sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Corinna Confesses


Tyler  Rayburn 







To think that my eyes once could draw your eyes down for a moment,
    From their lifting and straining up toward the opulent heights—
To think that my face was the face you liked best once to look on,
    When fairer ones softened to pleading ’neath shimmering lights!

Regret you? Not I! I am glad that your proud heart disowned me,
    The while it was lying so sullenly under my feet;
Since Love was to you but a snare and a pain, and you knew not
    Its height and its depth, all unsounded, and soundless, and sweet.

Too dark was the shadow that fell from your face bending over me—
    Too hot was the pant of your breath on the spring of my cheek!
I but dimly divined, yet I shrank from the warring of passions
    So strong that they circled and shook me while leaving you weak.

Acknowledge! You knew not aright if you loved me or hated;
    But you pushed me aside, since I hindered your seeing the heights.
They were but the cold, barren peaks up which selfish sould clamber,
    And for which they surrender the gardens of scented delights.

From where I am sitting I watch your lone steps going upward,
    And to-night I am back in those nights that we knew at the start.
I think of your eyes dark with pain, full of thwarted caressings,
    And suddenly, after these years, from my hold slips my heart!

But no matter! There’s too much between us—we cannot go back now
    I’m glad of it!—yes, I will say it right on to the end!—
I’m glad that my once sore-reluctant, tempestuous lover
    Hasn’t leisure nor heart now to be my most leisurely friend!

My lover! Why how you would fling me the word back in fury!
    Remembering you loved me at arms’ length, in spite of denial;
That the protests were double: each went from the struggle unconquered:
    The hour of soft, silken compliance was not on our dial.

You were angry for loving me, all in despite of your reasoning—
     I was angry because you were able to hold your love down;
And jealous—because in the scales of your logic you weighed me,
    And slighted me for the dry bread of a sordid renown.

So I laughed at your loving—I laughed in the teeth of your passion;
    And I made myself fair, but to stand in you light from sheer malice;
Delighting to hold up the brim to the lips that were thirsting,
    While I scorned to let fall on their dryness one drop from the chalice!

Alas, for the lips that are strange to the sweetness of kisses—
    The kisses we dream of, and cry for, and think on in dying!
Alas, for unspoken endearments that stifle the breathing;
    Since such in the depths of two hearts, never wedded, are lying!

You say, “It is best!” but I know that you catch your breath fiercely.
    I say, “It is best!” but a sob struggles up from my bosom;
For out of a million of flowers that our fingers are free of,
    The one that we care for the most is the never-plucked blossom.

Yet, O, my Unbroken, my strong one—too strong for my breaking!—
    I am glad of the hours when we warred with each other and Love:
Though you never drew nearer than once when your hair swept my fingers
    And their touch flushed your cheek as you bent at my side for my glove.

Never mind! I felt kisses that broke through the bitterest sayings.
    Never mind! since caresses were hid under looks that were proud.
Shall we say there’s no moon when she leaves her dear earth in the shadow
    And hides all her light in the breast of some opportune cloud?

Yet this germ of a love—could it ever have bourgeoned to fulness?—
    For us could there ever have been a sereneness of bliss,
With the thorns overtopping our flowers, turning fondness to soreness?
    Ah, no! ’twas a thousand times better it ended like this!

And yet, if I went to you now in the stress of your toiling—
    If we stood but one moment alone while I looked in your eyes—
What a melting of ice there would be! What a quickening of currents!
    What thrills of despairing delight betwixt claspings and cries!




Laura Redden Searing
(under the pseudonym Howard Glyndon)





O Cego





Queria inventar uma história para ti, disse o cego alisando-lhe a mão.
Já procurei em todo o meu escuro e o que aparece é um eco muito repetido de coisas que já todos disseram, contaram, inventaram.
Posso falar-te de mim.
Ainda vens longe e já sei que vens. Escuto os passos e sei quem os dá. Cheiro-te quando entras para confirmar ou para acabar a imagem que me nasce no cérebro.
Sinto agora bem melhor do que quando via. O pior de mim foi aprender a não ver. Depois de tiradas as vendas continuei perdido. Adiantei as mãos como fiz desde que soube que teria de ficar cego por um tempo. Muito do que tocava não tinha recorte nem nome.
Depois, sim. Toco e toda a força de sentir me passa aos dedos. Tessitura, calor e humidade. Se acontece saber logo o que pode ser, sinto o odor e muitas vezes evoco o sabor até de beijos antigos que sepultei onde só com mil regressos acho.
Passei a associar tudo, a conhecer as sequências, a registar os mínimos detalhes. Reside nisso a cor que fui esquecendo. Diz-me vermelho e ver-me-ás tenso, preocupado, receoso. Temo muito o que, como o vermelho, grita, aparece sem aviso e se impõe. Em boa verdade já o transformei em sons e força. Temo-o por ser cor de fogo, de paixão, de sangue. Já o branco, porque nada me diz, me deixa indiferente enquanto o negro, cor da minha vida desperta, me relaxa, úbere, como se fosse o mapa do que há no meu universo de vozes, silêncios, aragens.
Beijas-me e a minha língua te lê por inteiro.
Hoje sei que estás porque prescindes dos meus olhos.
Estás por amar-me sem eles.


Rogério Edgardo Xavier





quarta-feira, 29 de agosto de 2018

................................... mentalidade pequenina de quintal





A noção (e portanto, o "problema", porque são as nossas noções que no-los criam) das 'fronteiras', dos 'imigrantes' e dos "refugiados" perpetuar-se-ão enquanto a mentalidadezinha do homem pensar em termos de nações, países, posses, e quintais - em vez de pensar 'Planeta, Sistema Solar, Cosmos'. 

Nuno Michaels




This is My Life



Abdullah Evindar 




To feed my soul with beauty till I die;
To give my hands a pleasant task to do;
To keep my heart forever filled anew
With dreams and wonders which the days supply;
To love all conscious living, and thereby
Respect the brute who renders up its due,
And know the world as planned is good and true—
And thus —because there chanced to be an I!

This is my life since things are as they are:
One half akin to flowers and the grass:
The rest a law unto the changeless star.
And I believe when I shall come to pass
Within the Door His hand shall hold ajar
I’ll leave no echoing whisper of Alas!



William Stanley Braithwaite





Livro do Desassossego - Fernando Pessoa






“O coração, se pudesse pensar, pararia.”

“...não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.”

“É uma vontade de não querer ter pensamento, um desejo de nunca ter sido nada, um desespero consciente de todas as células do corpo e da alma. É o sentimento súbito de se estar enclausurado na cela infinita. Para onde pensar em fugir, se só a cela é tudo?”

“A solidão desola-me. A companhia oprime-me. A presença de outra pessoa desencaminha-me os pensamentos.”

“Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria.”

“Mais terrível do que qualquer muro, pus grades altíssimas a demarcar o jardim do meu ser, de modo que, vendo perfeitamente os outros, perfeitissimamente eu os excluo e mantenho outros.”

“Dá-se em mim uma suspensão da vontade, da emoção, do pensamento, e esta suspensão dura magnos dias. (...) Nesses períodos de sombra, sou incapaz de pensar, de sentir, de querer. (...) Não posso; é como se dormisse e os meus gestos, as minhas palavras, os meus atos certos, não fossem mais que uma respiração periférica, instinto rítmico de um organismo qualquer.”

“O oráculo que disse “Conhece-te” propôs uma tarefa maior que as de Hércules e um enigma mais negro que o da Esfinge.”

“Da nascença à morte, o homem vive servo da mesma exterioridade de si mesmo que têm os animais.”

“Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha."

“Escrevo embalando-me, como uma mãe louca a um filho morto.”

“Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.”

“O meu desejo é fugir. Fugir ao que conheço, fugir ao que é meu, fugir ao que amo. (...) Quero não ver mais estes rostos, estes hábitos e estes dias.”

“Eu mesmo, que sufoco onde estou e porque estou, onde respiraria melhor, se a doença é dos meus pulmões e não das coisas que me cercam?”

“Sou qualquer coisa que fui. Não me encontro onde me sinto e se me procuro, não sei quem é que me procura. Um tédio a tudo amolece-me. Sinto-me expulso da minha alma.”

“Sou uma prateleira de frascos vazios.”

“Sou uma espécie de carta de jogar, de naipe antigo e incógnito, restando única do baralho perdido. Não tenho sentido, não sei do meu valor, não tenho a quem me compare para que me encontre, não tenho a que sirva para que me conheça.”

“Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo.”

“Meu coração dói-me como um corpo estranho. Meu cérebro dorme tudo quanto sinto.”

“Minhas pálpebras dormem, mas não eu.”

“Parece-me que sonho cada vez mais longe, que cada vez mais sonho o vago, o impreciso, o invisionável.”

“A alma humana é um abismo escuro e viscoso, um poço que se não usa na superfície do mundo”

“No baile de máscaras que vivemos, basta-nos o agrado do traje, que no baile é tudo. Somos servos das luzes e das cores, vamos na dança como na verdade...”

“Sou os arredores de uma vila que não há. (...) Sou uma figura de romance por escrever.”

“A liberdade é a possibilidade de isolamento. (...) Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”

“...certas personagens de romance tomam para nós um relevo que nunca poderiam alcançar os que são nossos conhecidos e amigos, os que falam conosco e nos ouvem na vida real.”

“...como tudo dói se o pensamos como conscientes de pensar, como seres espirituais em que se deu aquele desdobramento da consciência pelo qual sabemos que sabemos!”

“A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade (...). A arte serve de fuga para a sensibilidade que a ação teve que esquecer.”

“O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo.”

