domingo, 30 de dezembro de 2018

Sullen Girl

A Profecia da Curandeira





Escolhi um livro muito especial para começar a ler na Noite de Ceia.
Adoro começar a ler um livro místico nessa noite, e ficar a ler até tarde.
“A Profecia da Curandeira” do escritor peruano Hernán Huarache Mamani. 
Todas as mulheres deviam ler este livro.
O título original é “El Poder de la Mujer”.

Tem ensinamentos preciosos, passados por mulheres sábias peruanas, da comunidade de Ipana nos Andes Peruanos.
Verdadeiras Mestras Andinas!
Que ensinam que a Vida é uma Escola onde é necessário aprender a amar e a servir o próximo!

A Mama Qoyllurchiy diz que no passado, a mulher andina desempenhou um papel muito importante ao participar activamente na constituição de uma nova sociedade: o Tawantisuyo, a sociedade perfeita, o governo das quatro regiões ou o fabuloso Império do Ouro e da Prata dos Incas, como é conhecido pelos historiadores do Ocidente.

Ela fala que havia o Ajillawasi, um Centro Educativo Feminino, que existiu há mais de cinco séculos, e que era uma instituição criada pelas Mamakuna, onde as Mestras ensinavam a Pachamama, uma ciência que instruía sobre a compreensão e o respeito pela natureza.
Foi na base destes ensinamentos que os Incas, também chamados de “Filhos do Sol” foram instruídos. Foram eles que difundiram a Luz da Espiritualidade pelos Andes até à chegada dos Espanhóis.

Nos dias de hoje, existem muitas mudanças no mundo devido ao uso irresponsável da ciência e das tecnologias. A Terra vive uma autêntica catástrofe ecológica.
Pouco a pouco, muitas mulheres vão tomando consciência de que o nosso planeta corre um grande perigo, e instintivamente, estão a recuperar a Força e a Energia para encontrarem um caminho diferente, mais benéfico para o planeta, e voltarem a ter nas mãos as rédeas da Humanidade, que lhes foram temporariamente tiradas com o Sistema Patriarcal.
A mulher não tem ainda consciência do papel que irá desempenhar no futuro, assim como não está ainda consciente das imensas capacidades que possui e das quais entretanto se esqueceu.

Este livro é importante para mostrar o Caminho de Iniciação Andina que as mulheres sábias do povo Inca seguiram, mantendo em segredo os Conhecimentos Sagrados da Pachamama.
Mostra o que a mulher é capaz de fazer para reconquistar o papel que a Natureza lhe atribuiu. No longo trajeto de aprendizagem, é possível encontrar em nós próprias a força de vontade, a coragem, o conhecimento, e a energia necessárias para mudar o curso da história individual, fazendo de cada dor, de cada solidão, de cada tristeza, um mundo de alegria, de amizade e de plenitude.
Mostra também que, para favorecer o nascimento de uma nova relação, baseada na colaboração entre homem e mulher, é necessário destruir a prisão que alguns homens criaram com a finalidade de submeter a mulher.

A protagonista da história chama-se Kantu, uma jovem andina lindíssima. Pouco ou nada sabia dos seus ancestrais incas e tinha um estilo de vida moderno na grande cidade de Cuzco que a envolvia totalmente. Um dia, tudo se altera, quando no meio de uma violenta tempestade é atingida por um raio, o que a despertou para uma nova realidade. Inicia uma peregrinação mística pela antiga sabedoria xamânica da tradição espiritual inca, desafiando os seus próprios limites. Encontra-se com sábias curandeiras das montanhas, e nasce uma Kantu com uma nova Luz Interior, uma força poderosíssima que ignorava possuir e que lhe abre horizontes inesperados. Ao conhecer-se a si mesma, e às Forças subtis que governam a Criação, Kantu torna-se Senhora da sua Vida e descobre que o amor é a mais poderosa energia do Universo.
É uma história misteriosa e mágica, que faz despertar o Espírito Feminino neste Ciclo Cósmico, que será o início de uma época de Paz e Harmonia no Mundo.

O livro tem 267páginas para ler e reler devagar, divididas em 16 capítulos e um Epílogo:


  1. TU TENS O PODER

Fala da tempestade nas montanhas, em Coporaque no Perú, que vitimou Kantu com uma descarga eléctrica de um raio. Estava entorpecida caída no chão, e sentia-se impotente, indefesa e frágil. Os índios, com os chullos (gorro com orelhas) na cabeça e sandálias andinas feitas de câmaras de ar de pneus usados, são um povo sempre atento ao que se passa na comunidade e consideram o seu povo como uma família. Povo sensível ao sofrimento dos outros como se do próprio sofrimento se tratasse. Nas suas casas existe sempre pão, refúgio e bons conselhos para quem queira. E depressa socorreram Kantu, trataram dela, das suas feridas, deram-lhe a beber chás de ervas medicinais, esfregaram-lhe o peito com pomadas feitas com ervas medicinais, tudo feito por curandeiras cheias de força interior e um ânimo forte e indomável.

Segundo a Medicina da Pachamama (Mãe Cósmica, Mãe Natureza), as pessoas atingidas por um raio que sobrevivem estão destinadas a serem curandeiras. Essa Medicina da Pachamama é praticada pelos curandeiros Hampi Kamayok na sociedade Tawantinsuyo (a totalidade do território do Império Inca que se dividia em 4 regiões, e cuja capital era a cidade de Cuzco). Esses curandeiros tinham de possuir dons especiais e uma personalidade forte; curavam os seres humanos, combatiam as pragas e epidemias que atingiam os animais e as plantas. Viviam rodeados de uma aura de mistério e poder. Reuniam-se em congregações onde lhes eram transmitidas as fórmulas secretas, os rituais e as técnicas de cura e pertenciam quase sempre à casta sacerdotal. Tinham um processo de iniciação bastante rígido chamado Wamaq, com jejuns, privações, provas de resistência, exercícios físicos e mentais, para lhes ensinar a superar o medo do desconhecido. A sua alimentação era vegetariana à base de ervas, raízes, fruta e grãos de milho com o objetivo de purificar o corpo e atingir o controlo físico e mental. Eram guiados por um Amauta, um sábio capaz de lhes explicar os mistérios dos fenómenos humanos. Aprendiam a história dos seus antepassados, as lendas, os mitos, as cerimónias, o poder curativo das ervas medicinais, dos amuletos, das massagens, e também a compreender o mundo invisível. Alguns tinham o dom da clarividência, conheciam o Passado, o Presente e o Futuro, ao usarem folhas de coca, grãos de milho, vísceras de leitões e dos lamas; outros entravam em contacto com as forças da natureza e comunicavam com os relâmpagos, com o Sol e com a Lua; outros falavam com os espíritos dos antepassados; e outros comunicavam com os Apukuna, espíritos protetores dos homens que vivem nas montanhas altas. Depois da primeira invasão espanhola do Perú, estes curandeiros Hampi Kamayok quase se extinguiu e os seus conhecimentos perderam-se. Mas, a antiga tradição era transmitida de Pai para filho e os detentores de esta antiga sabedoria reuniam-se em segredo. Daí restou apenas um conhecimento rudimentar definido como Medicina Popular, chamada de Hampi Qhato.

Os curandeiros, parteiras, e adivinhos que usam essa nova medicina ainda hoje exercem conservando esses conhecimentos antigos, como é o caso dos Yatiri que vivem nas margens do Lago Titicaca no sul do Perú, e os Qamile na Bolívia, e percorrem as várias aldeias com os seus remédios, amuletos e ervas medicinais.

