Dizem os Budistas que um dos venenos do mundo é o apego.
A partir do momento em que o espírito encarna, começa o litígio que irá durar a vida inteira, entre a vontade do espírito e as necessidades do corpo. Entre o que queremos e o que precisamos. Entre ir ou ficar. Entre ser ou ter. Entre o que está dentro e o que está fora. Entre o nosso Sol e a nossa Lua.
Espírito e corpo é a dualidade encarnada e o segredo de uma vida feliz passa por fazermos deste equilíbrio interno uma prioridade.
No entanto, embora seja relativamente simples de explicar, o conceito de equilíbrio é um processo desafiante que vai ser vivenciado através de inúmeras experiências ao longo de várias vidas a ser atingido.
A ignorância sobre o processo de evolução espiritual, leva a maioria a nem sequer reconhecê-lo e muito menos a cumpri-lo positivamente e prova disso são os poucos seres humanos, de diferentes culturas, tempos e formas que atingiram o grau de Mestria.
Mas se a Mestria é o equilíbrio da dualidade, muito antes de estarmos preparados e despertos para o equilíbrio, precisamos antes fazer a experiência da dualidade e isso implica a aceitação de ambas as partes. Implica a rendição e a aceitação dos dois pólos da realidade. Implica fazer o desapego daquilo que queremos (só uma das partes ou a parte positiva) para podermos então estar disponíveis para aceitar o outro lado. Ou seja, precisamos aprender a confiar que todos os movimentos da vida estão apoiados neste princípio.
Que há que respeitar os dois pratos da balança quando o objectivo é o meio.
Quanto mais abertos estivermos para as várias experiências de ambos os lados, mais vamos sendo capazes de observar o fenómeno. O mundo tal como o vemos é isso mesmo, um parque gigante de experiências da dualidade onde cada um, apoiado pelas leis universais, irá atingir o seu equilíbrio algures no tempo.
Diz uma frase de Gandhi: "Não há caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho".
Felicidade ou equilíbrio é o objectivo e obviamente que não deve depender de circunstâncias exteriores, como nos mostraram todos os mestres das mais variadas maneiras.
Infelizmente ainda há muitos que fazem da felicidade um destino, ignorando a riqueza da viagem e pagando preços caríssimos pela mesma.
Este ano e em particular estes dois últimos meses trouxeram muitas propostas intensas, levaram muitos aos seus limites, revelaram onde, como e com quem estávamos a criar apegos e dependências que impedem a balança de atingir o seu equilíbrio.
Confiemos que tudo faz parte, tanto o que vai como o que chega, tanto o positivo como o negativo, por isso resta-nos sermos observadores das energias em movimento. Abençoemos o processo e preparemo-nos para novas propostas de equilíbrio até ao fim do ano.
Na viagem de evolução permanente em que todos nos encontramos, há alturas em que estamos mais ocupados em abrir novas portas, em conquistar novo terreno e trabalhar uma melhorada ou mais elevada versão de nós próprios.
Outras, pelo contrário, percebemos que é tempo de abordar velhos assuntos, de limpar velhos padrões e fechar portas que não pretendemos voltar a cruzar.
Este ano, principalmente a segunda parte, estaremos todos mais voltados para trás do que para a frente, embora sempre com a consciência de que tudo está a servir o propósito de evolução e que mesmo virados para assuntos do passado, o tapete rolante estará a andar para a frente.
Assim sendo, sempre que o passado se apresentar, procuremos honrá-lo, integrando todas as suas lições e aprendizagens:
1. Faz as pazes com quem tu eras quando criaste esse mesmo passado.
2. Reconhece o quanto foi importante para te trazer onde estás hoje, validando as dores que fizeram parte do processo.
3. Agradece a quem te ajudou a evoluir e tem compaixão por quem ainda não consegue sair da velha vibração.
4. Resiste à tentação de alimentar esses velhos padrões. Lembra que tu já não és aquela pessoa.
5. Valida a pessoa que és hoje e todo o potencial que resgataste em ti.
6. Liberta em amor e gratidão o que hoje já não confere contigo.
Vera Luz
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