“Dói-me o universo porque a cabeça me dói.”

“A memória, afinal é a sensação do passado... e toda sensação é uma ilusão.”

“Fechos subitamente portas dentro de mim, por onde certas sensações iam passar para se realizarem.”

“A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.”

“Há qualquer coisa de longínquo em mim neste momento. Estou de fato à varanda da vida, mas não é bem desta vida. (...) Sou todo eu uma vaga saudade, nem do passado, nem do futuro: sou uma saudade do presente, anônima, prolixa e incompreendida.”

“Errei sempre os gestos que ninguém erra; o que os outros nasceram para fazer, esforcei-me sempre para não deixar de fazer. Desejei sempre conseguir o que os outros conseguiram quase sem o desejar. Entre mim e a vida houve sempre vidros foscos: não soube deles pela vista, nem pelo tato; nem a vivi essa vida ou esse plano, fui o devaneio do que quis ser, o meu sonho começou na minha vontade...”

“Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais do que ser uma dor que nós temos.”

“O maior domínio de si próprio é a indiferença por si próprio.”

“A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo, porque sempre faz tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.”

“Amanhã também eu – a alma que sente e pensa, o universo que sou para mim – sim, amanhã eu também serei o que deixou de passar nestas ruas (...) E tudo quanto faço, tudo quanto sinto, tudo quanto vivo, não será mais que um transeunte a menos na quotidianidade de ruas de uma cidade qualquer.”






terça-feira, 28 de agosto de 2018

HOMEOPTOTO


Carlo Tarsia





Soubesse eu que me aceitas
Sentisse eu nos meus passos a firmeza que tem
nos seus a criança que vai para a escola
levada pelos olhos imensos da mãe
tivesse todo o meu ser a configuração
bastante pra caber na tua longa mão
e lá morrer essa mão onde todas as loucuras são
possíveis fosse a tua presença mais do que eu não ter
mais ninguém a meu lado
Não estivesse eu sujeito ao inverno que vem
mais carregado de memórias do que ninguém
E eu não procuraria este meu nome em vão
na folha que descreve o vento
nesta fronte onde vêm repousar as moscas
fronteira do meu pensamento
nas crianças de gestos decisivos
ou noutros pobres seres transitórios
(Nem tanta servidão precisaria para libertar
umas simples palavras do tempo)

Viesses tu beleza sempre antiga e sempre nova
encher aquela mão que abre
dentro de mim a inquietação
e a minha humilde prece tomaria a forma
do mais agudo ângulo das tuas duas mãos
onde toda a paisagem triangular termina
O teu silêncio ondularia menos que qualquer planície
tão pouco ambíguo como não sei que nuvem

Colhesses um por um os meus passos dispersos
achasses-me nos meus perdidos versos
e eu não repousaria nas ideias que estendo como mantas
nalgum pinhal à hora da sesta perto do mar
O teu lugar
seria sempre no côncavo do sonho
eu não me esqueceria
de agora ou logo ir-te lá buscar
E nestas tardes que sobre nós desdobras
passariam as dobras dos cuidados
Em nós quaisquer outonos morreriam 


Ruy Belo 
in, "Obra Poética de Ruy Belo" - Vol. 1







Flor de Lótus





A natureza é tão apaixonante que nos dá as respostas mais inesperadas quando nem sequer pensávamos que poderia existir mais além da nossa própria mente, das nossas próprias esperanças e do nosso próprio desejo de seguir em frente. Longe de mostrar uma realidade monótona e previsível, cada canto no qual a natureza brota com liberdade nos deixa um novo ensinamento sobre o que significa habitar este mundo.

Não apenas é generosa para com a ciência, mas também com nossos próprios sentidos e com nossa própria espiritualidade. Tanto é verdade que, na grande diversidade de manifestações, espécies e fenómenos que provoca, nos deparamos com autênticas lições de como enfrentar a vida. Autênticas teorias psicológicas sem controle de variáveis nem análise de confiabilidade ou validade, mas que contêm uma mensagem cuja beleza e significado é indiscutível.

Dentre todos os fenómenos infinitos e curiosos da natureza está a flor de lótus. Um fenómeno que é uma metáfora apaixonante sobre a vida e as adversidades que enfrentamos todos os dias.


A flor de lótus
A flor de lótus é um tipo de lírio d’água cujas raízes têm a base na lama e no lodo de lagoas e lagos. A flor de lótus possui a semente com maior longevidade e resistência: pode aguentar até 30 séculos antes de florescer sem perder a sua fertilidade.

A flor de lótus é símbolo de pureza e beleza que pode surgir em um terreno alagadiço.

Esta bela flor emerge e se nutre de barro, em pântanos ou lugares alagadiços, e quando floresce se eleva sobre o lodo. De noite, as pétalas da flor se fecham e ela mergulha sob a água. Ela se fecha para mergulhar, mas ao amanhecer se levanta novamente sobre a água suja, intacta e sem restos de impureza por causa da disposição das suas pétalas em forma de espiral.

A flor de lótus tem a peculiaridade de ser a única flor que é fruto ao mesmo tempo: o fruto tem a forma de cone invertido e está no seu interior. Quando a flor está fechada ela não tem cheiro, mas quando se abre o seu aroma lembra o jacinto. Muitos consideram o seu aroma hipnotizante, capaz de alterar o estado da consciência.


Mitologia sobre a flor de lótus
O fascínio por esta flor fez com que ela se tornasse um símbolo fundamental para diversas civilizações ao longo da história. A flor de lótus é considerada sagrada e um dos símbolos mais antigos com diversos significados para os países do Oriente, embora também encontremos diversas referências a elas no mundo ocidental.

Na mitologia grega, os lotófagos eram um povo místico que os antigos identificavam como os habitantes de uma povoado ao nordeste da África. Diz a lenda que uma bela deusa se perdeu em um bosque até chegar a um lugar onde abundava o lodo, denominado lótus, onde ela afundou.

Este espaço havia sido criado pelos deuses para os seres cujos destinos haviam sido fracassar na vida. Contudo, a jovem lutou durante milhares de anos até que conseguiu sair dali transformada em um bela flor de lótus, simbolizando o triunfo da perseverança diante das situações adversas.

No contexto budista, o lótus serve como assento ou trono para Buda e indica um nascimento divino. No mundo cristão, a flor de lótus é o lírio branco que significa tanto fertilidade quanto pureza. Tradicionalmente, o Arcanjo Gabriel leva para a Virgem Maria o lírio da Anunciação.


A flor de lótus e o seu significado para a psicologia

A flor de lótus representa o poder da resistência psicológica como capacidade para transformar a adversidade em potencialidade. Suzanne C. Kobasa, psicóloga da Universidade de Chicago, conduziu várias pesquisas nas quais detectou que os indivíduos com personalidade resistente têm uma série de características em comum. Costumam ser pessoas de grande compromisso, controle e orientadas ao desafio.

“As pessoas mais belas com as quais tive a oportunidade de me encontrar são aquelas que conheceram a derrota, conheceram o sofrimento, conheceram a luta, conheceram a perda e encontraram o seu jeito de sair das profundezas.”
-Elisabeth Kübler-Ross-


Mais tarde esta explicação foi transformada no termo resiliência, a essência da personalidade resistente.

A resiliência é definida como a capacidade dos indivíduos de superar períodos de dor emocional e grandes adversidades.

A flor de lótus implica uma metáfora maravilhosa de como existem pessoas capazes de dobrar a dor e desdobrá-la posteriormente em forma de serenidade, autocontrole e persistência.




O LÓTUS  e o LÍRIO  – As flores da alma

O lótus é a flor sagrada dos hindus e dos egípcios; é o simbolo de Horus e Brahma.
Ele é encontrado em todos os Templos do Nepal e do Tibet e representa o poder de regeneração da vida e a produção da natureza pelo poder do fogo e da água.

Na mitologia do Budismo, Mahâ-Mâyâ  (ou Mahâ Devi) a mãe de Gautama Buda deu a luz seu filho anunciado pelo Bodhisattva que apareceu ao pé do seu leito com um lótus na mão.

No ocultismo o lírio tem o mesmo significado para o Ocidente.
Maria deu a luz seu filho Jesus depois da anunciação feita pelo Arcanjo Gabriel com um lírio na mão. Horus também é representado com lótus.Imagem relacionada

O lótus é o resultado do fogo e da água que nos remete ao simbolismo dual da matéria e o espírito.
O Eterno é o espírito do fogo que desperta e frutifica e cria uma forma concreta para tudo o que sai da terra ou da água.

É com o calor do fogo que se fundem e transformam os metais; a água esfria, mas não acaba com o fogo. O que elimina o fogo e o apaga é a falta de oxigênio. Ao aumentar a água o oxigênio diminui.

O lótus nasce da água, se ilumina, abre suas flores e brilha pela ação do fogo.
O lírio também traz sua brancura imaculada da terra pura. Ambos representam o espírito ou a alma que busca seu caminho.

‘No início tudo era escuridão’, dissem as escrituras sagradas, mas a Luz se fez e tudo se iluminou.
O ocidente tentou que o cristianismo ocupasse o lugar do lótus com o lírio, mas esqueceu de que a natureza se manifesta com perfeição e não através de crenças que, mesmo sendo idênticas, querem se mostrar diferentes.

Sempre que o lírio ou o lótus aparecem representam a transmutação da escuridão em Luz; é o invisível que passa do desconhecido conscientemente ao concreto como forma visível.
É o momento da ‘tomada de consciência’ em relação a situações da vida que parecem escuros, mas precisam se iluminar à Luz da sabedoria.

