MITO
Ícaro, na mitologia grega, era o filho de Dédalo e é conhecido pela sua tentativa de deixar Creta voando — tentativa frustrada, por não ter noção dos seus limites, e ao voar alto demais, o sol derreteu as suas asas, o que resultou numa queda que o levou à morte nas águas do mar Egeu, mais propriamente na parte conhecida como mar Icário.
Ícaro era filho de Dédalo e, de uma escrava de Perséfone (deusa das ervas, flores, frutos e perfume).
Dédalo era um importante arquiteto, artesão e inventor ateniense.
Em Atenas, Dédalo era um artesão e engenheiro famoso.
Todos conheciam a sua arte e sua fama ultrapassava a Grécia.
Os mais poderosos reis queriam adquirir as suas esculturas ou, viver nos majestosos palácios que ele construía.
Com tantas encomendas Dédalo já não conseguia atender todos os pedidos, e para aliviar a sobrecarga decidiu ter um aprendiz em sua oficina, o seu sobrinho Talo.
Ensinou ao jovem todos os segredos da arte da cerâmica, da arquitetura e da escultura.
Talo revelou-se um excelente aprendiz e um genial artista, e com sua criatividade inventou o torno de oleiro. Dédalo sentiu uma profunda inveja por não ter sido o criador do invento.
A cada dia Talo inventava algo.
Certa vez, ao ver os dentes pontiagudos de uma serpente, inventou o serrote.
Passado algum tempo inventou o compasso e outros inventos para a produção de armas, tijolos e vestimentas dos atenienses.
Quanto mais Talo mostrava sua criatividade, mais Dédalo invejava.
Talo começou a adquirir muita fama em Atenas, conquistando os antigos admiradores e clientes de Dédalo, que aos poucos foi perdendo a genialidade criativa e a inveja tirava sua inspiração.
Os trabalhos de Talo passaram a ser preferidos.
Dédalo muito ofendido decidiu eliminar o sobrinho e, dissimulando suas intenções, convidou-o para um passeio ao templo de Atenas, localizado no alto de um penhasco. Talo caminhou inocentemente com o tio e quando passaram pelas muralhas Dédalo empurrou Talo ao precipício.
Ao encontrar a morte, o rosto de Talo apresentava um sorriso nos lábios.
Dédalo escondeu o corpo de Talo num saco e quando retornava para a oficina foi surpreendido com o saco sujo de sangue. Muito nervoso, disse ser de uma serpente que matara, mas o nervosismo fez com que as pessoas desconfiassem daquela versão. Continuou o caminho sem perceber que os curiosos sorrateiramente seguiam seus passos. E num terreno vazio, Dédalo enterrou o cadáver do sobrinho.
Do alto do Olimpo, Atenas – a Deusa da Sabedoria – o assistia e transformou a alma de Talo numa perdiz.
Denunciado, Dédalo foi preso, enquanto a perdiz sobrevoava o tribunal assistindo à justiça feita.
Expulso de Atenas, acusado por matar o seu sobrinho, Dédalo refugiou-se na ilha de Creta, onde já tinha fama de artesão, escultor, inventor e engenheiro.
Minos, rei de Creta, soube da presença do artista, recebeu-o com honras de Estado e colocou-o sob sua proteção, mas exigiu que trabalhasse apenas para ele. Dédalo por sua vez perdeu sua liberdade criadora mais uma vez, pois ficou restrita aos desejos e caprichos do monarca.
Certa vez, a bela rainha Pasífae, esposa do Rei, ao apaixonar-se por um touro divino, pediu a Dédalo que criasse uma armadura no formato de uma novilha que lhe permitisse atrair o touro. Dédalo esculpiu uma novilha em madeira e desse amor incomum da rainha e o touro nasceu o Minotauro, uma criatura com corpo de homem e cabeça de touro.
Para esconder a vergonha da traição da mulher, Minos ordenou a Dédalo que construísse uma prisão para o monstro, um lugar de onde ele jamais pudesse sair. Dédalo construiu um labirinto com becos e caminhos sinuosos. O labirinto tornou-se na maior criação arquitetónica de todo o Mediterrâneo, gerando inquietação de outros reinos, por todos os séculos.
