terça-feira, 28 de abril de 2020

............................................ ser cão entre as ovelhas


Janos Elfert





A única salvação do que é diferente é ser diferente até ao fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos. 
Agostinho da Silva
in, 'Diário de Alcestes'





Vaccines

                         
















Dr Buttar Accuses Fauci, Gates & The Media For Using COVID-19 To Drive H...

                                                   






dr-rashid-buttar- full interview














segunda-feira, 27 de abril de 2020

O Solitário







Como alguém que por mares desconhecidos viajou,
assim sou eu entre os que nunca deixaram a sua pátria;
os dias cheios estão sobre as suas mesas
mas para mim a distância é puro sonho.

Penetra profundamente no meu rosto um mundo,
tão desabitado talvez como uma lua;
mas eles não deixam um único pensamento só,
e todas as suas palavras são habitadas.

As coisas que de longe trouxe comigo
parecem muito raras, comparadas com as suas —:
na sua vasta pátria são feras,
aqui sustém a respiração, por vergonha.


Rainer Maria Rilke
in, "O Livro das Imagens"





Visão e Percepção





A mente proporciona uma estrutura, 
conhecimento específico e 
conjecturas específicas para os olhos verem. 
A Mente constitui o universo 
que então os olhos vêem. 
Por outras palavras, 
a nossa mente está embutida nos nossos olhos.

Henryk Skolimowski



  • Se tudo o que eu vejo se baseia no que já sei, como poderei percepcionar alguma coisa nova?
  • Se nunca percepcionar algo novo, como irei mudar?
  • Como irei crescer e evoluir?


Nadadores e mergulhadores, velocistas, saltadores em altura, halterofilistas e outros atletas de alta competição habituaram-se a visualizar interiormente os seus eventos ao pormenor, usando todos os seus sentidos de forma a simular toda a acção que querem desenvolver. Isto parecia muito invulgar inicialmente, principalmente com atletas competitivos cheios de testosterona que não conseguiam perceber o valor de estar sentados quietos de olhos fechados, mas agora está absolutamente provado que funciona e é comum.

Quem Vê o Quê
Cinco níveis encaixados de processamento cerebral, para conseguirmos ler cada uma destas letras.
Os nossos olhos não se resumiram a enviar uma imagem de cada letra. O nosso cérebro processou a informação visual enviada pelos nossos olhos para "construir" estas letras.
A forma como o faz é descodificar em primeiro lugar os impulsos que chegam em formas básicas de cores e padrões. Depois começa a encontrar correspondências com memórias armazenadas de coisas semelhantes, a associar isso com emoções e a fazer corresponder os significados a eventos, unindo isso tudo numa "imagem" integrada e envia-a ao lóbulo frontal quarenta vezes por segundo.
Nem sequer vemos continuamente.
É como ver fotogramas a passar.
Isto significa que os nossos cérebros pintam tudo o que nós vemos.
Digamos que estou a olhar para uma floresta. O meu cérebro está a pintar cada folha em cada árvore que vejo. Fá-lo ligando a imagem a memórias, ou redes de neurónios, de folha, cor, formas, ligando tudo.
Isto parece muito excessivo e contrário à forma como andamos no mundo.
Então, como é que os neurofisiólogos chegaram a este esquema?
Estudando pacientes que tiveram um AVC, Acidente Vascular Cerebral.
nesses pacientes, uma parte do cérebro deixava de funcionar, e os cientistas puderam observar como isso afectava o sentido da visão, e assim puderam confirmar que eram os olhos que enviavam todos os sinais. o local onde o nervo óptico atravessa o olho até à parte de trás da cabeça não tem receptores visuais. Assim, seria de esperar que se fechássemos um olho, veríamos um ponto preto do meio. Mas isso nunca acontece. Porque, é o cérebro que pinta a imagem, e não o olho.

Somos bombardeados com enormes quantidades de informação que chega ao nosso corpo e que processamos. Chega através dos nossos órgãos dos sentidos, é filtrada, e a cada passo eliminamos informação e, finalmente, o que chega à consciência é a que é mais conveniente.
Candace Pert


  • O que é que eu não consigo ver mas que quero ver?
  • Como é que as minhas emoções afectam e causam efeito na minha percepção da realidade?
  • Como posso conceber algo novo se estiver bloqueada no meu velho paradigma?
  • O que estou disposta a mudar de forma a ver a realidade de forma diferente?
  • Em que medida mudar a minha realidade pode mudar as minhas percepções?
  • Será melhor? Diferente? Ambos?


Fechar os olhos e "visualizar" o objecto produz os mesmos padrões cerebrais que "olhar" para o objecto.
Não só o cérebro não distingue o que vê no meio ambiente do que imagina, como também não sabe a diferença entre uma acção feita e uma visualizada.
Isto foi descoberto por Edmund Jacobson.

O seu cérebro não sabe a diferença entre o que se passa lá fora e cá dentro.
Joe Dispenza

Não existe um "lá fora" lá fora, independente do que está a acontecer "aqui dentro"
Fred Alan


A Verdade Acerca da Percepção
A percepção é um processo complexo e multifacetado que se inicia quando chega aos nossos neurónios sensoriais informação do ambiente e estes enviam sob forma de impulsos eléctricos ao cérebro.
Os nossos inputs sensoriais são limitados.
Não conseguimos ver luz infravermelha, nem sentir campos electromagnéticos como os pássaros que os usam para navegação. Ainda assim, a quantidade de informação que nos chega dos cinco sentidos é inacreditável - na ordem dos 400 mil milhões de bits por segundo.
É claro que não recebemos e processamos conscientemente nada perto disso - os investigadores dizem que apenas 2 mil chegam ao nosso consciente. Enquanto o cérebro trabalha a "tentar criar uma história do mundo para nós", tem de se livrar de muita informação extra.

O cérebro tem de excluir uma quantidade tremenda de informação que é na verdade insignificante para nós. Fá-lo inibindo coisas. Fá-lo evitando certas respostas e que certas partes da informação neural cheguem ao consciente e, ao fazê-lo, ignoramos a cadeira em que estamos sentados. Ou seja, ignoramos o conhecido. Depois há o ignorar o desconhecido...
Se vemos algo que o cérebro não consegue identificar, agarramo-nos a algo semelhante. Se não houver nada parecido, ou se é algo que sabemos que é irreal, descartamo-lo com "devo estar a ter visões".

Dr. Andrew Newberg

Então, nós não percepcionamos realmente a "realidade"; vemos a imagem da realidade que o nosso cérebro construiu a partir do input sensorial, com inúmeras associações das vastas redes neurais do nosso cérebro. Depende das experiências que tivemos e de como processamos a informação que realmente cria o nosso mundo visual...O cérebro é aquilo que em última análise percepciona a realidade e cria para nós a nossa interpretação do mundo.

Os nossos olhos estão sempre em movimento.
Em movimento sobre todo este Campo de Energia.
Então por que é que se concentram e começam a admitir uma área e não outra?
É muito simples: nós vemos aquilo em que queremos acreditar.
E afastamo-nos das coisas que são pouco familiares ou desagradáveis.

Candace Pert


Emoções e Percepções
Não é só o que que acreditamos que é real, mas também como nos sentimos acerca do que os nossos sentidos estão a apanhar, que determina como e se o vamos percepcionar.
As nossas emoções decidem o que vale a pena dar atenção.
Decidir o que se torna um pensamento que chega ao consciente e o que permanece um pensamento-padrão por digerir, enterrado num nível mais profundo no corpo, é mediado pelos receptores.

As emoções servem para reforçar quimicamente algo numa memória a longo termo.
É por isso que as temos.

Joe Dispenza

As nossas emoções estão ligadas num nível baixo de percepção visual, perto do primeiro passo. Isto faz sentido do ponto de vista evolucionário. Se estivermos num trilho e saltar à nossa frente um tigre, iremos processar a imagem de desatar a correr antes sequer de percebermos porquê.
Mesmo depois de descartarmos o "irreal" (marcianos) e o "irrelevante" (o cheiro do champô), ainda sobram muitos bits.
As emoções dão-lhes a sua importância ou peso relativo.
São um atalho para a percepção.
Proporcionam-nos também a capacidade única de não ver simplesmente o que não queremos ver.