Kantu não acreditava em nada disto, levava uma vida ao estilo moderno em Cuzco, que hoje é uma cidade meio andina meio ocidental, a 3ª cidade mais importante do Perú, grande centro turístico e Capital Arqueológica da América do Sul. Na cidade vivem brancos, turistas ocidentais, mestiços e indígenas como a Kantu. Desde pequena que demonstrava muita intuição e sensibilidade para compreender as pessoas mas, não tinha nenhum interesse em cultivar essas faculdades e preferia dedicar-se à universidade.
Depois do acidente, aconteceram-lhe coisas muito estranhas: começou a ter visões do que estava para acontecer a outras pessoas, teve uma crise nervosa severa durante vários meses acamada que a medicina tradicional não curou. Foi quando a mãe a levou a Anselmo, o curandeiro da sua aldeia Coporaque, contra a sua vontade após muita insistência.
Anselmo usava as folhas de coca para diagnosticar o que se passava com Kantu.
Há milénios que os Quechua usam as folhas de coca para conhecer o passado, presente e futuro, para ler a mente do ser humano e para diagnosticar doenças físicas e espirituais, visto que a coca não é apenas um alimento e um remédio, mas é sobretudo uma substância que possui poderes mágicos, graças aos quais é possível entrar em contacto com o mundo dos espíritos. E foi quando lhe fez o diagnóstico.
“ As pessoas pensam que és louca porque começaste a ler o futuro. Tu podes ver o amanhã, podes predizer coisas bastante desagradáveis e isso irrita os outros. Aquilo que te provoca o mal-estar é a visão do futuro. A tua saúde está perfeita, o teu corpo está bem, mas aquilo que a tua alma consegue ver insinua-se na matéria do teu corpo e é isso que te está a provocar problemas. Possuis o Dom da Profecia! Podes vir a ser uma grande vidente! No teu caso, despertaram os poderes de que és dotada e que não sabes como controlar. Com a prática poderás desenvolvê-los e a controlá-los, recorrendo a eles apenas quando precisares”. 

Kantu não queria esse Dom, queria ser uma pessoa normal, e ter uma vida como antes.
Anselmo disse-lhe:
“Mas porque queres ser normal? Este é um dom que muito poucos possuem. Algumas mulheres, quando o desejam muito, podem adquirir essa capacidade com o tempo, mas são poucas aquelas que nascem com esta energia e este poder. A Mãe Natureza foi generosa contigo. Se quiseres posso ajudar-te a desenvolver este dom, mas se não quiseres posso restituir ao teu corpo o que chamas de normalidade, e anular este poder”
Kantu suplicou para que ele anulasse o poder da profecia e ele disse-lhe:
” A natureza ofereceu-te um dom, e tu, em vez de agradeceres e de aprenderes a utilizá-lo, preferes deitá-lo fora. No fundo, é sempre assim: por vezes, este dom é concedido a quem menos o deseja. Tu não sabes o poder que tens, e desconheces que o podes utilizar para ajudar os outros”. 

Os famosos Alto Misayoq, atualmente a hierarquia mais elevada dos médicos-sacerdotes no sul do Perú, chamam Paqos a estas pessoas que depois de serem atingidos por um raio se tornam sacerdotes-curandeiros.
Kantu fez o que Anselmo lhe disse para fazer, massagens, dieta específica, ingestão de ervas medicinais e as visões desapareceram, voltando a ter a vida normal de antes.
Foi assim que ela compreendeu que existem duas formas diferentes de abordar um problema: por um lado, a medicina tradicional exercida por médicos especialistas, e por outro a medicina popular praticada por curandeiros que recorrem a métodos transmitidos de geração em geração. Passou a confiar em Anselmo, por ter uma extraordinária capacidade de compreender as coisas e as pessoas, e por ter um profundo conhecimento, quer da psicologia masculina quer da feminina, que superava largamente o de muitas pessoas cultas. E assim nasceu uma verdadeira amizade entre eles.

Passou a visitar Anselmo para compreender melhor como um raio tem a capacidade de despertar dons nas pessoas. Anselmo explicou-lhe que:
 “a Natureza concede-nos grandes poderes, a todos os seres humanos, mas por regra ficam adormecidos dentro de nós. A vida que levamos, tudo o que fazemos, pensamos ou sentimos, faz com que pouco a pouco, se fechem os canais que nos permitem comunicar com a Natureza. De um modo geral, são as mulheres, seres mais espirituais e menos materialistas que os homens, que mais facilmente desenvolvem esses poderes. Tal como todas as mulheres, também tu possuis dentro de ti estes dons adormecidos. Um deles foi despertado graças à faísca que atingiu o teu corpo. Se te tivesse acertado em cheio tinhas morrido; estás viva porque apena te atingiu de raspão, mas abriu os canais que correm dentro de ti e que eu tive de voltar a fechar porque tu assim o quiseste. Tu foste dotada de uma capacidade, de um dom que despertou dentro de ti e que poderias ter utilizado e desenvolvido. Possuis uma grande força interior que podes usar em teu benefício e em benefício dos outros. Se quiseres, ainda vais a tempo de o fazer. Possuis um poder que só utilizarás quando for essa a tua vontade”. 

Mas Kantu lembrou-se dos problemas que a capacidade de prever o futuro lhe causou e foi embora. 

E assim começa esta viagem mágica com esta maravilhosa Kantu.




sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Dias que nos levam ao fim do ano





Quais foram os teus êxitos e surpresas neste Outono que terminou?
Para um pouco, faz uma pausa, e dá-te conta do que compartilhaste de ti com o mundo nos últimos 3 meses.
Celebra os teus esforços, êxitos e conquistas.
O que te surpreendeu?
O que queres agradecer?

Vamos aproveitar estes dias que nos levam ao fim do ano para libertar de uma forma profunda e eficaz as mágoas e ressentimentos que vimos acumulando ao longo dos últimos anos.
Não importa a origem, o tempo, nem a intensidade dos sentimentos.
Ao trabalharmos a parte emocional todas as mágoas podem ser eliminadas.

Cada dia, pratica o deixar ir e vê para onde a vida te leva.
Toma nota do que aparece e quando.
Observa as "coincidências" que parecem colaborar com o destino e que de alguma forma te orientam numa nova direcção.
Permite-te deixar ir tudo o que precisa ir, confiando com plena fé que tudo o que precisa vir, virá em abundância.

E medita nesta citação;
Dá graças a quem quer que chegue
Porque todos foram enviados
De longe, como guias.


Rumi




quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Búfalo Americano Simbologia





O búfalo doméstico nada tem a ver com as espécies selvagens e agressivas do Búfalo Americano, nem com o Búfalo Africano, Syncerus caffer caffer.



Búfalo Africano



Os búfalos pertencem à sub-família Bovinae, género Bubalus, sendo divididos em dois grupos principais: o Bubalus Bubalis, também conhecidos como Búfalo Asiático, "River Buffalo" búfalo-do-rio.
E o Bubalus Bubalis Var, Kerebau ou Carabao, composto por apenas uma raça, conhecida como "Swamp Buffalo" búfalo-do-pântano.




Búfalo Asiático



Búfalo Indiano - Gauro



O período de gestação dos bubalinos pode variar de 278 a 311 dias, mais ou menos 9 a 10 meses, dependendo da região e da raça considerada.

No Brasil, são reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos quatro raças: Mediterrâneo, Murrah, Jaffarabadi (búfalo-do-rio) e Carabao (búfalo-do-pântano).
Os animais da raça Mediterrâneo têm origem italiana, possuem aptidão tanto para produção de carne quanto de leite, têm porte médio e são medianamente compactos.