Este é o momento do insight em psicologia, é quando ‘acordamos’ e abrimos os olhos para poder ver melhor a realidade. A Luz e pureza do lírio e do lótus são magníficos e nos impressionam porque acionam o cérebro para a memória celular levando-nos imediatamente à boa lembrança da Luz e do Paraíso, do Éden em que tudo era Luz.

Por isso que se na meditação ou em sonhos quando aparecem lírios ou lótus sempre são bons presságios.


Rakel Possi





Venerada em muitos lugares, desde Índia, China, Japão e Egito, a flor de Lótus durante muito tempo simbolizou a criação, a fertilidade e, sobretudo, a pureza, uma vez que essa bela flor emerge das águas sujas, turvas e estagnadas. Além disso, representa a beleza e o distanciamento pois cresce sem se sujar nas águas que a envolvem (a raiz está na lama, o caule na água e a flor no sol).

Na crença hindu, simboliza a beleza interior: “viver no mundo, sem se ligar com aquilo que o rodeia”.

No Egito, essa flor atípica simboliza a “origem da manifestação”, ou seja, o nascimento e o renascimento visto que ela abre e fecha consoante o movimento solar e, ademais, está relacionada com os deuses Nefertem e Re. Vale lembrar que o lótus azul era venerado pelos faraós do Egito por possuir características sagradas e mágicas associadas ao renascimento.

O significado da flor de lótus começa em suas raízes – literalmente! A flor de lótus é um tipo de lírio d’água, cujas raízes estão fundamentadas em meio à lama e ao lodo de lagoas e lagos. O lótus vai subindo à superfície para florescer com notável beleza. O simbolismo está especialmente nesta capacidade de enfrentar a escuridão e florescer tão limpa, tão bonita e tão especial para tantas pessoas.

À noite as pétalas da flor se fecham e a flor mergulha debaixo d’água. Antes de amanhecer, ela levanta-se das profundezas novamente, até ressurgir novamente à superfície, onde abre suas pétalas novamente. Por causa desse ritualismo, os egípcios antigos associavam a flor de lótus com o deus do sol Ra, porque a flor se fecha durante a noite e se abre todas as manhãs com o ressurgimento do sol.

É também a única planta que regula o seu calor interno, mantendo-o por volta dos 35º, isto é, a mesma temperatura do corpo humano. Outra característica peculiar são suas sementes, que podem ficar mais de 5 mil anos sem água, somente esperando a condição ideal de umidade pra germinar.


Lenda da flor de Lótus no budismo

lotusNa lenda do Budismo relata-se que quando o Siddhartha, que mais tarde se tornaria Buda, deu os seus primeiros sete passos na terra, sete flores de lótus brotaram. Assim, cada passo dele representa um degrau no crescimento espiritual.

Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (dhyana) está simbolizada pela abertura das pétalas das flores de lótus, que podem estar totalmente fechadas, semiabertas ou completamente abertas, dependendo do estágio da expansão espiritual.


Lenda da flor de lótus no hinduísmo

Na Índia, uma pequena lenda conta a historia de sua criação: Um dia, reuniram-se para  uma conversa, à beira de um lago tranquilo cercado por belas árvores e coloridas flores, quatro lendários irmãos. Eram eles o Fogo, a Terra, a Água e o Ar.

Como eram raras as oportunidades de estarem todos juntos, comentavam como haviam se tornado presos a seus ofícios, com pouco tempo livre para encontros familiares. Mas a Água lembrou aos irmãos que estavam cumprindo a lei divina, e este era um trabalho que deveria lhes trazer o maior dos prazeres.

Assim, aproveitaram o momento para confraternizar e contar, uns aos outros, o que haviam construído – e destruído – durante o tempo em que não se viam. Estavam todos muito contentes por servirem à criação e poderem dar sua contribuição à vida, trabalhando em belas e úteis formas.

Então se lembraram de como o homem estava sendo ingrato. Construído ele próprio pelo esforço destes irmãos, não dava o devido valor à vida. Os irmãos chegaram a pensar em castigar o homem severamente, deixando de ajudá-lo. Mas, por fim, preferiram pensar em coisas boas e alegres.

Antes de se despedir, decidiram deixar uma recordação ao planeta deste encontro. Queriam criar algo que trouxesse em sua essência a contribuição de cada um dos elementos, combinados com harmonia e beleza. Sentados à beira do lago, vendo suas próprias imagens refletidas, cada um deu sua sugestão e muitas ideias foram trocadas. Até que um deles sugeriu que usassem o próprio lago como origem.

Que tal um ser vivo que surgisse da água e se crescesse em direção ao céu? Uma vegetal, talvez? Decidiram-se, então, por uma planta que tivesse suas raízes rente à terra, crescesse pela água e chegasse à plenitude do ar. Ofereceram, cada um, o seu próprio dom. A Terra disse: “darei o melhor de mim para alimentar suas raízes”.

A Água foi a próxima: “Fornecerei a linfa que corre em meus seios, para trazer-lhe força para o crescimento de sua haste”. “E eu lhe cercarei com minhas melhores brisas, dando-lhe minha energia e atraindo sua flor”, disse o Ar. Então o Fogo, para finalizar o projeto, escolheu o que de melhor tinha a oferecer: “ofereço o meu calor, através do sol, trazendo-lhe a beleza das cores e o impulso do desabrochar”.

Juntos, puseram-se a trabalhar, detalhe a detalhe, na sua criação conjunta. Quando finalizaram sua obra, puderam se despedir em alegria, deixando sobre o lago a beleza da flor que se abria para o sol nascente. Assim, em vez de punir o ser humano, os quatro irmãos deixaram-lhe uma lembrança da pureza da criação e da perfeição que o homem pode um dia alcançar.


Lendas egípcias da flor de lótus

A flor de Lótus é uma planta sagrada no Egito Antigo, onde é retratada no interior das  lótus azulpirâmides e nos antigos palácios do Egito. Segundo uma lenda, a flor está relacionada à criação do mundo e o umbigo do Deus Vishnu, onde teria nascido uma brilhante flor de lótus e desta teria surgido outra divindade, o Brahma, o criador do cosmo e dos homens. Outra lenda egípcia diz que o deus do sol Horus, nasceu também de uma flor de Lótus.


in, Japão em Foco




sexta-feira, 24 de agosto de 2018

HE WALKS WITH HIS CHIN IN THE AIR


Bella von Einsiedel




Life in you is an incurious madness. 
Tell me, how good is life that is not known 
And is but felt, like wind against the temples, 
Like touch beneath the feet, of turf or stone? 

But do not hear me, lover of life; an answer 
Is burning like a sorrow in my breast: 
There is flame in feeling, fineness in the knowing, 
And who shall say which way of life is best? 

Pass on, seeker, seeking the touch of spaces. 
Many the ways of life, and many a one 
Is all too brief a fluttering of hours 
To serve our purpose here beneath the sun.


Hazel Hall






James Blake 'Vincent'

                                                 





Ancient megalithic sites





As more and more ancient megalithic sites are discovered world-wide, we see a pattern emerging in not only their construction techniques, but as well of their structural fundamental geometric ratios, proportions and even in their orientation in relation to Earth's magnetic field. Here is a great world map that features the locations of some of the more significant sacred ancient sites from around the globe... 

Nassim Haramein




quarta-feira, 22 de agosto de 2018

A Vida Continua





A realidade exige 
que por igual seja dito: 
a vida continua. 
Seja em Cannae, em Borodino, 
nos campos de Kosovo ou em Guernica. 

Há um posto de abastecimento
na pequena praça de Jericó, 
estão pintados de fresco 
os bancos de jardim na Montanha Branca. 
Trocam-se cartas 
entre Pearl Harbour e Hastings, 
uma carrinha de mobílias passa 
sob o olhar do leão de Queroneia, 
e, nos pomares em flor dos arredores de Verdun, 
a frente que se estende é só atmosférica. 

Tanto é o Tudo 
que nada velado está o Nada. 
Chega até nós a música dos iates em Ácio, 
e há pares nas cobertas, a dançar ao sol. 

Tanta coisa ocorre de contínuo 
que tem de ocorrer em toda a parte. 
Onde pedra sobre pedra houver, 
haverá um carro de gelados 
cercado de meninos. 

Onde havia Hiroshima 
há de novo Hiroshima 
e fábricas de coisa variadas 
para usar no dia-a-dia. 

Não faltam esplendores a este horroroso mundo, 
nem madrugadas 
para as quais vale a pena despertar. 

Nos campos de Maciejowice 
é verde a relva 
e na relva, como usa ser na relva, 
é transparente o orvalho. 

Talvez não haja lugares como os campos de batalha, 
uns ainda lembrados, 
outros esquecidos já, 
os bosques de cedros e os pinhais, 
as neves e as areias, pântanos de arco-íris 
e os trigais tremeses do negro flagelo, 
onde nalguma súbita aflição 
nos agachamos debaixo de um arbusto. 

A moral que decorre de tudo isto - porventura nenhuma. 
O que corre com certeza é algum sangue estancado depressa, 
e sempre algumas nuvens, alguns rios. 

Nos passos trágicos, 
o vento arranca das cabeças os chapéus 
e não há nada a fazer -
achamos graça.


Wislawa Szymborska




Pais queixam-se dos filhos, filhos queixam-se dos pais







É conhecido o choque de gerações.
Embora a maturidade e a experiência de vida sejam as duas normais grandes fontes de atrito entre pais e filhos, existe uma outra bem pior que, ao contrário da maturidade e a experiencia de vida, poderia ser evitável; a idealização. 
Todos os dias nas consultas, pais queixam-se dos filhos, filhos queixam-se dos pais, ambos curiosamente pela mesma razão; “Eles não são/foram o que eu queria que eles fossem ou não me dão/deram o que eu precisava.”