O único filme que passa no nosso cérebro é o que temos capacidade de ver.
Ramtha


Paradigma e Percepção
Então, se construímos a realidade a partir das nossas memórias armazenadas, das emoções e associações preexistentes, como é que concebemos algo novo?
A resposta é conhecimento novo.
Ao expandirmos o nosso paradigma, o nosso modelo do que é real e possível, adicionamos novas opções à lista do nosso cérebro. Essa lista é apenas uma descrição da realidade baseada na nossa experiência pessoal, não é a realidade propriamente dita.
Novos conhecimentos podem abrir as nossas mentes a novos tipos e níveis de percepção e experiência. Nova informação é importante, mas o conhecimento completo envolve tanto compreensão como experiência. Se quisermos saber o que é comer um pêssego, podemos dar-nos informação (é sumarento, doce, suave...) mas nunca iremos saber o que é trincar um.
Então, para expandirmos o nosso paradigma e nos abrirmos a uma vida maior, temos de passar por novas experiências.

Perseguir-se a si próprio!
in, A Viagem a Ixtlan
Carlos Castaneda

Ou seja, aprender os próprios hábitos como se estivesse a estudar uma presa, de forma a que se possa apanhar a fazer o habitual e, fazer algo completamente novo.
Quando compreendemos que apenas somos capazes de sentir a vida dentro dos limites do que já sabemos, torna-se óbvio que se queremos ter uma vida maior e mais rica, se queremos mais oportunidades de crescer, atingir coisas e de ser felizes, precisamos de dar um empurrão a nós próprios fazendo grandes perguntas, experimentando novas emoções e adquirindo mais informação para as nossas redes neurais.


EXPANDIR A CONSCIÊNCIA!


Nós criamos o mundo que percepcionamos!
Quando abro os olhos e olho à volta, não é "este mundo" que vejo, mas o que o meu equipamento sensorial humano é capaz de ver, o mundo que o meu sistema de crenças me permite ver, e o mundo que as minhas emoções se preocupam em ver ou não.
Estamos constantemente a criar o nosso mundo de várias formas.
A visão e a percepção são a forma científica verificável mais óbvia de fazer isso.

A questão fulcral é:
Acaba aí?
Será este o limite da nossa influência no mundo que vemos?

Karl Pribram revolucionou a forma como se vê o cérebro, dizendo que ele é essencialmente HOLOGRÁFICO!
Disse que o seu processamento se espalha por todo o cérebro, e que, como um holograma, cada parte contém o todo.
Depois, aplicou este modelo à forma como percepcionamos.

Ele disse que o Universo é Holográfico.
E que a única razão pela qual sentimos que estamos "dentro" da realidade, em vez de apenas a "percepcionar", é porque o nosso cérebro se liga holograficamente ao "lá fora" (em ambos os casos o tempo e o espaço desaparecem), e assim, a nossa percepção não é apenas processada no cérebro, mas saindo do cérebro para interagir com o "lá fora".
E é por isso que, por melhores que sejam os óculos da realidade virtual, nunca o irão convencer completamente de que está "dentro" dessa realidade.

Mas, se a realidade é holográfica,
Será possível percepcioná-la directamente?
Os nossos sentidos são limitados; são formas de biscoitos a cortar a realidade.
Mas, exploradores da consciência relatam que é possível sentir o mundo por inteiro, directamente, todo o universo e um grão de areia, de uma só vez.
E desse ponto de vista, tudo o que percepcionamos com os sentidos é "maya", é ilusão.
Por isso, tudo é apenas um ponto de vista.


in, Afinal o que sabemos nós?






sábado, 25 de abril de 2020

Elon Musk - The A.I. Frontman

                                               










THE END OF THE WORLD AS WE KNOW IT... The Fall of the Cabal

                                               



Documentary by award winning researcher Janet Ossebaard



[00:00] Part 1 - Things that make you go hmmm (length : 13mins06)
[13:06] Part 2 - Down the rabbit hole (length : 14mins58)
[28:07] Part 3 - The alien invasion (length : 16mins21)
[44:28] Part 4 - Child lovers everywhere (length : 16mins14)
[01:00:43] Part 5 - Children, art & pizza (length : 19mins31)
[01:20:14] Part 6 - Major media manipulation (length : 16mins55)
[01:37:09] Part 7 - Witches & warlocks (length : 23mins40)
[02:00:50] Part 8 - Beyond kings & queens (length : 19mins02)
[02:19:50] Part 9 - The dawn of a new world (length : 19mins41)
[02:39:40] Part 10 - The return of the king (length : 18mins35)





Os Vampiros






No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada.



José Afonso





                         












A canção foi originalmente gravada no álbum Baladas de Coimbra, em 1963, de José Afonso.
Zeca Afonso tornou-se um símbolo da resistência democrática contra a ditadura que dominou o país entre 1933 e 1974. Algumas das suas canções foram proibidas pela censura e os discos aprisionados.

É o tema fundador do canto político em Portugal, assumido como instrumento de combate cultural e cívico em tempo de censura, e um símbolo da resistência contra o fascismo.
Estava lá tudo dito e, por isso, não podia ser dito.
Foi uma das canções-senha do Movimento das Forças Armadas (MFA) – juntamente com "E Depois do Adeus" de Paulo de Carvalho e "Grândola Vila Morena", também de José Afonso – que pôs termo aos 41 anos ininterruptos de ditadura em Portugal. 

José Afonso tentou comunicar valores e ideais, utopias e mensagens libertadoras, ansiou por um Portugal sem tabus, sem ter de calar o valor da liberdade, pelo que se tornou num vulto histórico, num modelo de afronta na luta contra o regime.
As suas canções premeiam uma veia criadora, intensamente preocupada com causas humanas e sociais e são exemplo de acção e de luta constante, objectivando provocar a agitação e a mudança, contra o marasmo fomentado por um regime que necessitava de ser questionado e, por fim, substituído.

A canção é uma poderosa chamada de atenção para que nos recordemos que seremos sempre capazes de vencer os vampiros de hoje, os governantes que nos impõem uma austeridade ilegítima e forçada, e que ficam escandalosamente impunes às ilegalidades praticadas.






sexta-feira, 24 de abril de 2020

Inteligência Bruta






Regulando a inteligência um pouco abaixo
não é que perca força, mas algo se aproxima
do escuro. Talvez por haver sombras mais de perto

a vida em parte dói, em parte morre, e a atenção
começa a ser movida pelas iras. De tão forte
há crescimento de armas, golpes assustados
e aquele que persegue acaba por sangrar.

O sangue mancha tudo e excita o que era limpo
e cheirando a sangue o predador procura luras
escava o que magoa, remexendo em mais profundo.

São vastos os poderes de uma inteligência bruta
soprando grande império em devastação no mundo.


Carlos Poças Falcão




O Que É A Realidade?





O que é a realidade quando,
acabou de se apaixonar,
quando o seu grande amor morre,
quando escolhe o livre arbítrio.
Essas decisões são baseadas
na realidade
ou na nossa conjectura dela?
Esta questão está em todo o lado,
em todos os momentos da nossa vida.


Os animais e os pássaros vivem numa realidade muito diferente da nossa. 
Alguns podem ouvir sons que nós não ouvimos ou vêem frequências de luz (ultravioleta e infravermelhos) que nós não conseguimos ver. A maior parte dos mamíferos, como os cães, vivem num mundo cheio de cheiros e confiam muito menos na visão do que nós. E então as crianças que são capazes de ficar horas a olhar para um canto "vazio" do tecto?
E a Consciência, o facto da nossa própria existência, que vai connosco para todo o lado?
Para conseguir fazer alguma coisa, pensar, dormir, criar, compreender, temos de estar conscientes.
Não fará isso parte da nossa Realidade?
Mas, onde está?
De que é feita?
Ao contrário dos objectos materiais, os fenómenos intangíveis como a consciência não podem ser medidos, mas isso não significa que não sejam "reais", pois não?
Muitos cientistas estão metidos num sarilho por causa disto.
Se é real, então a sua realidade pode ser examinada; se não é real, não vale a pena procurar.
E então, nunca se irá saber se é real.

Então, o que é Real?
Não é fácil responder.
E no entanto, quem nós somos, o que a vida é, o que é possível ou não, tudo se baseia no que pensamos ser real.