Após o nascimento de Minotauro, fruto dos amores entre Pasífae (mulher do Rei Minos) e um touro divino, ele e o seu filho Ícaro construíram o labirinto do Minotauro, no qual aprisionaram o monstro.
Tempos depois o Minotauro foi morto por Teseu.
Aprisionado o Minotauro, a violenta fera exigia ser alimentado com carne humana.
Minos que tinha conquistado Atenas, exigia do rei Egeu sete rapazes e sete raparigas para serem sacrificados. Teseu, o filho do Rei de Atenas revoltado com maléfica exigência juntou-se aos jovens que seriam enviado para Creta e lá chegado seduziu a bela princesa Ariadne, filha de Minos e com a sua ajuda penetrou no labirinto levando um novelo de lã que foi desenrolado desde a porta. Venceu o Minotauro, saiu do labirinto, onde a jovem Ariadne o esperava e apaixonados fugiram, levando o irmão como refém, que esquartejaram durante a perseguição do rei, ganhando tempo para a fuga enquanto o Rei Minos recolhia os pedaços do filho no mar. ( a típica tragédia grega).
O rei Minos, desolado, culpou Dédalo por toda a tragédia e como castigo encarcerou o arquiteto e seu filho Ícaro no labirinto, como prisão perpétua, e assim o criador ironicamente fica prisioneiro de sua maior criação.
Para não morrer de fome, Dédalo alimentava-se a si e ao filho com as plantas que nasciam às margens dos rios que ali fizera para correr água para o Minotauro beber. Melancolicamente, olhava para o céu que se erguia infinito sob a sua cabeça. Era o único caminho livre dentro do Labirinto.
Dédalo sabia que a sua prisão era intransponível, e que Minos controlava mar e terra, sendo impossível escapar por estes meios.
"Minos controla a terra e o mar", disse Dédalo, "mas não o ar. Tentarei este meio".
Dédalo projetou asas, para ele e para seu filho Ícaro, para conseguirem fugir do labirinto e da Ilha de Creta, e assim fugir da fúria do Rei Minos.
Para executar o projeto passou a colher todas as penas que caíam do céu, quando as aves sobrevoavam o Labirinto. Ao lado de Ícaro, colheu pacientemente cada pena, colecionando-as conforme o tamanho. Com o tempo, juntaram uma grande quantia, amarrando-as todas com fios de linho, espalhando nelas uma densa camada de cera, ligando-as com segurança.
O plano de Dédalo deu certo e os dois conseguiram sair a voar, da ilha de Creta.
Dessa forma conseguiram fugir do labirinto e das mãos do Rei Minos de Creta.
Antes da fuga Dédalo alertou o filho para que não voasse muito perto do Sol, para que o calor deste não derretesse a cera das asas, e nem muito perto do mar, pois os respingos das ondas poderiam deixar as asas mais pesadas.
O voo corre quase perfeito pelos céus da Grécia.
Dédalo segue na frente, a indicar o caminho para o filho.
Um pouco atrás, Ícaro deslumbrado com a beleza do céu, da infinita de liberdade, se sente um pássaro indomável, seduzido pela capacidade de voar.
Ícaro não deu importância para os conselhos de seu pai e resolveu voar bem alto como se fosse um deus poderoso. e apesar do seu pai o ter assustado e o alertando sobre o perigo de sua ousadia, ele sobe cada vez mais alto até que se aproxima demasiadamente do sol. Os raios, cada vez mais quentes amolecem a cera que ligava as penas umas às outras. As asas começam a desfazer-se, caindo uma a uma.
Ícaro pressente o corpo a cair, e afunda-se nas profundezas do mar.
Cada pena que compunha as asas do jovem é transformada numa ilha, formando o arquipélago das Icárias.
Ao olhar para trás, Dédalo não encontra o filho.
Olha para as águas do mar, e vê penas brancas que flutuam perdidas, transformando-se, aos poucos em ilhas.