Búfalos em Taiwan.
A raça Murrah, de origem Indiana, apresenta animais com conformação média e compacta, cabeças leves e chifres curtos, espiralados enrodilhando-se em anéis na altura do crânio. Jaffarabadi, também indiana, é a raça menos compacta e de maior porte, apresenta chifres longos e de espessura fina, com uma curvatura longa e harmônica. A raça Carabao é a única adaptada às regiões pantanosas, e está concentrada na ilha de Marajó, no Pará e no Maranhão; teve sua origem no norte das Filipinas, apresenta pelagem mais clara, cabeça triangular, chifres grandes e pontiagudos, voltados para cima, porte médio e capacidade para produção de carne e leite, além de serem bastante utilizados como força motriz.


Búfalo Murrah


Búfalo da raça Murrah
Os Bubalinos têm temperamento dócil, o que facilita sua criação e manejo e se adaptam bem às condições ambientais úmidas. Como sua pele é preta com poucos pêlos também pretos, sofrem muito quando estão sob a luz do sol e, o que agrava ainda mais é a dificuldade que os bubalinos têm de dissipar o calor extracorpóreo, em função do reduzido número de glândulas sudoríparas. Por esse motivo, em seu ambiente criatório, ele necessita de açude ou lago para ficar mergulhado nas horas mais quentes do dia, tendo ainda como coadjuvante para a sua perfeita regulação térmica corpórea, áreas de sombra.





BÚFALO AMERICANO

Também chamados de bisontes, são grandes mamíferos ungulados e ruminantes do género Bison, da família Bovidae, com duas espécies ainda existentes: o bisonte-europeu, Bison bonasus; e o bisonte-americano, Bison bison.

Têm cornos curtos, negros, curvados para cima e para o eixo do animal e os ombros elevados numa bossa e com uma forte cobertura de pelos longos; os cascos são redondos e negros. O bisonte-europeu (também chamado wisent, em inglês) tem uma juba e barba menos luxuriantes que o americano (também chamado buffalo, embora os verdadeiros búfalos sejam animais da mesma família, mas da África e da Ásia), enquanto que estes têm as pernas mais curtas.

Os machos podem atingir uma altura ao nível dos ombros de cerca de 1,7 metro, um comprimento do corpo de 3,6 metros e um peso de 1 130 quilogramas, enquanto que as fêmeas são menores. A pelagem de inverno do bisonte-americano é castanha-escura e esparsa, mudando na primavera para um pelo curto e castanho-claro. Também é menos luxuriante nas fêmeas que nos machos. O seu tempo de vida é de 30 a 50 anos. Os homens das cavernas usavam, como machado, uma omoplata de um bisonte.

Desde 9 de maio de 2016 o bisonte é considerado um símbolo nacional dos Estados Unidos da América.



Os bisontes reproduzem-se uma vez por ano, entre Junho e Setembro. As fêmeas produzem geralmente uma cria de cor vermelha (que se torna castanha em 2-4 meses) em cada gestação, que dura, em média, 285 dias e protegem-na durante sete a doze meses. Na altura do parto, a fêmea afasta-se da manada e escolhe um local protegido. Os jovens atingem a maturidade sexual em 2-3 anos, mas os machos geralmente não se reproduzem até aos seis anos, quando atingem um tamanho que lhes permite competir com outros.

Os bisontes são animais gregários e organizam-se em grupos (manadas) de acordo com o sexo, idade, estação do ano e habitat. Os grupos de fêmeas inclui ainda machos com menos de três anos de idade e, por vezes, alguns machos mais velhos. Os machos começam a entrar nestes grupos quando se inicia a estação de reprodução; nas outras estações, vivem individualmente ou em grupos de até 30 animais. Estes grupos têm uma hierarquia e os machos dominantes reproduzem-se com mais frequência que os de categoria mais baixa.

Nas suas migrações, os bisontes formam uma fila liderada por uma fêmea adulta. Os bisontes são bons nadadores e são capazes de correr a velocidades de 62 kms/hora.




O bisonte-americano é um parente próximo do europeu e os cientistas pensam que estas espécies são descendentes duma espécie que existia na Índia. As manadas migraram para norte e, enquanto umas foram para leste até à Sibéria, eventualmente atravessando a ponte terrestre de Bering, outras foram para oeste, para as florestas da Europa.
Bison priscus, que era o antepassado imediato do bisonte-europeu, extinguiu-se durante a última glaciação.




O Búfalo americano habita a América do Norte.
Pastam nas pradarias, em grandes manadas, migrando para o sul durante o inverno, e já foi extremamente abundante. Antes da colonização europeia da América, eram caçados pelos nativos americanos, mas os colonizadores quase os exterminaram. Tornou-se quase extinta por uma combinação de caça comercial e abate no Século XIX e introdução de doenças de bovinos provenientes de gado doméstico, e fez um recente ressurgimento em grande parte restrita a poucos parques e reservas nacionais.

Formam um triângulo entre o Grande Lago do Urso no extremo noroeste do Canadá, ao sul de estados mexicanos de Durango e Nuevo León, e no leste da costa atlântica dos Estados Unidos de Nova Iorque para a Geórgia e por algumas partes para a Flórida.

Duas subespécies foram descritas: Bisonte-da-planície (Bison bison bison), menores em tamanho e com uma corcunda mais arredondada, e o Bisonte-da-floresta (Bison bison athabascae), o maior dos dois e tem uma corcunda mais alta e quadrada.
Além disso, tem sido sugerido que o Bisonte-da-planície do norte consiste de (Bison bison montanae) uma subespécie do sul, elevando o total para três.
No entanto, geralmente não é suportada. O bisonte-da-floresta é uma das maiores espécies selvagens de Bovídeos no mundo, superado apenas pelo Gauro da Índia e o Búfalo selvagem asiático.
É o maior animal terrestre existente na América do Norte.




Tem o pelo longo, um pesado casaco castanho escuro no Inverno que tem um peso mais leve no Verão. Como é típico nos Ungulados, os bisontes machos são um pouco maiores do que as fêmeas e, em alguns casos, podem ser consideravelmente mais pesados.
Os Bisontes-da-planície são muitas vezes em menor variedade de tamanhos, e o Bisonte-da-floresta em escala maior. 

Faixas de comprimento de cabeça e corpo de 2 a 3,5m de comprimento, a cauda acrescentando 30–91 cm. Altura do ombro na espécie pode variar 152–186 cm.
Peso pode variar de 318 a 1.000 kg. O mais Bisonte mais pesado já registado pesava 1,270 kg.
Quando criados em cativeiro e criados para carne, o bisonte pode crescer anormalmente o maior e mais pesado bisonte semi-doméstico pesava 1,724 kg.
As cabeças e os dianteiros são enormes, e ambos os sexos têm chifres, chifres curvados que podem crescer até 61 cm de comprimento, que eles usam para lutas por status dentro do rebanho e para a defesa.
Os Bisontes são herbívoros, pastando nas pradarias norte-americanas. 
Sua programação diária envolve períodos de duas horas de pasto, descanso e ruminação, em seguida, movendo-se para um novo local para pastar novamente.




Período de reprodução é em Agosto e Setembro, a gestação é de 285 dias. 
Um único bezerro castanho-avermelhado até o próximo bezerro nascer.
Se não estiver grávida, um bezerro mama por 18 meses.
Aos três anos de idade, os bisontes já são maduros o suficiente para se reproduzir. Nessa idade podem tentar acasalar, mas se os bisontes adultos estão presentes, eles podem não ser capazes de competir até chegar aos cinco anos de idade.