Todas as decisões se baseiam em alguma construção daquilo que é real para si.
No entanto, qual foi a última vez que entrou na toca do coelho e foi até ao fundo das suas suposições acerca da realidade?

Nós defendemos a realidade que os nossos olhos nos dão, para responder nesse momento à questão que nos assombra - O que é a Realidade?
A maior parte das pessoas pensa que a realidade é o que os nossos sentidos projectam. E claro, isso serviu à ciência durante 400 anos; se os nossos 5 sentidos, ou as suas extensões, não o concebem é porque não é real. Mas, esta realidade parece uma coisa quando a vemos com os nossos olhos, e outra se olharmos mais profundamente com o microscópio, ou com um desintegrador de átomos.
Torna-se completamente diferente, irreconhecível.

E os nossos pensamentos?
Farão parte da Realidade?
Olhe à sua volta: há cadeiras, mesas, janelas, luzes, o computador.
Provavelmente achou que eram reais.
Todas foram precedidas por uma ideia de janelas e cadeiras. Alguém imaginou tudo isso e as criou.
Então, se estas coisas são reais, a ideia também o é?
A maior parte das pessoas acha que os pensamentos e as emoções são reais, mas quando os cientistas exploram a "realidade", evitam cautelosamente falar destas coisas.

Pegue em toda a tralha à sua volta, que todos admitimos que é real, e examine de que é feita.
É muito mais simples do que ideias ou emoções, ou quaisquer dessas coisas interiores.


Foi o filósofo grego Demócrito de Abdera quem primeiro teve a ideia de átomo:"Nada existe para além de átomos e espaço vazio; tudo o resto é opinião"

E foi um grande começo: vieram os microscópios electrónicos e os desintegradores de átomos e as câmaras de nevoeiro e as pessoas grandes espreitaram para o mundo das coisas pequenas.
Mas, final, aqueles átomos não são são tijolos da natureza, como nos ensinaram na escola, nem pacotes de energia como nos disseram mais tarde. São apenas condensações momentâneas de campos energéticos...E mais interessante, é que não só as coisas são feitas de átomos, mas também o nosso corpo físico.
Mais, a investigação de vanguarda diz que o chamado "espaço vazio", dentro e entre os átomos afinal não está vazio mas, completamente cheio; tem tanta energia que, um centímetro cúbico, do tamanho de um berlinde, contém mais energia do que toda a matéria sólida de todo o universo conhecido.

Indo mais fundo,
A física quântica, vem confirmar o que os hindus e os budistas sempre disseram: que o mundo das aparências, o mundo que vemos com os nossos sentidos, é Maya ou Ilusão, e que algo existe por baixo deste mundo material, algo muito mais poderoso e fundamental, mais "real", embora seja totalmente incorpóreo. 
Existe uma realidade mais elevada, mais fundamental do que o universo material, e que está relacionada com a Consciência. A física quântica confirma tudo isto, e sugere que o núcleo do mundo físico existe num mundo totalmente não físico, chamemos-lhe informação, ondas de probabilidade ou consciência. 

Por mais comum que seja dizermos que os átomos são aquilo de que as coisas materiais são feitas, de acordo com a visão da física quântica, deveríamos dizer que o Campo  subjacente de inteligência é, no fundo, aquilo de que "realmente" o universo é feito.


Andrew Newberg diz:
"Precisamos de ver realmente a relação entre a consciência e a realidade material...Quer o mundo material possa realmente derivar de uma realidade consciente, quer a própria consciência possa ser o material fundamental do universo."

Assim, o que vemos são "fenómenos", ou seja, interacções entre a mente e o que quer que esteja "realmente" lá fora. Nós não vemos a realidade; só vemos a nossa construção da realidade, constituída pelos neurónios dos nossos cérebros.
A "coisa em si" está sempre escondida de nós.
Por outras palavras, a ciência dá-nos modelos do mundo, e não o próprio mundo.

Miceal Ledwith disse:" O ponto de vista quântico da realidade não é o total e definitivo. Tudo o que tentamos fazer na história da ciência é produzir modelos cada vez menos imperfeitos que exprimam a natureza do que existe e, claro, talvez daqui a vinte ou trinta anos, a física quântica venha a ser substituída por uma compreensão mais intensa e profunda da realidade, o que quer que se chame a esta física."

E, tal como diz Andrew Newberg, após a ciência nos dar esses modelos, ainda temos de lidar connosco:
"Se estamos ou não apenas a viver num grande holodeck é uma questão para a qual não temos resposta, porque na ciência somos sempre o observador. Somos sempre compelidos pelo que nos chega ao cérebro humano que nos permite ver e perceber as coisas que fazemos. Assim, é concebível que tudo isto seja apenas uma grande ilusão da qual não temos como sair e ver o que realmente está lá fora."

Sendo assim, podemos concluir que existem, simultaneamente, diferentes níveis de realidade!
E que todos eles são reais!
Os níveis superficiais são reais.
Só quando os comparamos com os níveis mais profundos é que dizemos que não são reais, não são o nível derradeiro.
As pernas e os braços são reais; as células e as moléculas são reais; os átomos e os electrões são reais. Toda a Consciência é real.

Como diz o Dr. John Hagelin:"Existem literalmente mundos diferentes onde vivemos.
Existe uma verdade superficial e outra profunda.
Existe um mundo macroscópico que vemos, e um outro mundo, dos nossos átomos, o mundo dos nossos núcleos.
Têm a sua própria linguagem, a sua própria matemática.
Não são apenas mais pequenos; cada um é completamente diferente, mas são complementares porque eu sou os meus átomos, mas também sou as minhas células. Sou também a minha fisiologia macroscópica. É tudo verdade. São apenas níveis diferentes de verdade."

Então o essencial é:
Será que a consciência cria realidade?



in, Afinal O que Somos Nós?







quinta-feira, 23 de abril de 2020

DEMORA





hoje seremos outros ao acordar:
da janela aberta, orquestrando nevoeiros,
escutaremos o sibilar insuspeito da penumbra
a inquietude do acorde menor
escreverá a letras de fogo a solidão das asas.

dormes um pouco mais:
um gotejar de vazio convence-te a ficar
mas nada explica esta demora
o corpo terno hibernando de mansinho
dando um indefeso descanso à sombra diligente

lá fora o dia acossado pelo medo à mercê das luzes estridentes
e aqui a tua pele espreguiça quente, beijando os lençóis descartáveis
enquanto os músculos se rendem a este crime perfeito perpetrado
a bandeira a meia-haste no palácio do sono
protege o casulo transparente em que habitas por agora

sem arrependimentos,
perdemos a tinta fresca do café,
as fotografias anónimas no túnel do marquês
e o paciente virar dos placares publicitários
amanhã vou entregar-me à deriva

deixarei de ser bicho-de-conta sem pressa
e procurarei abrigo nas paragens de autocarro



RICARDO GIL SOEIRO
in, CALIGRAPHIA DO ESPANTO





Quando é que isto passa?




"Quando é que isto passa? 
Quando volta tudo ao normal?"



Esta é a pergunta que a maioria que não está desperta para a magia da Vida ou habituada a questionar a sua existência, está a fazer perante este desafio que a Vida trouxe.
Por razões óbvias, todos nós estamos desejosos de poder respirar fundo e deixar ir esta tensão em que estamos há mais de um mês.

Mas para os despertos, e para quem já descobriu que a Vida é inteligente e tem uma agenda própria de evolução pessoal e colectiva, as perguntas são:

"Para que serve este evento?
O que eu tenho a aprender com isto?
Como é que este evento vem mudar a minha vida e a minha pessoa?
Como posso aproveitar e contribuir para um mundo melhor?"

Os primeiros irão sempre depender do exterior para estar bem e por isso serão os primeiros a querer controlar o exterior, a sujeitar-se a ordens, regras, limites, a seguir A ou B, a defender cegamente C ou D ou a se identificarem com autoridades externas precisamente porque estão desconectados da sua própria autoridade. Precisamente porque tudo acontece fora, tanto odeiam como idolatram pessoas de acordo com os seus interesses ou necessidades básicas ao nível do ego, sem noção alguma da sua responsabilidade pessoal ou espiritual. A sobrevivência e o ganho pessoal e de preferência imediato sobrepõem-se ao bem maior e ganho para todos.
Vimos bem isso com o fenómeno do papel higiénico.

