Todas as pessoas à nossa volta, que de alguma maneira estão dentro da nossa realidade, seja em que área de vida for, têm uma razão para lá estar. Magneticamente atraídos pela nossa própria energia, cada um deles tem diferentes intenções para o fazer.
Uns estão a devolver-nos algo de nós tal como espelhos fazem com o nosso corpo.
Estão a activar energias em nós que sem esse impacto externo se manteriam inconscientes cá dentro. Estão a trazer as consequências de acções passadas a que demos vida há muito tempo. Tanto tempo que já caíram no esquecimento e por isso mesmo precisamos desses lembretes.
Quando não temos ainda consciência deste movimentos iremos lidar com eles reactivamente. Ou seja, sem entendimento, iremos naturalmente correr para perto de quem nos faz sentir bem e fugir ou julgar quem nos provoca dor.
No entanto para a nossa história, ambos são valiosíssimos!
Ambos estão a fazer um papel de amor.
Ambos são necessários no nosso processo de cura e consciência de quem somos.
Há muito que me rendi ao conceito de dualidade de que é feito o Universo e cada manifestação do divino, incluíndo nós próprios. A nossa evolução dá-se sempre que o equilíbrio dentro de nós acontece e isso só é possível quando estamos conscientes dessas duas partes em nós. Infelizmente a maioria no Ocidente vive em doente negação da sua dualidade, numa miopia crónica que apenas lhe permite ver uma distorcida visão perfeccionista de si mesmo.
Ninguém nos educou sobre a luz e a sombra.
Não vimos ninguém à nossa volta a lidar positivamente com elas.
Não tivemos Mestres ou Professores que nos falassem sobre as suas características, nos mostrassem o que fazer quando elas se desequilibram ou o que teríamos a ganhar quando elas se equilibram. E porque vivemos em profunda ignorância sobre o nosso mundo interior, projetamos a dualidade no mundo exterior.
Alguém irá então fazer o papel da luz e alguém irá fazer o papel da sombra. Na nossa linguagem mais corrente, uns irão ser os bons e os outros irão ser os maus.
Com uns iremos tentar que nos devolvam ilusoriamente o amor que ainda não sabemos sentir em nós. Com outros iremos projectar as sombras que nos recusamos a assumir.
De facto a filosofia espiritual do Ocidente foi incapaz de dar sentido à nossa existência, condicionando por isso a nossa paz interior e qualidade de vida.
Muitos são os que ainda estão mais confortáveis com a ideia de inferno e diabo do que reencarnação, a maioria ainda não conhece as leis universais, o sentido de responsabilidade Karmica é quase inconsciente na maior parte das pessoas, sofremos todos de crises profundas de valores onde já não conseguimos distinguir valor e dinheiro, confundimos amor com apego, conhecimento com sabedoria, responsabilidade com autoridade, enfim, a lista é longa e mostra porque o Ocidente tem as taxas ridículas que tem no que toca ao consumo de antidepressivos e ansiolíticos.
Por sermos incapazes de perceber a dualidade e de ver o quanto o mundo é apenas uma projecção da dualidade interna de cada um, a nossa visão da vida torna-se caótica.
Os julgamentos são a forma como vamos tabelando o que não entendemos.
O medo toma conta, o sentido de injustiça bloqueia-nos e o nosso discurso fica preso entre a ladaínha da vitimização e da acusação acerca do que ainda não entendemos.
A única boa notícia é que finalmente uma nova energia está a trazer um novo entendimento que aos poucos vai descristalizando as velhas energias e permitindo que aos poucos a luz vá invadindo, tanto as nossas mentes, o nosso coração, o corpo e o espírito.
Tenho tido a bênção de ser testemunha das mais maravilhosas transformações de que o ser humano é capaz quando se permite pôr em causa e libertar do sistemas de crenças, valores e prioridades que lhe gerou os maiores desequilíbrios e colocou em causa o sentido da sua existência.
As mais belas e puras filosofias do Oriente, falam uma linguagem universal e espiritual capaz de dar directrizes ao espírito para que ele consiga atingir o seu equilíbrio. A própria medicina tradicional chinesa trabalha com o mesmo princípio do equilíbrio das energias há mais de 5000 anos e já deu provas de que tem o poder de curar profundos desequilíbrios internos de que todos sofremos.
A era da fé cega e do Deus do medo chegou ao fim.
A Nova Era pede consciência, entendimento, responsabilidade, liberdade para reclamarmos o nosso poder pessoal e equilíbrio interno.
O mundo lá fora não é um fim em si onde iremos encontrar a abundância e a felicidade, mas apenas um meio para que ela se possa experienciar dentro de nós.
Esse é o caminho da luz interior e é esse que será capaz de inspirar e iluminar quem nos rodeia e o mundo em que vivemos.
Vera Luz
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