Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar.
Medito no meu regresso.
Possuo para sempre tudo o que perdi.
E uma abelha pousa no azul do lírio, e no cardo que sobreviveu à geada.
Penso em ti.
Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto – aqui sentado, junto à janela fechada.
Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte
acaba o corpo.
Recolho o mel, guardo a alegria, e digo baixinho:
Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge.
Al Berto
in, Lunário
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