quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
náusea...de Sartre
É curioso, mas todas as pessoas que já tinham lido "A Náusea", de Sartre,quando lhes dizia que o ia ler, aconselhavam-me: “toma cuidado, que esse livro vai-te fazer mal”. Entretanto, teimosa e curiosa que sou, não podia crer que um livro fosse capaz, novamente, de levar-me à tristeza e à revolta.
Ledo engano: após mergulhar nas páginas do livro, de facto, constatei que A Náusea é um livro denso, frio, nu. Melancólico. Nebuloso.
Sartre cruelmente nos pega pela mão e convida-nos a viajar no pensamento de Antoine de Roquetin. Se em determinados momentos ele toma a corajosa decisão de soltar um pouco o leitor para que ele caminhe sozinho , em outros, de maior número, chegamos mesmo a perder a nossa personalidade, tornando-nos, simplesmente, Roquentin.
Sartre relata a angústia não sem fazer com que nós, leitores, nos sintamos também amargurados.
Debate entre existencialismo (Antoine de Roquentin, o niilista, misantropo, pessimista) e o humanismo (personificado no Autodidata, um entuasiasta da Humanidade).
Mas não só: o interesse maior, aqui, é nos pormenores do ser humano urbano, a percepção frente à realidade, no vazio da existência em si.
Menos como Romance, mais como Filosofia em prosa, achei a obra estupenda.
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