“O nosso desenvolvimento obedece desde a origem,
e não cessa de obedecer a uma lei de diferenciação.
E quanto mais aumenta a nossa diferenciação,
mais se afirma, podemos dizê-lo, a nossa existência.
Mas, também, mais se individualiza e se complica a nossa organização,
mais se confirma o seu destino conflitual ao mesmo tempo que se impõe a solidão.”
Christian David
in,O estado amoroso, ensaios psicanalíticos.
É a lei da diferenciação pela qual deve reger-se o nosso desenvolvimento, que cria o paradoxo: Quanto mais crescemos espiritualmente, quanto mais nos tornarmos nós próprios, mais exigentes ficamos, mais complexos e possivelmente mais sós.
Se julgamos que pagamos um preço por seremos agentes da nossa própria existência, não reconhecermos o que temos de único, de diferente, e não vivermos em função dessa força, terá outro preço.
Se crescer dá dor, torna-nos contudo menos vulneráveis aos outros, mais resistentes ao stress, mais flexíveis e mais independentes da emoção.
Na dúvida, como dizia o professor Carlos Amaral Dias, se "Crescer dá dor, não crescer dá dor (do ponto de vista mental)" ainda maior, digo eu.
Tudo em nós traz esse sabor.
Cristina Simões
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