quarta-feira, 23 de setembro de 2020

DEPENDÊNCIAS



Barbel





A única diferença
Entre uma cova e uma sepultura 
é a sua profundidade.
Charles Garfield


A dependência é uma repressão.
Quer dizer que
O reprime a enfiar-se na sua caixa.

Ramtha


Peguemos numa das drogas mais viciantes, a heroína, para vermos como a dependência funciona nas células do corpo:
Após ser injectada, a heroína liga-se aos receptores de opiáceos da célula. São os mesmos receptores desenhados biologicamente para receber endorfinas, um neuropeptídeo manufacturado pelo Hipotálamo. Em vez de receber endorfinas, a célula torna-se dependente de heroína.

Agora vamos tentar o mesmo cenário com as Emoções.
As emoções produzem peptídeos, ou moléculas de emoção (MDE), que se ligam aos receptores da célula. Acontece a mesma coisa com o uso repetido de uma emoção que com o uso repetido de heroína: os receptores de opiáceos do seu corpo começam a esperar  - de depois a precisar – desse peptídeo em particular.
O seu corpo fica dependente dessa emoção.

E tu pensas que és imune a tudo isto?
Passa pelos alcoólicos sentados na beira do passeio, os viciados nas filas das clínicas de metadona, os fumadores compulsivos com dedos amarelos e pulmões pretos, e podes pensar : “Eu não!”.
Será que não?

Alguma destas coisas te soam familiares?

  • Estados emocionais destrutivos
  • Situações idênticas vezes sem conta
  • Incapacidade de mudar
  • Sensação de impotência para criar algo novo
  • Vontades desesperadas de certas respostas emocionais
  • Vozes na cabeça a dizer “Eu quero. Dá-me!”
  • Dizer que nunca mais fará algo, e fazê-lo horas depois?


TODOS NÓS que temos neuropeptídeos a correr nas veias temos dependências.


“Os utilizadores de heroína têm receptores de heroína, e quanto mais heroína tomam mais diminui a capacidade de produzirem as suas próprias endorfinas internas, a nossa heroína interna. Depois, os seus receptores começam a ficar com pouca sensibilidade e a reduzir o seu número, e é quando ocorrem verdadeiras alterações.
Agora, há informação nova acerca de quanto menos células cerebrais são feitas, de forma que as pessoas acabam por ficar agarradas aos seus padrões antigos. Estão apenas a pensar sempre os mesmos pensamentos e não são capazes de pensar em coisas novas.”

Candance Pert


A Dra Candance Pert descobriu que temos receptores específicos para receber heroína, outros para receber marijuana…
Por que é que temos estes receptores?
Porque o nosso corpo produz internamente químicos que nos dão o mesmo tipo de sensações que a heroína e a marijuana. Isto acontece com qualquer droga que os humanos sejam fisicamente  capazes de se tornar dependentes.
Há um químico dentro do corpo análogo a todas as drogas, e um receptor para se ligar. 
Temos receptores de marijuana, e temos marijuana natural chamada endocanabinóides.
Sempre que alguém toma marijuana exógena ( externos do corpo), ela liga-se aos receptores que têm a finalidade de fazer a regulação interna subtil.
Então, as drogas exógenas, ligam-se à rede que tem o objectivo de auto-regular a fisiologia endógena (químicos produzidos pelo corpo internamente), que são as Moléculas da Emoção.
As pesquisas demonstraram que, nenhuma droga psicoactiva funciona se não se ligar a um receptor destinado a um químico interno. Ou seja, qualquer droga externa que funcione no nosso corpo, tem o seu homólogo interno, e é por isso que o corpo reconhece, responde e fica dependente dessas drogas. As drogas externas usam os receptores internos, destinados aos químicos internos.

“Dependência é a sensação de um ataque químico que caiu em cascata no corpo através de uma quantidade de glândulas. Uma sensação que alguns poderiam chamar de fantasia sexual. Basta uma fantasia sexual para um homem ter uma erecção. Ou seja, basta um pensamento no cérebro para o homem ter uma erecção.”
Ramtha

As emoções e as memórias de experiências emocionais passadas estão codificadas nas redes de neurónios, e estas redes ligam-se ao Hipotálamo. É por isso que nos tornamos organismos auto-induzidos. Tudo o que temos de fazer é disparar a rede correcta e os químicos começam a fluir internamente.
Concentrar um pensamento produz os neuropeptídeos adequados, como provocar uma erecção. O lóbulo frontal mantém o pensamento específico, activando a rede específica que envia um sinal à sua farmácia interna.

