O pão era fermentado apenas com os fermentos naturalmente presentes nos grãos, por isso era fermentado longamente.
Hoje em dia é atafulhado de fermentos produzidos industrialmente e que nem têm tempo de actuar.
Antes, depois da acção dos fermentos, actuavam os lactobacilos que destruíam em parte a estrutura de glúten e o tornavam mais digesto.
Agora, quando o pão vai ao forno ainda vai cheio de fermentos e com a estrutura de glúten intacta.
Antes, o trigo tinha doses normais de glúten, hoje em dia foi seleccionado para ter mais, e ainda assim adicionam glúten às farinhas ditas fortes, para a confecção do pão fofo e com muita estrututa.
Antes os fermentos estavam presentes naturalmente, hoje com a constante pulverização de antifúngicos para prevenir doenças do trigo, não há fermento natural que aguente.
Antes, o trigo era seco no campo, ao sol, naturalmente.
Hoje, quando 75% da colheita está madura, é pulverizado com herbicida roundup para o secar mais rápida e eficazmente, permitindo uma colheita antecipada e sem riscos de perdas por chuva e acção animal... e não é só o trigo. Aveia, cevada, feijão, lentilha, grão de bico... tudo que seja para colher seco.
Com tantas diferenças entre o pão de 2018 e o de 1918, não é de admirar que de repente, o pão seja uma fonte de doença e não de alimento e saúde.
Sérgio Miranda
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