Para os dois primeiros meses de vida, os bezerros são de cor mais clara do que o bisonte adulto. Uma condição muito rara é o bisonte-branco, em que o bezerro se transforma inteiramente branco.
Bisontes brancos são considerados sagrados por muitos nativos americanos.





Os Bisontes têm uma expectativa de vida de aproximadamente 15 anos em estado selvagem e até 25 anos em cativeiro.

O termo "búfalo" às vezes é considerado um equívoco para este animal, pois é apenas distantemente relacionado com qualquer um dos dois "verdadeiros búfalos", o Búfalo-asiático e o Búfalo-africano. No entanto, "bison" é uma palavra grega que significa boi como animal, enquanto o "buffalo" originou-se com os caçadores de peles franceses que chamaram estes enormes animais de bœufs, o que significa boi ou boi castrado dois nomes, "bison" e "buffalo", têm um significado similar. 

Embora o nome "Bison" pode ser considerado mais correto cientificamente, como resultado de uso normal do nome "Buffalo" também é considerada correta e está listada em muitos dicionários como um nome aceitável para Buffalo ou bisonte americano. Em referência a esse animal, o termo "Buffalo", data para 1635 no uso norte-americano quando o termo foi registado pela primeira vez para os mamífero americanos. Assim, tem uma história muito mais longa do que o termo "bison", que foi registado pela primeira vez em 1774.
O bisonte-americano está intimamente relacionado com o wisent ou bisão-europeu.



Apesar de serem os parentes mais próximos do gado doméstico nativos da América do Norte, os bisontes nunca foram domesticados pelos nativos americanos. Mais tarde, as tentativas de domesticação pelos europeus antes do Século XX, reuniu-se com sucesso limitado. Os bisontes foram descritos como tendo "temperamento selvagem e incontrolável"; eles podem saltar 1,8m na vertical e correr a 56 – 64 km/h quando agitados. 
Essa agilidade e velocidade, combinados com seu grande tamanho e peso, faz com que as manadas de bisontes sejam difíceis de limitar porque podem facilmente escapar ou destruir a maioria dos sistemas de vedação, incluindo a maioria dos arames farpados.

Há cerca de 500.000 bisontes em cativeiros comerciais (principalmente bisontes-da-planície) em cerca de 4.000 fazendas de propriedade privada. Sob as diretrizes da Lista Vermelha da IUCN, rebanhos comerciais não são elegíveis para consideração na determinação de uma designação Lista Vermelha, portanto, a população total do bisontes calculado em manadas de conservação é de aproximadamente 30.000 adultos e consiste de aproximadamente 20.000 indivíduos. Do total apresentado, apenas 15.000 total de indivíduos são considerados bisontes selvagens na área de distribuição natural na América do Norte (free-ranging, não se limita principalmente por cercas).




Os Búfalos-Americanos vivem nos vales dos rios, e em pradarias e planícies.
Habitat típico são os campos abertos ou semi-abertos, bem como artemísia, terras semi-áridas e cerrados. Algumas áreas levemente arborizadas também são conhecidos historicamente por terem bísontes. Também pasta em áreas acidentadas ou montanhosas, onde as encostas não são íngremes. Embora não seja particularmente conhecida como animais de grandes altitudes, existem no Parque Nacional de Yellowstone manadas de bisontes e são frequentemente encontrados em altitudes superiores a 2.400 metros. Também são encontrados nas planícies ao redor do Henry Mountains, Utah, bem como nos vales montanhosos do Henry Mountains a uma altitude de 3.000 metros.




São migratórios, e as migrações podem ser direcionais, bem como de altitude em algumas áreas.
Movimentam-se em média, 3,2 km por dia.

Bisontes fêmeas vivem em manadas maternais, que incluem outras fêmeas e seus filhotes.
A prole macho deixa a sua manada materna com cerca de 3 anos para viver sozinho ou participar de outras manadas de machos. Manadas de machos e fêmeas normalmente não se misturam até a época de reprodução. Contudo as manadas de fêmeas também pode ter alguns machos mais velhos. Durante a época de reprodução, os bisontes dominantes mantêm um pequeno harém de fêmeas para o acasalamento. Eles protegem a visão da fêmea com o seu corpo, para que ela não veja outros machos desafiadores. Um bisonte desafiante pode rugir para chamar a atenção de uma fêmea e o bisonte tendendo berra/ruge de volta.
Os mais dominantes acasalam nas primeiras 2-3 semanas da temporada.
Os mais subordinados vão acasalar com qualquer fêmea que não tenha acasalado ainda. 
Bisontes machos não desempenham qualquer papel no desenvolvimento do filhote.




As manadas têm hierarquias de dominação que existem para ambos os machos e fêmeas.
Dominação está relacionada a sua data de nascimento.
Bisontes nascidos no início da época de reprodução são mais propensos a ser maiores e mais dominantes como os adultos. Assim são capazes de passar o seu domínio para os seus descendentes como raça de bisontes dominantes no início da temporada. Além de dominância, o mais velho de uma geração também tem uma taxa de fertilidade maior do que os mais jovens.
As fêmeas amamentam os seus filhotes por pelo menos 7 ou 8 meses, mas a maioria dos bezerros parecem ser desmamados antes do final de seu primeiro ano.

Foram observados a exibir comportamentos homossexuais, machos muito mais do que as fêmeas. No caso dos machos, é improvável estar relacionada com o domínio, mas sim para a ligação social ou ganhar experiência sexual.

Casais de bisontes encontram-se no final da primavera e no verão, em áreas planas mais abertas. Durante o outono e inverno, bisões tendem a se reunir em áreas mais arborizadas. Durante este tempo eles esfregam seus chifres contra as árvores e até mesmo postes. Árvores aromáticas como cedros e pinheiros parecem ser os preferidos. Parece estar associado com a defesa de insetos como ocorre na maioria das vezes, no outono, quando a população de insetos é mais elevado. Cedros e pinheiros emitem um aroma depois do bisonte esfregar os chifres e isso parece ser usado como um repelente para os insetos.




Os bisontes sujam-se de lama em depressão rasas no solo,  húmido ou seco. Nessas depressões, cobrem-se com a poeira ou lama. Explicações e hipóteses sugeridas para este comportamento de limpeza associado com o derramamento, o comportamento social para a coesão do grupo, alívio de irritação da pele devido aos insetos que picam, redução de parasitas (carrapatos e piolhos).

Embora muitas vezes protegidos contra predadores devido ao seu tamanho e força, em algumas áreas, os bisontes são regularmente predados por lobos. Normalmente picos no final da primavera e início do verão, com ataques em fêmeas e bezerros. As observações mostraram que os lobos direcionam de forma mais ativa manadas com bezerros. O comprimento de um episódio de predação varia, variando de alguns minutos a mais de nove horas.




Os bisontes exibem cinco estratégias de defesa aparentes para proteger os bezerros de lobos: correr junto com uma fêmea, correndo com uma manada, correndo para o bisonte mais próximo, correndo na frente ou no centro de uma manada em corrida, e entrando em lagos ou rios.
Quando fugem de lobos em áreas abertas, fêmeas com bezerros jovens assumem a liderança, enquanto os bisontes machos ficam a traz das manadas, para guardar a fuga das fêmeas.

Os bisontes geralmente ignoram os lobos.
Matilhas de lobos especializados em bisontes tendem a ter um maior número de machos, com a sua dimensão maior em comparação com as fêmeas que lhes permite lançar as suas presas ao chão de forma mais eficaz.