Isso quer dizer que cada vez que alguém desencadeia este mecanismo é um dependente?
É um alcoólico cada vez que bebe álcool?
Claro que não! Se for de vez em quando.
Se todos os dias desejar o mesmo, isso é um hábito.


EFEITOS BIOLÓGICOS
É do senso comum que as dependências têm efeitos sérios a longo prazo no corpo.
Com a descoberta do mecanismo dos receptores de peptídeos, a base biológica do efeito da dependência tornou-se obvia.

“Se um dado receptor de determinada droga ou químico interno está a ser bombardeado com alta intensidade durante um longo período de tempo, irá literalmente encolher; haverá menos e será dessensibilizado de forma a que a mesma quantidade de droga ou químico interno  provoque uma resposta muito menor. Um exemplo disto é a tolerância.
Um dependente de opiáceos tem de tomar doses cada vez maiores de droga, para conseguir o mesmo efeito.”

Candace Pert

Vê-se este mesmo efeito de tolerância nas Emoções:
Aquele que procura emoções fortes levando-se cada vez mais ao limite, para ter uma dose de adrenalina; ou o viciado em sexo que procura coisas cada vez mais perversas; ou o político que procura cargos cada vez mais elevados, não por um desejo de servir mas para obter mais poder. Encontrará exemplos destes por todo o lado.

“Todos têm dependências.
E têm dependências porque nunca tiveram nada melhor para substituir aquilo em que são viciados, e ter uma razão para se levantarem de manhã e viver.
O homem viciado em poder levanta-se todas as manhãs e faz coisas que demonstram o seu poder. Tem que ter uma quantidade de pessoas de quem se alimentar, a quem reprimir, dar ordens, para se sentir digno. Ele precisa das emoções para se sentir digno.”

Ramtha


Entretanto, aquelas pobres células estão a morrer à fome.
O abuso constante de químicos exigidos para produzir uma emoção, como a ira, no corpo resulta na criação de receptores dessensibilizados para se adaptar a todos aqueles neuropeptídeos da ira. As células já não obtêm uma refeição equilibrada, uma vez que recebem, qualquer que seja a emoção em que estão viciados, mais do que as outras, tendo portanto que se contentar  com uma nutrição mais estrita. Quanto mais Ira a pessoa produz, mais satisfeita ficará a célula.
É a história da pessoa que sai à sexta-feira à noite á procura de uma briga. Ele não está zangado por nenhuma razão específica; está apenas a alimentar as suas células, a sua dependência. Existe apenas uma vontade inconsciente que cria uma situação em que faz alguém sentir-se estúpido para que a pessoa se possa sentir intelectualmente superior.

As dependências emocionais são a razão pela qual as pessoas continuam a criar uma realidade específica nas suas vidas, embora digam que nunca criariam essa situação.
A única forma de ultrapassar essas dependências e comportamentos repetitivos é dizer:
“ Eu crio isto vezes sem conta, e por isso sou dependente.”

“Quando fazemos jejum destas emoções, destas vozes internas que surgem, as células estão literalmente a enviar impulsos nervosos para o cérebro, para lhe dizer que está a passar fome, o corpo está a passar fome, daquilo que depende quimicamente. E esses químicos são transportadores de informação muito poderosa.”
Joe Dispenza

Para uma grande maioria de pessoas, todas as criações das suas vidas baseiam-se em emoções, em dependências emocionais.
Por exemplo, criar algo mau na sua vida, no papel de vítima, para que apareça um salvador.
De repente, esse salvador toma conta de si, dá-lhe dinheiro, apoiam-no emocionalmente, é solidário e disponível sempre que precisa dele.
Esta relação vítima/salvador é dependente de parte a parte.O salvador é dependente de se sentir especial, bonzinho, único para alguém. E se um dos dois sair da dependência, eles rapidamente encontrarão outra pessoa para a substituir.
Nas palavras da vítima, “acontecem-me sempre coisas tão injustas”
Quando deveria ser, “ crio continuamente situações difíceis que me permitem ter solidariedade e apoio dos outros.”


A definição de dependência é muito simples.
É algo que não conseguimos parar.
Quando não se consegue controlar o nosso estado emocional.
Isto é uma dependência emocional.


“Não se pode curar um viciado até lhe ter dado tudo o que quer e ele não pedir mais.
É aí que possuo uma experiência. E é aí que somos sábios.
Junte-lhe rendimentos da mente verdadeiramente novos. E rendimento para a mente é conhecimento. A partir do conhecimento, é como tijolos; construímos novos hologramas, criamos novas realidades.”