Os segundos sabem que fazem parte de um Universo Inteligente. Que são Micro-Sistemas com responsabilidade sobre si mesmos e também sobre um Macro Sistema que é o Todo onde estão inseridos. Para estes, o amor e o espírito humanitário de liberdade e respeito pelo próximo são valores básicos pois respeitam a sua interdependência do sistema Micro e Macro. O bem estar é uma responsabilidade pessoal pois só a partir dela poderemos contribuir para o coletivo. Porque tudo acontece dentro, reservam-se a liberdade de aceitar colaborações de respeito pelas partes ou de rejeitar o que suga para interesse próprio e não confere com os seus valores.

A verdade nua e crua é que todos somos um pouco dos dois.
Luz e sombra sempre lado a lado.
Mas dependendo da energia pessoal de cada um, consciência espiritual, karma individual, condições internas e externas, iremos estar mais condicionados ou identificados com uma visão ou com outra.

Sem dúvida que quem escolhe assumir a responsabilidade pela sua presença no Sistema, pela sua cura e pela sua contribuição pessoal de amor e luz para o sistema maior, irá com certeza viver este momento de forma mais tranquila, mais proactiva e mais responsável, colhendo a longo prazo os frutos do seu investimento pessoal e do seu estado de presença positivo.

Quem escolhe ficar passivo, culpar gregos e troianos, contribuir para o medo e densidade energética colocando todo o seu poder ao exterior, obviamente não encontrará facilmente ou tão depressa a paz ansiada.



Mensagem para todos:
Nada acontece por acaso. Este momento que estamos a viver, previsto astrologicamente há anos, tem uma mensagem para nós. Esconde uma proposta de mudança pessoal. Tem uma intenção de cura tanto coletiva como individual pois já percebemos que ambos os sistemas se interligam. Da mesma maneira que podemos espreitar o calendário astrológico para trás, também podemos espreitar para a frente. E se conhecermos a proposta de evolução, tanto pessoal como colectiva, será mais fácil de nos alinharmos com ela.

O exterior neste momento parece caótico e não devolve respostas claras. É o tempo certo para aproveitar esta paragem cósmica para relembrarmos os maravilhosos segredos sobre a tua viagem espiritual.
Que tipo descobertas são essas?

Mostram a proposta pessoal de evolução para a vida presente
Mostram o teu Karma pessoal, ou seja, a área de vida onde irá acontecer o maior crescimento
Mostram energias de vidas passadas que ainda te condicionam na vida presente
Mostram que padrões vieram negativados e condicionados em busca de cura
Mostram as ligações que tens com quem te rodeia, desde a pessoa mais difícil até às que te vieram ajudar a evoluir
Mostram que ambientes profissionais te serão mais indicados ou confortáveis para descobrires a tua contribuição social
Mostram os teus desafios relacionais e formas de superar ou curar essas energias
Mostram em ciclo de vida te encontras e o que a vida te está a trazer para que o cumpras
Mostram que o que ainda hoje criticas e julgas como negativo é afinal a grande oportunidade de te superares a ti mesmo.
Aproveita esta paragem para olhar verdadeiramente para dentro.


Vera Luz





BASKING IN THE SUN AND SHARING SMILES

                                               





quarta-feira, 22 de abril de 2020

Sempre a amante ultrapassa o amado





O destino gosta de inventar desenhos e figuras.
A sua dificuldade reside no que é complicado.
A própria vida, porém, tem a dificuldade da simplicidade. Só tem algumas coisas de uma dimensão que nos excede. O santo, declinando o destino, escolhe estas coisas por amor a Deus.

Mas que a mulher, segundo a sua natureza, tenha de fazer a mesma escolha em relação ao homem, isso evoca a fatalidade de todos os laços de amor: decidida e sem destino, como um ser eterno, fica ao lado dele, que se transformará.
Sempre a amante ultrapassa o amado, porque a vida é maior do que o destino. A sua entrega quer ser sem medida: esta é a sua felicidade.
A dor inominada do seu amor, porém, foi sempre esta: exigirem-lhe que limitasse essa entrega.


Rainer Maria Rilke
in,  'As Anotações de Malte Lauridis Brigge'






Males de Amor






as cordas da roupa estão lassas.
não sei porquê.
nada penduro nelas de pesado.
o que se despe
é sempre mais leve
do que o muito que se guarda.
tenho de encontrar alguém que as repare.
aproveito e verá também o chuveiro.
há muito que pinga.
como este indomável e constante dizer
em que caio
para não sufocar.
o dia está abafado
e eu assim me sinto.
meio asfixiado.
tenho de encontrar quem desbloqueie a janela.
está empenada.
tal como as articulações [ou serão os músculos?],
os dias e, tantas vezes, os sonhos.
estão cansados.
não sei se mais os primeiros, se os últimos.
e eu também.
canso-me facilmente.
a subir os dias,
a pendurar os sonhos,
a encharcar-me de memórias.
a pulsação acelera
e eu…
tenho de ver se encontro alguém que me veja isto.
já fui a uma cardiologista
mas ela confessou pouco saber de amor.


João Costa





domingo, 19 de abril de 2020

A si próprio, para o seu diário





Primeiras horas da manhã; ainda não escreves
(nem tentas escrever), preguiçosamente lês apenas.
Tudo é imóvel, sossegado, cheio, como
se fosse uma prenda oferecida pela musa da lentidão,

como aquele tempo, na infância, nas férias, quando durante muito tempo
se estudava o mapa colorido antes da excursão, o mapa
que tanto prometia,

ou mesmo antes de adormecer, quando ainda não há sonhos,
mas já se pressente o sobrevir deles de várias partes do mundo,
a marcha deles, o peregrinar, o velar deles ao pé da cama do doente
(doente de vigília) e a animação entre figuras medievais

contraídas numa eterna imobilidade por cima da catedral;
as primeiras horas da manhã, o silêncio
                                                               - ainda não escreves,
ainda tanto percebes.
                                  Aproxima-se a alegria.




Adam Zagajewski
in, Sombras de Sombras





NAMORE UMA MULHER QUE LÊ






Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.



Rosemary Urquico





"THIS WILL CHANGE EVERYTHING!" You might not want to scroll down!

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Bill Gates...o grande vírus!






"Quanto mais você estuda esse vírus, mais encontra o mesmo nome: Bill Gates.
Ele é o segundo maior financiador da OMS.
Ele está a construir 7 laboratórios de vacinas.
Ele basicamente controla a política global de saúde.

Qual é o plano?
Usar vacinas para rastrear pessoas.

Em 2017, o domínio de Gates sobre a OMS era tão óbvio que até os esquerdistas estavam preocupados.

Bill Gates está muito interessado numa área da medicina: vacinas.
Por quê?
Porque os governos podem obrigar que as pessoas as tomem.
E se as vacinas incluem microchips, há vigilância mundial.

Isso explica seu interesse em tatuagens de pontos quânticos.
A maioria das pessoas não sabe que essa nanotecnologia existe.
O que é uma tatoo de pontos quânticos?
É uma etiqueta que acompanha a vacina.
Ela incorpora "logo abaixo da pele, onde eles se tornam algo como uma tatuagem de código de barras". É invisível e rastreado por smartphone.

Enquanto Gates usou sua fundação para assumir o controle da OMS, sua empresa Microsoft lançou subitamente uma campanha mundial de "identidade digital":ID2020.
O programa: aproveita a imunização como uma oportunidade para estabelecer identidade digital em todo o mundo.

Bill Gates é o maior exemplo sobre os perigos da "filantropia" bilionária.
Nenhum governo o autorizou a implantar um sistema global para rastrear pessoas através de vacinas nanotecnológicas.
Ele só comprou organizações relevantes e conseguiu.
Não é apenas incompatível com a democracia, é o fim dela."


Fontes:

Meet the world’s most powerful doctor: Bill Gates

Quantum-dot tattoos hold vaccination record

Invisible Ink Could Reveal whether Kids Have Been Vaccinated

ID2020 Launches Technical Certification Mark









Mãe Narcisista






Eu ouço de filhos de mães narcisistas. A sua dor psicológica é particularmente aguda. Quando crianças eles se sentiam inadequados e confusos. Muitas vezes, voltavam-se para suas mães em busca de amor e contato, e ela era incapaz de dar. Eles não entendem que a mãe narcisista só vive para si mesma. Até quando as crianças eram bem pequenas a mãe era emocionalmente distante.

