Simon Horsch
Uma asma espiritual, um traço infame
que se cruza com a tua biografia
a horas impróprias, sem reserva,
interpelando-te.
És, serias uma máquina,
o funcionário vaticina o teu futuro,
desenha-te a número, cifra, percentagem,
prognostica-te objectivos, soma-te e subtrai-te.
Amanhã, o seu corpo-teorema
atropelar-te-á, morrerás na margem,
estuprado, defenestrado
pela arruaça tecnocrática.
E se viesse uma bomba que o incluísse,
um kamikaze, um messias
de espanto e morte, atómico e total.
Seria ao menos de companhia, esse director.
LUÍS QUINTAIS
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