Bisões saudáveis e adultos em manadas raramente são vítimas de predadores.
O urso-cinzento também pode representar uma ameaça para os bezerros e, por vezes, para os velhos, bisontes adultos feridos ou doentes.




A caça ao búfalo-americano foi uma atividade fundamental para as tribos indígenas das planícies dos Estados Unidos, que foi adotado mais tarde pelos caçadores profissionais americanos, levando à quase extinção da espécie em todo o ano de 1890.
Desde então, começou a se recuperar.




Antes da introdução do cavalo, os indígenas norte-americanos tinham um grande trabalho para caçar os bisontes. Como era impraticável correr atrás do animal, o índio mais veloz se disfarçava com a pele do bisonte e ficava entre a manada e um precipício. Os animais eram espantados aos gritos pelo resto da tribo e o índio disfarçado corria na frente deles, guiando-os para o precipício. Próximo à borda o índio se protegia num local seguro e a manada despencava no abismo. Geralmente havia grande desperdício, uma vez que a quantidade de animais mortos era muito superior às necessidades.
Outra maneira de fazê-los cair era pegar fogo na pradaria de forma que a manada ficasse entre o fogo e o penhasco.

Após a introdução dos cavalos a melhor maneira de caçar os bisontes era com a lança ou com o arco e flecha, mesmo estando disponíveis as armas de fogo, uma vez que era muito difícil recarregá-las montado em cavalo em disparada.
Numa hora de uma caçada normal oitenta a cem índios abatiam uns quinhentos animais e como cada indivíduo adornava as suas flechas à sua maneira, era fácil identificar quem abatera quais animais.

Outro método de caçar bisões era direcionar com gritos e gestos a manada para um curral disfarçado com troncos e pedras. Uma vez encurralados, os animais eram abatidos com flechas.

Do bisonte, os índios aproveitavam a carne, a pele e o osso, e o animal estava associado ao lado espiritual das tribos. Cordas e almofadas eram confeccionados com o pelo, ferramentas e utensílios eram feitos de ossos e cascos, linha de costura e cordas para arcos eram o destino dos tendões e cobertores, vestimentas e coberturas de tendas eram feitos da pele. Uma habitação normal exigia de doze a vinte peles de bisonte.

Os Blackfoot de Montana, Alberta e Saskatchewan consideravam melhor a carne do bisonte, sendo que carnes de outros animais eram consideradas de segunda classe.

A caçada individual não era permitida porque mesmo que o indígena abatesse um ou outro animal, ele assustaria a manada. Os infratores teriam as suas armas quebradas, suas roupas rasgadas, sela e chicote destruídos, o rabo dos seus cavalos eram cortados e eles eram banidos a pé.






XAMANISMO

É a medicina da espiritualidade, sabedoria ancestral. 
Evocar nas orações para que as preces sejam atendidas. Trabalha nossa paz interior e desapego. Para os índios norte-americanos o búfalo é considerado o animal mais sagrado, símbolo de abundância plena. Conexão com o Criador.

O Búfalo é muito diferente do touro.
O touro está ligado à força física.
O Búfalo resgata não apenas a questão do limite físico mas também de reverência e contato com seus ancestrais. Toda questão de limite e respeito está ligado inconscientemente aos nossos ancestrais.

O Búfalo é o Animal de Poder do xamã que busca um caminho de harmonia no Grande Mistério. Os ensinamentos deste Animal de Poder tratam de questões ligadas à reverência e ao sagrado. Ele traz também um senso de força feminina, ligada à força da Mãe-Terra. A questão do sagrado relacionado a este animal está ligado à oferendas, porém, a oferendas de ensinamentos, ou seja, este é o Animal de Poder de pessoas que doam seus ensinamentos à comunidade e às pessoas à sua volta.




Os xamãs e índios norte-americanos chamam-no de totanka.
Considerado como guardião dos segredos, sabedoria ancestral, tolerante, procura a paz e defende sua prole.
Muitos animais são sagrados, mais para a maioria das tribos indígenas o búfalo é o mais sagrado entre eles.

Sempre foi reverenciado como símbolo da abundância, o que nos lembra das preces de agradecimento ao Alto por tudo o que temos nesta vida. Pois o sinal que o búfalo nos dá é de que nada se consegue aqui sem a ajuda do Criador de todas as coisas e de que precisamos nos sentir humildes em sua expressão mais profunda para aceitar e receber a fartura. 

Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância.

O Búfalo, ou bisão, é considerado por muitas tribos com sendo um símbolo de abundância pois era a carne do búfalo que alimentava o povo, e o couro que fornecia vestuário e abrigo,e os ossos e tendões que forneciam as ferramentas de sobrevivência.




Na lenda do cachimbo sagrado, o Búfalo Branco deu o Cachimbo Sagrado aos Sioux como um vigilante da Nação Vermelha. Este cachimbo guardava o poder do Grande Espírito. Ele trazia às pessoas a mensagem de paz e dizia que eles teriam uma boa caçada e se transformariam em uma grande nação.

A aparição de um búfalo branco é um sinal de que os deuses ou os antepassados têm ouvido as prezes. Tal como é um sinal de um tempo vindouro de muita abundância.

"Medicina do Búfalo" significa trazer uma honra especial ou agradecimento por todas as coisas que a Terra fornece a seus filhos. Usar a medicina do búfalo é fumar o cachimbo de uma forma sagrada, e louvar a riqueza da vida a ser compartilhada com todos.

Se o nome de uma criança incluía a palavra "búfalo" nele, os índios acreditavam que a criança seria especialmente forte e iria amadurecer rapidamente. Se um guerreiro recebesse outro nome após uma visão ou uma grande caçada ou feito de guerra, e seu novo nome incluísse a palavra "búfalo", isso significava que o búfalo era o seu guia espiritual, ou que ele demonstrava a força de um búfalo, ou que ele era um caçador extraordinário. Em outras palavras, o nome descrevia os poderes de um homem.

Sociedades que recebiam o nome de búfalo tinham o animal como seu protector. Homens santos que viam o búfalo nas suas visões durante as quais eles eram convocados a praticar a medicina, buscariam, a partir disso, comungar com o Grande Espírito através do búfalo.




Segundo a tradição dos índios lakota, foi um filhote fêmea do Búfalo Branco que trouxe o cachimbo sagrado para seu povo e o ensinou a rezar. O fornilho do cachimbo era o receptáculo para o tabaco – uma erva que contém tanto a energia feminina quanto a masculina. A haste do cachimbo representava o macho penetrando na fêmea para nela depositar a semente da vida. Era nesta fusão entre os princípios masculino e feminino que se realizava a conexão com a energia divina do Grande Espírito. Enquanto o fornilho do cachimbo recebia o tabaco, todas as famílias da natureza eram invocadas para que penetrassem no cachimbo e partilhassem seus poderes à medida que as preces e os cânticos de louvor se alçassem aos céus. A fumaça era considerada uma prece visual, muito sagrada e purificadora.

Todos os animais são sagrados, mas em muitas tradições o Búfalo Branco é o mais sagrado, pois sua aparência é sinal de que as preces foram respondidas, de que o cachimbo sagrado foi louvado e todas as promessas e profecias foram cumpridas. E por tudo isso que o Búfalo Branco prenuncia um tempo de plenitude e abundância para todos.

O Búfalo era a maior fonte de subsistência para os índios das planícies norte-americanas. 
Ele fornecia carne para a alimentação, pele para roupas e agasalhos para os longos invernos, ossos para a confecção de diversos instrumentos, além dos cascos, a partir dos quais se produzia uma substância adesiva usada como cola.