O filho afogou-se no sonho eterno do homem querer voar como as aves.
Dédalo sobrevoou aflito a região onde o filho caíra, procurando com desespero por seu cadáver.
Horas depois, ele desceu, ao avistar o corpo sem vida de Ícaro.
O infeliz pai toma o filho nos braços, caminhando entre os arbustos, procurando um lugar onde possa sepultá-lo. Por onde passa, desperta a comoção do povo da ilha.
Com Ícaro nos braços, Dédalo percebe no céu, uma perdiz a pairar sobre a sua cabeça.
Era Talo, o sobrinho assassinado por ele por inveja, a pairar no ar, acentuando a tragédia do seu assassino, numa anunciada vingança.
Dédalo amaldiçoa a perdiz.
Partiu num barco pelo mar.
Dédalo aportou na Sicília.
Mesmo sendo recebido com honras pelo rei daquele local, a alma de Dédalo vestia um luto perene e nada estimulava mais a sua alma, não sentia nenhuma inveja como no passado.
Apesar disso, criava o que lhe instruíam, mas não se importava com os aplausos.
Tornou-se um protegido do reino, e um dia Minos aportou na Trinácria à procura de Dédalo.
A fim de proteger Dédalo, o rei Cócalo fingiu receber com honras o rei Minos, convidou-o para um banho quente e um banquete, a fim de repousar da viagem. Minos entrou na banheira, sentiu a água morna e fechou os olhos e, de repente, a água começou a ferver e, apesar dos gritos de Minos, ninguém foi socorrê-lo. O Soberano de Creta morreu sufocado pelos vapores quentes, deixando Dédalo livre e seguro, porém já não tinha mais sentido a sua sonhada liberdade. Perdeu demais.
Dédalo seguiu solitário, a ensinar a sua arte a muitos e muitos aprendizes.
Muito velho, vê a hora da morte chegar.
Agonizando no leito do quarto, recebe os discípulos, que lhe apertam a mão um a um.
Ao fim da tarde, o genial artista tomba o rosto.
Dédalo realizou seu maior sonho, vendo sua alma sem asas voar...
Sua alma segue o infinito sem que lhe seja preciso outras asas.
Ícaro deixa-se deslumbrar pela beleza do céu,
pela infinita liberdade e
pelo voo indomável.
O sonho de voar não morreu nem com Ícaro, nem com seu criador Dédalo, pelo contrário, ele inspirou muitas e muitas criações artisticas até hoje, de Leonardo Da Vinci a Santos Dumont, de Capacetes de Voo Icarus à música, aos megas eventos mundiais...
Os mitos nos ajudam a entender as relações humanas e guarda em si a chave para o entendimento do mundo e da nossa mente analítica. A mitologia grega, repleta de lendas históricas e contos sobre deuses, deusas, batalhas heróicas e jornadas no mundo subterrãneo, revela-nos a mente humana e seus meandros multifacetados. Atemporais e eternos, os mitos estão presentes na vida de cada Ser humano, não importa em que tempo ou local. Somos todos, deuses e heróis de nossa própria história.
Os gregos antigos passavam ensinamentos através de lendas e mitos.
A lenda de Ícaro, era contada, principalmente, para ensinar a importância da humildade após um êxito (vitória) e também, de seguir as orientações dos mais experientes (no caso desse mito é Dédalo, seu pai).
O mito também faz referência sobre a impossibilidade de um ser humano querer ter poderes semelhantes aos dos deuses, e da importância de termos consciência dos nossos limites.
O mito de Dédalo e seu filho Ícaro representam as limitações físicas do ser humano, apesar da sua criatividade. Enquanto jovens, temos grandes sonhos e grandes projetos em mente, e buscamos realizar algo sagrado que alimenta a liberdade de nossa alma. Tentamos superar todos os obstáculos, mas quando perdemos o bom senso e somos imprudentes em nossas ações, podemos alterar todo o curso de nossas vidas.