Esta ilusão de procurarmos a perfeição no outro e de o idealizarmos exageradamente, leva-nos a grandes desilusões, frustrações e as mais variadas dores emocionais que normalmente passam pela solidão, rejeição, abandono, violência, etc. sem o devido entendimento das forças invisíveis que fizeram juntar pais e filhos, vamos perpetuar essas mesmas dores e viver num estado permanente de vitimização, de sensação de injustiça, de impotência e resistência que nada mais são do que fruto da ignorância em relação aos movimentos da vida.

Resistimos o mais que podemos a assumir a responsabilidade pelo que a nossa energia atrai pois é tão mais fácil por a “culpa” nas costas do outro do que assumirmos o poder de sermos criadores da nossa realidade, seja ela negativa ou positiva. O problema com a projeção é que culpar o outro não resolve o problema, não nos permite evoluir e transcender a frequência em que estamos.

Mais cedo ou mais tarde, por consciência ou desespero, procuramos abordagens diferentes e acabamos por perceber o que até ali nos recusávamos a aceitar:


  • Que somos responsáveis pelo estado da nossa energia.
  • Que o fenómeno dos espelhos é o que nos permite ver de fora o que carregamos em nós.
  • Que a lei do karma irá sempre devolver-nos as consequências dos nossos atos passados.
  • Que a lei da atração irá mostrar-nos o estado da nossa energia fazendo-nos atrair energias idênticas.
  • Que o que atraímos não se limita ao que somos hoje, mas ao que carregamos também de inconsciente, tanto de vidas passadas como de potencial futuro.


Porque a nossa educação espiritual não nos ensinou esta visão e estas leis, passámos a julgar, criticar, projectar e culpar o outro quando na verdade o outro foi escolhido e está na nossa vida, não por aquilo que idealizámos como pais ou filhos, mas porque são as energias que precisamos para cumprirmos a nossa história.

Percebermos por exemplo que as desafiantes características daquela mãe ou daquele pai difíceis, são na verdade velhas expressões de nós próprios em vidas passadas, que ainda precisamos curar em nós, irá ajudar-nos a olhar esses mesmos pais com a humildade e compaixão de quem já aceita essas mesmas características em si mesmo. Idêntico fenómeno se passa com os filhos que tanto podem ser espelhos das nossas questões passadas e por isso nos escolheram como pais para os ajudarmos a curá-las, como podem ser a representação de um potencial futuro de cura e por isso nos chocam pela sua diferença e por serem capazes do que para nós ainda é difícil ou impensável.

Porque cada um de nós tem uma energia pessoal, condicionada pelos padrões karmicos tanto pessoais como familiares, cada história deve ser analisada individualmente e por isso a comparação é inútil e impede-nos de ver das verdadeiras razões do papel das pessoas na nossa vida. E embora pais e filhos escondam muitas vezes as propostas mais fortes, precisamos levar o mesmo principio para todas, mas mesmo todas as pessoas que estão presentes na nossa realidade pessoal.

Se ainda não percebeste quem te rodeia e te achas vitima de pais ou filhos difíceis, vem descobrir qual o papel deles para que possas curar e transcender essas energias. Sem esse entendimento, elas irão manter-se e materializar-se noutras pessoas à nossa volta.


Vera Luz





terça-feira, 21 de agosto de 2018

POEMA DE AMOR






Os segredos de amor têm profundezas difíceis de alcançar, 

tal como a chuva que hoje cai e nos molha na calçada a face,

nós olhando triste uma saudade imensa

num corpo de mulher metamorfoseada. 



Sou demasiado são para me esquecer

do tempo apaixonado que vivi nos teus braços

e bebo no teu um coração meu

adormecido no mar do meu cansaço

ou no rio das minhas secas lágrimas. 



Tardará muito, se é que as horas contam, 

ver-te, de novo, perto de mim, longe, 

mas eu espero, sou paciente e, no meu canhenho, aponto, 

um dia a menos, o da tua chegada. 

E assim me fico, rente ao horizonte,

abrigado da chuva numa cabine telefónica,

e ligo para ti - que número? - ninguém responde

do oceano que avança e retrai colinas,

o vulto de um navio, tu na amurada

acenando um lenço, ó minha pomba branca!...



Como se tempestade houvesse e um naufrágio de chuva

- as vidraças escorrem, as árvores liquefazem-se... - 

escurecendo os teus cabelos,

ou, se preferes, a minha boca neles 

carregada de ilhas, de nocturnos perfumes

que ateiam lumes, ó minha idolatrada, 

na minh' alma inquieta um outro bater d' asas

ou num jardim um leito de flores!...



Ruy Cinatti
in, Obra Poética




CONSTRUÇÃO





Gosto demais do Fabricio Carpinejar, de quem tenho o privilégio de ser amiga. E é para prestigiá-lo que abro essa crônica com uma citação extraída da ótima entrevista que ele deu para a revista Joyce Pascowitch: “O início da paixão é estratosférico, as pessoas não param quietas exibindo tudo que podem fazer. Depois passam a confessar o que realmente querem. A paixão é mentir tudo o que você não é. O amor é começar a dizer a verdade”.

É mais ou menos isso. No começo, a sedução é despudorada, inclui, não diria mentiras, mas um esforço de conquista, uma demonstração quase acrobática de entusiasmo, necessidade de estar sempre junto, de falarem-se várias vezes por dia, de transar dia sim, outro também. A paixão nos aparta da realidade, é um período em que criamos um universo paralelo, é uma festa a dois em que, lógico, há sustos, brigas, desacordos, mas tudo na tentativa de se preparar para algo muito maior. O amor.

É aí que a cobra fuma. A paixão é para todos, o amor é para poucos.

Paixão é estágio, amor é profissionalização. Paixão é para ser sentida; o amor, além de ser sentido, precisa ser pensado. Por isso tem menos prestígio que a paixão, pois parece burocrático, um sentimento adulto demais, e quem quer deixar de ser adolescente?

A paixão não dura, só o amor pode ser eterno. Claro que alguns casais conseguem atingir o Éden – amarem-se apaixonadamente a vida inteira, sem distinção das duas “eras” sentimentais. Mas, para a maioria, chega o momento em que o êxtase dá lugar a uma relação mais calma, menos tórrida, quando as fantasias são substituídas pela realidade: afinal, o que se construiu durante aquele frenesi do início? Uma estrutura sólida ou um castelo de areia?

Quando a paixão e o sexo perdem a intensidade é que aparecem os pilares que sustentam a história – caso existam. O que alicerça de fato um relacionamento são as afinidades (não podem ser raras), as visões de mundo (não podem ser radicalmente opostas), a cumplicidade (o entendimento tem que ser quase telepático), a parceria (dois solitários não formam um casal), a alegria do compartilhamento (um não pode ser o inferno do outro), a admiração mútua (críticas não podem ser mais frequentes que elogios), e principalmente, a amizade (sem boas conversas, não há futuro). Compatibilidade plena é delírio, não existe, mas o amor requer ao menos uns 65% de consistência, senão o castelo vem abaixo.

O grande desafio dos casais é quando começa a migração do namoro para algo mais perene, que não precisa ser oficializado ou ter a obrigação de durar para sempre, mas que não pode continuar sendo frágil. Claro que todos querem se apaixonar, não há momento da vida mais vibrante. Mas que as “mentirinhas” sedutoras do início tenham a sorte de evoluir até se transformarem em verdades inabaláveis.



Martha Medeiros




domingo, 19 de agosto de 2018

PELA VOZ CONTRAFEITA DA POESIA






Ah
onde estão os relógios que nos davam
o tempo generoso
os dedos virtuosos os pezinhos
musicais do tempo
as salas onde o luxo abria a asas
e voava de cadeira em cadeira
de sorriso em sorriso
até cair exausto mas feliz
na almofada muito azul do sono

Onde está o amor a sublime
rosa que os amantes desfolhavam
tão alheios a tudo raptados
pela mão aristocrática do tempo
o amor feito nos braços do regaço
de um tempo fácil
perdulário 
vosso

Hoje não é fácil o tempo
já não é vosso o tempo
viajantes de sonho que divide
doces irmãos da rosa
colunas do templo do Imóvel
prudentes amigos da vertigem
deliciados poetas duma angústia
sem visceras reais
já não é vosso o tempo.

Noivas do invisível
não é vosso o tempo
Relógios do eterno
não é vosso o tempo.


ALEXANDRE O'NEILL
in, TEMPO DE FANTASMAS





19.47° Latitude - O que está localizado na terra a esta latitude?







Se você colocar um tetraedro dentro da esfera, os dois vão se cruzarem a exatamente 19.47° Latitude. Ao fazê-lo, você divide a esfera em dois terços a um terço, exatamente.

O que está localizado na terra a esta latitude? - as pirâmides de teotihuacan no México, mauna-Kea, o maior vulcão do planeta localizado na grande ilha do Havaí (há também baías em ambos os lados da ilha grande direito a 19.47 graus onde as baleias e os golfinhos gostam de dar à luz) Mais o círculo de pedra avebury na Inglaterra.

Em outros planetas no sistema solar: O MAIOR VULCÃO DO SOLARSYSTEM OLIMPO MONS EM MARTE. Em Júpiter, a tempestade de "Big Red Spot" não lef a região de latitude de 19.47 desde que inventámos o telescópio há mais de 350 anos. Em Vênus: Regiões do vulcão Alfa & Beta regio. Em Netuno: a grande mancha escura. Até as erupções solares a sair do sol têm sido mais frequentes a 19.5 graus.