Eu tenho me comunicado com muitos filhos de mães narcisistas. Eles lembram que suas mães estavam sempre indisponíveis – dia e noite. Ela era uma mulher muito “ocupada”. Algumas dessas crianças foram criadas por babás ou foram colocadas em creches quando eram bem pequeninas. A mãe mal podia esperar para se livrar delas.

Com amigos a mãe se gabava dos seus filhos maravilhosos. Nas fotos de família e em feriados havia a demonstração pública da “família feliz”, da “mãe amorosa” e de seus belos filhos. Essa era a imagem que a mãe narcisista insistia em apresentar para os seus amigos e para o mundo. Para as narcisistas a imagem substitui a realidade. Entre as paredes da sua casa, a mãe tratava seus filhos com frieza, desdém e críticas constantes. Frequentemente ela tinha acessos de raiva vulcânica pelas menores coisas. Se a mãe era incomodada, ela projetava o seu veneno nos filhos.

Narcisistas geralmente colocam os filhos uns contra os outros. Essas inimizades entre irmãos podem durar por toda a vida. Se a mãe narcisista escolhe um filho para ser o favorito ( O “Filho de Ouro”), que é um gémeo psicológico seu, os outros filhos serão tratados como inferiores e imprestáveis.
A mãe narcisista faz conluio com o “Filho de Ouro”, oferecendo a ele todas as oportunidades educacionais. Ele é o recipiente de todos os elogios, intitulações e é elevado a uma posição de proeminência dentro da família.

A cura começa com o reconhecimento de que sua mãe é uma narcisista.
Isso não é culpa sua, você é uma vítima de abuso narcisista. Você não pode mudar essa mãe. A estrutura de sua personalidade é fixa e rígida.
Você pode mudar a sua própria compreensão e percepção que tem dela e de si mesmo.
Seja gentil consigo mesmo.

Reconheça que você foi forte o bastante para ter sobrevivido a esse abuso narcisista maternal. 
Isso é uma conquista incrível. Seja paciente consigo mesmo. Você vai se curar. Dê a si mesmo o tempo e o espaço necessários para fazer isso. Você encontrará outras pessoas que sofreram dessas feridas maternas. Alguns encontram conforto e suporte em grupos de discussão, ou encontram novos amigos que tiveram uma história semelhante.

Em alguns casos a psicoterapia pode ajudar a lidar com essas questões. Certifique-se de que o terapeuta tenha um profundo conhecimento sobre o Transtorno de Personalidade Narcisista.

Pratique formas de acalmar a mente e o corpo através da Yoga, com ênfase em acalmar a respiração, e outras variantes de meditação incluindo a meditação guiada ou outras modalidades de cura. Saiba que você vai recuperar a sua vida. Existe uma poderosa força dentro de você que estava esperando todo esse tempo para recuperar a sua individualidade e a paz interior que você merece.


Linda Martinez-Lewi





Há quem enfrente um inferno entre quatro paredes, tendo a mãe como terrível algoz. De alguma forma, sabemos que tudo foi programado, e um espírito que nasce em um lar de ódio, violência e egoísmo aceitou essas condições por motivos que não nos cabe saber enquanto encarnados. E essa ferida é muito dolorida, e normalmente é carregada por toda a vida.

Quem tem a personalidade moldada nesse ambiente de hostilidade frequente, tendem a desenvolver transtornos gravíssimos do espectro da ansiedade, depressão e a síndrome do pânico, pois passam a vida ansiosas e tentando se defender. Crescer em uma família que te destrói e humilha é uma das provas de vida mais difíceis que existem e deixa marcas eternas. E a única lição possível só pode ser o perdão.

Quem tem uma mãe assim sabe o inferno que é. Alguns pensam que se trata somente de uma mãe mais egoísta, mas a realidade é muito mais dura que isso. Experimenta-se o inferno, pouco a pouco, dia após dia. Nunca se sabe o que esperar e a desaprovação é constante. Raiva, hostilidade, inveja, mentiras, difamação e vitimismo são as emoções que dominam nessa relação, chegando ao ponto da violência física. É a receita para a destruição completa da autoestima e da vida de qualquer um.

Essas crianças crescem buscando aprovação. Tudo que elas querem é ser reconhecidas e valorizadas, mas, pelo contrário, não há nada que elas possam fazer que vá gerar um elogio, um reconhecimento mais afetuoso ou apoio emocional. Nada agrada essas mães, nada. A filha quer pertencer e tenta agradar o apetite insaciável da mãe eternamente insatisfeita, o que compromete sua autoestima e capacidade de realização no mundo, além da dor que faz a alma sangrar.

Falamos em mães, pois esse transtorno acomete as mulheres e se restringe na relação que elas têm com os filhos, especialmente as filhas mulheres. Mas pode acontecer com meninos também, embora não seja tão comum. Filhas únicas é também um padrão, mas o transtorno da mãe narcisista ocorre de forma ainda pior quando essa mãe doente tem mais de um filho, pois ela sempre vai escolher um para tratar como vitorioso enquanto no outro projeta emoções negativas típicas do transtorno. Além da destruição do filho escolhido como vítima, ela também destrói qualquer possibilidade de uma relação saudável entre os irmãos.

Nesse transtorno prevalece a autoimportância, uma necessidade excessiva de admiração e uma falta de compreensão e desdém em relação aos sentimentos da filha. São pessoas que ultrapassam os limites da arrogância, do egoísmo e da ética, pois não se importam em construir uma vida de mentiras que socialmente sustentem essa posição de “vítimas”. A difamação da filha está sempre muito ligada a esse transtorno. A vida da filha vira um inferno desde a infância, encontrando na adolescência a pior fase.

É na infância que tudo começa. Quando a criança começa a se tornar mais independente e começa a fazer escolhas, a mãe narcisista começa a se desagradar e então essa relação doentia se intensifica. A reclamação é sempre “ela não obedece”, pois isso fere o ego frágil mas imenso que essas mães têm. Sempre muito autoritárias, quando não são obedecidas mesmo nas pequenas coisas, podem virar monstros. Em lares saudáveis, costuma-se lidar com a energia da criança e a dinâmica de descobrimento do mundo, que envolve testar as autoridades. Já uma mãe narcisista só conhece a ofensa e o castigo como forma de “educar”.

Como a projeção de emoções é sempre negativa e tende à violência, essas crianças e especialmente adolescentes correm perigo. Essas mães expõem a filha a situações de risco real e geralmente agem com agressividade, podendo representar um perigo para a integridade física das filhas.

É na adolescência que o transtorno da mãe narcisista mais machuca. A fase já é complicada por natureza, pois existe certa indolência no comportamento de qualquer adolescente normal, além da vontade de pertencer. É aí que essa construção da identidade adolescente se choca com a mãe narcisista. Tudo que o adolescente gosta ou se interessa, fica proibido. A restrição e os castigos eternos pelas coisas mais banais são a forma de castração que as mães narcisistas encontram para validar seu comportamento.

Esses adolescentes vivem de castigo e têm a liberdade restrita. Se a infância é roubada, a adolescência é totalmente destruída. As amizades são todas sempre muito mal vistas, pois ninguém presta. As atividades que o adolescente tenta desempenhar nunca estão à altura das expectativas dessas mães, que geralmente desejam para esses filhos o foco em atividades que são totalmente contrárias à sua natureza. E elas se incomodam muito com a felicidade. 
Se o adolescente está feliz, elas vão encontrar uma forma de destruir esse momento, transformando qualquer sonho em pesadelo. Por isso, se incomodam demais com o lazer e divertimento.

Ninguém é capaz de perceber que essa relação doentia está ocorrendo, pois o adolescente está em uma posição vulnerável perante a mãe e o reconhecimento da autoridade que ela tem da sociedade. Nem ele mesmo sabe que está sendo vítima de uma mãe narcisista e doente, pois está, normalmente, mergulhado em culpa e imenso sofrimento. Para sustentar essa posição de vítima perante a sociedade, elas não medem esforços na difamação dos filhos. Inventam mentiras e destroem a imagem da filha, que deixa de ser respeitada e ter qualquer credibilidade perante a família e a sociedade. É uma luta solitária, envolta em muita incompreensão e humilhação.

