terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

................................................ prisões auto-impostas

 





Este é o colapso 
(e a reestruturação, 
a reconstrução, e a 
refacturação - e fracturação) 
de tudo quanto nos impede de continuar a Cres_Ser.


Daí que mudanças, fins, reinícios (eventualmente não imediatos, mas no processo) estejam na ordem do dia (do mês, do ano).

É como quando percebemos que as antigas paredes que antes nos serviram e protegeram (ou os padrões antigos e limitadores que ainda assim encontraram maneira de ir an_dando) deixaram, absolutamente, de funcionar.
Tornam-se opressores e limitadores - o pintainho já não cabe dentro do ovo e está a bater com a cabeça - o bico - na casca dura e grossa que o sufocará e nunca deixará tornar-se galinha.

Ou então, ter responsabilidade sobre a sua própria vida.

Ou então, ter sucesso naquilo que nasceu realmente para ser, fazer, ter (como experiência; em rigor não temos nada a não ser, quando muito e nem parece ser para todos, a nós próprios), e tornar-se.
A Vida ama-nos tanto que mesmo que não reconheçamos o momento de partir aquela casca e reengenhar - sim, é um processo de reengenharia e requer re_engenho
(e Coragem, e Amor, e Confiança, que é como quem diz, compreender o que é a Vida mais além do transe, da ilusão, da educação, da adulteração, da mentalidade colectiva das massas, do estadio evolutivo da consciência consensual, e de tudo aquilo que fomos, todos, programados para acreditar que podemos, e devemos, 'ser')

Mesmo que não compreendamos essa absoluta, inadiável e inevitável necessidade evolutiva,
Vem a Vida por meio dos seus múltiplos agentes e circunstâncias e destrói-nos 'ela' o reduto da nossa acomodação, do nosso apego, do nosso conforto ilusório insustentável, da nossa auto-limitação ignorante e assustada.

Para nos libertar e possibilitar ir mais 'longe' (alto, fundo, além)
... Só que nesse caso sentimos que as circunstâncias nos ultrapassam, que não temos controlo, e que somos vítimas
Das forças do destino
Da Evolução.
É triste, mas é verídico.
É possível viver diferente, mas é raro.
Está ao alcance de todos, mas parece que é só para heróis,
Loucos,
E livres:
Vivos.

Parece que estamos todos mortos,
Quando a vida nos vem recordar que estamos vivos, que temos ainda tanto pela frente,
E nós reclamamos nos assustamos contrariamos assustamos fechamos tememos e nos viramos de costas para o nosso próprio 'futuro' de possibilidades
Agarrados aos destroços e aos cadáveres (de sonhos, de projectos antigos, de padrões ultrapassados, de figuras fortes: as autoridades antigas de quando éramos adultos infantilizados, de versões desactualizadas de nós próprios, das extensões que nos tornámos da nossa própria história e passado)
E parece que escolhemos ficar a chorar o leite derramado, a fazer velórios e a querer ressuscitar os mortos,

Em vez de reconhecer e honrar a sua herança,
De os trazer para dentro de nós para nos tornarmos mais ricos e inteiros e completos e redondos,
E de encararmos corajosa e diligentemente todo o Caminho que temos pela frente,
E que adiaremos gerando atrito, resistência e assim sofrimento para nós próprios, e para todos à nossa volta - especialmente aqueles que estão mais sintonizados com o movimento inevitável da Vida -
Porque nos querem bem e não gostariam de ter de nos deixar entregues à nossa própria cegueira, prepotência, resistência, ignorância, sofrimento tonto e inútil:
- é disso que trata a sua própria *

De modos que,
Não vamos esquecer que por muito belo, sonhado, confortável, familiar, reconfortante, protector, e necessário tenha sido o ovo,
É altura de abandonar essa casca
E descobrir quem sabe até
Que não somos pintainhos nenhuns,
Somos é filhos, destino e futuro
de uma ganda Águia *

Agora em português corrente para quem gosta de reclamar da  minha escrita:
Evolui e abre a pestana, senão tás fodddd
Vais bater com os cornos nas paredes limitadoras das tuas prisões auto-impostas.
Tá claro?
Espero bem.

Seria uma tristeza voarmos, com tanto céu tão vazio
O teu lugar por ocupar
As asas sem se tocarem
E tudo cheio de galinhas pequeninas a correrem às voltas, lá em baixo, assustadas e a cacarejarem
Quem mexeu no meu milho... 


Nuno Michaels





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