terça-feira, 5 de agosto de 2014

Como as vidas passadas nos condicionam?






Muitos são os que finalmente já descobriram que o propósito espiritual da vida é a evolução das nossas emoções. Sairmos das trevas da tristeza e da solidão em direção à Luz e ao amor incondicional. Abandonarmos de vez o medo para nos entregarmos ao amor.

Sermos capazes de resistir às reações das mais densas camadas emocionais que cada um de nós carrega, e conseguirmos escolher pela verdade, pela tolerância, pela paciência e pelo amor, é o maior objectivo da nossa alma, e acredito que iremos sempre reencarnar até o conseguirmos fazer. Até que um dia possamos viver na Terra, como o paraíso que ela pode ser, reconhecendo-nos para além das máscaras do ego como espíritos iguais vindos da mesma fonte.

Os que já despertaram para este fenómeno, já deram inicio ao primeiro patamar desta longa mas maravilhosa viagem, ou seja, já assumiram a responsabilidade pelo próprio percurso e por tudo o que atraem. Os também apelidados por Paulo Coelho de Guerreiros da Luz, resgataram já a consciência de que são responsáveis não só pelo que atraem, mas também pelo que semeiam a cada momento, pois já sabem que a Lei do Karma lhes fará chegar os respectivos retornos algures no tempo. Estes despertos são os que já atingiram a solidez interior suficiente para evitar o confronto com o outro, pois já têm a perfeita consciência de que o maior inimigo não está no outro, mas sim em nós próprios, o nosso ego e toda a violência que sobrevive em nós e que continuamente tenta boicotar a nossa expressão do amor incondicional.

Ou seja, a grande batalha espiritual não é entre nós e o mundo.
A grande batalha é contra o que dentro de nós não nos permite ainda aceitar, perdoar e agir no mundo a partir da fonte de amor que somos.

É quase como um jogo de Playstation em que temos dois comandos.
Um serve para matar o outro para elevar a nossa energia.
O nosso objectivo é conseguirmos usar apenas o segundo.

Quantos de nós não se perguntaram já, porque fui fazer aquilo??
Porque é que disse aquelas coisas??
Não sei o que me deu naquele momento...
Perto daquela pessoa, eu simplesmente perco controle!
Porque raio é tão difícil demonstrar amor ou simplesmente abraçar aquela pessoa e dizer-lhe o que de facto sinto?
Quantos são os arrependidos que após a violência se chocam admirados como foram capazes de agir daquela maneira como se ‘algo’ se tivesse apoderado deles?

É ou não é verdade que estes e muitos outros desabafos são familiares a todos nós?

Então afinal o que existe dentro de nós que nos condiciona tanto? Que energia é essa que nos impede de nos amarmos uns aos outros?? De onde vem essa força que se parece apoderar de nós e que nos condiciona a comportamentos desequilibrados?

Quem já aceitou a teoria da reencarnação sabe bem que em todas as nossas vidas, tal como nesta, tivemos a liberdade de agir como acreditávamos, condicionados claro pelas culturas, sociedade, religiões e famílias em que vivemos.
Desenvolvemos talentos, plantámos sementes maravilhosas e criativas, criámos laços de amor e amizade que sobrevivem no tempo.

Mas fizemos também muita asneira.
E com asneira quero apenas dizer toda a ação e relacionamento sem amor, egoísta, violenta, materialista, fria e emocionalmente indiferente à dor do próximo.

Vamos então considerar que todas essas personagens vivem ainda dentro de nós.
Tal como sentimos a nossa criança interior, também essas personagens que um dia já vivemos, sobrevivem em nós, numa eterna espera que lhes demos um final mais feliz às suas histórias. Até esse dia, elas estão presas numa bolha cósmica a viver ininterruptamente os seus dramas.

Pelo que tenho podido observar ao longo dos anos, essas personagens têm o poder de nos condicionar a viver, ou melhor, a reagir, da mesma forma que elas o fizeram precisamente porque não conhecem outra maneira.

Por exemplo: o homem autoritário e arrogante do passado que aqui no presente irá sempre ter a tendência de cair no abuso e na violência por mais que queira ser doce e carinhoso para as pessoas que ama. Ou a mulher submissa que por mais que a sociedade atual a incentive a ganhar poder e independência, ela cai sempre na submissão e insegurança. Ou o que passou por muito sofrimento e que no presente é medroso, hipocondríaco e espera sempre o pior desfecho. Ou ainda o afogado que sem razão aparente lhe parece faltar o ar quando entra na água.

Se pensarmos bem, tudo em nós, todas as nossas características são energias do passado em busca de libertação. São padrões que esperam a pacificação e que anseiam pela experiencia dos seus opostos pois só assim atingirão o equilíbrio e se poderão neutralizar.

Nos exemplos acima então o arrogante procura experiências de humildade, respeito e igualdade.
A mulher submissa procura oportunidades de coragem e assertividade.
O sofredor vem sentir de novo a saúde, a fé e a alegria de viver.
O afogado vem fazer as pazes com a água e resgatar o prazer de nadar.

É então importante percebermos que essas transformações estão a acontecer dentro de nós todo o tempo, a vida inteira.

Cada momento, cada evento, cada encontro é uma oportunidade de, ou repetirmos o padrão conhecido do passado ou, com a devida consciência do mesmo, mudar e encontrar um novo mais feliz, mais amoroso e mais leve.