A cura do Búfalo é realizada por prece, louvor e gratidão pelos inúmeros dons que nos foram concedidos.
A energia do Búfalo também nos ensina que a abundância sempre estará presente desde que todas as relações sejam honradas como sagradas e desde que saibamos expressar a nossa verdadeira gratidão pela existência de cada ser vivo da criação.

O Búfalo era uma presa fácil para os caçadores, pois nem sempre fugia dos seus perseguidores. Ele estava sempre predisposto a compartilhar todas as dádivas contidas no seu corpo aqui na Terra, antes de partir para os Campos Sagrados do Espírito.

Usar a magia do Búfalo significa fumar o cachimbo sagrado com fé, para agradecer por todas as riquezas que nos foram concedidas pela vida e partilhá-las com os nossos irmãos de todas as raças e de todas as nações, assim como com todas as demais criaturas e as diferentes formas de vida existentes na Terra.
Significa também fumar o cachimbo sagrado para ajudar os outros, pedindo para que os seus desejos sejam atendidos, rezar para que a harmonia reine em toda a parte e saber aceitar o Grande Mistério como parte integrante desta harmonia.

Se o Búfalo é o teu animal de Poder, isto pode ser sinal de que precisas rezar mais, abrir mais momentos de meditação na tua vida. Pode ser também sinal de que você foi escolhido para ser o agente que trará a resposta para as preces de alguma outra pessoa. Isto poderá significar o início de um período no qual você aprenderá a reconhecer de fato que todos os caminhos e escolhas existentes na vida são sagrados, mesmo que sejam muito diferentes de suas próprias convicções. Uma parte importante da mensagem trazida pelo Búfalo é aprender a louvar e honrar o caminho dos outros, mesmo que isto possa ser difícil para você. Entretanto, este período certamente lhe trará muita serenidade e paz de espírito, mesmo no meio do caos, caso você seja capaz de reconhecer e agradecer sinceramente por tudo aquilo que já possui e saiba orar solicitando a orientação e a iluminação divinas.
Ele nos mostra que não conseguiremos nada sem a ajuda do Grande Espírito.
Você deve saber cultivar a humildade ao pedir ajuda, e também cultivar o sentido de gratidão, propondo-se a agradecer por tudo aquilo que for recebido.

O Búfalo simboliza a Abundância, pois é ele que proporciona o alimento e o abrigo para os povos nativos. Ele é o enviado de Wakan Tanka, o Grande Espírito, para suprir as nossas necessidades.
Seu poder de cura é realizado pela Oração, a gratidão por tudo que recebemos.




Esse animal simboliza a Abundância em todos os sentidos.
É a nossa nutrição física e espiritual.
O Poder de Cura do Búfalo é um sinal que não alcançamos nada sem a ajuda do Grande Espírito.
Devemos nos lembrar sempre de sermos humildes, solicitarmos ajuda quando necessitamos e agradecer por tudo aquilo que recebemos.

Se sonhar com um Búfalo, significa que suas orações estão sendo ouvidas.
Significa também que você poderá ser o instrumento de auxílio às preces de outra pessoa.
Nunca devemos nos esquecer do Grande Pai e de mantermos contato com a Fonte de toda a Vida.
Procure sempre respeitar os outros.
Sinta a fumaça do seu Cachimbo Sagrado sendo levado em Oração ao Grande Espírito.
Vista-se com a pele branca do Búfalo para que você também possa ser um Guerreiro que atenda as respostas das orações do mundo.


A medicina da paz e da harmonia.
Evocado para rezar.
Para que nossas preces sejam atendidas.
Para buscar a paz e buscarmos a nós mesmos.
Simboliza a energia ancestral.
Ajuda na conexão com a Sabedoria Universal, com nosso corpo mental, nosso intelecto.
Pode ser chamado para trazermos mais resistência nos desafios da vida.
Ressonância com a harmonia, tolerância, abundância, gratidão, louvar e honrar o nosso caminho, o sentido do sagrado, também são atributos ao búfalo.
É o pacificador.


Corre livre como um trovão na pradaria,

Grandes rebanhos da abundância, compartilhando com o homem,

Preciso do seu conhecimento para enfrentar os desafios da vida,

Sobreviver e seguir em frente com meus planos.



A medicina de Buffalo inclui manifestação, proteção, criatividade da terra, coragem feminina, abundância, conhecimento, generosidade, hospitalidade, compartilhamento de trabalho, coragem, força, desafio, sobrevivência, esforço e trabalho por bem maior e formulação de planos benéficos.

Aqueles com o búfalo como o animal de poder devem andar pelo caminho sagrado, honrando cada caminhada da vida. O Buffalo irá ajudá-lo a estabelecer uma profunda conexão com a Mãe Terra e o Pai Céu. E vai pedir que você ajude as espécies ameaçadas de extinção no mundo. Ore / medite / concentre-se na harmonia e paz entre todos os seres. Peça ajuda ao universo e agradeça os dons que lhe foram trazidos. Não seja forte ou agressivo, não siga o caminho mais fácil.
O Buffalo lhe dará força de caráter e um espírito livre e independente.

O Buffalo nos ensina que a verdadeira prosperidade vem quando somos gratos pelo que temos e quando vivemos em harmonia e amor com todos os corpos e estando contidos no universo. Você viverá como o búfalo quando você souber que a abundância está presente e quando TODAS as relações são honradas e conhecidas como sagradas, quando você expressa gratidão por todas as partes, todos os aspectos da criação.




A história da Mulher Búfalo Branco é originária do povo Lakota, ela ensinou-lhes que todas as coisas estão interconectadas e que não é necessário lutar para ter abundância. A única coisa que é necessária, no entanto, é estar conectado com o Espírito. A relação do Buffalo com o Povo Americano nativo dos EUA destaca essas lições.

Cada parte deste animal é usada, até os cascos, que são usados para fazer cola. O Buffalo deu aos outros o dom da vida, sacrificando a própria. Alimentos, couros para vestuário e abrigo foram fornecidos. Antes de uma caça de búfalos, as orações de gratidão eram oferecidas ao grande espírito pelas tribos. Pós-caça, eram realizadas cerimónias que honraram o espírito do búfalo. Sem o búfalo essas tribos não teriam sobrevivido aos duros invernos.

Esta é apenas uma lição de abundância, use quaisquer recursos disponíveis. Num nível mais profundo, deve-se apreciar o que já se tem.
Quantas vezes você se concentra no que falta em sua vida ao invés de contar suas bênçãos?
Quão mais ricas são nossas vidas quando estamos verdadeiramente agradecidos SIGNIFICATIVAMENTE pelo que temos?
Isso envia uma poderosa mensagem ao universo.

Nossas crenças e atitudes em relação a nossa conexão com tudo, também envia mensagens poderosas ao universo. Quando percebemos que somos todos parte de um, que cada um individualmente é único, cada um absolutamente necessário para o todo, mais uma gota no oceano.

É neste ponto que nós perceberemos que a abundância, que não se refere apenas à saúde, felicidade, amizades e muito mais, não tem que vir de nossa luta individual. Uma vez que estamos abertos para receber, os milagres podem vir das fontes mais inesperadas. O Buffalo nos mostra como parar de se concentrar nos problemas e como concentrar-se em quanto temos e em como somos ricos em termos nossa conexão com o tudo.