The sphere and the tetrahedron are the most foundational structures in the universe and it is the combination of both a tetrahedral array and the corresponding spheres that surround them that creates what Nassim Haramein theorizes is the dynamic equilibrium structure of the fabric of the vacuum of spacetime itself at the Planck scale: an infinite scalar holographic 3D "flower of life" field-patterning of quantum vacuum fluctuations made of what he calls Planck Spherical Units, the voxels (sperical pixels) that quantize spacetime itself...



Jamie Janover 
in, Resonance Science Foundation











sábado, 18 de agosto de 2018

Carta para um amor






Os nossos companheiros tiveram
a coragem de partir,
vivem nas grandes cidades, com história,
do mundo,
eu fui covarde e fiquei.

Cidade!
nunca fui mais longe do que 
à raia de Espanha.
Creio amar Paris,
conheço Paris dos filmes, a Concórdia
dos postais, a Torre Eiffel divulgada,
Hitler passando sob o Arco do Triunfo.
Amo Paris em Aragon e Eluard,
Paris dos pintores, Paris de Eremburgo.
Amo outras cidades, todas grandes
cidades.
Madrid dos espanhóis e do coração despedaçado,
Stalinegrado das batalhas, Berlim do triunfo.
Nunca fui às grandes cidades,
amo-as porque os homens mas ensinaram
a amar.

Cidade, menina fútil
de pouca história,
carros pequenos nas ruas,
velas na baía, patinadores nos ringues,
terra de sete estuários,
de cinema e cafés buliçosos,
de alegrias e pequenas traições,
leviana, ingénua, snob, bonita,
mulata, branca,
hindu, negra
de cabelos louros e olhos amendoados,
morena sensual,
terra índica, minha terra,
minha amada inocente, prostituída.

Da escada de serviço e do elevador
para o prédio, do prédio para a rua,
da rua para a praça, da praça para a cidade,
da cidade para o subúrbio, onde crescem
a doença, o medo, a fome e o futuro,
(...)

Da escada de serviço e do elevador
para o prédio, do prédio para a rua,
da rua para a praça, da praça para a cidade,
da cidade para o subúrbio, onde crescem
a doença, o medo, a fome e o futuro,
(...)

Nós os humildes e os humilhados,
os que não temos rosto próprio porque somos
o rosto da multidão. Nós, o branco-branco,
o preto-preto e o branco-preto.
(...)

E velho guarda negro
do elevador, a piscar, a piscar um sono
nunca redimido. E o contínuo que não vai
de elevador, mas sobe pela escada de serviço
até o quinto andar, carregando em jeito
de via sacra a bicicleta da firma.
(...)

Na fuligem luminosa do cais, nas zonas
de carga e descarga, na longa fita de asfalto
ardente, na perigosa articulação dos ângulos
de betão do prédio de onze andares.
(...) Os que dormitam
atentos, em bancos públicos de jardim,
(...)

Os que alimentam de miséria a sua miséria
e outros que, estando melhor, a nutrem
na miséria de pequenas e grandes indústrias.
E os que nem sequer a alimentam
no lôbrego ventre de oficinas e fábricas

Toda população flutuante do elevador
e da escada de serviço, do prédio e da rua;
o senhor engenheiro com uma dor de corno
e dois projectos enguiçados; o clínico preso
aos afazeres (cinco prédios, uma hérnia estrangulada
e o consultório cheio de pacientes); o advogado
a correr atrás dos prazos, dos prazos
cada vez mais curtos; a senhora enfrentando
a crise difícil da menopausa, a viúva
de negro que vai ao médico com uma pontada
no baixo-ventre e uma amostra de urina
num frasco embrulhado em papel de jornal.

Esse perfil distante de cimento
e argamassa é toda uma geometria
decantada e gostosa molhando os quadris
deleitados no charco doce da baía.
Diacho, que perfil mais bonito, hem?


Rui Knopfli 
in, O País dos Outros






Eco-Logical





Como vemos o mundo tem um efeito poderoso sobre a forma como nos sentimos e nos comportamos com os outros. Se vemos um mundo em guerra - um mundo de competição e batalha -respondemos a situações dessa forma, defensivamente e agressivamente, a exercer o controle e a dominar. Quando vemos um mundo onde tudo está ligado, os nossos corações abrem-se mais facilmente, para que respondamos mais criativamente, compassivamente e generosamente.

O desafio para a humanidade agora é transformar e transcender as nossas vistas fracturadas, as nossas formas defensivas e competitivas "Ego-Lógico" de pensar. Assim que fizermos isso vamos ser mais capazes de cuidar da natureza, apoiar as pessoas que estão a sofrer e redesenhar os nossos valores sociais mais destrutivos e instituições.

Com o tempo, esperamos que muitos dos nossos problemas desapareçam, sendo resolvidos, ou a dissolver-se bastante naturalmente. Como uma mente febril despertando de delírios, a saúde do nosso planeta e comunidade pode ser restaurada assim que a maior parte de nós abra os nossos corações, mude os nossos valores e transcenda formas excessivamente dualistas de pensar.


~ Christopher Chase





quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A sombra diz...A Luz responde:





A sombra diz: Tanta violência no mundo. O meu dia a dia está cheio de injustiça e pessoas desequilibradas, só vejo sujidade, agressividade, maldade e egoísmo. 
A Luz responde: Sim o mundo tem isso tudo. Mas precisas ajustar as tuas lentes pois também lá estão a justiça, a bondade, o altruísmo e muitas pessoas maravilhosas. Para o teu próprio bem e bem do mundo, confia na lei do equilíbrio e não dês mais atenção ao negativo do que dás ao positivo.


A sombra diz: Os meus pais foram tudo menos perfeitos. Não me deram o amor que eu merecia, não me transmitiram a segurança que eu precisava, foram tudo menos os pais que eu precisava que eles fossem.
A Luz responde: Estás a idealizar pessoas e quem eles, na tua visão, deveriam ser. Eles podem não ser os pais que tu querias mas na visão superior eles são os pais que tu precisavas. Eles são a memória do que tu carregas em ti para curar e libertar de vidas passadas. Os filhos são a promessa de cura de padrões familiares, padrões esses que são reconhecidos através dos pais e por isso se escolheram uns aos outros. Faz a tua parte, reconhece e cura esses padrões em ti e desenvolve a compaixão por quem ainda não os curou.


A sombra diz: Tenho sempre tanto medo de perder o que tenho e quem mais amo, vivo em permanente angústia a tentar proteger-me da perda.
A Luz responde: É um desperdício da tua energia pois a vida é movimento e irá sempre levar velhas experiências, coisas e pessoas e trazer novas mais alinhadas com a nossa evolução. Deves sim aprender a confiar que a sabedoria do Universo sabe melhor e de acordo com a tua missão, o que e quem levar e trazer. Abre o coração e vive sem resistência, sendo apenas um observador do que vai e do que chega.


A sombra diz: Tenho sempre uma sensação de que não presto, de que não sou suficiente, que não mereço a abundância que vejo tantos a viver. As rejeições e perdas que já vivi provam isso mesmo.
A Luz responde: O que cada um cria não é merecido mas atraído. Não é raro trazermos energias densas de vidas passadas que vêm no presente precisamente curar e elevar a sua vibração. Parte do teu plano de vida foi identificar e ajudares a elevar essas energias para que possam manifestar novas e mais abundantes realidades. Não te prendas às frequências velhas do medo e aprende a amar e a confiar na vida.


A sombra diz: Por mais que tente de tantas maneiras, a verdade é que não consigo ser feliz. Até tenho um bom emprego, uma relação sem problemas, nunca passei fome e tenho bons amigos, mas falta sempre qualquer coisa.
A Luz responde: O vazio faz parte da experiência humana e será por causa dele que iremos sempre manter a nossa busca e o nosso processo de evolução. Cuidado com o que acreditas ser a felicidade pois não se trata de um estado de ter mas sim de Ser que só tu podes definir em que consiste e no que te é essencial para o atingir.


A sombra diz: Estou exausta! Ando cheia de problemas em todas as áreas da minha vida. São as pessoas que me destabilizam, o trabalho que me sobrecarrega, os desafios financeiros que não me deixam dormir e uma rotina cansativa que me rouba toda a energia.
A Luz responde: Tudo tem uma razão de ser. Não te percas a relatar o que está fora pois o que está fora é apenas convite a novas, amorosas e criativas respostas escolhas da tua parte.
O foco não é o desafio mas sim a tua resposta ao desafio.



A sombra diz: Só eu sei os sacrifícios que faço pelos outros, o quanto me prejudico para a felicidade do outro, os gestos invisíveis que faço para o outro estar feliz.
A Luz responde: Quem te disse que tens essa responsabilidade sobre a felicidade do outro, enganou-te. O nosso primeiro compromisso foi feito com a Fonte, onde nos responsabilizámos por manter em equilíbrio a nossa própria dualidade. Quando olhares para o outro, lembra que também ele tem esse poder e responsabilidade pessoal. No dia em que cada um resgatar esse poder e responsabilidade pessoal, conseguiremos então manifestar relações livres e de qualidade.


A sombra diz: Olho à minha volta e vejo pessoas felizes, realizadas, com boas relações e óptimos empregos. Serei eu a única pessoa que se sente frustrada com o trabalho, desvalorizada no meu relacionamento, triste e sozinha a maior parte do tempo?
A Luz responde: Estás tão iludida com as máscaras que as pessoas usam. Ninguém tem a vida perfeita e socialmente, a maioria não admite ou reconhece os seus aspectos negativos. Lembra a dualidade, encontra-a dentro de ti no que tens de melhor e no que tens a trabalhar e procura olhar para os outros por essa mesma lente.