Assim como Dédalo, podemos ter talentos excepcionais mas nossa vaidade pode traçar caminhos diferentes. O ego inflamado de Dédalo aprisionou sua arte e seu espírito criativo, tornando-o escravo das paixões alheias, construindo sonhos que não eram os seus.
Assim como Dédalo, também nós podemos aplicar nossos talentos numa carreira de sucesso conseguindo reconhecimento e aplausos, mas se estivermos distantes de nossos sonhos e projetos de vida, tendo limitada a nossa criatividade, estaremos construindo um labirinto para nossa própria alma.
Quando permanecemos em empregos, relacionamentos e qualquer outra situação que não atende os apelos de nossa alma, nos tornamos prisioneiros. E como Dédalo, podemos nos libertar de situações opressoras e seguir nossos sonhos, mas é necessário reconhecer os limites para sonhar. Dédalo se libertou pela arte com sua criatividade, ciente de que a arte é compulsiva e latente à essência do seu criador. Sua mais ousada criação lhe permitiu a liberdade e o sonho de voar.
Se Dédalo é a mente criativa,
Ícaro é a liberdade sonhadora;
o homem asfixiado nas limitações da liberdade saciada.
Ao ver-se livre a voar como um pássaro, percorrendo um espaço ilimitado, Ícaro alcançou patamares mais altos, rumo aos seus ideais, rompendo os limites, ignorando os conselhos de seu pai, o criador. Icaro voou alto sem pensar nos perigos da queda.
O castigo de Icaro é o mesmo para todos os mortais, que não obedecem aos limites dos sonhos, usando sua consciência e livre arbitrio.
Livre, Dédalo pagou um preço alto, ao procurar a sua liberdade de sonhar e criar.Os sonhos alimentam a alma; é a ausência de limites e da realidade, que alimentam os fracassos.
Quando perdemos o bom senso, se formos imprudentes e vaidosos em nossas ações, podemos alterar todo o curso de nossas vidas, assim como o pai e o filho representados no mito grego.
Aquele velho ditado:“Passarinho que esta a aprender a voar entende mais de coragem do que de voo.”Mas neste conto, Ícaro não sabia disto.
Dédalo, no primeiro momento, em virtude de seus talentos excecionais, representa os caprichos de uma mente inflamada pelo ego e pela vaidade, que logo dão a vez para a inveja, que aprisiona seu espírito criativo. No segundo momento, a punição por seus caprichos extremados foi construir sonhos que não eram os seus, e criou o labirinto para a própria alma, vivendo uma situação que não atendia o anseio de uma alma livre e feliz, apesar dos aplausos e reconhecimentos.
Dédalo, no terceiro ato, muito mais maduro e sábio, liberta-se da situação opressora (ego, vaidade e inveja que carregava dentro da alma) e volta a ser criativo, ciente de que a arte é a essência do criador e sua mais ousada criação – as ASAS – permitiu que ele e o filho escapassem da prisão/labirinto que foram presos.
Ícaro, jovem, representa a ambiguidade da descoberta inocente, que o leva a ser imprudente e negligente pelo deslumbramento, pensou que era tão poderoso quanto os Deuses, não reconheceu os limites, nem mesmo os percebeu, é a falta do autoconhecimento. Realiza algo extraordinário, mas rompe os limites do criador e ignora os conselhos. Voa sem refletir, motivado pela sensação da liberdade.
No mito, Icaro, nem sentiu a dor fatal, porque estava asfixiado pela liberdade saciada (Simbologia: Ícaro caiu no mar, morrendo afogado). Por sua vez, o pai (Dédalo) muito sábio pela experiência, realiza um voo perfeito, representando o amadurecimento do ser humano.
Dédalo (pai) é a a mente criativa, mas também é o labirinto, a confusão, a complicação humana de lidar com sentimentos baixos que envenenam a vida, ao mesmo tempo que ele evolui, e representa a redenção, o amadurecimento muito tardio, e portanto também representa a dor.
Ícaro (filho) é a inocência abraçada na liberdade sonhadora, as ambições demasiadas elevadas que o levam para o resultado desastrosamente trágico.
