e espaço certo de acordo com o relógio Cósmico.
Fluir é precisamente confiar neste processo, é confiar que estaremos sempre preparados para colher as consequências de acções passadas e quanto mais abertos, humildes, amorosos e disponíveis para lidar com esses resíduos karmicos, melhor evoluímos, mais depressa os libertamos.
Logo, um dos maiores obstáculos à fluidez da vida, ou fonte de sofrimento do ser humano, é a RESISTÊNCIA a esses movimentos. O desconhecimento desta Lei leva-nos a rejeitar o retorno, a julgar quem o representa, a atacar o carteiro cósmico, a vitimizarmo-nos e queixarmo-nos da fruta que nós próprios plantámos.
Crenças, ideias, cultura, valores sociais e familiares, controle, idealismos, ignorância, arrogância, medos, apegos fizeram-nos acreditar que a Vida é um acumular de pessoas e bens materiais em busca de um ideal de vida perfeita e estável. É só uma questão de tempo até sentirmos a desilusão desta enorme ilusão.
Este permanente jogo de forças de querermos que as coisas sejam como nós queremos, afastou-nos da capacidade de fluir, de confiar nos movimentos da vida que nos trazem os nossos acertos karmicos, de acreditar que as mudanças a que estamos sujeitos são inteligentes, estão previstas como trampolins de evolução.
Gastamos muita energia a lutar, a exigir, a controlar, a impor a nossa agenda do ego mas, pouco ou nenhum espaço a aprender, a observar, a permitir que a agenda da alma se possa cumprir.
Que o mês de Maio traga, com o seu nº5, menos resistência e mais espirito de aventura, mais abertura às mudanças, mais disponibilidade para ouvirmos a Alma e seguir o seu chamamento.
Vera Luz
Sem comentários:
Enviar um comentário