Enquanto não tomarmos consciência deste imenso teatro de marionetas interior, estamos presos e condicionados às energias do passado e a repetir os mesmos desfechos.
Acabamos nós próprios por ser as suas marionetas...

E pior!

Porque não sabemos que é uma responsabilidade nossa a de passarmos de um padrão velho para o outro novo e mais livre, vamos culpar e responsabilizar seja quem for que venha parar às nossas vidas, e que por falta de sabedoria e de amor próprio, se permita receber a nossa projecção, até acordar e se cansar.

Pelo que tenho visto, este uso e abuso destas energias em nós é dos maiores obstáculos à nossa evolução. A sua sobrevivência apenas acontece enquanto não despertarmos para o fenómeno. Só despertos podemos usar a nossa escolha livre e amorosa de usarmos a nossa energia com uma nova vibração. E só dessa nova vibração virão as mudanças que tanto ansiamos.

Muitos são ainda os que estão presos ao religioso conceito de que basta serem “boas pessoas”, honestos, bonzinhos e sacrificados acreditando ser essa a formula que Deus espera de nós.

Como bem nos ensinou Nikola Tesla, Deus fala apenas a linguagem da vibração, energia e frequência. E da frequência da nossa pilha, somos apenas os únicos responsáveis. 
Infelizmente habituamo-nos a acreditar que conseguimos enganar os outros a esconder as sombras dentro de nós. Acham muitos ainda que ter um bom emprego, família e umas roupas novas que é sinal de sucesso e encaixe social. Social, talvez.

Mas não podemos enganar o Universo quanto às sombras que carregamos!

A nossa história é nossa. Começa e acaba em nós. Os outros são espelhos e veículos de transformação. No fim, a abundância virá, não pelo sacrifício ou pela postura perfeita, mas sim pelo equilíbrio interior e pela alta frequência de vibração energética e emocional que somos capazes de atingir dentro de nós pois essa sim é a linguagem do Universo...
A Regressão é de facto um processo maravilhoso para sentirmos e libertarmos estas personagens, e quem já o fez sabe o alivio que encontra.

Deixo assim a sugestão para que cada um possa identificar dentro de si, as suas Matrioskas, em que vibração elas estão presas, de que maneiras elas te condicionam a responder negativamente à vida e aos outros e como tu podes, através da tua escolha e do teu livre arbítrio, proporcionar-lhes os desfechos felizes que elas tanto anseiam...



Vera Luz




p.s. - A versão feminina das Matrioshkas na Sérvia chamam-se Babushkas(avozinhas)...

As matrioskas têm a sua origem em terras japonesas.
A boneca Matrioshka veio para a Rússia do Japão no final do século XIX.
Houve uma exposição de arte japonesa na Rússia com bonecas representando os sete deuses da fortuna Shichi-fuku-jin, onde Deus Fukurokuju tinha dentro outras divindades.
Savva Mamontov trouxe a idéia da arte japonesa em Abramtsevo, perto de Moscou e criou uma loja de brinquedos infantis em Sergiyev Posad onde Sergei Maliutin projetado e pintou uma cópia russa de bonecas japonesas.

No Japão, chamam-se Kokeshis! 
São bonequinhas fofas japonesas, cabeçudinhas e feitas de madeira.
Também são cercadas de histórias e lendas.
Sua verdadeira denominação original seria “子消し”, siginificando “crianças perdidas“. 
Simbolizam a alma das crianças falecidas com morte pré-matura, ou antes de completar os 12 meses de idade.
Elas teriam a sua alma fixada nas tradicionais bonecas, para que não se sentissem perdidas na situação além morte.
Dizem que ganhar uma bonequinha kokeshi é levar a sorte, harmonia e prosperidade para o lar.
É também tradição adoptar bonecas “abandonadas” porque é sinónimo de boa sorte no lar.
E para alegrar o espírito da criança que está retido na boneca, é tradição oferecer frutas, doces, brinquedos e origami mensalmente no dia da morte da criança, evitando assim azar ou maldição.

Conta-se que no final do século XIX, um dos nomes mais comuns das meninas russas era "Matriona" e, numa tentativa de adaptar estas bonecas à cultura e costumes da Rússia, se lhes atribuiu o nome de "Matrioshka"

As matrioskas transportam a ideia intrínseca de maternidade e fertilidade.
O facto das bonecas mais pequenas saírem do interior das maiores, simboliza o acto de uma mãe dar à luz uma filha, e a filha dar à luz outra filha, e assim sucessivamente.
Além disso, também sugerem riqueza e vida eterna, e sempre transmitiram uma mensagem simples e duradoura de amor e amizade, sorte e harmonia para seu lar.
Quando temos mães ficamos em contacto com o nosso "eu mulher", com os nossos questionamentos, com a maneira que queremos ser, e o que buscamos viver.
Fazemos uma busca constante do nosso tempo e espaço na vida.

Quando somos mães, nos conectamos com nossas raízes, com nosso "eu infantil" e normalmente procuramos equilibrar o que ficou deficiente na nossa infância.

Com os nossos filhos, aprendemos a olhar a vida de uma outra forma.
Eles nos questionam com uma visão que não tivemos quando tínhamos a idade deles, e com isso tentamos consertar etapas que saltamos na ânsia de crescermos.
Eles nos cobram eterna modernidade e actualização.

Talvez por isso nasce a vontade de engravidarmos, mais do que a perpetuação da espécie...de alguma, forma buscamos a perpetuação de nós mesmas.






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