terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Esperança

 





Quando a tempestade passar,
as estradas se amansarem,
E formos sobreviventes
de um naufrágio coletivo,
Com o coração choroso
e o destino abençoado,
Nós nos sentiremos bem-aventurados
Só por estarmos vivos.

E daremos um abraço ao primeiro desconhecido,
E elogiaremos a sorte de manter um amigo.

E aí vamos lembrar tudo aquilo que perdemos, 
e de uma vez aprenderemos tudo o que ainda não aprendemos.

Não teremos mais inveja, pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido,
Seremos todos mais compassivos.

Valerá mais o que é de todos do que o que eu nunca consegui.
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos.

Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que 
significa estarmos vivos!
Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi.

Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, 
cujo nome nunca soubemos, 
e que sempre esteve ao nosso lado.

E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado...
Mas você nunca perguntou o nome dele,
Porque estava com pressa...

E tudo será milagre! 
E tudo será um legado,
E a vida que ganhamos será respeitada!

Quando a tempestade passar, 
Eu vos peço, Deus, com tristeza ,
Que nos torneis melhores, como nos sonhastes.


Alexis Valdés
(28 de Março de 2020)





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