A sombra diz: Procuro de todas as maneiras manter uma vida estável e financeiramente segura. Dou tudo nos relacionamentos para evitar litígios e confrontos. Tento que os meus filhos tenham uma infância maravilhosamente feliz e parece que a vida conspira contra mim.
A Luz responde: Estás enganada acerca do que é a vida. Saber oscilar entre polos e experiências opostas é a grande proposta e desafio. As relações servem para nos fazer crescer e despertar em nós o que ainda vive inconsciente. Iludires os teus filhos com uma infância perfeita vai impedir que em adultos saibam lidar com o lado sombra da vida. A estabilidade, paz e harmonia que anseias devem começar por ser um estado interior de Ser


A sombra diz: Não consigo ter relações de qualidade. Por mais que me esforce por criar paz e harmonia com o outro, há sempre tensões e desafios que as boicotam.
A Luz responde: As relações são apenas espelho da relação que temos connosco próprios. É através delas que percebemos se a nossa mente e coração vivem em harmonia ou não. Equilibra as duas dentro de ti e em breve as relações virão espelhar isso.


A sombra diz: Luto com quantas forças posso, esforço-me o melhor que sei, enfrento tudo o que me aparece e começo a ficar esgotada com tanta resistência.
A Luz responde: Ninguém te ensinou a parar, a desistir, a abrir mão, a ser flexível e capaz de fluir, a entregar os teus desafios à sabedoria da vida. Há que aprender a distinguir quando agir e quando ficar quieto, quando lutar por ou desistir descodificando sinais, pistas, intuições e sincronias que nos rodeiam o tempo todo.



A sombra diz: Por mais que peça e reze por uma vida melhor com pessoas mais bonitas e energias mais leves e amorosas, continuo presa aos velhos padrões densos e negativos.
A Luz responde: Quanto da tua energia diária ainda despendes a falar e a lutar contra o que já não queres, e quanto da tua energia diária despendes com o que de facto queres manifestar?
Desidentifica-te e liberta o que te rouba energia e investe no que irá criar uma nova realidade. Sê clara e responsável na maneira como usas e direcionas a tua energia.


A sombra diz: Tenho medo que as coisas não corram bem.
A Luz responde: Na viagem da alma não existe correr bem ou mal pois todas as experiências são válidas. Às que chamas “correr bem” irás sentir sucesso, amor, aceitação e fé. Às que chamas “correr mal” irás fazer aprendizagens valiosas e aprender sobre coragem, humildade, responsabilidade e amor próprio. Solta a resistência e as expectativas e abraça cada momento descobrindo apenas o que te vem trazer e fazer sentir


A sombra diz: Só tenho azares e problemas! Acho que me fizeram um bruxedo ou estou a ser vítima de inveja.
A Luz responde: Não podemos enganar a energia ou evitar atrair as frequências em que ainda estamos. Perdoa e desidentifica-te da densidade que ainda atrais. Não alimentes esses velhos padrões. Eleva a tua energia e foca a tua atenção no que mereces e queres manifestar. Sem grande esforço a velha densidade irá desaparecer por si mesma.


A sombra diz: Fico triste quando me lembro do meu passado onde permiti tantos abusos porque não sabia defender-me ou por limites saudáveis a mim própria e aos outros.
A Luz responde: Fizeste o que sabias com a consciência que tinhas e deves apenas sentir compaixão pela pessoa que foste. Reconhece o quanto já amadureceste e valida todas as aprendizagens e experiências que fizeram de ti a pessoa que és hoje.



A sombra diz: Tanta violência no mundo. O meu dia a dia está cheio de injustiça e pessoas desequilibradas, só vejo sujidade, agressividade, maldade e egoísmo.
A Luz responde: Sim o mundo tem isso tudo. Mas precisas ajustar as tuas lentes pois também lá estão a justiça, a bondade, o altruísmo e muitas pessoas maravilhosas. Para o teu próprio bem e bem do mundo, confia na lei do equilíbrio e não dês mais atenção ao negativo do que dás ao positivo



A sombra diz:Porque é sempre tão difícil conseguir aquilo que eu quero...
A Luz responde: Podes não ter aquilo que queres mas tens com certeza tudo o que precisas para cumprires o teu processo de evolução. Reconhece e agradece.



A sombra diz: A minha vida parece parada, nada acontece de novo, todos os dias se repetem os mesmos padrões e dramas. Sinto que não estou a evoluir.
A Luz responde: Todos evoluímos, tu apenas atrasas o processo com as tuas resistências. Faz da tua evolução e bem estar uma prioridade e paga os preços que a vida te vai pedindo. Se não te atreveres num novo caminho, ficarás sempre preso na mesma rotunda.



A sombra diz: Estou farta deste mundo injusto onde Deus faz os maus terem sorte e os bons terem azar.
A Luz responde: Não estás a ver o mundo pelas lentes da verdade. Sorte, azar e injustiça são apenas ilusões ópticas. Os movimentos que vês a acontecer a cada um, positivos ou negativos, estão todos inteligentemente suportados por leis cósmicas justas e amorosas. Aprende sobre elas para que possas curar esse medo e poderes viver alinhado com a Vida



A sombra diz: Vou ter sempre azar e vão-me sempre acontecer coisas más.
A Luz responde: Desafios e sucessos fazem parte da viagem e são ambos essenciais à nossa evolução. O truque é ires pacificando e elevando a tua energia de maneira a atraíres energias mais leves.



A sombra diz: Tenho medo de não estar à altura dos desafios da minha vida.
A Luz responde: Não deixes que o medo baixe a tua energia e te arraste para o pânico. Tudo o que chegar a ti é teu e estarás preparada para dar resposta positiva. Confia.



A sombra diz: Tenho medo que o outro não me ame, não me aceite e me magoe.
A Luz responde: Aceita-te e ama-te a ti mesmo sem necessidade de validação do outro. Se houver dor, será alquímica e servirá para amadureceres. Se houver amor ele terá a liberdade e qualidade que sempre ansiaste.



A sombra diz: Vivo sempre ansiosa e com medo de sofrer.
A Luz responde: Não podes fugir do que está destinado para ti. Sejam positivas ou negativas, as ações que criaste ao longo das tuas vidas, a ti voltarão para que aprendas com elas. Deixa fluir, abre o coração e permite que as experiências aconteçam e façam o seu trabalho de transformação



A sombra diz: Estou sempre a ajudar os outros mas ninguém me ajuda a mim.
A Luz responde: Cada um tem uma responsabilidade para consigo próprio, muito antes de chegar ao outro. Procura se segues os teus próprios conselhos e te tratas tão bem a ti mesmo como tratas os outros.



A sombra diz: Estou sempre a procurar ser uma boa pessoa, agradar quem me rodeia e estar sempre disponível para ajudar quem precisa mas na verdade sinto-me vazia interiormente e estou sempre exausta.
A Luz responde: Quem te ensinou a pôr os outros em primeiro lugar não valoriza a própria essência divina nem tem conhecimento sobre as leis da vida. Não faz sentido nem nos dignifica darmos amor e o melhor aos outros e mantermos abandonada a nossa própria energia.



A sombra diz: Estou cansada de tantos embates e desafios que me parecem injustos e de pessoas inconscientes e desumanas.
A Luz responde: Não te ensinaram que a vida é sagrada e imensamente justa, onde cada um atrai o que faz parte da sua história. Aprende a ver o mundo como um imenso tabuleiro de xadrês que estamos a jogar com o Divino. Sê ágil, corajoso e trabalha o equilíbrio como um ninja.



A sombra diz: Por mais que tente não consigo ser positiva, optimista e acreditar que tudo vai sempre correr bem.
A Luz responde: Nem é suposto pois o lado negativo também faz parte de nós e virá logo contra-balançar. Não esperes que tudo corra sempre bem. Relaxa e aprende sim a confiar que tudo já está bem, seja o evento positivo ou negativo.



A sombra diz: Porque a perda, a instabilidade e a desilusão com os outros é uma constante na minha vida?
A Luz responde: A vida é uma viagem e não um ponto estático tipo paraíso pessoal. Do ponto de vista da alma, a mudança é uma permanente e essencial para evoluirmos e a ela estarão sujeitas pessoas, ideias, crenças, ideais, sonhos, objectivos, emoções. Tal como um tsunami, é a mudança que leva o velho e que trás o novo. Confia.



A sombra diz: Fico triste quando vejo pessoas que gosto, saírem da minha vida ou a não se esforçarem por manter a velha amizade.
A Luz responde: Nem sempre é uma escolha consciente, mas apenas uma reação a diferentes vibrações energéticas em que as partes já se encontram. Agradece a sua passagem pela tua vida e as aprendizagens que fizeste com elas e depois deixa ir e dá lugar às novas que irás atrair.


A sombra diz: Não me conformo com as dores que sofri e as mágoas que tenho por ter sido tão permissiva, dependente e fraca no passado.
A Luz responde: Foi apenas a experiência do polo negativo para hoje poderes sentir o que é a força, a autonomia e a coragem do polo positivo. Que a pessoa que foste no passado tenha na pessoa que és hoje, a sua melhor amiga, defensora e protetora.



A sombra diz: Só tenho azar e nunca nada de bom me acontece.
A Luz responde: Não é verdade. Tudo acontece por uma razão. O truque é ires pacificando as velhas sombras dum passado longínquo e usares o presente para elevares a tua energia escolhendo tudo o que te faz sentir bem.



