sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Estados Co-Emergentes
"Quem quer que olhe com honestidade para a sua existência, verificará que vivemos num constante estado de suspense e ambiguidade, que as nossas mentes estão perpétuamente a saltar da confusão para a claridade e vice-versa.
Se nos mantivermos confusos durante todo o tempo...isso já seria uma espécie de claridade.
O que é realmente mais surpreendente a respeito da vida é o facto de por vezes - apesar de toda a nossa confusão – também conseguimos ser sensatos, e isto mostra-nos o que é o bardo: uma contínua e enervante oscilação entre a claridade e a confusão, entre o espanto e o discernimento, entre a sanidade e a insanidade.
Nas nossas mentes, tal como somos agora, a sabedoria e a confusão surgem simultaneamente ou, tal como nós dizemos, são “co-emergentes”, o que quer dizer que enfrentamos uma contínua situação de escolha entre duas, e que tudo depende do que escolhemos.
Esta incerteza constante pode fazer com que tudo nos pareça árido e quase sem esperança, mas, se olharmos com mais atenção, verificaremos que a sua própria natureza cria fendas, espaços onde estão constantemente a florescer profundas oportunidades de transformação, se as conseguirmos distinguir e agarrar."
In, O LIVRO TIBETANO DA VIDA E DA MORTE
Sogyal Rinpoche
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