Nalguns dicionários, a palavra Ícaro poderá ser encontrada como funesto, para qualificar algo que é mortal ou que provoca a morte, relacionado com aquilo que pode provocar aflição ou amargura e que provoque tristeza.
O mito, possui três grandes chaves de interpretação, baseada na divisão grega que apresenta as três grandes referências,
Nous, Psique e Soma,
Mundo Espiritual, Mundo Psicológico e Mundo Material
1) Das Leis Espirituais (Nous) – O mito faz referência ao caminho discipular de todo o Ser Humano que acorda para a verdadeira espiritualidade. Trata da busca pelo estado de liberdade, no caso representado pelo voo, que também referencia as capacidades latentes do Ser Humano que vão aos poucos se desenvolvendo de acordo com a necessidade do momento.
O Sol, neste caso representa a Luz, a Sabedoria, que jamais deve ser buscada. Para tanto, o mito pune Ícaro com a morte por ter ascendido voo além do limite, demonstrando que o discípulo não deve sair repentinamente da caverna, assim como bem nos ensinou o mestre Platão no Mito da Caverna.
O mito também mostra a queda do discípulo da senda, ocasionada pelo encantamento com a sabedoria, que traz à tona o vício da vaidade, da presunção e da ganância, e da falta de paciência.
Extrai-se ainda do mito o ensinamento sobre a importância da obediência à hierarquia ou ordem sagrada, pois, uma vez que Ícaro desobedeceu às orientações de seu pai, que representa o mestre, rompeu com a hierarquia, de forma que saiu do caudal de energia cuja rota seria horizontal. Rompendo a hierarquia, ele enfraqueceu, decaiu e faleceu.
Ainda se extrai o ensinamento de que, embora um discípulo ou mesmo o mestre se desvie, o outro não deve esmorecer e segui-lo na queda, pelo contrário, deve continuar seu caminho espiritual, já que cada um tem o seu, muito embora o ponto de chegada seja único.
2) Das Leis Psicológicas (Psique) – O mito também nos ensina sobre o comportamento da psique humana. Quando se refere ao labirinto, faz analogia às sombras da psique, uma vez que Dédalo era o engenheiro responsável pela criação do labirinto e um dia se viu preso dentro de sua própria construção. Com isso, o mito quer nos ensinar que nós criamos nossas sombras que, ato contínuo, terminam sendo o instrumento que nos aprisiona pelo viés das debilidades psicológicas como o medo, a projeção da culpa, o comodismo, a indolência e outros vícios que acabam por influenciar e determinar as escolhas que fazemos continuamente em nossas vidas.
Ensina, ainda, sobre o livre arbítrio que nos permite inclusive fazer escolhas contrárias a nossos interesses, porém, inexoravelmente, colheremos os resultados dessas escolhas, sejam elas boas ou más.
3) Das Leis Materiais (Soma) – Quanto aos aspectos mais concretos, o mito nos reporta à responsabilidade sobre a paternidade e/ou maternidade, já que, uma vez responsáveis por nossos filhos, devemos permitir-lhes terem suas próprias experiências para, então, poderem amadurecer e tornarem-se capazes de realizar seus sonhos, inclusive conquistar a independência material.
No mito, Dédalo acaba por fazer todas as tarefas, desde a ideia até à realização das asas, sem a participação de seu filho, que acabou por perder suas referências básicas materiais e alçou voo nas alturas, o que acabou ocasionando sua morte. Na verdade, Ícaro não estava preparado nem tinha sido devidamente treinado e orientado pelo pai.
Esta alusão simbólica, repete-se constantemente nos fatos da vida.
Veem-se heranças serem rapidamente consumidas por uma geração de herdeiros despreparados e descomprometidos, filhos que dilapidam o património dos pais ou, ainda, filhos que não desenvolveram maturidade emocional por terem sido sempre abastados materialmente e que, por conseguinte, desconhecem o valor das coisas, além de não saberem reagir às contrariedades da vida.
Só sabem gastar, e nunca aprenderam a ganhar dinheiro.
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