A sombra diz: Faço um esforço imenso para ser perfeita, correta e sempre disponível para os outros mas estou sempre a dar-me mal.
A Luz responde: Precisas corrigir a intenção e o foco. O investimento deve ser sim no amor próprio e no teu equilíbrio interior de maneira a seres o mais autêntico, corajoso e fiel a ti mesmo possível.



A sombra diz: Procuro sempre ser bom profissional, ser perfeccionista e fazer o melhor trabalho possível mas sinto-me sempre frustrado, sob esforço e não consigo bons resultados ou progredir.
A Luz responde: Provavelmente estás desconectado do teu potencial e dom natural. O esforço mecânico sem paixão jamais será reconhecido ou capaz de gerar algo novo e muito menos extraordinário. Junta o esforço, a alegria e o prazer e saberás logo a fórmula ou o caminho do sucesso e da abundância.



A sombra diz: Sinto-me impotente e sem energia perante tantos desafios e problemas.
A Luz responde: São provas que te irão amadurecer, justamente alinhadas com as tuas dinâmicas karmicas. Contribui para a positiva resolução dos desafios responsabilizando-te pelos mesmos, mantendo uma atitude positiva e elevando a tua energia.


A sombra diz: Estou cansada, já não tenho força para viver. Tudo me acontece, não tenho sorte nenhuma, a minha vida parece um eterno castigo e só tenho desilusões com quem me rodeia.
A Luz responde: Ainda não entendeste a dualidade! O Universo testa o teu equilíbrio através de cada um dos teus desafios. Mudas a tua vida quando deres resposta positiva à negatividade. Quando enfrentares com amor todos os teus demónios. Quando abraçares a sombra que tens rejeitado. Quando reclamares o teu direito de escolher com qualidade o que ressoa com a tua verdade.



A sombra diz: Não consigo perdoar quem me magoou. Penso sempre que se não fosse aquela pessoa tratar-me mal e fazer-me sentir tanta dor, eu teria sido uma pessoa feliz.
A Luz responde: A dor é sempre alquímica. Quando um dia no mundo todos vibrarmos na frequência do amor, a dor deixará de ser necessária. O outro, nos seus movimentos inconscientes, apenas desperta em nós a ferida já existente para que possa ser trazida à consciência e curada. Quando perceberes como a dor te ajudou a superar e a crescer, vais agradecer a quem te a provocou.



A sombra diz: Estou cansada de tanto embate, tanto problema, que tudo corra mal, de desafios de todo o género. Mas que mal fiz eu a Deus para ter tanto castigo?
A Luz responde: Essa ideia de castigo divino é uma das crenças mais diabólicas de sempre. Os movimentos da vida são um jogo de forças em busca do equilíbrio das mesmas pois é no equilíbrio que encontramos a Luz, Deus e o Amor. Aprende a ver os problemas como desafios de crescimento, propostas de superação, testes ao teu equilíbrio, oportunidades de te superares a ti mesmo e de chegares mais perto desse ponto central. Castigo nunca...


A sombra diz: Ouvi dizer que quanto mais amor damos mais recebemos, mas começo a duvidar dessa teoria pois dou tanto a toda a gente, chego a sacrificar-me pelos outros mas quando é para mim, nada!
A luz responde: o amor não é algo que damos mas sim algo que somos e cada um de nós deve aprender a activar esse estado em si. Vibra na mais bela e mais elevada frequência de amor por ti mesmo e o amor por si só irá atrair mais do mesmo.


A sombra diz: Eu só quero ser feliz, viver uma vida tranquila, amar e ser amada. Estar rodeada de pessoas boas e verdadeiras. Estou cansada deste planeta onde tudo parece boicotar o bem e a luz.
A luz responde: Esse teu plano é uma ilusão, uma projeção infantil e idealista de um mundo perfeito que obviamente só irá gerar desilusões. Procura sim descobrir que tudo já está perfeito tal como está. Que a realidade que rodeia cada um é inteligente pois, não é o que cada um quer mas o que cada um precisa de acordo com o seu plano pessoal de evolução.


A sombra diz: Faço o que posso para disfarçar a minha ansiedade e tristeza pois afinal nem tenho razão óbvia para as sentir. Tomo ansiolíticos, distraio-me com a televisão ou dou um passeio pelo shopping mas a verdade é que não passam.
A luz responde: Os teus sintomas são uma chamada de atenção do espírito. São a consequência do estilo de vida que escolheste e de estares a ignorar as tuas necessidades internas. Procura identificar o que te está a desgastar e faz as respetivas mudanças positivas. Se viveres consciente e com respeito pelo teu estado interior, os teus sintomas desaparecem.


A sombra diz: Não tive muita sorte na minha infância. Os meus pais incutiram-me muitos medos e ainda fui herdar deles inseguranças, o controle e a ansiedade.
A luz responde: Não existe sorte ou azar. Os pais que escolheste não são os responsáveis pelas tuas emoções mas sim espelhos das mesmas e do estado da tua energia. Escolheste-os porque através deles ser-te-á mais fácil perceberes o que carregas em ti e como transformares todos esses desafios internos.


A sombra diz: Eu até sei o que preciso mudar mas como explicar a quem me rodeia as mudanças drásticas que preciso fazer? Já estou a imaginar o que os outros vão dizer se me atrevo a seguir o meu coração.
A Luz responde: O caminho espiritual é pessoal e tem propostas que na maior parte das vezes só a nós fazem sentido. É por isso muito normal que alguns à nossa volta não entendam, critiquem ou julguem as nossas escolhas. Escolhe com consciência, decide com o coração e com a certeza, antes de mais, do que é importante para ti e segue em frente confiante na tua decisão e no que te faz sentido.



A sombra diz: Estou sempre a ouvir que o amor é a resposta para tudo, que é a dar que se recebe, que é a deixar fluir que Deus se manifesta, que é a confiar que tudo vai ao sítio mas sinceramente não consigo entender estes princípios.
A luz responde: Embora tudo seja amor, há uma grande diferença entre o amor próprio e o amor ao próximo. É a dar que recebemos sim mas quantas vezes damos sem qualidade e na maior parte das vezes, muito mais aos outros do que a nós próprios. É a deixar fluir que Deus se manifesta não numa manifestação mágica de um ser de luz mas sim a permitirmos que a vida aconteça. Confiar convida-nos ao desapego do que queremos e a estarmos disponíveis para o que precisamos.


A sombra diz: Ando cada vez mais confusa. Todos dão opiniões e conselhos, uns dizem para ir em frente outros dizem para ficar. É sempre tão difícil ter de estar sempre a escolher.
A luz responde: Isso é o que acontece quando a nossa escolha está desconectada da nossa alma e condicionada pelos outros, pela sociedade ou pelas crenças limitadoras com que crescemos. Quando o teu critério de escolha for o teu amor próprio, bem estar e equilíbrio interior, saberás sempre fazer a escolha certa.


A sombra diz: Desafios, desafios e mais desafios. Não é justo! A vida são mais desafios do que momentos de paz e prazer.
A luz responde: A vida não é um destino de férias na praia mas sim uma viagem de descoberta e evolução. É fora da zona de conforto e nos desafios que se vão apresentando que nos descobrimos, que nos superamos, que temos a oportunidade de dar nova resposta a desafios velhos e dessa maneira serem superados. Em vez de te queixares dos desafios, aprende a abraçá-los como oportunidades inteligentes de evolução e superação que são.


A sombra diz: Tenho tantos medos que me prendem ou condicionam das mais variadas maneiras. Ando sempre à procura de maneiras de os evitar.
A luz responde: Tal como tens os medos também te foi dada a coragem para os enfrentares. Não te deixes iludir pois a montanha parece sempre maior antes de a subirmos. Depois de abraçares os desafios e enfrentares os teus medos vais ficar chocada quando perceberes o quanto pequena a montanha era.


A sombra diz: Para onde quer que eu olhe só vejo injustiças. Pessoas boas a quem tudo corre mal e pessoas más que se safam das consequências das suas ações.
A luz responde: Não há pessoas boas e pessoas más. Aquilo a que chamamos injustiça é apenas uma visão distorcida da realidade incapaz de ver as teias karmicas que ligam pessoas e eventos. A realidade de cada um é um holograma perfeito dessas energias invisíveis que carregamos em nós e que dessa maneira nos permitem corrigir padrões negativos e aprender a expressão do amor.


A sombra diz: Um dia irei conquistar a minha paz e atingir a felicidade plena. Neste momento tenho desafios demais e estou rodeada de pessoas difíceis que me roubam o meu equilíbrio e me impedem de viver em paz.
A luz responde: É aqui e agora que deves reclamar o teu poder de te sentires em paz assim como deves reconsiderar o teu conceito de felicidade. Se esperas que a felicidade aconteça a partir de circunstâncias exteriores, sejam elas pessoas ou bens materiais, não encontrarás nenhuma. Inspira-te nos grandes Mestres que conquistaram a sua paz e harmonia interior no meio das mais bravas adversidades exteriores.


A sombra diz: Não percebo que Deus é este que permite a fome, a guerra e a doença a tantos inocentes que não merecem sofrer.
A luz responde: Precisas mudar o conceito de Deus e actualizar a intenção da viagem espiritual. Deus permitiu que viesses à vida terrena oferecendo-te o livre arbítrio e a Lei do Karma para que possas fazer as tuas experiências e aprender com as respectivas consequências. É o homem ainda desconectado do amor e a agir pelo medo que cria a fome, a guerra e a doença. Quando souber agir e escolher pelo amor o homem aprenderá a criar abundância, saúde e paz. Neste princípio não existem injustiças culpados ou inocentes.