Ramtha


Os viciados, juntam as suas dependências.
Atraem pessoas com uma mente idêntica, que partilham as suas necessidades emocionais.
A primeira experiência de sexo não é uma dependência. Procurar essa sensação vezes sem conta é que se torna uma dependência.
Cada um produz uma química diferente no cérebro.
Tentam tocar o centro do prazer no cérebro.
Não é isso que o cérebro está destinado a fazer. Por isso as pessoas reinventam experiências no cérebro distribuindo os mesmos químicos, os mesmos sentimentos.
O cérebro está destinado a sonhar sonhos novos, novas realidades, depois levá-los a manifestarem-se e sentir esse primeiro momento emocional incrível…um momento com uma nova emoção. Novas emoções, novas sensações.

Então, por que é tão difícil quebrar um hábito?
Porque se é viciado num sentimento.

“A ciência sabe agora que o hipotálamo faz neuropeptídeos, e esses neuropeptídeos são químicos poderosos. Ao se ficar dependente desses químicos, escolhem a descarga desses peptídeos antes mesmo de precisarem organicamente, e isto impede a pessoa de cuidar de si próprio de acordo com as suas reais necessidades orgânicas. E é isto que o stress faz ao nosso corpo. Ficamos tão viciados no stress na nossa vida que não nos despedimos do emprego, mesmo que não nos sirva. Não conseguimos deixar a relação, porque não nos serve. Não conseguimos fazer escolhas, porque o estímulo e a resposta estão a produzir a química que enevoa as nossas escolhas. Não somos diferentes do cão que não tem capacidade de escolha por ter um lóbulo frontal menor. 
Quando as emoções de que dependemos há tanto tempo  já não são dadas à célula, a célula entra em decadência em nós. Se persistirmos em ultrapassar, tal como persistimos em ultrapassar qualquer dependência, quebramos a resposta, porque não estamos a responder à voz na nossa cabeça. Ao mesmo tempo, quebramos a resposta quimicamente, porque agora a célula não recebe o que necessita quimicamente. A célula irá, finalmente, ser libertada da sua dependência química e quando se reproduz, regula-se. Deixa cair todos os receptores responsáveis por aqueles estados emocionais e agora a célula está num maior estado de harmonia, e o corpo sente alegria.”
Joe Dispenza


Como se quebram os vícios?
O primeiro passo é reconhecer a dependência.
“Eu sou alcoólico!”
Encara-se a realidade da situação.
E por isso nunca acaba. A dependência nunca é apropriada e retirada. A pessoa continua a identificar-se com o que está a tentar afastar e libertar.
Não existe uma transformação completa.
É por isso que estamos aqui!


“Estamos aqui para ser criadores.
Estamos aqui para infiltrar o espaço com ideias e mansões de pensamento.
Estamos aqui para fazer alguma coisa da vida.”

Ramtha

“Estamos aqui para fazer alguma coisa de nós próprios.
Estamos aqui para explorar os limites totais da criação.
Estamos aqui para tornar conhecido o desconhecido.”

Miceal Ledwith

“Estamos aqui para prepararmos o nosso corpo quimicamente, através de um pensamento, para ter uma experiência. Contudo, preparamos o corpo quimicamente para ter os mesmos pensamentos, as mesmas experiências, e não evoluímos como seres humanos”
Joe Dispenza


Criar, evoluir, quebrar velhos padrões, ser mágicos.
O facto de sermos criadores, de criarmos a nossa experiência de vida, a nossa realidade, o facto de termos essa capacidade, aponta para a razão de estarmos aqui.
Só nos resta usá-la ou perdê-la.

As dependências são quebradas mudando, evoluindo.
E se é por isso que estamos aqui, então essas novas emoções serão tão fantásticas, tão deliciosas e realizadoras, que as antigas irão parecer velhas e ultrapassadas, sem sentido.

A dependência química bloqueia o crescimento de novas células no cérebro.
Mas, quando os sujeitos param de tomar a droga, as novas células cerebrais continuam a crescer. É possível recuperar totalmente, e é possível tomar uma decisão e criar uma nova visão de si próprio, uma nova mente.


“Temos de perseguir o conhecimento sem interferências e sem dependências.
Se conseguirmos fazer isso, iremos manifestar verdadeiro conhecimento, e os nossos corpos irão experimentar novas formas, novas químicas, novos hologramas, novas formas de pensamento, para além dos nossos sonhos mais loucos.”

Ramtha



  • Por que é tão bom sentir-se tão mal?
  • Quais as suas dependências emocionais?
  • Quais as pessoas das quais depende?
  • Reconhece as dependências delas? 
  • Serão todas as dependências más?




in, Afinal O Que Sabemos Nós?




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