Os Búfalos têm grandes cabeças que simbolizam inteligência de uma ordem superior, seus corpos fortes conecta-os à terra. Eles são a força unificadora entre as coisas terrestres e não-terrenas. Tanto o macho quanto o búfalo fêmea possuem chifres e ombros desenvolvidos. Nos humanos, os ombros armazenam nossa energia pessoal que se expressa através de nossas mãos. Qualquer coisa que fisicamente tocar ou segurar estará ligado à nossa energia pessoal. Os ombros carregam a responsabilidade as emoções positivas ou negativas.
Tudo o que se sente dentro é projetado para o exterior.

Está familiarizado com o ditado, e talvez até mesmo já tenha usado “Eu sinto como se estivesse carregando o peso do mundo em meus ombros.”
Muitas vezes há verdade em velhos provérbios…
O búfalo irá mostrar-lhe como libertar-se de seus fardos, concentrando sua energia de forma equilibrada. Os chifres crescem em direção ao céu, insinuando uma conexão com uma inteligência superior. As corcundas muitas vezes são símbolos de energia armazenada e contida.

Ao se protegerem contra o perigo, as fêmeas formarão um círculo defensivo em torno dos bezerros, e os machos formarão um círculo ao redor delas.
Isso simboliza o respeito mútuo do búfalo por todos, demonstrando seu senso comum de família e seu instinto natural de proteger, defender e honrar a vida.

Quando provocado, o búfalo pode ser imprevisível e perigoso.
Os povos do búfalo precisam ser lembrados de que devem ver o lado bom das coisas, se eles prestarem atenção somente às coisas más, isso criará uma grande frustração dentro deles.

Se você tem o búfalo na sua roda deve procurar meios de relaxar, algo diário que o anime e tire o stress, qualquer coisa desde yoga, o que for melhor para cada um servirá para ajuda-lo a encontrar a sua paz interior.





Sun Bear poeticamente descreve Waboose: 

É representado pelo Elemento Vento (Ar). A estação é o inverno. A hora do dia é a meia-noite. O tempo de vida é tanto a velhice com a neve sobre a cabeça, como os recém nascidos que estão voltando a este mundo. Waboose influencia as luas : Renovação da Terra - Lua da Limpeza e Repouso e dos Grandes Ventos.

O inverno é o tempo mais paradoxal da Roda Medicinal. 
É o tempo em que as coisas parecem estar adormecidas.
Contudo, com a aparente dormência, um dos maiores crescimentos estão ocorrendo. É no inverno quando as sementes permanecem congeladas dentro da terra, que elas pegam para si as energias da terra que lhes permitem crescer nas estações por vir. É no Norte que nossos corpos não conseguem se mover tão facilmente quanto o fizeram no passado ou farão no futuro, que parecemos forçados a levar para dentro de nós a sabedoria do Espírito que usaremos à medida que continuamos a nossa jornada em torno da Roda.

O tempo de Waboose é um tempo para desacelerar, de aparente restrições. 
É quando a atividade exteriormente diminui efetivamente. É um tempo de escuridão, quietude e sonhos. É uma época em que os humanos estão fragilizados, quando sua pele está enrugada. É um tempo em que as pessoas tendem a reminiscências e compartilham da sabedoria que adquiriram. É um tempo para se avaliar realizações e propósitos e de se preparar para a dádiva maior de morte e renascimento.

É uma época em que muitas pessoas atingem uma compreensão de suas próprias vidas, uma aceitação do que elas alcançaram e do que não. Pode ser um tempo de paz, um tempo de poder, um tempo de perdão, de compaixão por tudo à sua volta. É época de se libertar de velhos padrões de comportamento, para se render às pequenas mudanças do corpo e da mente em preparação, para as mudanças maiores que virão.

Waboose é um tempo para ambos, começo e fim, morte e vida, nova vida embutida numa morte aparente. No inverno a terra aparenta estar morta, no entanto há muita coisa acontecendo lá. O mesmo acontece na vida humana. Mesmo quando nos libertamos de nossos envelopes humanos, nosso Espírito, nossa energia vai para um lugar que nos prepara para um novo começo que virá.

A maior lição de Waboose é a dádiva.
É a nossa maior responsabilidade compartilhar com os outros a dádiva do nosso conhecimento adquirido na jornada da Roda, a dádiva de nossos corpos à Mãe Terra, que nos alimentou enquanto nela estivemos, e do amor que compartilhamos com todos os outros seres, sabendo que quanto mais damos amor, mais recebemos.
Um dos presentes de Waboose é a compreensão intuitíva dessa dádiva. 
Junto com esta compreensão estão as faculdades psíquicas mais ativadas e uma grande perspicácia em sintonizar sonhos e visões, tanto nossos como de outras pessoas.

O Búfalo Branco é um animal que doou tudo de sí aos humanos : carne , pele, ossos e espírito. Foi a Mulher Búfalo Branco que deu o cachimbo aos humanos.
A vivência de uma lua de Waboose é uma época para se contemplar a vida e seus paradoxos.
É uma boa época para se pensar a respeito das questões da vida e da morte e examinar atitudes em relação à isso. É tempo de aprender a ter paciência. Época em que suas habilidades psíquicas e místicas estarão bem acima da média. É tempo de ver como se sente a respeito dos presentes que a vida lhe deu. É época de se praticar pequenas doações que o preparam para as maiores.

Durante as épocas de Waboose, você precisará centrar-se, lembrar que é tanto um ser da Terra, como do Céu. O poder de Waboose é o da aceitação da morte e a necessidade de compartilhar tudo o que foi dado.

Waboose é o lugar da Sabedoria e do conhecimento.
Da beleza e da ressonância harmonica. 
Da imaginação ilimitada e do intelecto. 
Dos sábios, anciões e ancestrais. 
É o local de preces e de agradecimento. 
É o local da honra.

Você poderá, por exemplo, sentar-se ao Sul caso esteja em época de provas ou exames nos estudos. Ou quando sente que sua vida precisa ser harmonizada, ou simplesmente para agradecer alguma graça recebida. Quando queremos nos conectar com nossos ancestrais xamânicos e seres extra terrestres.


EVOCAÇÃO : 
" Ó Espírito da Direção Norte, 
local da Sabedoria e Agradecimento, 
Portal do Conhecimento e do Elemento Ar - Ensine-me ".

Elemento: Ar 
Qualidade: Sabedoria e Conhecimento 
Totem: Búfalo 
Cor: Branco 
Reino: Animal 
Corpo Celestial: Estrelas 
Corpo: Mental 
Tempo: Futuro 
Estação: Inverno 
Hora: Meia-Noite 


Segundo Keneth Meadows, é associado à mente e ao poder que algumas vezes é descrito como:
" O poder de sustentar o que o conhecimento pode trazer ".

É o portal da Sabedoria, do Conhecimento, do Intelecto.
Representa o Corpo Mental, lembrando que a mente aqui não é o cérebro.
O cérebro é um instrumento da mente.
O cérebro é físico, material.
A mente é invisível, ela pode ir para qualquer lugar .
O conhecimento é aquele que pode ser transformado em sabedoria.

É associado com o inverno quando a Terra está sendo renovada, quando a Terra está se purificando. É onde transformamos os acontecimentos de nossa vida em experiências de vida. O inverno nos força a ficar mais tempo dentro de nossas casas, dentro de nossas mentes, e nos preparar para um período de crescimento e desenvolvimento.

No período do Inverno, o Búfalo Branco, solta uma grande quantidade de fumo branco, simbolizando o fumo do Cachimbo Sagrado, instrumento de preces e ação de graças. É através do fumo do cachimbo que nossas preces chegam a Wakan Tanka.