E claro, socialmente as mães narcisistas são tidas como “ladys”, o que torna ainda mais difícil a validação de qualquer expressão emocional das filhas. A mãe narcisista é muito habilidosa em se fazer de vítima e de incompreendida, afirmando que a filha é ingrata, rebelde, revoltada, recebendo todo apoio social e familiar. Como precisam de atenção e o senso de autoimportância é muito elevado, socialmente elas constroem uma imagem de perfeição tão grande que ninguém é capaz de desconfiar de nada.

Geralmente o transtorno da mãe narcisista só é conscientizado pela filha na idade adulta através de terapia, quando o sofrimento que essas filhas carregam se torna um fardo pesado demais.






SINTOMAS DE UMA MÃE NARCISISTA

1
RESTRIÇÃO DO LAZER
O divertimento é sempre restrito e considerado impróprio. Mães narcisistas exercem poder através da restrição e tendem a manter a filha “trancada” em casa, usando desculpas e castigos.

2
DESCANSO PROIBIDO
As mães narcisistas não gostam de ver o filho descansar. Dormir até mais tarde é sempre motivo de briga e elas arranjam sempre mil tarefas que devem ser cumpridas, especialmente relacionadas aos cuidados da casa.

3
OSCILAÇÕES DE HUMOR
Nunca se sabe o que esperar desse tipo de mãe. Vive-se em constante tensão, pois o humor da mãe narcisista oscila com grande frequência.

4
CHANTAGEM EMOCIONAL
Tudo que elas fazem pelas filhas vem envolto em culpa. Elas fazem questão de demonstrar “o grande esforço” mesmo através das menores coisas. Estão sempre se colocando na posição de heroínas, deixando para filha o espaço de fardo, ingratidão e não merecimento. Geralmente filhas de mães narcisistas sentem muita culpa, pois levam anos para entender essa relação doentia e acabam acreditando na mãe, que sempre culpa essa filha por tudo. Manipulação também faz parte do quadro.

5
DONAS DA VERDADE
Elas não aceitam críticas nem nenhum tipo de argumentação. Quando são confrontadas, explodem e se recusam a aceitar qualquer verdade que não seja a delas. Odeiam diálogo e qualquer tipo de negociação. Perante essa mãe, a filha não tem voz; vale somente as vontades e os interesses dela. Quando existem questões financeiras envolvidas, isso fica ainda mais evidente.

6
COMPORTAMENTO
Dentro de casa, a mãe narcisista é uma; fora de casa, outra. Na frente dos outros, age como mãe normal e em casa é amarga, inacessível, autoritária e desinteressada.

7
DISSIMULAÇÃO E MENTIRAS
A mãe narcisista não se importa com a ética quando precisa manter as aparências. O que a mãe narcisista diz não se escreve, pois é dissimulada e mente descaradamente. Sobretudo para acobertar seus ataques verbais e abusos, como também para manter uma imagem de superioridade e perfeição. Ela vai denegrir a filha o quanto puder, pois o lugar de vítima lhe rende atenção social.

8
DESVALORIZAÇÃO
Elas tendem a questionar, invalidar, desvalorizar e a descartar os talentos e conquistas da filha, enquanto superestima as próprias “qualidades” de maneira exagerada. Elas sempre têm um comentário negativo ou uma alfinetada na manga.

9
A RAIVA
As mães narcisistas descarregam a raiva e a frustração em forma de ataques verbais, onde proferem palavras ásperas para extravasar seu descontentamento e amargura. As palavras abusivas são uma grande arma nas mãos de mães narcisistas.

10
APOIO
Ao contrário da maioria, as filhas de mães narcisistas sabem que não podem contar com elas nas situações mais difíceis. Pelo contrário, além da pressão que enfrentam durante as adversidades, ainda precisam gerenciar o temor que sentem, pois, quando a mãe descobrir a situação, vão ser ainda mais humilhadas e ter suas fraquezas revertidas em ataques. Não importa o que aconteça, as filhas nunca têm razão.
Se o apoio for financeiro, piorou. Elas se negam a ajudar ou, quando ajudam, fazem muito menos do que podem, geram muita culpa e se colocam na posição de “você está me explorando”.

11
ESTAGNAÇÃO PSICOLÓGICA
Essas mães não evoluem emocional e psicologicamente com a idade. Mesmo quando mais velhas e mais experientes, elas mantém os mesmos valores inflexíveis, infantis e superficiais.

12
IMPORTÂNCIA DA IMAGEM
As mães narcisistas odeiam demonstrar vulnerabilidade emocional. Para elas é muito mais importante parecer bem do que se sentir bem. Emanam uma imagem de perfeição, ainda que estejam dominadas por sentimentos negativos intensos como a inveja, a insatisfação, a insegurança e a raiva.

13
RECUSAM DIAGNÓSTICOS E AJUDA
Como elas pensam que pariram o anticristo, essas mães lotam os consultórios de psicologia pois entendem que esses profissionais podem “consertar” suas filhas, já que a culpa é inteiramente delas. Quando o profissional começa a questioná-la, percebendo que talvez exista uma influência negativa delas, simplesmente abandonam a terapia e se recusam a conversar.
E, mesmo quando o profissional consegue fazer um diagnóstico da situação, elas não aceitam.

14
VIOLÊNCIA
Normalmente, filhas de mães narcisistas apanham e sofrem diversos tipos de abuso físico desde a infância. Como não lidam com a raiva e estão sempre frustradas, a violência física é muito presente nesse tipo de transtorno.


Do ponto de vista espiritual, quem nasce com uma mãe narcisista em seu caminho pode ter um planejamento encarnatório que priorize a autoestima. Nada melhor para fortalecer a autoestima do que sofrer humilhações. A primeira vista essa afirmação parece não fazer sentido, mas quando olhamos com mais cuidado, nós não conquistamos algo quando ele nos é dado. Se um espírito precisa trabalhar a autoestima, nascer em um lar onde ele é constantemente validado vai maquiar o problema e não impulsionar aquela “volta por cima”. Ao contrário do que se pode pensar, é na adversidade que mais nos fortalecemos, mesmo que essas experiências gerem uma dor imensa. E uma mãe narcisista destrói a autoestima de qualquer um, mas essa filha quando chega no fundo do poço, até mesmo como forma de defesa, aprende a se valorizar perante a vida e percebe que o que os outros pensam não tem importância. Quando superam suas mães, nada mais as atinge.

E muito provavelmente o perdão também faz parte dessa ligação espiritual.
Não é fácil perdoar os abusos quando eles vem da única pessoa no mundo que deveria te amar.
E esse perdão não significa ir lá, abraçar a mãe e dizer “te perdoo”, até porque mães narcisistas não pensam que precisam ser perdoadas. É um perdão interno, uma compreensão espiritual de que aquele espírito é perturbado e que também deve ter sofrido. O perdão nesses casos está relacionado com superação, com cicatrização de feridas, com fortalecimento da alma. Por isso, quando perdoamos, estamos libertando nós mesmos das prisões que a dor cria para nós.


GUTA MONTEIRO







A mãe narcisista é habilidosa 
em se fazer de vítima 
e dizer que a filha é ingrata


O transtorno de mãe narcisista é um quadro real onde a relação mãe e filha fica comprometida por uma atitude constantemente perversa dessa mãe, que age com hostilidade, falta de acolhimento e cuidados enquanto a filha quer pertencer e tenta agradar o apetite insaciável da mãe insatisfeita, o que compromete sua autoestima e capacidade de realização no mundo.

Perceber que se é filha de uma mãe narcisista pode doer.
A gente espera ser acolhida e é difícil romper com esse ideal de que a mãe sempre quer o seu melhor. Nem sempre ela quer.

A relação de uma mãe narcisista com seus filhos é uma dinâmica permanente que se estabelece geralmente com uma filha, que é o ‘bode expiatório’, enquanto os outros filhos, quando existem, ocupam outros lugares: tem o ‘filho dourado’, que recebe todos os atributos positivos, e o filho ‘protegido’, incapacitado por essa mãe e atingido em sua autoestima. É uma dinâmica inteira que não atinge apenas um dos filhos. Mas a existência desse ‘bode expiatório’ entre eles é que é muito cruel. Geralmente é a filha mulher que recebe toda a projeção negativa dessa mãe.
Mas quando há dois filhos meninos ou quando há um filho só, também se estabelece uma relação doentia com essa mãe que tem uma personalidade narcisista.
É mais comum a gente encontrar filhas de mães narcisistas.