A sombra diz: Faço um esforço enorme para ser cuidadosa a falar, tento ser simpática, não ofendo ninguém e quantas vezes calo e engulo para não me chatear.
A luz responde: Ainda não percebeste que a comunicação serve o propósito de informarmos o outro sobre a nossa visão, a nossa mensagem, os nossos limites e de trocarmos mensagens e ideias que só dentro de nós iremos decidir se aceitamos ou não. Implica por isso um enorme respeito tanto pelas mensagens como pelos mensageiros. O que tu fazes é mentir e iludires-te a ti própria e ao outro e por isso saem os dois frustrados do encontro. Assume e afirma a tua verdade sem medo.


A sombra diz: Gosto de acreditar que se for responsavelmente exigente, der o meu melhor e mantiver algum controle sobre o que me rodeia, que consigo viver uma vida sem dor, perda ou sofrimento.
A luz responde: O teu perfeccionismo é uma doença por si só e jamais te levará ao teu objectivo. O desconforto deve ser reconhecido como proposta de mudança pessoal. A dor deve ser aceite como proposta de transformação e cura interior. A perda é a proposta de desapego do velho para dar lugar ao novo. O vazio e a solidão são as consequências da desconexão interior com o nosso espírito e o convite ao amor próprio e harmonia interior. Troca o perfeccionismo pela aceitação e aperfeiçoamento permanente pois é para isso que servem as propostas inteligentes da vida.


A sombra diz: Estou desejosa que os meus problemas se resolvam para então poder respirar e ter paz na minha vida.
A luz responde: Seja o que for que estejas a pedir à vida ou a Deus para ser resolvido no exterior, terá que ser também resolvido no teu interior. Lembra que o que está fora é apenas projeção do que está dentro. Se é paz que procuras encontra-a primeiro dentro de ti. Se é amor que procuras, descobre-o primeiro dentro de ti. Recusares-te a fazer esse trabalho interno apenas irá manter e adiar a questão externa.


A sombra diz: Estou cansada de relações frustradas! Cada pessoa é mais desafiante do que a outra e com nenhuma consigo encontrar equilíbrio. Parece que o ser humano se esqueceu dos valores nobres como o amor, a compaixão e o respeito pelo outro.
A luz responde: O ser humano aprendeu erradamente a idealizar as relações e por isso procura em vão o parceiro perfeito, a alma gémea, os príncipes e as princesas que o virão fazer feliz. Tanta ilusão que depois só gera desilusão! É preciso lembrar que antes de mais a mais bela relação é com nós próprios, com a nossa história pessoal, com o nosso mundo interior e realidade exterior, com os nossos desafios e potenciais. Os outros são companheiros de viagem a cumprirem a sua história também. O livre arbítrio e a consciência de cada um ditará a qualidade e o tempo que faz sentido cada encontro durar.

A sombra diz: Mais uma relação fracassada! Passo a vida a desiludir-me nos meus relacionamentos. Não há meio de encontrar o amor...
A Luz responde: Jamais irás encontrar o amor fora de ti. Isso só será possível quando transbordar de dentro de ti para fora. Não existe fracasso nas relações e a desilusão apenas vem da ilusão de quereres relações perfeitas. Aí sim irás sempre desiludir-te. Cada relação tem sempre algo para nos ensinar, algo para nos mostrar, algo para nos devolver, tanto positivo como negativo. Foca nesses aspectos de maneira a cresceres com cada uma e de uma para a outra.


A sombra diz: Tanto desafio! Espero que o ano novo seja melhor do que este!
A Luz responde: Todos os desafios são oportunidades de evoluir e não podes controlar como aparecem. Podes apenas controlar a resposta que dás ao que acontece por isso, perante esta certeza, deixo-te algumas pistas para que possas entrar no novo ano mais consciente;
1- Confia na lei da atração que apenas te traz o que te pertence.
2- Desenvolve uma atitude positiva, corajosa e humilde perante o desafio.
3- Procura a mensagem no desafio, o que a vida quer de ti? Como podes dar resposta positiva ao desafio? Que lição se esconde?
4- Agradece a oportunidade de libertar os laços karmicos que te prendiam ao desafio e a maneira como o desafio te torna mais forte, mais responsável e mais consciente.
5- Agradece quem te trouxe o desafio.
Que possas abraçar cada momento com o coração aberto, com a alma desperta e com a consciência superior de que cada momento é absolutamente mágico.


A sombra diz: Sonho com o dia em que os desafios e problemas acabam, as coisas acalmam e consigo finalmente ser feliz!
A Luz responde: Que grande ilusão a tua! Os desafios e problemas SÃO as grandes fontes de aprendizagem escolhidas para a presente encarnação. É precisamente a aceitá-los e a superá-los que acedes às fontes de prazer e bem estar. Observa bem o teu percurso até aqui e irás facilmente observar como ambas as experiências caminham sempre lado a lado.


A sombra diz: Ouvi dizer que quanto mais amor damos mais recebemos, mas começo a duvidar dessa teoria pois dou tanto a toda a gente, chego a sacrificar-me pelos outros mas quando é dos outros para mim, nada!
A Luz responde: O que me parece é que vês o amor como um negócio. O amor não é algo que damos e recebemos mas sim algo que somos e cada um de nós é responsável por emanar a sua própria frequência pessoal. Vibra e eleva a tua frequência de amor em ti e por ti mesmo e será esse amor pessoal por si só que irá fazer atrair o amor dos outros à tua vida.


A sombra diz: Agora que tenho um bom trabalho, quero ter uma família feliz e cheia de amor. Já estou a imaginar-me com os meus filhos à volta, o marido e porque não, salvar um animal abandonado.
A Luz responde: A felicidade não está num emprego, numa família, filhos ou num animal abandonado. Felicidade não é fazer o que os outros fazem, ou o que esperam de nós.
A verdadeira felicidade é antes de tudo um estado de SER interno, não dependente de condicionantes externas. É a aceitação e o carinho por quem já és e o incentivo de quem podes vir a ser. É a liberdade de seres diferente, a responsabilidade pelo teu equilíbrio e a coragem de ouvires e seguires o teu coração, corajosamente a lidar com as consequências de cada escolha.
Depois, e só depois deste estágio conquistado, poderás então expressar a tua felicidade das mais variadas maneiras.


A sombra diz: Estas festas de Natal e as mesmas discussões de sempre, os mesmos desafios e comentários difíceis, os familiares desagradáveis e sem tacto, as conversas de chacha que nada me dizem. Não sei como vou sobreviver!
A Luz responde: Todos os momentos são oportunidades de evoluir e não podes controlar como aparecem. Podes apenas confiar na lei e decidir a resposta que dás ao que acontece por isso, perante esta certeza, deixo-te algumas pistas para que possas entrar no novo ano mais consciente:
1- Confia na lei da atração que apenas te traz o que te pertence e te faz crescer.
2- Desenvolve uma atitude positiva, corajosa e humilde perante o desafio. Só assim o poderás superar e libertar.
3- Procura a mensagem no desafio, o que a vida quer de ti? Como podes dar resposta positiva ao desafio? O que tens a aprender com ele?
4- Agradece a maneira como o desafio te tornou mais forte e mais consciente e te permitiu libertar os laços karmicos negativos que te prendiam a ele e te deu a oportunidade de expressar amor.
5- Agradece a quem te trouxe o desafio.
Que possas abraçar cada momento com o coração aberto, com a alma desperta e com a consciência superior de que cada momento é absolutamente mágico.


A sombra diz: Tanto Feliz Ano Novo e cada vez menor a esperança de mudanças positivas.
A Luz responde: O ser humano sempre gostou muito da ideia de que algo ou alguém cuida de nós. Que um Deus justo e bondoso premeia os bondosos e esforçados. Mas os Orientais há muito que ensinam que não se trata apenas de ser esforçado ou de fazer o bem, mas sim de estar bem, de cuidarmos da nossa energia, de mantermos a nossa dualidade em equilíbrio, de desentoxicarmos o nosso corpo, de nos responsabilizarmos por cumprir boas regras de conduta que respeitem a nossa individualidade e a nossa viagem pessoal. A Lei da Atração irá garantir que a qualidade do Novo Ano esteja na vibração das tuas escolhas.


A sombra diz: A auto estima está na moda. Toda a gente fala nisso mas aqui entre nós, ainda não percebi o que isso quer dizer na prática!
A Luz responde: Queres aprender sobre amor próprio? É fácil! Dou-te umas dicas:
Procura desenvolver carinho pela criança que foste, consciência por tudo o que foste convidada a viver, compaixão pelos pais que escolheste, responsabilidade pelos obstáculos que fazem parte do caminho, tolerância para com os erros que cometes, orgulho para com as vezes que escolhes com amor, paciência para o tempo que levas a evoluir, coragem pela força de seguires em frente sempre fiel a ti mesma, intuição para fazeres as tuas escolhas e muito respeito e amor pela maravilhosa pessoa que és. Sim com as qualidades e os defeitos incluídos!


A sombra diz: Recuso-me a lidar com gente parva que não tem nada a ver comigo! Lá terei que mudar de trabalho mais uma vez por causa das pessoas difíceis que não respeitam ninguém!
A Luz responde: A nossa energia é magnética. Metade de nós é passado, memórias de outras vidas, a outra metade futuro, o anseio de quem queremos ser. Atraímos o que dessa dualidade vive inconsciente em nós e por isso se manifesta nas características mais desafiantes ou maravilhosas das pessoas que te rodeiam. Considera por isso que a tua questão não é tanto com as pessoas mais muito mais com o que elas representam. Faz as pazes internamente com “isso” e verás a tua realidade melhorar radicalmente. Fugir delas, irá fazer com que se recriem noutras pessoas.



Vera Luz