O ar, ou melhor, o Vento ( o ar em movimento ) é o elemento que rege esta direção.
Representa também o Reino Animal, e a palavra animal abrangendo tudo o que é animado ( 4 pernas, 2 pernas, criaturas aladas, insetos, peixes...)
Esta Direção nos oferece uma oportunidade para revermos tudo aquilo que aprendemos em nossa vida e aprendemos com quem e como compartilharmos essa sabedoria.
Ela representa os buscadores de conhecimentos que nos oferecem novas visões da humanidade e também os sábios e anciões que serviram -nos de inspiração através dos tempos.
Honramos nossos ancestrais do Sul.

No Sul, incorporamos os conhecimentos de Fonte Superior, para entender melhor a vida na Terra.
É lá que aprendemos a respeitar o Sagrado Ponto de Vista dos Outros.
Nós integramos nossas experiências em nossas palavras, pensamentos e ações.
É o local da paz, do silêncio.
O lugar que aprendemos a escutar e a compreender.
É a Direção da Honra.
O Corpo Celestial são as estrelas, que também representam os sábios de outros planetas, de outros sóis.

Todos poderão, por exemplo, sentar no Sul caso esteja em época de provas ou exames nos estudos. Ou, quando precisar dar aulas, ou palestras. Quando sente que algo em sua vida precisa ser harmonizado, ou agradecer simplesmente uma graça recebida. Quando quiser se conectar com ancestrais xamânicos e seres extraterrestres.
E, para quaisquer questões que envolvam raciocínio, intelecto, memória.
Em seu altar xamânico acenda um incenso representando a Direção Norte.

Iremos viajar em Waboose, nos Caminhos Espirituais da:
•Limpeza
•Renovação
•Pureza.





Ainda ontem pensava que não era





Ainda ontem pensava que não era 
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo 
na esfera da vida. Hoje sei que sou eu a esfera, 
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim. 

Eles dizem-me no seu despertar: 
 " Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia 
 sobre a margem infinita 
 de um mar infinito."

 E no meu sonho eu respondo-lhes:

 "Eu sou o mar infinito, 
 e todos os mundos não passam de grãos de areia sobre a minha margem."

 Só uma vez fiquei mudo. 
 Foi quando um homem me perguntou: 
 "Quem és tu?" 



 Kahlil Gibran





Fiona Apple - Shadowboxer

Não Há Ninguém Lá Fora





Onde existe sofrimento surgem bodhisatvas, e assim novos Budas podem vir a surgir. Então todos os seres na realidade são Budas em potencial, mas aquele Buda histórico, Shakyamuni, ou cada um dos Budas históricos que já aconteceram antes, por definição, estão extintos.

Por isso não oramos para Buda ou pedimos coisas para um Buda, como por exemplo para que ele nos socorra, nos ajude, porque não existe esse tipo de condição no budismo, um ser lá fora que vai nos ajudar. Somos nós que temos que mudar as nossas marcas cármicas com a ajuda daqueles que puderem nos ensinar a nos alterarmos. Mas não adianta pedir uma graça externa, pois as graças externas simplesmente não existem.

Ruim isso, não é?
Nós ficamos pensando assim:
“eu gostaria tanto de ter alguém lá fora para me ajudar”.
Esse na realidade é um pensamento infantil porque, em primeiro lugar, ele provém do fato de que nós tivemos pais e mães e de que na nossa infância nós pedíamos ajuda para eles. Então nós queremos a repetição. Queremos um pai que nos ajude. 

A segunda consideração a esse respeito é:
se existe um ser de compaixão, você não precisa pedir nada para ele. Se ele puder ajudar você ele ajuda. Assim como quando você era criança e caía no chão, seu pai não ficava esperando que você pedisse “me ajude”. Ele ia lá e ajudava você, sem que você pedisse, e sem esperar qualquer agradecimento. Cada um de vocês aqui que tem filho sabe perfeitamente como é isso.

Se seu filho se machuca você fica assim:
“peça com fé que eu vou ajudar” ?
Você vai lá e ajuda na hora.
Você diz: “coitadinho…”.
Você não pede nada para ele para dar a graça da sua ajuda.

Então se Buda fosse um ser fora de nós e ele pudesse nos ajudar, ele ajudaria sem que nós pedíssemos. Uma divindade qualquer que exige que peçamos ajuda é menos compassiva do que qualquer um dos pais e mães aqui presentes.


Meihô Genshô Sensei




sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Natal





Mais uma vez, cá vimos 
Festejar o teu novo nascimento, 
Nós, que, parece, nos desiludimos 
Do teu advento! 

Cada vez o teu Reino é menos deste mundo! 
Mas vimos, com as mãos cheias dos nossos pomos, 
Festejar-te, — do fundo 
Da miséria que somos. 

Os que à chegada 
Te vimos esperar com palmas, frutos, hinos, 
Somos — não uma vez, mas cada — 
Teus assassinos. 

À tua mesa nos sentamos: 
Teu sangue e corpo é que nos mata a sede e a fome; 
Mas por trinta moedas te entregamos; 
E por temor, negamos o teu nome. 

Sob escárnios e ultrajes, 
Ao vulgo te exibimos, que te aclame; 
Te rojamos nas lajes; 
Te cravejamos numa cruz infane. 

Depois, a mesma cruz, a erguemos, 
Como um farol de salvação, 
Sobre as cidades em que ferve extremos 
A nossa corrupção. 

Os que em leilão a arrematamos 
Como sagrada peça única, 
Somos os que jogamos, 
Para comércio, a tua túnica. 

Tais somos, os que, por costume, 
Vimos, mais uma vez, 
Aquecer-nos ao lume 
Que do teu frio e solidão nos dês. 

Como é que ainda tens a infinita paciência 
De voltar, — e te esqueces 
De que a nossa indigência 
Recusa Tudo que lhe ofereces? 

Mas, se um ano tu deixas de nascer, 
Se de vez se nos cala a tua voz, 
Se enfim por nós desistes de morrer, 
Jesus recém-nascido!, o que será de nós?! 


José Régio
in, 'Obra Completa'




Feliz Solstício de Inverno





El tiempo del solsticio de invierno ya no se celebra como antes, con el entendimiento de que éste es un período de "descenso" y de "descanso", de ir dentro de nuestros hogares, dentro de nosotros mismos y asimilar todo lo que hemos pasado en este año que llega a su fin.

Como en la naturaleza y en el reino animal que nos rodea, esta época de "hibernación" es muy necesaria para nuestros miembros cansados y nuestras mentes agobiadas.

La cultura moderna nos enseña a evitar al máximo este momento: Luces, compras, exceso de trabajo, gastos excesivos, comidas, viajes y consumismo.

Sin embargo, el tirón natural para ir hacia adentro, como lo hacen casi todas las criaturas, es fuerte y el clima es tan amargo que la gente siente que el invierno es duro.

Mientras que, de hecho, el invierno es amable, nos señala el camino suave y tranquilo hacia nuestro ser interior, hacia este tiempo anual de paz y reflexión, abrazando la oscuridad, perdonando, aceptando y amando.

El invierno elimina las distracciones, los ruidos y nos presenta el momento perfecto para descansar y retirarnos en un útero como el amor, trayendo fuego y luz a nuestro hogar.

Y luego, a la vuelta de la esquina, el nuevo año comenzará, y como una semilla plantada en las profundidades de la tierra, tod@s nos levantaremos con energías renovadas una vez más para bailar bajo la luz del sol.

La vida es un regalo.
Feliz invierno para tod@s.


Re Maes