Essa personalidade narcisista é muito voltada para si mesma, porque é disso que o narcisismo trata. É uma incapacidade de conexão real com o outro. A pessoa só consegue se relacionar com o mundo a partir do que ela reconhece dela mesma nesse lugar externo. Com relação à maternidade, fica muito difícil o exercício de empatia dessa mãe, que não consegue ser tão sensível assim às necessidades dessa criança, podendo ser negligente ou exigir coisas que ela não tem condição de atender.

Essa dinâmica começa sempre quando a filha ou o filho ainda é bebé.
Os transtornos de personalidade se estabelecem aí, nesse momento, no primeiro ano de vida. A qualidade da relação entre essa mãe e essa filha é determinante para se estabelecer esse problema. A gente só olha para fenómeno já acontecido, registado, fechado. Mas essa mãe, que é narcisista de fato, também foi um bebé, então sua personalidade narcisista se desenvolveu também quando era bebé. Essa questão nunca é isolada, ela é acompanhada também de outros quadros, então essa mãe pode ser esquizofrénica, sociopata, psicopata. Só que ela não nasceu assim, isso se estabeleceu quando era criança e se a gente vai pesquisar encontra uma avó com traços muito parecidos e que reporta histórias extremas de violência, abuso e outras coisas piores. Olhar para a questão já estabelecida esconde o fato de que essa condição é o resultado negativo de um evento forte que aconteceu na vida dessa mãe, que não teve o tratamento adequado e que acabou comprometendo sua saúde psíquica.

Os conflitos começam quando as crianças ganham mais autonomia e começam a fazer suas próprias escolhas, a “desagradar” muito essa mulher, porque não “refletem” mais essa mãe, que não aprova, desqualifica e gera um abalo na autoestima dessa criança. E isso é recorrente, não é um quadro temporário. A autoestima desse filho vai ser testada durante toda a convivência dele com a mãe.

Para a filha, que tem sua personalidade moldada nesse ambiente de hostilidade frequente, será muito difícil confiar em outras relações e contextos, o que promove nela uma sensação de que deve se defender o tempo todo, o que gera muita ansiedade.
Geralmente isso só é conscientizado pela filha na idade adulta, a família não compreende o que está acontecendo. Além disso, a mãe narcisista é muito habilidosa em se fazer de vítima e de incompreendida, de dizer que ‘a filha é ingrata’, então muitas vezes a família apoia essa mãe.
Até se dar conta dessa dinâmica nociva.

Isto é muito mais grave do que as pessoas imaginam.
Ela expõe a filha a situações de risco real: esquece em algum lugar, não busca, vai a ambientes de risco com aquela criança, exige muito da filha e quando ela corresponde ao que for exigido não dá o devido valor pelo seu esforço, ou destrói algo importante para essa menina. A mãe, que é a parte perversa da história, geralmente age com agressividade e pode representar um perigo para a filha, criando situações que causam danos de verdade para ela. Então essa criança fica numa condição muito difícil e constrói sua identidade nesse lugar de extrema vulnerabilidade. E quando ela cresce, já adulta, uma rivalidade se apresenta, que pode culminar com ameaças reais à integridade da filha.

A criança começa a pensar que a mãe não a ama, mas também que é uma pessoa injusta, pela diferença de tratamento entre os filhos. Ao tentar argumentar, só irá irritar mais a mãe. São muito agressivas batem muito. Aí, a criança percebe que esse convívio mãe e filha, tão comum para as outras pessoas, não será possível para si. Passa a sentir-se culpada e tentará compensar isso de várias formas, tentando ser uma óptima aluna na escola, fazendo coisas que acha que ela poderá gostar dentro das coisas que valoriza.
Mas todo o melhor que a gente tenta dar para essa mãe nunca é suficiente.

Nenhuma mãe quer conscientemente destruir a autoestima de uma filha, isso acontece como consequência de uma dinâmica que vai se estabelecendo porque ninguém nunca olhou para essa mãe, ela não teve a chance de ser cuidada como precisava.

Perdoar, quando se consegue sentir empatia pelo passado dessa mãe, pode acontecer.
Mas a convivência com ela colocaria a filha num lugar de receber, de novo, intolerância, críticas, desqualificação do seu esforço.
O perdão da filha não faz com que a mãe mude de comportamento e, por isso, para se preservar, é preferível não conviver com essa mãe.



Verbenna Yin






O narcisismo é uma transtorno de personalidade no qual uma pessoa tem um senso elevado de auto importância. Assim, ela se sente superior em relação aos demais e demonstra isso através de suas atitudes e palavras. No artigo de hoje falarei sobre como lidar com esse tipo de comportamento, quando quem age assim é aquela que lhe deu a vida ou lhe criou desde que se entende por gente. Ter uma mãe narcisista pode ser bastante delicado, mas é possível encontrar maneiras de ajudá-la e, ao mesmo tempo, se proteger.


Comportamentos Mais Comuns 
de uma Mãe Narcisista


Para entender se a sua mãe realmente é uma pessoa narcisista, é importante se manter atento em relação ao comportamento dela. A seguir, você verá as principais atitudes desse comportamento:

1 – Vive Através do Filho
Toda mãe deseja que o seu filho estude, seja bem sucedido e feliz, afinal, é natural querer o melhor para alguém que se ama tanto. Entretanto, as mães narcisistas desejam mais e estabelecem expectativas motivadas pelos seus próprios desejos. Assim, costumam impor coisas que elas gostariam de ter realizado, mas por algum motivo não puderam, como, por exemplo, a escolha de determinada profissão.

2 – Postura de Superioridade
Uma pessoa narcisista tem como uma de suas características mais marcantes o ar de superioridade. Ela realmente acredita que é melhor e mais importante do que os demais. No caso de uma mãe com esse comportamento, isso pode acabar sendo transmitido para a criança, que cresce achando que é melhor do que os outros.

3 – Gosta de Exibir Suas Qualidades
As redes sociais são um prato cheio para os narcisistas, que adoram mostrar para os seus contatos, através de fotos e textos, o quanto são felizes, inteligentes e bem sucedidas. Mas isso não se resume apenas ao âmbito virtual, pois não perdem uma oportunidade de se exibirem, principalmente em relação a bens materiais.

4 – Manipulação
A manipulação é um dos comportamentos que mais dificultam a relação com uma mãe narcisista. Geralmente, ela se utiliza da pressão emocional para convencer o filho de algo. Algumas frases comuns incluem: “larguei a minha carreira por sua causa e você não me valoriza” ou “se você não fizer o curso que escolhi, não irei mais pagar os seus estudos”.

5 – Inflexível e Facilmente Irritável
Para uma mãe narcisista é inaceitável ver que o seu filho está fazendo escolhas diferentes das que ela faria ou demonstrando ter uma personalidade contrária. Com isso, tende a se irritar e se mostrar inflexível mesmo com situações pequenas, como, por exemplo, um simples modo de agir ou pelo fato de a criança parecer mais tímida e reservada, quando ela é uma pessoa expansiva.

6 – Falta de Empatia
Uma das manifestações mais comuns do comportamento de uma mãe narcisista é a incapacidade de ter empatia pelos pensamentos e sentimentos da criança e enxergá-los como reais e importantes. Para ela, apenas as suas ideias e opiniões são importantes e cabe ao seu filho acatá-las sem questionar.

7 – Ciúme e Possessividade
A mãe narcisista geralmente espera que o seu filho siga os seus passos, então, vê-lo seguindo por outros caminhos pode fazer com que ela se sinta rejeitada e fique com ciúme da situação. Qualquer ato percebido de individualização, seja de escolher o próprio caminho acadêmico e profissional, fazer amigos não aprovados por ela, se dedicar às próprias prioridades, é interpretado de forma negativa e pessoal.

Como Superar os Desafios de Ter uma Mãe Narcisista?
O primeiro ponto para superar o fato de ter uma mãe narcisista, que é enxergá-la como um ser humano. Depois disso, procure tirar o foco dela e valorize outras pessoas ao seu redor, talvez seu pai, irmãos, outros familiares e amigos. Assim, irá deixar de dedicar toda a sua atenção para uma relação problemática para celebrar as outras que são positivas e equilibradas.

Um ponto fundamental é sempre se lembrar de que a forma com a qual a sua mãe age é algo que pertence a ela, e não a você. Então, sempre que ela tiver alguma atitude que lhe chatear, pense que aquilo não faz parte da sua essência e que, portanto, não precisa tomar aquilo para si.


José Roberto Marques







Como fazer o luto da mãe narcisista


Embora o seu intelecto compreenda perfeitamente que a sua mãe não é e nunca foi uma mãe de verdade, emocionalmente está sendo difícil lidar com esta perda. 

Como entender, tanto intelectual como emocionalmente, que a conexão biológica que você possui com a mulher que lhe deu à luz nunca se tornará afetiva e harmoniosa de fato?
De que forma você poderá ajudar-se a aceitar esta verdade para que consiga viver uma vida de realizações e, principalmente, sem culpa?
Descobrir que a mãe é narcisista, ou seja, que você nunca será capaz de ser amada e respeitada pela própria mãe, equivale a uma imensa perda. Ter de se desfazer da fantasia do relacionamento afetivo com “a mãe bondosa e amorosa que ama os filhos igual e incondicionalmente” é doloroso. 

A filha de mãe narcisista que tem a coragem de enfrentar o que me refiro como “a verdade narcisista” sofre muito.

Finalmente aceitar que o relacionamento com a própria mãe é uma farsa e que foi mantida estes anos todos não pelo amor e carinho associados com os relacionamentos normais entre mães e filhas, mas por intermédio de abuso, atitudes intolerantes e chantagem emocional  requer estamina. 

Devido à relevância deste evento, torna-se vital para a filha de mãe narcisista dedicar a mesma atenção ao luto da perda da mãe que nunca foi como se estivesse perdendo uma mãe de verdade.

Para ajudá-la a lidar com este momento tão delicado e especial em sua vida, seguem seis dicas de como fazer o luto da mãe narcisista:

Processe a perda da mãe narcisista por completo

Vivenciar o luto da mãe narcisista não ocorre da noite para o dia, por isso, dê um tempo a si mesma para processar esta perda por completo. Segundo Elisabeth Kübler-Ross (1998), psiquiatra norte-americana e criadora do modelo dos cinco estágios do luto (negação e isolamento, raiva, negociação, depressão e aceitação), só conseguimos superar a dor de uma perda quando aprendemos a lidar com os sentimentos provocados por ela. Reprimir a sua angústia como se não tivesse propósito não fará com que ela simplesmente desapareça. O luto faz parte da sua cura emocional, portanto, sem luto não haverá bem-estar emocional. Você pode até adiar o momento de processar esta perda, mas nunca será capaz de evitar o processo por inteiro. No dia em que você menos esperar, aqueles sentimentos antagónicos que você se esforçou tanto em reprimir tomarão conta de você, desestabilizando-a por completo independentemente de onde e com quem você esteja. Abra o seu coração para a sua dor e lhe dê voz, seja conversando com uma amiga ou terapeuta empática, paciente e compreensiva; ou através da escrita, registando o que você vê, pensa e sente. O luto tende a ser considerado normal na comunidade terapêutica quando não excede o período de um ano.

Permita-se sentir tristeza e raiva

Todas as nossas emoções têm seus papéis e implicações. A tristeza e a raiva são tão importantes para o nosso equilíbrio emocional quando a alegria e a felicidade. Eu não posso corrigir algo se não sou capaz de detectar o erro. No processo do luto, a tristeza e a raiva são emoções valiosas que a ajudam a processar a sua perda não somente no nível emocional, como também nos níveis psicológico e espiritual. Filhas de mãe narcisistas que não se permitem chorar e ficarem bravas quando fazem o luto da mãe narcisista tem mais dificuldades de se livrarem da culpa. Eu sei que uma cliente ainda não fez por completo o luto da mãe narcisista quando ainda se sente culpada por tudo de errado que acontece no seu relacionamento com a mãe. Se você não se dá tempo suficiente nem se permite realmente entender através do seu sofrimento que a sua mãe nunca teve nem terá uma conexão afetiva genuína com você, você se sentirá eternamente culpada toda a vez que o amor dela não se materializar. Ou você aceita que a sua mãe é narcisista e, portanto, é incapaz de amá-la, ou passará o resto da sua vida se martirizando por uma deficiência que não é sua.

Reveja crenças absolutas

Se você ainda acredita nas regras “Família é tudo” e “Toda mãe ama seus filhos”, o seu luto nunca será completo. Crenças inflexíveis e irrealistas deste tipo a mantêm presa à fantasia de que a sua mãe narcisista é uma mãe de verdade, que algum dia o seu relacionamento com ela melhorará e que você é incapaz de ser feliz sem a influência de uma mãe abusiva e família disfuncional. Tais ideias simplistas somente favorecem a culpa que você carrega. Família não é tudo, pois o amor independe de laço sanguíneo. Sobretudo, uma mãe narcisista e abusiva incapaz de amar, inclusive a si mesma. Se você está cansada de viver uma ilusão e deseja de fato fazer o luto da mãe narcisista por completo está na hora de reestruturar as suas crenças. Seja honesta consigo mesma, reconheça a complexidade da sua situação e abra o seu coração para a verdade narcisista.

Valorize os relacionamentos fora do ambiente familiar

Sentir-se confortável em expressar a sua tristeza e descontentamento com os membros de uma família disfuncional ou esperar que entendam o seu sofrimento tende a revelar-se como uma grande perda de tempo. Se a sua mãe é narcisista, a sua família é disfuncional, ou seja, não funciona de maneira a contribuir com o seu crescimento e desenvolvimento pessoal. Qualquer tentativa sua de curar as suas feridas e evoluir emocionalmente provavelmente será rejeitada por eles, pois tendem a ser tão imaturos emocionalmente quanto a mãe ou a esposa/ex-mulher. Para que não se sinta envergonhada e ainda mais culpada por estar tentando processar esta perda de forma honesta e aberta, quando necessitar de companhia para compartilhar a sua dor recorra a amigos compreensivos e empáticos que aceitam a sua situação sem tentar “resolvê-la”, mas que toleram e respeitam o seu desconforto emocional sem insistir em diminui-lo a todos os custos.

Faça terapia

Fazer o luto da mãe narcisista é uma tarefa difícil. Filhas de mães narcisista costumam sentir-se imensamente solitárias e perdidas em sua dor, a ponto de acreditarem que não têm a quem recorrer para lidar com o próprio sofrimento de forma produtiva. Ninguém nos prepara para o luto ou para reconhecer a irracionalidade dos próprios pais. “Falar mal da mãe”, conversar a respeito de eventos traumáticos ou perdas emocionais ocorridas no ambiente familiar ainda é um assunto tabu. A tendência generalizada é evitar o tema, reagir de forma estoica e normalizar o sofrimento do outro com chavões do senso comum, atitudes e mensagens positivas demasiado rígidas que só tendem a invalidar a importância do luto e os sentimentos antagónicos que os acompanha. Eu recomendo muitíssimo a terapia para filhas de mãe narcisistas que precisam de apoio emocional para enfrentar os desafios desta etapa em suas jornadas. Uma terapeuta com experiência no tratamento do trauma, mães tóxicas e/ou relacionamentos disfuncionais pode auxiliá-la neste momento tão especial, fazendo com que se sinta aceita e em paz consigo mesma.

Aprenda a viver com a perda

Ninguém vem ao mundo como filha de mãe narcisista por opção, com certeza não foi uma escolha sua. Embora não seja capaz de apontar a mãe ideal, tenta lidar com a destruição do que para você sempre foi um grande sonho. Quando, enfim, você conseguir aceitar esta perda, encontre um lugar em seu coração para este vazio. Nas situações em que se sentir um pouquinho triste ou inadequada por não ter uma mãe verdadeira, permita-se acessá-lo, já que este buraquinho também faz parte de você. Conforte-se por ter tido a coragem de viver uma vida autêntica e celebre a pessoa que você é, inteira, afinal todos somos imperfeitos e vulneráveis.



Michele Engelke